Enterrem Meu Coração na Curva do Rio

Enterrem Meu Coração na Curva do Rio Dee Brown




Resenhas - Enterrem Meu Coração na Curva do Rio


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Bruno.Martins 26/03/2024

Triste capítulo
"Paz na terra, boa vontade entre os homens"..assim termina o livro, e isso foi algo que simplesmente não aconteceu na história dos índios americanos. Crueldade, traição, assassinatos, isso sim fez parte da história.
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Regis 25/03/2024

Fui completamente impactada por toda dor contida nesse livro
Enterrem meu Coração na Curva do Rio (Bury My Heart at Wounded Knee), de Dee Brown foi lançado em 1970 chegando um ano depois à lista de best-seller ao revelar a verdadeira face da colonização dos Estados Unidos fazendo um revisão, tardia, da "epopéia" da conquista do Oeste ao contar a história da chegada dos "pioneiros", através dos relatos dos próprios nativos americanos que tiveram sua cultura e civilização destruídas com incrível violência pela cobiça, preconceito e o ódio do homem branco.
Dee Brown é um bibliotecário de profissão e foi uma das maiores autoridades na História do Oeste Americano (ele faleceu em 2002). Ele passou dois anos fezendo uma extensa pesquisa dos relatos de reuniões de assinatura de contratos, de massacres e histórias tribais para escrever esse livro.

A narração é dividida em quatorze capítulos onde o autor nos apresenta relatos marcantes de massacres sistemáticos de povos que se apresentaram aos colonizadores, desde o primeiro contato, com suavidade, polidez e passividade sendo imediatamente interpretados como fracos: ocasionando toda mazela, destruição e carnificina que acabou por dizimar aldeias inteiras, das quais não sobrou, quase, nenhum vestígio.

"Onde estão hoje os Pequots? Onde estão os ragansetts, os moicanos, os pokanokets e muitas outras tribos outrora poderosos de nosso povo?..."

O primeiro capítulo "Suas Maneiras são Decentes e Elogiáveis" traz uma sucessão de informações sobre várias aldeias e inúmeros líderes que surgiram e pereceram, primeiramente, nas mãos dos espanhóis, depois, do governo das colônias e, posteriormente, dos Estados Unidos durante a extenuante luta dos habitantes originais do Oeste Americano pelo direito de existir e permanecer na terra onde sempre pertenceram.
Vários desses chefes, dos povos originários, foram obrigados a travar batalha após batalha e assinar tratado após tratado, cedendo suas ricas terras até que não houvesse mais nada a ceder e foram, junto com o que sobrou de seu povo, arrastados e mantidos em reservas diminutas onde eram obrigados a passar fome, adoecer e morrer sob o julgo dos inspetores da Agência índia e do comissário de Assuntos índios (homens gananciosos e inescrupulosos que desviavam o pouco recurso disponibilizado pelo governo para as parcas rações distribuídas aos nativos) ou fugir e morrer em perseguições implacáveis do exército de Casacos Azuis.

O livro possui passagens tétricas e muito tristes tornando a leitura desafiadora e, por vezes, exaustiva. A forma como vários acordos foram assinados e promessas foram feitas, incontáveis vezes pelo governo, só para, em um curto período, serem descumpridas e a culpa desse descumprimento ser jogada nas costas dos povos originários, deixando-os confusos e perdidos, é angustiante e revoltante de presenciar. A cada vez que isso acontecia eu queria gritar diante de tanta malícia, mentira e enganação.

Muitos foram os relatos dos soldados e comandantes que viam os nativos como menos que animais, desumanizando-os completamente para justificar os ataques descabidos e violentos. Houveram ataques dos Casacos Azuis onde mulheres foram estupradas, tiveram suas genitálias arrancadas, para serem usadas nos chapéus dos soldados como adereços; crianças foram mortas e outras sequestradas e vendidas no México, em busca de lucros; guerreiros foram executados, escalpelados e seus líderes decapitados e descarnados, para que seus crânios também fossem comercializados.
Muitos dos relatos dessas batalhas brutais me atingiram de forma visceral perturbando meus sentidos e abalando completamente minha percepção da capacidade humana para a crueldade.

