Enterrem Meu Coração na Curva do Rio

Enterrem Meu Coração na Curva do Rio Dee Brown




Resenhas - Enterrem Meu Coração na Curva do Rio


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Regis 25/03/2024

Fui completamente impactada por toda dor contida nesse livro
Enterrem meu Coração na Curva do Rio (Bury My Heart at Wounded Knee), de Dee Brown foi lançado em 1970 chegando um ano depois à lista de best-seller ao revelar a verdadeira face da colonização dos Estados Unidos fazendo um revisão, tardia, da "epopéia" da conquista do Oeste ao contar a história da chegada dos "pioneiros", através dos relatos dos próprios nativos americanos que tiveram sua cultura e civilização destruídas com incrível violência pela cobiça, preconceito e o ódio do homem branco.
Dee Brown é um bibliotecário de profissão e foi uma das maiores autoridades na História do Oeste Americano (ele faleceu em 2002). Ele passou dois anos fezendo uma extensa pesquisa dos relatos de reuniões de assinatura de contratos, de massacres e histórias tribais para escrever esse livro.

A narração é dividida em quatorze capítulos onde o autor nos apresenta relatos marcantes de massacres sistemáticos de povos que se apresentaram aos colonizadores, desde o primeiro contato, com suavidade, polidez e passividade sendo imediatamente interpretados como fracos: ocasionando toda mazela, destruição e carnificina que acabou por dizimar aldeias inteiras, das quais não sobrou, quase, nenhum vestígio.

"Onde estão hoje os Pequots? Onde estão os ragansetts, os moicanos, os pokanokets e muitas outras tribos outrora poderosos de nosso povo?..."

O primeiro capítulo "Suas Maneiras são Decentes e Elogiáveis" traz uma sucessão de informações sobre várias aldeias e inúmeros líderes que surgiram e pereceram, primeiramente, nas mãos dos espanhóis, depois, do governo das colônias e, posteriormente, dos Estados Unidos durante a extenuante luta dos habitantes originais do Oeste Americano pelo direito de existir e permanecer na terra onde sempre pertenceram.
Vários desses chefes, dos povos originários, foram obrigados a travar batalha após batalha e assinar tratado após tratado, cedendo suas ricas terras até que não houvesse mais nada a ceder e foram, junto com o que sobrou de seu povo, arrastados e mantidos em reservas diminutas onde eram obrigados a passar fome, adoecer e morrer sob o julgo dos inspetores da Agência índia e do comissário de Assuntos índios (homens gananciosos e inescrupulosos que desviavam o pouco recurso disponibilizado pelo governo para as parcas rações distribuídas aos nativos) ou fugir e morrer em perseguições implacáveis do exército de Casacos Azuis.

O livro possui passagens tétricas e muito tristes tornando a leitura desafiadora e, por vezes, exaustiva. A forma como vários acordos foram assinados e promessas foram feitas, incontáveis vezes pelo governo, só para, em um curto período, serem descumpridas e a culpa desse descumprimento ser jogada nas costas dos povos originários, deixando-os confusos e perdidos, é angustiante e revoltante de presenciar. A cada vez que isso acontecia eu queria gritar diante de tanta malícia, mentira e enganação.

Muitos foram os relatos dos soldados e comandantes que viam os nativos como menos que animais, desumanizando-os completamente para justificar os ataques descabidos e violentos. Houveram ataques dos Casacos Azuis onde mulheres foram estupradas, tiveram suas genitálias arrancadas, para serem usadas nos chapéus dos soldados como adereços; crianças foram mortas e outras sequestradas e vendidas no México, em busca de lucros; guerreiros foram executados, escalpelados e seus líderes decapitados e descarnados, para que seus crânios também fossem comercializados.
Muitos dos relatos dessas batalhas brutais me atingiram de forma visceral perturbando meus sentidos e abalando completamente minha percepção da capacidade humana para a crueldade.

