Erick Macedo Pinto 22/08/2023
Não tão inspirado, mas com um selo Ken Follett de bom livro
Tags de recomendação: ficção; ficção histórica; romance; romance histórico; aventura; drama; idade moderna;
Na Escócia escravocrata em 1766 o jovem Malachi McAsh (Mack), um mineiro, descobre através de uma correspondência com um advogado londrino a ilegalidade sobre a escravidão no país e que, assim como outros jovens, ele estava prestes a se tornar um homem livre. Um sonho impossível passa a ser próximo de sua realidade, mas não será fácil se ver livre de seu senhor pois outros o veriam como um exemplo, colocando em risco os negócios dos patrões.
Seus "donos" são a família Jamisson, formada por um pai ganancioso, um filho mais velho soberbo e arrogante, o caçula sendo relegado dos negócios e herança da família e sua mãe protetora e astuta. Donos de minas na Escócia, com negócios na Inglaterra e nas colônias, possuem riqueza e influência nas regiões em que se instalam e frequentam regularmente.
E, próxima à família Jamisson, está a família Halim, da bem nascida Lizzie Halim. Uma jovem além de seu tempo, com gostos e atitudes que questionam os status e o que se espera das mulheres da época, mas que desconhece inicialmente o quanto o mundo pode ser duro e cruel. Mesmo tão perto dela. Mas que aos poucos vai tendo essa venda tirada da frente dos olhos e vai enxergando todos os seus privilégios e o quanto uma pessoa oprimida pode suportar.
A história se divide em 3 locais/regiões: Escócia, Londres e Virgínia. E tem como tema principal a esperança e a busca pela liberdade, seja como ela como condição humana para fazer o que bem entender ou para ser quem você de fato é, sem julgamentos ou podas para se adequar em um padrão pré estabelecido pelos outros. Cada local tem suas particularidades e mostra que a opressão está em todo local e que a liberdade, tão buscada pelos personagens principais, é uma busca universal.
É um livro leve, de fácil leitura e com uma história bem construída. Mas que não é marcante e não possui algum momento inesquecível. O autor não se aprofunda tanto quanto eu gostaria no desenvolvimento dos personagens e não há uma grande reviravolta ao longo da narrativa. Sabemos exatamente o que esperar do final do livro assim que começamos a leitura e várias coincidências bem forçadas e clichês começam a surgir em determinado momento da história e isso torna a históriaum pouco inverossímil. Os personagens estão sempre destinados a se encontrarem ou interagirem de alguma forma. E, conforme acontece com outros trabalhos mais antigos do autor, os personagens são muito bem definidos em suas características, atitudes e ambições. Ou seja, são muito "preto e branco". Ou são bons e só fazem ações positivas ou são ruins e as ações são sempre negativas. Pode até ser que pensem que agiram de outra forma, mas o ato em si é claro pra leitor.
Ainda sobre os personagens, é possível traçar paralelos, semelhanças, com personagens de outras obras do mesmo autor. Desde a profissão e motivações até o desenrolar da história. Isso incomodou um pouco ao ler este livro pois parecia estar relendo algo. Mas nada que atrapalhe o prazer de leitura pois a escrita do autor é muito boa e é interessante ver constantemente o tema justiça social permeando todo o livro. Do seu começo ao seu final.
Sem dúvidas esse é um bom livro para passar o tempo com uma leitura rápida e prazerosa, que prenda a sua atenção. E para conhecer um pouco mais do contexto histórico da época, principalmente onde a história se passa.