Na introdução o próprio autor diz que esse não é um livro alegre e concordo plenamente... o livro relata o funesto período de uma civilização que quase desapareceu da face da terra e que pela primeira vez está tendo sua história contada segundo suas vítimas e, sempre que possível, usando suas palavras: sem aqueles velhos esteriótipos que costumam descrevê-los como selvagens impiedosos.

Enterrem meu Coração na Curva do Rio mudou a opinião pública fazendo as atenções se voltarem para os povos originários, na época de sua publicação, alterando a forma como eles sempre foram retratados pelo cinema e outras mídias assim como a maneira que sempre foram vistos pela história e por todos os grandes mitos do Oeste Americano.

Esse foi um livro extremamente difícil de ler, mas considero que também foi extremamente importante ter feito essa leitura. O trabalho de Dee Brown nos possibilita conhecer o outro lado da história, não apenas a visão dos vencedores. A pesquisa do autor foi muito bem feita e sua escrita consegue transmitir toda a intensidade que os relatos exigem.
A única reclamação que tenho é quanto a falta de linearidade: às vezes o autor abandona um assunto passando para outro, uma década adiante, depois retoma o assunto anterior, regredindo no tempo, causando uma certa confusão no leitor com nomes e datas.

Fiz essa leitura por indicação de um amigo e tenho que agradecê-lo por ter me recomendado essa obra tão importante.
Obrigada, Gil.

Enterrem meu Coração na Curva do Rio é carregado de emoção ao revelar o extermínio dos nativos americanos entre 1860 e 1890;  impactando, emocionando e chocando profundamente o leitor com os relatos do horror desse período vergonhoso da história da formação dos Estados Unidos.

Recomendo.
Mariana 25/03/2024minha estante
Nossa que resenha bela!! Parabéns!!! ????


CPF1964 25/03/2024minha estante
Que resenha ESPETACULAR, Regis. Riqueza de detalhes. Pretendo ler ainda este ano. Muito Obrigado por mais esta resenha.


Flávia Menezes 25/03/2024minha estante
Você devorou esse livro, amiga!!! ?
Já quero ler esse também! Parabéns pela resenha, Regis! Esse livro merece mesmo ser lido, porque é uma história que precisa ser vista também por esse lado daqueles que muito sofreram nesta conquista do homem branco ao Oeste americano. ????


Regis 25/03/2024minha estante
Obrigada, Mariana! ??


Regis 25/03/2024minha estante
Agradeço, Cassius e espero que goste muito da leitura. ???


Regis 25/03/2024minha estante
Eu gostei muito da pesquisa histórica que Dee Brown fez, Flávia, já estou ansiosa para ler "O Faroeste". ??


Flávia Menezes 25/03/2024minha estante
A pesquisa dele é fantástica mesmo. E a escrita? Emotiva?profunda.
Logo faremos essa troca, amiga!! Você com ?O Faroeste?, e eu com esse! ???


Fabio 25/03/2024minha estante
Que resenha incrível, Regis!!!??????
Que escrita apurada é essa minha querida?
Dando uma aula de escrita para todos nos!?
Sensibilidade, emoção e imersão, são os adjetivos desse seu belíssimo texto!
Parabéns!


Fabio.Nunes 25/03/2024minha estante
A resenha foi tão boa que acho que vou deixar esse livro pra depois Regis. Rsrs. Me lembrou muito algumas passagens de "Meridiano de sangue", do Cormac McCarthy. Bem pesado.


Léo 25/03/2024minha estante
Mais uma resenha perfeita, Régis! Parabéns! ???


Regis 26/03/2024minha estante
Fico sem saber o que dizer, Fábio, só posso agradecê-lo por ser tão elogioso em suas palavras. ???


Regis 26/03/2024minha estante
Ainda não li Meridiano de Sangue, Fábio Nunes, mas pretendo ler. É bom saber que ele, também, é impactante. ??


Regis 26/03/2024minha estante
Ah, te agradeço muito, Léo, que bom que gostou. ???


HenryClerval 29/03/2024minha estante
O livro parece ser cortante e causar grandes reflexões, Régis. Já a resenha, é perfeição que chama? Quem me dera poder ler tudo que você resenha e me chama a atenção. Parabéns, minha linda! ??????