Na introdução o próprio autor diz que esse não é um livro alegre e concordo plenamente... o livro relata o funesto período de uma civilização que quase desapareceu da face da terra e que pela primeira vez está tendo sua história contada segundo suas vítimas e, sempre que possível, usando suas palavras: sem aqueles velhos esteriótipos que costumam descrevê-los como selvagens impiedosos.

Enterrem meu Coração na Curva do Rio mudou a opinião pública fazendo as atenções se voltarem para os povos originários, na época de sua publicação, alterando a forma como eles sempre foram retratados pelo cinema e outras mídias assim como a maneira que sempre foram vistos pela história e por todos os grandes mitos do Oeste Americano.

Esse foi um livro extremamente difícil de ler, mas considero que também foi extremamente importante ter feito essa leitura. O trabalho de Dee Brown nos possibilita conhecer o outro lado da história, não apenas a visão dos vencedores. A pesquisa do autor foi muito bem feita e sua escrita consegue transmitir toda a intensidade que os relatos exigem.
A única reclamação que tenho é quanto a falta de linearidade: às vezes o autor abandona um assunto passando para outro, uma década adiante, depois retoma o assunto anterior, regredindo no tempo, causando uma certa confusão no leitor com nomes e datas.

Fiz essa leitura por indicação de um amigo e tenho que agradecê-lo por ter me recomendado essa obra tão importante.
Obrigada, Gil.

Enterrem meu Coração na Curva do Rio é carregado de emoção ao revelar o extermínio dos nativos americanos entre 1860 e 1890;  impactando, emocionando e chocando profundamente o leitor com os relatos do horror desse período vergonhoso da história da formação dos Estados Unidos.

Recomendo.
Mariana 25/03/2024minha estante
Nossa que resenha bela!! Parabéns!!! ????


CPF1964 25/03/2024minha estante
Que resenha ESPETACULAR, Regis. Riqueza de detalhes. Pretendo ler ainda este ano. Muito Obrigado por mais esta resenha.


Flávia Menezes 25/03/2024minha estante
Você devorou esse livro, amiga!!! ?
Já quero ler esse também! Parabéns pela resenha, Regis! Esse livro merece mesmo ser lido, porque é uma história que precisa ser vista também por esse lado daqueles que muito sofreram nesta conquista do homem branco ao Oeste americano. ????


Regis 25/03/2024minha estante
Obrigada, Mariana! ??


Regis 25/03/2024minha estante
Agradeço, Cassius e espero que goste muito da leitura. ???


Regis 25/03/2024minha estante
Eu gostei muito da pesquisa histórica que Dee Brown fez, Flávia, já estou ansiosa para ler "O Faroeste". ??


Flávia Menezes 25/03/2024minha estante
A pesquisa dele é fantástica mesmo. E a escrita? Emotiva?profunda.
Logo faremos essa troca, amiga!! Você com ?O Faroeste?, e eu com esse! ???


Fabio 25/03/2024minha estante
Que resenha incrível, Regis!!!??????
Que escrita apurada é essa minha querida?
Dando uma aula de escrita para todos nos!?
Sensibilidade, emoção e imersão, são os adjetivos desse seu belíssimo texto!
Parabéns!


Fabio.Nunes 25/03/2024minha estante
A resenha foi tão boa que acho que vou deixar esse livro pra depois Regis. Rsrs. Me lembrou muito algumas passagens de "Meridiano de sangue", do Cormac McCarthy. Bem pesado.


Léo 25/03/2024minha estante
Mais uma resenha perfeita, Régis! Parabéns! ???


Regis 26/03/2024minha estante
Fico sem saber o que dizer, Fábio, só posso agradecê-lo por ser tão elogioso em suas palavras. ???


Regis 26/03/2024minha estante
Ainda não li Meridiano de Sangue, Fábio Nunes, mas pretendo ler. É bom saber que ele, também, é impactante. ??


Regis 26/03/2024minha estante
Ah, te agradeço muito, Léo, que bom que gostou. ???


HenryClerval 29/03/2024minha estante
O livro parece ser cortante e causar grandes reflexões, Régis. Já a resenha, é perfeição que chama? Quem me dera poder ler tudo que você resenha e me chama a atenção. Parabéns, minha linda! ??????


