Resenhas - Comer animais

gicabu 29/05/2012

Pense duas vezes.
O tipo de livro capaz de mudar sua relação com o mundo. Pense duas vezes antes de ler porque o efeito é transformador: prometo que você nunca mais vai enxergar um prato de comida da mesma maneira.

Ingrid_mayara 28/02/2019

Quanto sofrimento você vai tolerar em sua comida?
O início do livro já chamou a minha atenção por ser escrito em primeira pessoa. O autor começa contando recordações de sua avó e depois vai comentando sobre seus anseios de ser pai. Entre uma lembrança e outra, ele comenta acerca de momentos que se reuniu com familiares/amigos e faz reflexões do quão importante é a alimentação para as relações humanas.

Aos poucos, ele nos leva a conhecer pessoas que trabalham com criação de animais (nesse caso, pequenos produtores). Algumas dessas pessoas, inclusive, denominam-se veganas. São empreendedores que se dizem preocupados com o bem-estar animal, e por isso suas práticas são uma alternativa a quem não pretende contribuir com a exploração da indústria da carne. Além disso, o autor apresenta relatos sobre a indústria da carne que poucas pessoas conhecem, sempre lembrando o quanto o ato de comer carne é cruel com os animais e prejudicial ao meio ambiente.

O autor me levou a reflexões a partir de questionamentos como:
- E se a própria pessoa criar e matar um animal para se alimentar dele, ao invés de já comprá-lo morto?
- Por que temos diferentes hábitos de alimentação para cada tipo de comemoração?
- Por que comer cachorro é inadmissível enquanto comer outros animais é aceitável?
- E se países onde as pessoas não costumam comer carne vermelha tivessem o mesmo costume dos EUA?
- Será que países com poucos recursos teriam comida o suficiente se todos parássemos de consumir produtos de origem animal?
- Referir-se à carne como “cadáver” é, afinal, uma hipérbole?
- Basta apenas abster-se da carne para diminuir os impactos ou além disso é urgente “espalhar a palavra”?

Li cerca de um subtítulo por noite, mas não sei se recomendo fazer isso, talvez seja melhor lê-lo durante o dia. Tive um pouco de insônia e alguns sonhos incomuns. Embora eu tenha realmente me interessado pela leitura, tive de reler vários parágrafos para não perder o sentido do que o autor queria dizer. Não sei se era problema de incoerência na tradução ou se eu me distraia, mas sei que parecia que precisava de uma maior explanação do autor em algumas associações de termos como “escravidão versus exploração de animais”.

Apesar desse livro ser focado mais nos EUA, dá para tirar bom proveito dos questionamentos éticos. Há relatos tão palpáveis quanto esses vídeos que circulam na internet denunciando o sofrimento de animais. Gostei muito da sinceridade do autor ao falar sobre sua vida num tom nostálgico e ao mesmo tempo desafiador. Acho até que se eu o conhecesse antes, seus relatos teriam mais sentido para mim, assim como eu me senti ao ler “Como os animais salvaram a minha vida”, da Luísa Mell.

Enfim, é um excelente livro para ser discutido em grupos de leitura, principalmente (pois de uma forma ou de outra a gente vai sair falando dele pra todo mundo rsrsrs). E é ótimo pra quem gosta de livro-reportagem.

Eis um vídeo rápido e didático caso você não goste de ver sangue e tem interesse pelo assunto:
https://www.youtube.com/watch?v=NxvQPzrg2Wg


site: Se quiser me seguir no instagram: @ingrid.allebrandt

ERIKA 10/09/2011

O dilema do onívoro
Paul McCartney disse que "se os matadouros tivessem paredes de vidro, ninguém mais comeria carne". Essas palavras sempre me perturbaram, e é justamente sobre isso que o autor se debruça. A cada garfada que damos, enfrentamos um dilema ético: é correto que a nossa necessidade de alimentação acabe gerando uma cadeia de dor e desrespeito aos animais?
Motivado pelo nascimento do primeiro filho, Jonathan Safran Foer reflete sobre esse tema delicado. Ele não oferece uma saída fácil, mas compartilha com os leitores suas dúvidas e as descobertas que o levaram à sua decisão pessoal.
Um ótimo livro, bem escrito e que consegue emocionar, mesmo falando de um assunto tão árido.

