Ritual

Ritual Mo Hayder




Resenhas - Ritual


14 encontrados | exibindo 1 a 14


Monique.Machado 23/07/2023

O livro "Ritual" da escritora Mo Hayder é uma obra intensa e angustiante, que mergulha o leitor em um mundo de crimes perturbadores e mistérios obscuros. A narrativa é habilmente construída, com uma trama complexa que mescla suspense e terror psicológico.

A história tem como protagonista o detetive Jack Caffery, que se vê envolvido na investigação de um crime brutal e macabro: o sequestro de uma menina de cinco anos. Conforme Jack avança nas buscas, ele percebe que está lidando com um assassino insano, que segue rituais sádicos e perturbadores.

Mo Hayder conduz a narrativa de forma magistral, criando uma atmosfera de constante tensão e medo. A autora explora com maestria os aspectos psicológicos dos personagens, mergulhando nas profundezas de suas emoções e traumas. Além disso, ela utiliza uma linguagem rica e descritiva, que desperta os sentidos do leitor e o transporta para o mundo sombrio da trama.

O ritmo do livro é frenético, com reviravoltas surpreendentes e cenas chocantes. Mo Hayder não poupa o leitor de cenas violentas e perturbadoras, o que pode ser um ponto negativo para aqueles mais sensíveis. No entanto, essa abordagem contribui para a construção do clima opressivo e sombrio do enredo.

Outro ponto positivo da obra é a profundidade dos personagens. Jack Caffery é retratado como um detetive atormentado por seus próprios demônios, o que o torna mais humano e complexo. Além disso, a autora explora temas como abuso infantil e suas consequências psicológicas, o que adiciona uma camada de crítica social à trama.

No entanto, apesar de todos esses pontos fortes, "Ritual" pode apresentar algumas falhas em sua construção. A trama, em alguns momentos, se torna confusa e arrastada, dificultando a imersão completa do leitor na história. Além disso, algumas soluções encontradas pelo protagonista parecem um tanto convenientes e irrealistas.

Em suma, "Ritual" é uma obra intensa e perturbadora, que proporciona uma experiência de leitura marcante. Mo Hayder demonstra talento ao criar uma trama complexa e envolvente, com personagens profundos e uma atmosfera sombria. Apesar de apresentar algumas falhas em sua construção, o livro consegue cativar e instigar o leitor até a última página.
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Carol 25/09/2020

Adoro livros de suspense e crimes. Uma baita reviravolta no final. Super recomendo.
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Maitê Kp 03/09/2020

Interessante
A história é um pouco enrolada... confusa em algumas partes. A melhor parte é o final... onde acontece a maior parte da adrenalina. Onde te prende mesmo. Mas é uma boa leitura. Não das melhores.
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Thetheu 21/03/2020

Encontrei esse livro perdido em uma promoção da livraria. Com isso não tive nenhuma expectativa deixando me surpreender cada vez mais , super recomendo
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Grasielle.Cancelier 22/01/2017

Bom, porém criei expectativas...
O livro não é tão longo mas confesso q demorei um pouco pra ler... o início é bem parado. Pulga se mostra uma mulher com uma série e problemas pessoais e, a meu ver, não sabe lidar muito bem com eles. O mesmo acontece em relação ao agente Caffery. A autora mostra os personagens de maneira bem realista, com seus defeitos, medos e sentimentos. Não há romance, apesar de Pulga e Caffery demonstrarem certa atração sexual na maneira como descrevem suas reações qdo estão juntos. Tudo mto discreto, sem exageros. O livro começa a esquentar da metade para o final, qdo a trama sobre as crenças africanas começa a tomar forma e com todos os personagens em cena, a gente já se pega imaginando um culpado. Você se surpreende quando pensa que algo de ruim acontece e de repente a autora distorce a trama e te conduz a outra realidade. O livro é apenas "bom", na minha opinião, pois quando leio suspense, gosto de um andamento rápido, onde o personagem não tem muito tempo para ficar de conversas ou segredos. Aqui isso acontece, mas não torna o livro ruim. É apenas questão de gosto, algo pessoal.
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Andrea 09/03/2015

Ritual é um livro que ficou na minha listinha de desejados durante muito, muito tempo. Acho que me interessei por ele na época que andava viciada em romances policiais. Bem depois, acabei descobrindo que ele fazia parte uma série e até achei que era o segundo ou terceiro livro, mas a vontade de ler já estava lá e resolvi encarar mesmo assim. (Só pra constar, ele é o primeiro, mas tem outros dois livros com o Caffery.)