Regis 29/03/2024minha estante
Obrigada, Lê, meu anjo! ???
Acho que é o tipo de livro que você vai gostar muito, Leandro, assim como gostou de No Coração do Mar. ??




Chiquinho 02/08/2009

Que fizeram deles?
Neste livro nós aprendemos que "o homem branco sabe como fazer tudo, mas não sabe como distribuir isso". Estas palavras foram ditas pelo índio Touro Sentado. É uma grande verdade. Parece que a raça que se diz superior, mais inteligente, avançada, culta é tudo, menos sábia. O livro é uma aula de história e sociologia sobre a vida das diversas tribos de índios que habitavam a América. Um relato de um grande genocídio. Leia e descubra porque não se deve confiar nos americanos.
Viviane 30/09/2013minha estante
Não se deve confiar no homem branco, né?! Pq tal como lá, aqui também se cometeu (comete!) um grande genocídio dos povos indígenas.


O Mouro 20/08/2014minha estante
A intenção do autor não é fazer com que deixemos de confiar no povo americano, é conscientizar as pessoas do risco da chamada filosofia da "superioridade", até porque, se fosse assim, pode falar para os seus conhecidos deixarem de confiar em você, porque também estamos na América!


Daniel 04/04/2016minha estante
O livro foi escrito por um americano. Não se deve confiar nele também?




Fabio Shiva 18/03/2020

Angustiante
Esse foi um dos livros mais angustiantes que li na vida. Só senti um mal-estar assim com o “Arquipélago Gulag” de Soljenítsin. Cada página é um exasperante testemunho de nossa precária e bruta condição humana...

Nunca mais poderei assistir um filme de faroeste sem lembrar do massacre de Sand Creek, quando um regimento de soldados assassinou centenas de mulheres e crianças indígenas, para depois mutilar seus corpos, cortando os genitais das vítimas e colocando como enfeites de seus chapéus! Nove homens brancos morreram e trinta e oito ficaram feridos nesse massacre, a maioria em decorrência de disparos dos próprios soldados, pois estavam bêbados quando partiram para o “combate”. Essa cena, sucintamente descrita em duas páginas, sintetiza a essência do livro, bem como toda a história do extermínio dos nativos americanos originais, privados de suas terras, de seu modo de vida e por fim de suas próprias vidas pela ganância do homem branco.

História essa que guarda dolorosas semelhanças com situações que vivemos hoje em dia, aqui mesmo no Brasil. Para justificar sua cobiça pelo ouro e pela devastação da natureza, o homem branco criou uma ideologia que justificasse e tornasse nobre (ao menos aos seus próprios olhos) todos os crimes cometidos contra os povos indígenas: a doutrina do “Destino Manifesto”. A partir daí, foi progressivamente demonizando a figura do índio como uma “ameaça vermelha”, que deveria ser exterminada a todo custo:

“Vim para matar índios e acho que é certo e honroso usar qualquer modo sob o céu do Senhor para matar índios.” (fala do coronel Chivington)

Sabe essa história de “Bandido bom é bandido morto”? Teve sua origem no Velho Oeste, quando Tosawi, da tribo dos arapahos, foi se render ao poderoso general Sheridan e disse, em um inglês trôpego: “Tosawi, bom índio.” A resposta do general foi implacável: “Os únicos índios bons que já vi estavam mortos.” A frase logo se popularizou como “Índio bom é índio morto” e, infelizmente, ainda é pronunciada em nossos dias (substituindo-se o índio pela “ameaça” que se deseja exterminar).