Diego 19/10/2012

A MELHOR INTRODUÇÃO AO QUESTIONAMENTO ÉTICO DO VEGETARIANISMO
Sem sombra de dúvida, a obra é um misto de questionamento ético, relatório científico, e narrativa pessoal. Foerer consegue misturar os três elementos: Filosofia, Ciência e Narrativa misturados com um agudo senso crítico - ainda que diplomático - sobre a questão de "comer animais". Um dos pontos interessantes do livro é o fato do autor ser judeu e criticar o que ele considera uma hipocrisia: o abate kosheer. O autor não só deixa claro qual é sua opinião, mas também publica integralmente "o direito de resposta" dos que defender o consumo e a produção de carnes. Capítulos com títulos aparentemente paradoxais como "O Vegano que constrói matadouros" deixam a leitura mais intrigante. Nem todos os argumentos dos ativistas que Foerer publica fazem um sentido intrínseco, algumas justificativas carecem de sentido; porém, mais sem sentido são as justificativas dos que defendem o consumo e a indústria de produção de carnes.

Uma dos pontos críticos e dignos do livro é tratar de uma forma "humana" a questão da cultura envolvida no hábito de comer, aliás, tema com o qual o livro se inicia. Com uma narrativa espiralada que oscila entre a filosofia, a ciência, e o senso comum, Foerer faz uma das mais belas e convincentes introduções ao pensamento vegetariano ético: nada de teses acadêmicas de Direitos Animais, nem de teorias filosóficas in natura, como Peter Singer faz, o livro de Foerer é destinado ao leitor comum, e serve tanto para o ativista, quanto para o curioso. O livro faz cumprir a principal tarefa da filosofia - formação do autor - que é : fazer pensar.

Michelly 01/06/2011

fantástico - pra não dizer triste, chocante e devastador.


‎"Since the world has changed so much, the same values don't lead to the same choices anymore."

Go vegan 17/07/2021

Necessário
Se vc quer olhar pro seu prato sem remorso e sem ser hipócrita... leia esse livro, comer animas não é não normal

Anna Rupf 29/04/2021

"Se nada importa, não há nada a salvar"
Que livro!! Jonathan Safran Foer diz que não escreveu esse livro como uma defesa do vegetarianismo, mas nos mostrou que essa é a melhor opção. Ele fala sobre como é a criação industrial, como ela é insustentável e não se importa com seus funcionários, com as pessoas em volta das suas instalações e muito menos com os animais. Todos os relatos das pessoas que trabalham em abatedouros foram muito difíceis de ler, imagina participar disso todos os dias. Com certeza é algo que transforma uma pessoa. Ainda traz modelos de fazendas que tratam seus animais com mais dignidade, com o mínimo de sofrimento para fazer contraste com as granjas industriais e trazer uma outra opção de consumo (que ainda não é ideal). Enfim o que eu tenho a dizer é que esse livro é muito bom, é um aprendizado pra vida. Vale muito a pena ser lido!

Jennifer 24/03/2021

Revolucionário
O autor mostra uma nova pespectiva sobre a cultura de comer animais, através de dados e informações obtidas em visita a abatedouros indústrias mostra uma nova maneira de comer sem causar sofrimento aos animais

teix 07/09/2021

Não comer animais vai além de uma preferência alimentar
Que leitura enriquecedora! Já não como carne há quase 4 anos e gosto muito de consumir conteúdos sobre a temática para sempre me relembrar o porquê de seguir fazendo isso.

Muito interessante a forma que o autor mescla a sua própria história com a comida e a realidade encontrada nas indústrias produtoras de carne. Creio que o que eu mais gostei foi ele ter trazido ambos os lados das histórias - tanto quem é contra quanto quem e a favor do consumo de animais - e depois fazendo um fechamento com o que ele concordava ou discordava de cada ponto de vista.

Sem dúvidas, uma ótima indicação para quem está pensando se parar de consumir animais é uma atitude relevante ou não - poderia dizer que a resposta é com certeza, mas estaria sendo totalmente parcial haha.