Regis 29/03/2024minha estante
Obrigada, Lê, meu anjo! ???
Acho que é o tipo de livro que você vai gostar muito, Leandro, assim como gostou de No Coração do Mar. ??




Valesi 25/03/2024

Impactante
O outro lado da história da conquista do oeste americano é triste e realmente indignante. Registros históricos (incluindo muitos documentos oficiais) dos discursos indígenas durante os anos de ocupação branca de seus territórios formam a história deste livro, que choca pela crueldade e ganância do "homem civilizado", que não hesitava em assassinar homens, mulheres e crianças pela ganância por terras e dinheiro.
O estilo de escrita é quase jornalístico, o que deixa a leitura lenta e nada fluida. É um livro difícil de ler, tanto pela história pesada quanto pela narrativa truncada e pouco conectada entre si.
Muito recomendado para quem se interessa pelo tema, mas não para quem gosta de ler como diversão.
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.Igor 21/03/2024

A "conquista do Oeste" norte-americana está banhada em tanto sangue de inocentes que o mais digno de nota é eles ainda não terem se afogado nele.
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Rene.Guimaraes 13/03/2024

Quem dera fosse um livro de ficção ?
Impressionante o que a ambição do homem pode causar ao seu semelhante.

Esse livro é um compilado de varios outros incluindo registros oficiais do governo americano sobre as tribos originarias do que é hoje o território dos Estados Unidos da América.

Dee Brown conseguiu criar uma narrativa sensacional desse compilado de histórias reais que leva o leitor a sentir a angustia que essas tribos viveram.

Ele traz o ponto de vista dos índios de um jeito único indo de tribo em tribo explicando o que de fato aconteceu.

Vale a pena a leitura!
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DANIELA 23/02/2024

Que preciosa pesquisa a deste livro
Os depoimentos e os detalhes do outro lado da história dos povos originários americanos é dolorosamente surpreendente.
As idas e vindas cronológicas e os muitos povos mencionados confundem a leitura algumas vezes, mas super indico esse livro.
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Patrick41 16/02/2024

Uma análise histórico crítica.
Um dos meus romances históricos prediletos. A forma como a história é contada é fascinante, a ponto de transparecer todo o circuito de integração do processo de desenvolvimento histórico, norteado pelas transformações e progressões do capitalismo em sua fase mais primitiva, dando ensejo a concretização da exploração do oeste norte-americano, trazendo à tona uma série de acontecimentos de forma minuciosa, acerca do confronto com os povos originários daquela região. Parafraseando o autor: " Não foi por acaso que o Índio norte-americano sempre foi retratado como vilão no cinema Hollywoodiano." Na verdade, isto foi um projeto arquitetado ideologicamente para tentar justificar o massacre que os peles vermelhas sofreram, afim de tentar escamotear os reais motivos do processo em questão, os quais têm uma forte relação com os interesses da organização social, política e econômica daquela época.
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Tiago575 01/02/2024

Um livro muito importante pelo contexto e momento que foi publicado. Dee Brown traz o outro lado da cultura do "Western" que põe sua vez desenvolveu a maior potência do mundo mas que dizimou a população indígenas. O indio foi hostilizado e deixado de lado na história, sendo retratado como limitado intelectualmente, violento, cruel e sanguinário. O autor quebra esse pensamento e dá ênfase o que realmente os nativos queriam: viver.

Obra subestimada, pouco falada e que merece atenção. Só não é 10 estrelas pelo fato de ser muito corrido, muitos acontecimentos para um livro. O documentário "The West" é uma ótima obra audiovisual sobre o tema.
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Guilherme 21/01/2024

Sombrias caras pálidas
Esse livro é de uma leitura um tanto lenta, devido ao seu extremo detalhamento ,mas isso é exatamente o que faz dele uma obra tão boa e completa.
Trata das perseguições aos indígenas efetuadas com maior fervor durante o século XIX, e serve para ampliar a visão do leitor acerca de um contexto histórico tão conturbado.
Ao demonstrar os acontecimentos na perspectiva dos nativos, escancara a monstruosidade da ação americana, que exterminou populações inteiras baseada em ganância e em ideias de superioridade racial e criou narrativas em prol de disseminar uma imagem bestial dos indígenas, que queriam apenas garantir a manutenção de suas terras.
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Israel181 14/01/2024

