Lane 01/10/2013Una Dulce LlamaMais um livro da Laura Kinsale... E mais uma vez, eu fico fascinada com as suas histórias.
*Agradeço a querida Lizzy pela leitura do livro.
Este romance é dramático, inquieto, triste, angustiante... No entanto, é maravilhoso!
Por algumas vezes fiquei irritada com a leitura por causa dos acontecimentos da história, outros foram porque eu o achei bem extenso, todavia, tudo que aconteceu todos os episódios no final me fizeram entender que tudo o que tinha acontecido era necessário e tinha um significado.
A história é de uma complexidade metódica, os sentimentos e as relações são descritas como se fossem reais e é nisto que consiste todo o encanto.
Os personagens são intensos e cada qual luta para superar seus demônios internos, ambos mexeram com a minha mente devido a suas personalidades e caráter vulneráveis.
O mocinho ou o anti-herói é o Capitão Sheridan Drake, um herói naval condecorado, que vive atormentado pelo seu passado, porém como ele é esperto (e ele é muito esperto na trama, dos tipos que são bem canalhas), adaptou-se em si mesmo um mecanismo de defesa que mantem um acordo com o seu passado.
A mocinha tem sangue da realeza, ela é Olympia St. Leger, princesa de Oriens (um local entre a França e a Itália no livro), exilada na Inglaterra para a sua proteção. Olympia é uma idealista que quer salvar seu país.
Os dois personagens são duas pessoas sobreviventes em todos os sentidos, cada um com a sua “consciência”- e não pense que eles são conscientes, porque não são – pois como diria Caetano “cada um sabe a dor e a delicia de ser quem é”, e eles em algum momento do livro fará com que você sinta raiva de um deles ou conjuntamente.
O livro tem o inicio em ritmo lento, que às vezes me fizeram pensar que nada demais iria acontecer, os eventos vão se arrastando, porém eles são cercados de mistério, o que me manteve interessada, entretanto, de uma hora pra outra tudo muda e o ritmo se acelera.
E daí você percebe a intencionalidade do autor. Você identifica que na lentidão dos acontecimentos, está a ligação entre os personagens.
Cada livro que leio de Laura Kinsale é uma experiência única pra mim.
O enredo é cheio de reviravoltas, ele vai desde a Inglaterra, passando por ilhas até o Oriente Médio e tem de tudo um pouco: cenas de ação e coragem, com descrições de batalhas, sequestro, piratas e prisioneiros, cenas da realeza da época de 1827, com descrições bem feitas dos modelos/comportamentos que são de praxe sobre o tempo e também, cenas sensuais de tirar o nosso folego!
Sim, tem muita paixão e romantismo, daqueles que nos fazem suspirar!
A história embora seja um drama é permeada com bastante aventura e também nos traz várias discussões.
A começar pela mocinha que fisicamente foge dos padrões de beleza – mas o mocinho enxerga nela beleza, então a gente também acredita que ela seja bonita, ainda que, mais ninguém além dele a ache bonita na história -; também é possível observar uma critica politica na ideologia da mocinha, seu perfil revolucionário, a sua ingenuidade, os seus sonhos de liberdade nos fazem refletir sobre o cuidado que temos que ter com as relações humanas.
Se for pra resumir o máximo possível, eu defino a história como complicada, densa, intensa, entretanto eu acredito que ela valha a leitura porque, mesmo com tantos acontecimentos e emoções é possível identificar delicadeza e muita sensibilidade nos aspectos que a compõem.
Os personagens das histórias da Laura Kinsale são sempre fora dos padrões e possuem alma que dão vida em suas histórias, neste livro eles não nos atraem de imediato, mas à medida que vamos lendo eles vão nos conquistando.
Olympia e Sheridan não são os meus personagens favoritos da autora, mas eu gostei deles e apreciei muito todo o desenvolvimento da relação entre os dois.
Como em todas as histórias da autora sempre tem um mascotezinho, essa também não poderia ficar de fora, e eu achei muito fofo o filhote de pinguim desta história.
Eu recomendo Una Dulce Llama, porque ela surpreende pela originalidade e pelos conflitos que ela apresenta, o seu final é bem poderoso daqueles que nos deixam marcas, então o meu conselho é ter uma caixa de lenços por perto e não esperar algo muito agridoce.
Avaliei com 4 estrelas.