A trama da história é muito boa, mas confesso que demorei a realmente me empolgar. A tradução está péééssima (nem parece livro da Record!), a narrativa é confusa (não por mudar de data entre capítulos, mas a escrita mesmo) e os personagens não me cativaram. Passei a gostar um pouquinho deles lá pro final, mas eu não senti nenhuma ligação com eles. Nenhum medo de eles serem feridos ou descobertos. Na verdade, na maior parte do tempo eu ficava, "mas jura que você vai fazer isso? Essa é a sua idea/decisão?". Revirei os olhos dezenas de vezes. Não abandonei a leitura, nem tive essa vontade, mas só porque a história é realmente boa.

ATENÇÃO, SPOILER!
A reviravolta vale o livro todo. Quando a gente acha que tá tudo resolvido, tudo se encaixa, a autora vai lá e bagunça tudo! Me pegou de jeito e eu não desconfiei de nada...
FIM DO SPOILER!

Apesar de ter gostado bastante do livro, não estou tããão animada assim pra ler os outros da série. Como comentei, Caffery não me conquistou, mas talvez eu leia Tokyo, da autora, num futuro próximo. Acho que vale a tentativa.
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RECHIMI 15/07/2013

Bem escrito, porém a narrativa é um pouco lenta.
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Silvia 20/03/2013

ROMANCE BRITÂNICO POLICIAL

Nas águas do porto de Bristol, um mergulhador encontra a mão de um cadáver.Mais perturbante do que a ausência de um corpo é a descoberta, alguns dias depois, de uma mão. E todas as provas apontam para que o corpo tenha sido decepado ainda com vida. Transferido de Londres, o agente Jack Caffery pertence à unidade de investigação criminal de Bristol e as suas buscas levam-no aos meandros de um submundo sinistro: o lugar mais terrível que já conheceu. MO HAYDER é uma romancista britânica. Ela é a autora de seis romances, BIRD, THE TREATMENT, TOKYO, RITUAL, PIG ISLAND e SKIN. HAYDER deixou a escola aos quinze anos, e desde então tem trabalhado como garçonete, segurança, guarda, cineasta, anfitriã de um clube em Tóquio, e professora de inglês como língua estrangeira. Foi-lhe atribuído um MA na Universidade Americana e um MA em Escrita Criativa de Bath Spa University, um curso sobre os quais ela agora dá palestras.

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Silvia 05/03/2013

Muito Bom!
Um tema interessante Ritual; o livro superou as minhas espectativas, recomendo. Gostei dos personagens, foram fortes principalmente o pobre Mossy, torci por ele.
O que você faria se soube-se que teria o seu corpo desmembrado em um ritual de magia negra? E as suas mão seriam as primeiras, sinistro não?
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Leitor Cabuloso 23/09/2012

Saudações, caros leitores! Como os visitantes e amigos há mais tempo já sabem, sou um grande admirador de histórias de terror e suspense, logo resenhar um livro de um desses gêneros é um grande prazer para mim, pois quando o assunto é suspense ou terror me sinto mais habilitado a comentar, anos e anos assistindo e lendo trabalhos sobre esses dois temas me fizeram um viciado em tramas complexas que façam o meu cérebro se revirar procurando conexões entre fatos para chegar a uma explicação para acontecimentos cercados de mistérios e às vezes algum elemento que foge à lógica humana, pois, como disse Shakespeare: “Há mais coisas entre o céu e a Terra do supõe nossa vã Filosofia.” Foi justamente isso que preencheu a minha mente ao terminar “Ritual” de Mo Hayder. Agora, vamos nos debruçar sobre a resenha e procurar as pistas, os motivos, que me fazem pensar assim.

Esse foi um dos livros que peguei emprestado com o meu vizinho que também possui o hábito de ler (Já contei que foi ele que me apresentou vários escritores? Inclusive Stephen King). A ansiedade para colocar meus olhos em contato com as letras desse livro era enorme, pois a sinopse me atraiu imediatamente, a capa já fazia a minha imaginação tecer possíveis cenas e, como a Mo Hayder era uma autora nova para mim, me sentia estimulado a desbravar a sua obra, afinal novas experiências de leitura é um prazer que somente quem o sente pode saber o quão estupendo é!

