Morreste-me

Morreste-me José Luis Peixoto




Resenhas - Morreste-me


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Paulo 25/10/2020

Li e reli
Morreste-me é um livro curto que li ontem e reli hoje. Mesmo breve, o livro passa muitas experiências emotivas escritas sobre alguém próximo que já se foi, que já não é mais. Repleto de memórias, onde cada cena ou objeto desperta imagens e sensações de tempos idos, dos quais agora só restou a saudade (palavra essa que não me lembro ter visto no livro).

É muito bonito como os portugueses escrevem o idioma. A escrita é poética, e as palavras parecem carregar mais sentidos do que apenas aqueles que elas têm no dicionário. É como Pujol Filho diz na orelha do livro: “Perceber que, como mesmo dicionário e a mesma gramática, se faz outra língua”.

Dentre todos os trechos que gostei, transcrevo aqui um que se trata do tema que mais me fascina: o tempo - ainda mais quando ele está aliado da morte, que nada deixa escapar exceto o tempo. Ei-lo: “Parada no ar, a minha mão dirigiu-se à tua gaveta. E, onde o pousaste cansado, o teu relógio de pulso, ainda à tua espera, ainda a passar os segundos: um outro outro outro: segundos a sobreporem-se ainda, mesmo depois de ti, ainda segundos e tempo, como se nada lhes tivesse alterado o labor ténue de tecer o fio delgado interminável, como se fosse interminável o tempo, o fio ténue, como se não pudesse ser cortado a qualquer instante, a qualquer segundo, como se não tivesse sido cortado, abruptamente cortado, para nunca mais voltar a se unir, nunca mais nos voltar a unir.”
Diego Fernandes 25/10/2020minha estante
Acabei de colocar na minha lista, fiquei bastante interessado!




Paty 23/07/2014

José Luis Peixoto é um gênio. Porque escreve bem? Não. Muitos escrevem bem. Mas poucos conseguem escrever a alma. E muito poucos conseguem escrever na alma do leitor. JLP invade-a.
Pedrinho 23/07/2014minha estante
Definição perfeita de JLP e sua obra!


Arsenio Meira 26/07/2014minha estante
Muito bacana, impregnada de poesia, Patty, o que escrevestes.
Abs.


DIRCE 20/12/2014minha estante
Paty, arrasou. Com poucas frases você conseguiu definir esse livro e a escrita do JLP.




Layla.Ribeiro 29/03/2021

Profundo, poético e emocionante
Recomendo esse livro pra pessoas que perderam algum ente querido. É um livro de desabafo sobre o luto e a perda, mesmo com esse ar triste , o autor com sua escrita poética , nos traz um pouco de conforto.
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Ivandro Menezes 25/04/2021

Um relato honesto e pessoal
O luto não é tema fácil. Há risco de descambar para o sentimentalismo exagero ou de manter uma distância mal calculada. José Luís Peixoto consegue achar um meio-termo.

?Morreste-me? percorre numa despedida sincera ao pai uma gangorra de emoções, ora focando a ausência, ora a presença; o ontem e o hoje. Se a priori, revela-se em separado, mais a frente cruzam-se numa velha e conhecida estrada, que se aponta para frente também conduz ao que passou.

Essa essência do luto de fazer o ausente presente é bem capitada, mas o livro estiva-se num vaivém que em certo momento desconecta e cansa o leitor. Em certos aspectos, pareceu-me um relato demasiado pessoal.

A escrita é bem azeitada, maneja bem as construções, as pausas em formas de nó na garganta e traduzidas em dor, como quando repete de modo isolado a palavra ?Pai?, o que termina por grafá-la assim em maiúscula, redimensionando a figura paterna. É carregado dessas pequena sutilezas e também de uma poesia imberbe, não no sentido ruim, mas no de quem se desnuda ante a dor da perda do pai.