“Deixem-nos matar esfolar e vender até que o búfalo tenha sido exterminado, pois esse é o único modo de conseguir paz duradoura e permitir a civilização progredir.” (Resposta do general Sheridan a um grupo de cidadãos texanos preocupados com a extinção do búfalo nas mãos dos caçadores brancos)

Estava eu no meio dessa pesada leitura quando recebi uma espécie de revelação. Esse livro é uma excruciante evidência do quanto é difícil para o ser humano conviver de forma pacífica com o diferente. Quando duas culturas diversas entram em contato, ao longo da história, tem sido inevitável que uma delas sucumba diante da outra. E então chegou a epifania, que me levou dos irmãos indígenas aos irmãos de outros planetas: talvez essa nossa imaturidade ao lidar com a diversidade seja um dos grandes motivos para a presença extraterrestre ainda não ter sido amplamente divulgada. A descoberta de povos alienígenas, em sua maioria muito superiores aos terrestres, significaria talvez a extinção da cultura humana, em nosso atual nível de consciência. Antes eu sonhava com o dia em que os ETs se mostrassem à humanidade como significando o fim de toda intolerância étnica, religiosa ou de gênero. Agora percebo que enquanto formos intolerantes, não estaremos prontos para esse encontro com nossos irmãos das estrelas.

Voltando ao Velho Oeste, nem todos os brancos concordavam com as insanidades e atrocidades disfarçadas como missão divina:

“Pois uma nação poderosa como a nossa estar realizando uma guerra contra uns poucos nômades isolados, em tais circunstâncias, é um espetáculo muito humilhante, uma injustiça sem paralelo, um crime nacional muito revoltante que deve, mais cedo ou mais tarde, atrair sobre nós ou nossa posteridade o julgamento do Céu.” (trecho do relatório do coronel ‘Suiças Pretas’ Sanborn ao governo americano)

“É muito frequente (...) jornais fronteiriços disseminarem toda espécie de exageros e falsidades sobre os índios, o que é copiado em jornais de elevado conceito e ampla circulação (...) enquanto o lado índio do caso é raramente divulgado. Dessa forma, as pessoas ficam com ideias falsas sobre a questão.” (fala do comandante Crook sobre as Fake News disseminadas contra os indígenas para justificar os roubos de terra e os massacres).

A atual pandemia do Coronavírus, quem sabe, talvez nos ensine algo da antiga sabedoria indígena: todos os homens são irmãos, filhos do mesmo Pai.

“Touro Sentado (...) não podia compreender como os brancos poderiam ser tão indiferentes aos seus pobres.”

Trailers do filme inspirado no livro:
https://youtu.be/sTK33wnSgJA
https://youtu.be/drpMEZe_WUA

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2020/03/enterrem-meu-coracao-na-curva-do-rio.html



site: https://www.facebook.com/sincronicidio
anl 08/07/2021minha estante
Boas reflexões! Realmente angustiante tudo que é contado nesse livro.

Atentei a parte que fala com esperança da Pandemia nos trazer mais sabedoria, aprender com os irmãos indigenas.
1 ano depois e infelizmente isso não aconteceu, pelo contrário, os legisladores deste país estão tentando "civilizar" os indígenas em nome do desenvolvimento e do garimpo. Estão cercando de todos os lados, no âmbito legislativo, se não aprovarem uma lei vai a outra (PL 490 demarcação, PL da grilagem, marco temporal). Sem contar o esvaziamento dos órgãos que podem fiscalizar ilegalidades relacionadas ao garimpo, invasão de terras indigenas, extração de madeira, agronegócio.

Estão querendo tirar do indigena sua tekoha, desse jeito aniquilar sua cultura, visão de mundo, sua vida intimamente ligada a terra.

Sem contar a negligência em prover meios de combater o covid nas diversas aldeias espalhadas pelo Brasil.

A medida que eu leio o livro, é inevitável vir em meus pensamentos um paralelo com o que está acontecendo aqui.

Quem deveria legislar para garantir o que foi promulgado na constituição de 1988 está fazendo de tudo para "passar a boiada" na Pandemia e tomar as terras dos indigenas.

Enfim, isso tudo parece um loop temporal.


Fabio Shiva 12/07/2021minha estante
Oi, Anl! Gratidão pelas reflexões. Realmente é desolador constatar essas tristes repetições. Li recentemente "A Vida Não É Útil" do Krenak, que é outra paulada. Na maneira insensível e insensata de lidar com essas questões indígenas, a civilização atual contempla o seu próprio extermínio.


