Erika 13/04/2014Nunca esquecereiA começar pelo título, um livro pungente, escrito com a alma, ao mesmo tempo uma bela homenagem e um extravasar de sentimentos pela perda do pai; toda mágoa, dor, vazio, lembranças e sofrimentos expostos como que em carne viva.
Tão intima é a escrita em primeira pessoa de JLP, que nos permite uma proximidade sem precedentes de tamanha dor, tristeza, saudade, luto, revolta, até a resignação pela perda inevitável.
Morreste-me. Li-o como num só jorro, arrebatada que estava por dores tão nossas, tão humanas, por uma perda tão recente.
A morte nos toma de assalto aqueles a quem tanto amamos. Resta-nos o grito sufocado no peito e as lembranças eternas. Nunca esquecerei. Nunca esqueceremos.
Foi meu primeiro contato com a escrita de JLP. Impossível sair incólume.
"E este lugar que era mundo, agora, vazio oco quer ser mundo ainda. E, realmente, tudo se mantém suspenso. Tudo quer e tenta ser igual. Todos parecem acreditar. Sem ti, as pessoas ainda vão para onde iam, ainda seguem as mesmas linhas invisíveis. Mas eu sei, pai. Perderam-se as leis contigo. Perdeu-se a ordem que trazias. Pai." pág 28