Por onde andou meu coração

Por onde andou meu coração Maria Helena Cardoso
Maria Helena Cardoso
Maria Helena Cardoso




Resenhas - Por Onde Andou Meu Coração


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Mirian49 10/06/2014

O encantamento das palavras
Obrigada Maria Helena Cardoso, por abrir a porta da sua casa e nos receber tão bem. Obrigada pela conversa longa e cheia de histórias. Obrigada por partilhar seus sentimentos, sonhos, anseios, temores, amores e sua sinceridade.
Adorei os passeios de lago, a vivência mineira do início do século XX, as pessoas tão cativantes que pudemos conhecer. As festas de criança em Curvelo, a mocidade vivida em Belo Horizonte, os amores perdidos do Rio...
Acompanhar sua vida foi vive-la paralelamente, experimentar seus sentimentos e analisar os destinos que criamos. Foi como estar presente em cada cena, como se fizéssemos parte da decoração da história. Fomos apresentados à sua família sem muita cerimônia, fomos recebidos com doces, festas, música, tudo tão prazeroso e alegre; como se fizéssemos parte da família também.
Suas histórias são cativantes, envolventes, me faz crer que viveu intensamente uma vida cheia de pessoas memoráveis, que morando no seu coração nos fez amá-los também. Os traços descritos de cada personagem real fez minha imaginação idealizar uma grande família mineira de costumes e hábitos tradicionais, amorosos e amigos.
Com esse amor e sinceridade que escreveu, por muitas vezes vivemos suas dores, fraquezas, erros, manias; sofremos junto um amor perdido, um parente que se foi. Nos alegramos com uma nova amizade que surge, um novo recomeço. Tudo é singelo e há humanidade, nos envolvemos até perder a noção do tempo, e às vezes perder-se na leitura mostra que fomos pegos pelas palavras, como um encantamento.
E com este encantamento de uma vida completa, cheia de vivacidade agradeço a oportunidade de viver junto cada emoção. Esteja onde estiver Lelena, sua vida valeu.
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Ricardo Rocha 25/02/2014

Vida vida
Assim como passamos a noite viajando e mais tarde confundimos viagens, assim como falamos sobre Deus e cinema; assim como introduzimos o clima do primeiro beijo; assim com passamos a madrugada sem comer e comemos sanduíches no almoço e bife com batatas à noite; assim como preparamos o amor e fizemos amor; e dormimos; e tornamos a fazer em outras posições a satisfação precede sempre, no amor, um novo desejo e não o tédio. Amar uma mulher, descobri, será continuar amando, e renovando as mesmas coisas que fizeram nascer esse amor. Amar um livro é semelhante. Na verdade, e a própria Helena sabia, sua importância estava ligada à importância do irmão, Lúcio. A vantagem sobre outra obra qualquer sobre ele, e a beleza maior, está também no fato da proximidade deles. E tanto aqui quanto em Vida Vida, há muito Lúcio sob o prisma do amor de alguém próximo, e pouca quase nenhuma crítica literária. E assim como penso que li algo sobre ele nesse ou naquele, importa é que a memória vívida ficou, como se fosse minha, tenha sido em qual seja. Lúcio Cardoso é pra lá de subestimado na nossa literatura. Não duvido que alguém que ama Machado e José Saramago o desconheça. Que desconheça a casa Assassinada. Lúcio Cardoso não era dado a rodinhas literárias. Não era escritor de escrever notinhas pra passar a limpo. Era vivo. A casa assassinada é viva. Sua rodinha literária chamava-se Clarice Lispector, aquela que teria casado com ele "não fosse a impossibilidade". Clarice, segundo ela mesma, caiu nos braços dele quando ambos faziam ABBR. Que lugar adequado para os dois. Joyce não era leitura de Clarice mas aceitou a sugestão do título Perto do Coração Selvagem, fragmento de Joyce. Muito adequado. Se amaram, do jeito deles, que aliás não eram santos. Nem a doença conseguiu fazer isso com ele. marginal, rebelde, impulsivo, com quês de grosseiro e um coração de manteiga. Helena via tudo, de perto (quando ele, desempregado, morou de favor num apartamento que mal tinha espaço para seus habitantes originais) e de longe, quando ele sumia no mundo. A verdade é que o mais perto que chegou, já não era ele, mas o que tinha sofrido o derrame, o que em nada o mudou. Não escreveu mais. E continuou alterando seus humores até a morte. Para amar Lúcio Cardoso, Helena e Clarice o conheceram. Eu precisei ler Dias perdidos e, sobretudo, A crônica da casa assassinada. Como disse na eloquencia dessa adolescencia única uma sobrinha, quando perguntei por que ela tinha gostado tanto da Crônica a ponto de fazer um post de blog em que os elogios eram abundandes embora nem sempre inteligíveis: - Ora, o que dizer se ele era foda?
Renata CCS 11/06/2014minha estante
Uma bela e instigante resenha!


Karina.Brollo 17/12/2015minha estante
Parabéns pela resenha.
Suas palavras me emocionaram.


Joao.Bispo 17/06/2017minha estante
Linda história, quero ler novamente




Locimar 07/08/2020

Amo memórias
Tenho todos os livros dela. Falta ler os demais. Minha amizade com Maria Helena se deu por causa do Lúcio Cardoso. Mesma que ela seja modesta e diga que sua escrita não chega aos pés do que escreveu seu irmão, não é verdade. Suas letras são deliciosamente carinhosas, simples. Um deleite para mim que amo memórias.
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