Bano 26/11/2021minha estante
Olá, Fabio!
Como você não ficou restrito apenas ao livro do Dee Brown, citou ETs e e Covid, penso que talvez vá gostar desta mensagem espiritualista. O canal no YouTube é meu (sou o único responsável), as edições (dão muito trabalho) são minhas, porém os textos são de várias fontes. Experimente ouvir o início e, se gostar, ouça tudo. Eu adorei o conteúdo. Cordial abraço e ótimas leituras.
https://youtu.be/UFSwX005qzc




Maria290 10/02/2023

A maldade do ser humano na sua forma mais pura...
Eu ainda estou sem palavras diante desse livro... Não estava esperando uma história tão trágica assim. Quer dizer, eu já sabia que os indígenas norte americanos haviam sofrido, mas ler um livro que traz essas histórias com as perspectivas índias faz com que a gente perceba que o nível de crueldade a qual eles foram submetidos foi muito maior do que a gente imagina!

Várias passagens do livro me deixaram indignada e nervosa, mas acredito que seja uma leitura necessária, essencial para a criação de uma empatia que precisa existir quando se vai estudar a história de alguém.

Além disso, queria ressaltar como essa história permanece atual e no paralelo que podemos fazer entre os povos indígenas norte americanos do século XIX e os povos yanomamis do Brasil em pleno século XXI. É muita tristeza.

Enfim, não é uma leitura fácil, mas é necessária!
Jabuticaba cacheada 10/02/2023minha estante
Eu achei bem interessante, mas sou um pouco sensivel, acha que as cenas sao muito explicitas e pesadas? Eu posso ler?


Maria290 10/02/2023minha estante
Olha, não acho q as cenas sejam muito explícitas, mas tem bastante sangue sss... Mas acho q é mais a questão d ser uma história bem triste




Rafael Moura 10/09/2020

Doloroso e cruel
Nunca meus olhos marejaram tanto quanto na leitura deste livro. É um relato perturbador, cruel e belo do massacre dos índios norte americanos, sua cultura e as mentiras, os crimes e o genocídio que o governo estadunidense perpetrou. Leitura indispensável, mas que requer um estômago forte e um coração sensível. Dói, mas é uma dor necessária, para entender este momento histórico, e iniciar a releitura história e cultural. Nunca mais verei um filme de faroeste da mesma forma!

Não dá pra fazer uma resenha nos mesmos moldes das minhas resenhas comuns aqui do Skoob. É preciso ler e chorar juntos dos índios, é fundamental ler e sentir a dor de um povo enganado, atacado, expulso e morto aos milhares.

E impossível não fazer um paralelo com nosso próprio genocídio indígena e negro. Senti falta de um livro semelhante que contasse esta história dos índios aqui do que seria o Brasil, mas entendo que provavelmente temos muito menos relatos escritos. Afinal, as histórias contadas nesse livro datam do século XIX, e nessa época os nossos índios já tinham sido dizimados bem antes!
Lidiane123 16/09/2020minha estante
Eu amo uma pessoa que escreve bem pra Carvalho!


Zaira 05/03/2021minha estante
Não sei se você conhece mas gostaria de indicar dois: Abya Yala! (é sobre a colonização das américas porem de uma forma mais sociológica) e A queda do céu (do Davi Kopenawa). Acredito que você poderia curtir os dois.




Gui Mendes 17/01/2022

Muda vidas
Quando ouvi falar desse livro, escutei que sua leitura "muda vidas", fiquei curioso e comecei a ler depressa.

Uma das minhas grandes críticas ao ensino de história atual é que este nos conta sobre massacres, mas não dá dimensões ou demonstrações de seu impacto, falam números que normalmente são quase impossíveis de serem visualizados por alunos. "Centenas de milhares de indígenas morreram durante a marcha para o oeste", normalmente é um parágrafo ou uma notinha de rodapé utilizada para falar sobre esse tipo de tema.