Vou começar descrevendo os meus sentimentos acerca da capa, pois esse é o primeiro passo no flerte entre livro e leitores e nesse caso em especial achei que ela conseguiu uma sintonia grande com o enredo. A capa retrata um cômodo completamente em estado de degradação, a pintura descascada, chão e paredes absurdamente sujas, um pequeno raio de luz que entra pelo que pode ser uma janela e uma única cadeira em estado de conservação não muito distante daquele do ambiente. Esses elementos falam muito sobre a história, porém não de forma a estragar surpresas. “Como assim?” vocês podem perguntar e eu lhes esclarecerei. É o seguinte: conforme avancei as páginas, comecei a perceber cada vez mais uma forte ligação do mistério com a capa, todavia a capa também me fez conduzir os pensamentos para uma solução diferente da que testemunhei no desfecho, mas sem fazer a capa perder a sua importância. Achei fantástico como a capa mesmo sendo algo estático, conseguiu obter um nível de interatividade alto com a minha experiência nesse livro.

A “introdução” desse livro não é exatamente um texto que já nos apresenta alguma cena inicial para a história, mas um curto texto que descreve algo que já nos deixa em uma grande perspectiva sobre o que podemos esperar desse livro. Essa introdução é um perfeito convite ao leitor para que saia de seu conforto de uma realidade que, apesar de suas turbulências, é um porto seguro em que o leitor já possui pontos de referência para o livro em que sombras dançam.

A narração é toda feita em terceira pessoa e apesar de muitos personagens aparecerem ao longo do livro, pouquíssimos recebem mais do que algumas páginas. Inicialmente acompanhamos o desenrolar dos eventos ao lado de “Pulgas” Marley (Phoebe Marley), sargento e mergulhadora da policia da cidade de Bristol, que repentinamente se defronta com um caso macabro que a fará entrar em contato com o seu passado, um lugar em que a angústia e incertezas lhe oprimem. Pouco tempo depois também conhecemos Jack Caffery, um detetive vindo diretamente de Londres para auxiliar no mais recente macabro caso de Bristol. Caffery possui um visual de detetive clássico, um homem na faixa dos 30 anos, com uma existência conturbada que busca refúgio em relacionamentos fugazes com prostitutas, devido a um evento que lhe causou um trauma psicológico na infância, e desconfiado da maioria das pessoas que lhe cercam. O terceiro personagem que nos acompanha os passos por esse livro é Ian Mallows, conhecido como Mossy, um viciado em drogas que diante de uma crise de abstinência, durante a qual acreditou que poderia vencer o vício, busca um meio de saciar o clamor de seu organismo, contudo o caminho que escolheu para conseguir o que queria se prova mais mortífero do que imaginou. Apesar de haverem outros personagens sem os quais a história não iria fluir, optei por mencionar somente estes para não acabar “dizendo demais” e estragar a surpresa de vocês.

Conforme a investigação sobre a mão humana encontrada progride, o suspense se eleva e um tempero aparentemente sobrenatural chegar para tornar o livro ainda mais forte. A incerteza sobre a realidade e a maneira como “O Mal” é abordado no enredo criam uma trama claustrofóbica, mas mesmo com o pouco espaço para respirar o leitor vai querer avançar, seja para fugir do que pode estar nas sombras ou justamente por se sentir atraído pelas sombras. A maneira como o mal se manifesta em “Ritual” foge completamente do que estamos habituados em ver nos livros de suspense. Normalmente o mal se materializa na figura de um assassino que é claramente um sujeito humano que acima de qualquer suspeita guarda um terrível segredo, o prazer em atuar como Deus, decidindo quem vive e quem morre por meio de um sistema extremamente lógico para ele mesmo, mas que definimos como pura insanidade.

“O Mal” neste livro é muito sutil na maior parte da história. É uma presença que deixa um rastro que conseguimos perceber somente como uma espécie de vulto no canto dos olhos ou um vento gelado que passa perto de nossos pescoços. Essa maneira angustiante e indefinida com a qual Mo Hayder descreve “O Mal” achei extremamente deliciosa de se ler e um grande ponto alto em seu estilo que é diferente de tudo o que já li e me conquistou.