Um relato honesto e pessoal do luto.
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DIRCE 06/11/2011

Espelho, espelho meu.
Morreste-me. Recordo-me que esse título, me deixou intrigada (uns meses atrás), porém ele ainda não havia sido lançado no Brasil ( e ainda não o foi).
Por quê não, tão somente, Morreste?Como um pronome (no caso pessoal) pode dar a idéia de um pronome possessivo? Eu já sabia a resposta antes mesmo de ler o livro, pois eu tinha perdido uma pessoa muito, muito querida, mas ainda assim queria muito ler esse livro.
E foi graças a generosidade da minha amiga Vivi que achou por bem ignorar minha recusa ao seu oferecimento de empréstimo do livro diante do meu temor que algo pudesse acontecer a ele.
Generosamente ela me emprestou 2 livros de JLP : Morreste-me e Antídoto( que a seguir comentarei) .
Durante a leitura do livro, tive a confirmação das respostas que eu havia dado as minhas perguntas acerca do “ME” acrescentado ao título.
Era mesmo: era a exposição dolorosa do sentimento de perda,uma perda que nos causa uma perturbadora indignação e revolta.
O livro ( de pouquíssimas páginas diga-se de passagem) é narrado na primeira pessoa - o que para mim já acrescenta muito ao livro, pois gosto muito de narrativas na primeira pessoa - na voz de um filho (pela dedicatória da para concluir que se trata do próprio JLP) que perde seu pai e que, quando regressa à casa onde viviam, vem à tona de forma pungente todo o sofrimento latente, e para atenuar esse sofrimento ele tem que ser extravasado e partilhado, e JLP com toda sua sensibilidade só poderia usar a escrita para falar dessa dor. Só que para quem já leu JLP sabe o que isso significa. Sabe que significa desfrutar da beleza de uma escrita de alguém que escreve com a alma, e no meu caso, particularmente, me sinto agradecida de ele também refletir o meu inconformismo, e depois a brutal constatação de que, quando a morte nos rouba um ente querido, só nos resta a resignação. Só nos resta afugentar os momentos de sofrimento que a doença nos impinge, e carregar conosco somente as boas lembranças. Se JLP leva consigo, o sorriso e também a voz de seu pai dizendo: orienta –te rapaz, eu levarei o: tá ruim, mas tá bom.
Levarei comigo (eu que sempre sou tomada por depressão pré- natalina) a alegria infantil da minha sogra preferida, da querida vó Rê , ao ver sua árvore de Natal de luzes a brilhar no seu jardim, e, mais umas outras tantas, na sua sala ( coisas da vó Rê) .
Levarei comigo a lembrança da bondade dessa pessoinha que foi tão especial na minha vida, e na vida de todos que tiveram a felicidade de conhecê-la.
Falar mais o quê? Falar mais o quê sobre um livro que quase chega a ser um espelho meu? Só resta agradecer muiiitoooooooo a Vivi, e colocá-lo na Estante dos meus preferidos, claro.

Viviane 06/11/2011minha estante
Disponha. ;)


Mariana Martins 21/07/2012minha estante
Linda resenha!!!




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Aline Teodosio @leituras.da.aline 07/02/2021

Em Morreste-me temos o relato de um filho, carregado de dores e saudades, sobre a morte de seu pai. O livro é bem curtinho, mas a carga emocional é tão forte que não consegui sorver de uma vez só.

A prosa poética entrelaça os momentos mais difíceis da iminência da morte e o após morte com as memórias de momentos de felicidade e aprendizagem. É uma leitura que te induz a se colocar no lugar do narrador, que faz seu coração doer, quer você já tenha passado pela mesma situação, quer imagine que um dia por ela passará.