É um livro inesquecível. Foi escrito com tanta sabedoria ou verdade, que nos transportar para dentro dos conflitos a ponto de nos causar incômodo, sentimentos perturbadores que às vezes é preciso interromper a leitura para que possamos prestar atenção às imagens que vem a nossa cabeça.
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Pel/Pri 18/11/2023

Triste e impressionante
O livro é escrito a partir de fragmentos de documentos oficiais do exército e cartas entre pessoas de relativo poder. Dee Brown fez uma coleta incomensurável e empregou um trabalho hercúleo para reunir esse material.
As narrativas são relatos de eventos históricos com descrições surreais de acontecimentos violentos, cruéis e desumanos.
A ocupação do oeste, no caso, a invasão do oeste, não é representada em desenhos, filmes e literatura tal como ocorreu, mas quando se lê livros como esse, tem-se um pouco de noção do massacre e da ação extermínio que aconteceu lá. O mesmo pode ser extrapolado para toda a América, o problema é que aqui não teve ninguém com interesse de fazer o mesmo trabalho.
Uma coisa que achei muito curiosa, é o relato dele falando de quando era criança e ir ao cinema com um amiguinho indígena e ambos assistindo ao filme, verem indígenas sendo assassinados, o menino indígena não ficar chateado com aquilo por saber que o defunto era um ator. Fico pensando se isso é mesmo real, pois, a dor, as histórias e os ensinamentos indígenas é passado de geração para geração, então um indígena saberia o que aquilo representa, mas enfim, não estava lá, tenho que acreditar, mesmo não concordando.
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maria cueca 31/10/2023

Brutal
"Eles nos fizeram muitas promessas, mais do que posso lembrar, mas nunca as cumpriram, menos uma: prometeram tomar nossa terra e a tomaram".
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Kelly565 23/09/2023

"Se os homens cospem no chão, eles cospem sobre eles mesmos. Ao menos sabemos isto: a terra não é do homem ; o homem pertence à terra. Todas as coisas são dependentes. Não foi o homem que teceu a teia de sua vida, ele não passa de um fio dessa teia. Tudo que fizer para essa teia estará fazendo a si mesmo."
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Eros 22/09/2023

História Escrita com Sangue!
É difícil ficar indiferente ante este horrendo relato. Sim, houve o extermínio sistematizado de um povo! Sim, isso aconteceu a partir da segunda metade do Século XIX. Qual foi a culpa desse povo? Nenhuma! Eles apenas estavam sobre um território amplo que receberia colonos e mais colonos, estradas de ferro e a exploração de suas riquezas naturais. O "homem civilizado" exigia a mudança de vida daqueles "homens primitivos", ou seja, deviam se dedicar a agricultura, a religião cristã e mandar seus filhos à escola. Mas aquele povo não queria nada disso! Queria apenas viver como "seus pais e os pais destes antes deles". Queria caçar bisontes, curtir seu couro, fazer utensílios de seus ossos, cordas de seus tendões, bolsas de suas vísceras. Um povo que queria viver livre. Mas o tal do progresso exigia que eles mudassem, pois não haveria mais bisontes muito em breve e os "homens brancos" eram muitos como as estrelas do céu. "Enterrem Meu Coração na Curva do Rio" é a própria história do progresso norte americano, da inexorável e triste realidade que a vida de um custa a vida de outros, sejam homens (inadaptados) ou animais e vegetais. A obra carregada de emoção de Dee Brown mostra o preço da civilização, com seu conforto e tecnologia, seu telhado e calefação contra as intempéries, sua cômoda busca por alimento nos mercados. Tudo isso se realiza sobre a extinção dos antepassados e eles não queriam nada disso.
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Rafa 16/09/2023

A outra versão
Com certeza estamos acostumados a ver filmes de velho oeste e os índios retratados como os malvados, e assim, Enterrem meu coração na curva do rio, nos apresenta a outra face. A história que machuca e nos lembra em cada página que a trajetória da ?civilização? foi escrita com sangue, muito sangue?
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