Dee Brown conta de maneira extremamente detalhada e emocionante a desesperada luta pela sobrevivência indígena dos diversos chefes das tribos. Começando por Manuelito e chegando até Touro Sentado, símbolo da resistência nativo-americana até hoje, vemos que mesmo que se rendessem, lutassem ou fugissem, sempre tinham o mesmo fim já que para os brancos: "os únicos índios bons que já vi estavam mortos." - General Sheridan

Deixo no final uma frase de Touro Sentado e o nome de alguns dos vários chefes que tentaram, até a morto, salvar seus povos.

"O homem branco sabe como fazer tudo, mas não sabe como distribuir isso " - Touro Sentado

Manuelito, chefe dos Navajos
Corvo Pequeni, chefe dos Arapahos
Nuvem Vermelha, dos Oglala
Cauda Pintada, dos Sioux Brulé
Nariz Romano, dos Cheyennes do sul
Donehogawa, primeiro indío Chefe dos Assuntos Indígenas
Cochise, chefe dos Apaches
Dez Ursos, dos Comanches
Chaleira Preta
Faca Embotada
Cavalo Doido
Quanah Parker
Mangas Vermelhas
Gerônimo
Nana
Touro Sentado
Satanta
Roberta.Chamberlain 17/01/2022minha estante
Eu acho que o nosso ensino de história deixa muito a desejar, ele é focado muito na Europa e esquece que não existe só a Europa. As tribos indígenas e países africanos são uma área muito interessante da história e são simplesmente ignoradas no colégio, assim como os mongóis e russos.


Gui Mendes 17/01/2022minha estante
Exatamente!!!! Eles explicam a marcha para o oeste, o imperialismo na África, mas não conta a história dos povos oprimidos. Não custa explicar mais essas histórias ao invés de uma notinha de rodapé pros curiosos.




Saulo Barreto 07/01/2020

Relato impressionante e triste
Nossa. Como foi difícil ler e terminar esse livro.
Dee Brown fez um dos trabalhos mais completos em relação à História dos Índios Americanos. Ou melhor, a forma como foram tratados pelo governo estadunidense e como foram, inevitavelmente, dizimados.
Documentos sobre povos nativos de países colonizados é um conteúdo que gosto bastante de consumir. E este livro é bem completo e retém muitas das principais referências das histórias dos Índios americanos.
Dee Brown faz uma narrativa muito justa envolvendo brancos e peles vermelhas, glorificando seus atos, quando merecidos, e domizando os mesmos, quando ocorrido. Não pinta os índios apenas como martíres.

Senti muita vontade de chorar em vários momentos. É um livro que nos leva a isso.
"Quando Colombo viu a ilha pela primeira vez, descreveu-a como "muito grande, muito alta e com árvores muito verdes... O conjunto é tão verde que é um prazer olhá-lo". Os europeus que o seguiram destruíram sua vegetação e seus habitantes - homens, animais, pássaros e peixes - e, depois de transformarem num deserto, abandonaram-na".

Lembro que Alexandre, o grande, brigava muito com seus contemporâneos que não ligavam, ao conquistar reinos novos povos, para sua cultura e sua história, geralmente, muito mais antiga do que a sua.

É difícil concluir como foi a experiência desta leitura, mas certamente é indispensável para quem gosta de conhecer mais sobre esse ramo de história.
Márcio 07/01/2020minha estante
Sempre quis ler.. vou colocar na minha lista


Saulo Barreto 08/01/2020minha estante
Eu recomendo. É um trabalho muito bom




Lucas.Augustinho 31/12/2021

Já comecei e parei esse livro umas 3 vezes, mas desse vez fiz diferente e li por completo. É um ótimo livro e também um livro muito triste. O sofrimento que os indígenas passaram, sua dizimação e a sua clausura é comovente demais. O relato de um grande povo que foi reduzido a nada pela ganância.
Julia Agnes | @pontoparagrafoo 02/01/2022minha estante
Super afim de ler esse livro




girino 14/01/2009

Burry my Heart at Wounded Knee
Hoje em dia todo mundo ja sabe: A conquista do Oeste foi uma tremenda filadaputagem com os indios. Milhares foram dizimados pra ceder as boas terras das pradarias, ou as montanhas cheias de ouro quando o branco chegou.