Impossível ler essas páginas e não lembrar de momentos vividos, de lugares e cenários conhecidos, de coisas e objetos compartilhados, de situações e contextos. Impossível ler e não sentir o amor em cada palavra. Impossível ler e não sentir o pulsar insano que a ausência de um ente amado pode causar.
Fiquei com um rio nos olhos.
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Mário 25/07/2020

Morreste-me
O título já antecipa toda a carga poética e lírica que o autor nos apresenta e nos presenteia durante todo o livro. Poderia ser traduzido como um ensaio sobre a saudade e o luto. Incrível como o autor traduz sentimentos de forma tão rica e inédita. Parece que nosso idioma é enriquecido, esticado e inovado com tantas expressões e frases belas. Leitura breve, mas muito forte e carregada de emoção. Belíssimo.
Nota 10.
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Danilo 30/12/2023

Curto e sensível!
Não conhecia esse autor português, mas gostei do jeito meio poético na forma de escrever. É um livro que retrata a dor da perda. José Luiz fala como foi lidar com os últimos momentos do seu pai. O livro acaba num instante, mas é bem interessante ver o nível de conexão que ele tinha com o pai e as lições que ele manteve como forma de manter o pai vivo na memória.
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Erika 13/04/2014

Nunca esquecerei
A começar pelo título, um livro pungente, escrito com a alma, ao mesmo tempo uma bela homenagem e um extravasar de sentimentos pela perda do pai; toda mágoa, dor, vazio, lembranças e sofrimentos expostos como que em carne viva.
Tão intima é a escrita em primeira pessoa de JLP, que nos permite uma proximidade sem precedentes de tamanha dor, tristeza, saudade, luto, revolta, até a resignação pela perda inevitável.
Morreste-me. Li-o como num só jorro, arrebatada que estava por dores tão nossas, tão humanas, por uma perda tão recente.
A morte nos toma de assalto aqueles a quem tanto amamos. Resta-nos o grito sufocado no peito e as lembranças eternas. Nunca esquecerei. Nunca esqueceremos.
Foi meu primeiro contato com a escrita de JLP. Impossível sair incólume.

"E este lugar que era mundo, agora, vazio oco quer ser mundo ainda. E, realmente, tudo se mantém suspenso. Tudo quer e tenta ser igual. Todos parecem acreditar. Sem ti, as pessoas ainda vão para onde iam, ainda seguem as mesmas linhas invisíveis. Mas eu sei, pai. Perderam-se as leis contigo. Perdeu-se a ordem que trazias. Pai." pág 28
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Bia 03/05/2021

Arrebatador.
Escrita sublime e tão repleta de sentimento. Tão poética.
Sinto que invadi o mais íntimo do autor, mas ele também me invadiu. Despertou em mim o medo da dor, da doença, da morte e do imenso vazio que ficará a minha vida sem a presença do meu pai.
?Vou. Parto para o que sobra de ti e tudo são resquícios do que foste. Parto de ti, viajo nos teus caminhos, corro e perco-me e desencontro-me no enredo de ti, nasço, morro parto de ti, viajo no escuro que deixaste e chego, chego finalmente a ti. Pai.?
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Ryanne 26/12/2022

Dolorido
É um livro tão sensível que dói, que a gente sente a dor do eu lírico, a gente sente a nossa dor, de alguém que não está mas continua entre nós.
Um livro delicado, profundo, angustiante, doloroso. Lindo.
Katia.Borges 28/12/2022minha estante
Dói mesmo na gente!! Eu chorei algumas vezes, mas um choro repelto dr humanidade, por saber que qdo amamos alguém, esse pessoa vai estar sempre conosco




Tatiane 01/08/2019

Belo
Se tivesse de traduzir este livro em uma palavra, diria: "transbordamento".

José Luís Peixoto, em Morreste-me, traduziu toda a sua dor da perda e todo o seu amor pelo pai em palavras que transbordam e nos encontram em meio a um tsunami de beleza e emoção. Dilacera a alma, é verdade, mas também nos fortalece em um jorro de amor tão puro, tão belo, tão intenso, que nos faz acreditar num amor realmente infinito.

tatiandoavida.com
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