Ingrid.Visentini 09/12/2022

Livro sincero
Por ser escrito em primeira pessoa e trazer relatos pessoais, este livro, na minha opinião, foi o mais sincero sobre vegetarianismo/veganismo que já li até o momento. A trajetória do autor é combinada com questionamentos éticos sobre "comer animais" e embasada com dados científicos em uma narrativa pessoal.

O interessante do livro é que ele não tem o intuito de doutrinar. A leitura não passa a sensação de que o vegetarianismo ou o veganismo está sendo imposto como um único caminho a ser seguido. Isso é um ponto muito importante para incentivar as pessoas a buscarem uma alimentação mais consciente e sustentável repensando e questionando a origem e os danos da alimentação.

Outro ponto digno de destaque é que Jonathan Foer mostra, a partir de sua experiência de vida, como a cultura envolvida no hábito de comer carne é uma estrutura que molda as relações, e romper com isso muitas vezes afeta nas formas de se relacionar com pessoas próximas, podendo ser um rompimento de relação, também.

Bia 19/04/2020

Um livro que todos deveriam ler, sobretudo aqueles que tenham alguma preocupação com a ética e o respeito a todos os seres vivos capazes de sentir. O autor expõe, com uma escrita poderosa, os muitos abusos cometidos pela indústria da carne e explica como o vegetarianismo representa a forma mais eficaz de combatê-los.

Marina 03/10/2020

Um livro desconfortável porém necessário. A leitura é um pouco cansativa pelo fato de ter muita informação pra assimilar. Precisarei reler no futuro para uma melhor análise.

Emerson.Soliz 18/01/2021

Transformador
Se você terminou esse livro da mesma forma que era antes de começar tem algo errado. Jonathan Safran Foer, apoiado por 3 anos de pesquisa sobre a indústria da carne, expõe todos os riscos e consequências do atual modo de produção dominante.

Mais do que uma defesa do vegetarianismo, Foer faz uma defesa da humanidade. Nos faz questionar até que ponto é justo que nosso paladar seja mais importante que o sofrimento de milhões.

O autor guia o livro a partir da premissa sobre como comer, mais do que uma função básica, para os seres humanos se trata de uma questão cultural. Será que não podemos superar algumas tradições em troca de mais consciência?

É impactante como preocupações discutidas nesse livro de 2009 se tornaram problemas reais em tão pouco tempo. É necessário que nos conscientizemos que comer animais não é ruim apenas para eles, mas para todos nós como sociedade e como espécie.

O caminho para um mundo sustentável passa por entendermos que nossos hábitos não são mais importantes que a vida de nenhum ser.

gabrielleabr_ 27/03/2021

Um livro para quem não tem medo da verdade
Para quem for começar a ler este livro, tem que ter em mente que a sua relação com a carne vai mudar. Não é um livro para quem tem curiosidade sobre vegetarianismo, mas para quem já tem a vontade de adotar essa dieta na vida.

Muitas partes do livro trazem testemunhos de atrocidades vividas por animais na criação industrial. É uma crítica a esse modelo de negócio que prioriza o lucro ao bem-estar animal.

O livro traz argumentos que costumam ser usados por amantes da carne, e traz dados concretos que refutam cada um deles. Em contrapartida, também descobrimos o ponto de vista de criadores de animais que buscam trazer "uma vida boa e uma morte tranquila" para os animais e que tentam sobreviver ante o poder das grandes indústrias.

Embora deixe sua opinião bem clara no decorrer do livro, o autor deixa em aberto a escolha do leitor de optar por comer ou não carne, mas traz todos os argumentos do porque você deveria optar por não comer.

Fora as partes mais difíceis de ler, que narram exemplos de sofrimentos infligidos aos animais, a leitura é muito estimulante, contando com histórias pessoais do autor com relação à comida e resgates históricos do papel cultural da carne na vida dos norte-americanos.

Lud 12/09/2015

Livro bastante informativo e crítico dos processos de criação de animais, principalmente da criação industrial que é a mais comum nos dias atuais. A descrição do tratamento dado aos animais me chocou um pouco, em alguns momentos. E isso porque eu já sou vegetariana. Imagino que todas as pessoas deveriam ler e fazer suas próprias escolhas, conscientes do que estão comendo e de com o que estão sendo coniventes.