Conhecer a historia por traz da matanca de cada tribo, os nomes e as lutas eh o que faz esse livro valer a pena. Depoimentos dos que estavam la', principalmente dos indios mostram a crueldade e racismo que roalvam naquela epoca. E tambem como a ganancia dos que queriam as terras, ou simplesmente queriam mais guerras pra vender suprimentos militares, minava toda a resistencia por parte das pessoas que tinham algum respeito pela vida humana.

Nao bastava pro indio se "civilizar", a sua existencia era um desafio para o homem branco, e mesmo indios ja civilizados e cristianizados pelos espanhois eram dizimados. Os navahos, por exemplos, tiveram suas terras de direito, onde cultivavam e criavam mulas desde os tempos dos espanhois e cuja posse lhes era de direito, tomadas a forca. Transformados em selvagens sem terra, seguiram o caminho das outras tribos: a guerra. E nessa guerra entre carabinas de caca e canhoes de granadas, quem leva a melhor eh sempre o homem branco.

A vida dos grandes chefes de Manuelito (navaho) e Nuvem vermelha (cheyenne), a Geronimo (apache) e Touro Sentado (sioux) e todos seus feitos principais sao narrados de forma a transforma-los nos herois que mereciam ser, que morreram em guerra contra um invasor cruel e mesquinho. E a crueldade dos chefes militares brancos, suas mentiras e trapacas, sao expostas a todo momento.

Nao eh simplesmente mais um livro sobre a conquista do oeste. Eh um pedido de desculpas para todo um povo! Quem sabe nos, que usamos o nome indigena de Tupiniquins sempre que temos orgulho em nos desmerecer, um dia consigamos nos desculpar, ou pelo menos registrar as crueldades que fizemos tambem com os povos autoctones, verdadeiros donos da nossa terra.
Edna 11/02/2014minha estante
CONCORDO.




Inlectus 16/04/2009

Demais.
Esse livro, desperta em nós a conciência de uma verdade, as américas já tinham seus donos, e sua terra tão amada, seu lar, lhes foi tirada de uma forma brutal e revoltante.
anawiezzer 16/06/2016minha estante
Resumiu perfeitamente!
Esse livro é de chorar de tão chocante...




Ana Carolina 17/08/2012

Denso
Livro baseado em fato reais sobre como os norte-americanos exterminaram seus índios. Escrito por um índio que aprendeu a ler e escrever para contar a história de seu povo. Inspirou uma série da HBO intitulada (Into the west, 2005), que também vale a pena assistir. O livro é emocionalmente denso, e chega a nos deixar pesados, taciturnos, tristes com o que aconteceu com os índios, as traições, as falsas promessas, etc. O choque de mundos também é algo que nos faz refletir. Vale muito a pena, mas você tem que se preparar para ler, pois não e algo que se lê antes de sair para passear numa sexta-feira à noite.
Bruno Oliveira 28/11/2013minha estante
hahaaha, "baseado em fatos reais" é simplesmente épico para um livro de história.

Dee Brown também não é "um índio que aprendeu a ler", mas um bibliotecário americano bem reconhecido.




Aliocha 08/10/2012

A luta de um povo!
Quem nunca assistiu um filme de faroeste! ou viu trechos de algum na Tv. O cenário quase sempre o mesmo, homens em duelos mortais, uma pequena cidade perdida no meio do mundo, e todos concordando com uma coisa: Índio bom, é Índio morto!, tem gente que ouve essa frase e não se pergunta o porque dos Índios serem tão odiados, amaldiçoados, e tidos como sanguinários pelos brancos. já é muito clichê dizer que o homem branco nunca prestou! ou que, os que se diziam civilizados, foram os que promoveram os piores atos de selvageria nesse mundo, mas vamos continuar repetindo para que fique bem enraizado em nossos subconscientes... Vocês já se perguntaram, já pararam por um segundo pensando em quem sofreu mais? Os Índios daqui, ou da América do norte? É certo que a gente lembra logo de extermínio quando pensamos essas coisas, lembramos dos Maias, dos incas, e astecas, todos esses povos superiores que foram dizimados pela raça branca, civilizada e cristã. o verdadeiro sofrimento se encontra na vida, e não na morte! Os Índios brasileiros Também sofreram muito, mas mesmo eles, assim como as tribos pré-colombianas, eu acredito que não sofreram como as tribos norte americanas sofreram e por que não dizer: ainda sofrem... alguns devem estar se perguntando, e existe alguma coisa pior que a morte? A resposta é sim! Uma vida de humilhações, perseguições, perdas, seqüelas profundas, dores que ficam enraizadas nas futuras gerações...
Antes de tudo, deve-se entender uma coisa. O que levou os Brancos a fazerem o que fizeram com os Índios? A população branca estava crescendo, após a guerra do norte contra o sul, foi decidido colonizar o oeste, e aí se mostrou o problema para os índios, os brancos sabiam que os índios não aceitariam que eles chegassem e tomassem suas terras, foi através de tratados que os brancos conseguiram negociar com os índios, ou melhor dizendo enganá-los! E aí se deu o começo das disputas entre brancos e Índios! Os Índios resistiram até onde puderam, viram seus grandes chefes serem mortos, um por um, foram enganados, mortos e tratados como crianças ingênuas, manipulados pelo governo, e o final da história poucas pessoas conhecem, e outras nunca vão conhcer...
Edna 11/02/2014minha estante
NÃO LI ESSE LIVRO, MÁS ASSISTIR O FILME E É MARAVILHOSO. UMA FERRAMENTA QUE ME FEZ FICAR MUITO MAIS INTERESSADA NA HISTÓRIA DOS NATIVOS E O QUANTO FOMOS MAL ENSINADOS NA ESCOLA.




Viick 08/09/2015

Uma tortura
A intenção do livro foi ótimo e concordo que o trabalho de recolhimento de dados de Dee Brown foi gigantesco, mas o estilo da escrita é péssimo e ler esse livro foi uma tortura pra mim, não é um livro que eu recomento, se diz literatura mas está mais próximo de um texto historiográfico com furos e mal escrito.
Simonne.Ferrer 09/01/2018minha estante
Concordo achei bem chato




Vânia 30/03/2009

De arrepiar!
Lembro que eu estava na 5ª série qdo o prof. de história mencionou este livro e depois me emprestou. Nunca mais o esqci. Fiquei estarrecida com a verdadeira história de sofrimento dos índios americanos. Esqça tudo q vc já viu dos filmes americanos sobre índios e forte apache.É chocante!
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Fernando H. 24/05/2011

Para ler e pensar.
Eu já sabia da existência desse livro há muitos anos, quando um professor usou uma das frases do chefe Redcloud para ilustrar uma passagem sobre meio ambiente (na época aquecimento global era sinalizado simplesmente como efeito estufa, o que alias nunca foi novidade). Durante anos procurei pelo livro e nunca o encontrei a venda. Ano passado uma amiga do trabalho me emprestou.

Eu já sabia de muito do que é narrado por Dee Brown. Mas alguns detalhes me deixaram perplexo. Não pela crueldade ou pela ganância por terra e ouro dos americanos. Se pararmos para pensar isso não foi diferente com nenhum povo da história da humanidade (mesmo entre nativo americanos/índios). Mas com a perfídia para convencer a opinião pública de que os índios eram um grande problema.

De repente me deparei com a nossa situação atual. Regiões do Brasil, que supostamente deveriam ser reservas onde populações indígenas podem viver com seus costumes em paz, são alvo de disputas da cobiça por terras. E muitos em nossa sociedade "esclarecida" levantam suas vozes para alardear contra esses povos que nada mais tem.

Vale a pena em nome do progresso do país repetir esse genocídio silêncioso e conivente com os nossos indígenas?

Nós não somos tão melhores que os americanos do século XIX quanto imaginamos, pensem nisso.
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