Gradualmente o livro vai se tornando mais perturbador, pois além de mergulharmos em um lado sombrio da cidade de Bristol em que talvez até demônios caminhem disfarçados de seres humanos de aparência simpática, também passamos a sentir pelas três almas atormentadas que nos guiam por um submundo onde caso você não tenha dinheiro, pode negociar com algo mais vital.

A narração de vez em quando avança ou volta no tempo e isso faz o leitor ser ainda mais participativo na história, uma vez que para tentar compreender os acontecimentos temos de tentar as peças em seus devidos lugares. Como há essa oscilação na narração acabamos ficando com incerteza sobre o futuro de um personagem e somente no final temos uma definição. Claro, não direi quem é a pessoa.

Uma figura que apesar de não estar sob os holofotes da trama, consegue roubar a atenção nas cenas em que aparece é alguém que é chamado unicamente pelo nome de “Andarilho”. O Andarilho é uma figura cujo passado é superficialmente explicado e que age como um tipo de consciência para o detetive Jack Caffery. As explanações do Andarilho acompanharam perfeitamente os meus sentimentos pelo livro e especialmente pelo Jack, pois me senti mais envolvido com o seu drama do que com o problema da sargento “Pulgas” Marley. Acho que Mo Hayder conseguiu de uma forma impressionante se colocar no lugar em que estariam os seus leitores e isso é um talento que nem todos os escritores possuem. Às vezes até me assustei com a exatidão com que ela conseguiu prever o que estaria sentindo.

Com o desfecho se aproximando pude confirmar que o personagem mais complexo é mesmo Jack Caffery, pois a resolução do mistério parece se comunicar especialmente com ela, como se fosse algo que aconteceu justamente para que ele pudesse se confrontar com um fantasma do passado que o impedia de viver. No final, Mo Hayder se prova uma talentosa escritora, pois a maravilha de sua obra reside não somente no mistério, mas nos dramas bem estruturados e que nos fazem sentir empatia por alguns personagens. Com certeza esta foi uma aventura incrível pelo submundo de uma cidade na Inglaterra onde segredos, que podem existir em nossas próprias cidades, buscam sempre o conforto da noite. Recomendo e dou cinco selos cabulosos! Abraços e até outro momento!
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Ednelson 26/06/2012

Análise:

“Agora ele percebe que existe todo um universo lá fora, um universo sobre o qual ele é ignorante, um universo de horror e desespero mais sombrio do que ele jamais sonhou ser possível.”
—Pág. 180.

Saudações, caríssimos leitores do Policial da Biblioteca! Como os visitantes e amigos há mais tempo já sabem, sou um grande admirador de histórias de terror e suspense, logo resenhar um livro de um desses gêneros é um grande prazer para mim, pois quando o assunto é suspense ou terror me sinto mais habilitado a comentar, anos e anos assistindo e lendo trabalhos sobre esses dois temas me fizeram um viciado em tramas complexas que façam o meu cérebro se revirar procurando conexões entre fatos para chegar à uma explicação para acontecimento cercados de mistérios e às vezes algum elemento que foge à lógica humana, pois, como disse Shakespeare: Há mais coisas entre o céu e a Terra do supõe nossa vã Filosofia." Foi justamente isso que preencheu a minha mente ao terminar “Ritual” de Mo Hayder. Agora, vamos nos debruçar sobre a resenha e procurar as pistas, os motivos, que me fazem pensar assim.
Esse foi um dos livros que peguei emprestado com o meu vizinho que também possui o hábito de ler (Já contei que foi ele que me apresentou vários escritores?). A ansiedade para colocar meus olhos em contato com as letras desse livro era enorme, pois a sinopse me atraiu imediatamente, a capa já fazia a minha imaginação tecer possíveis cenas e, como a Mo Hayder era uma autora nova para mim, me sentia estimulado a desbravar a sua obra, afinal novas experiências de leitura é um prazer que somente quem o sente pode saber o quão estupendo é!
Vou começar descrevendo os meus sentimentos acerca da capa, pois esse é o primeiro passo no flerte entre livro e leitores e nesse caso em especial achei que ela conseguiu uma sintonia grande com o enredo. A capa retrata um cômodo completamente em estado de degradação, a pintura descascada, chão e paredes absurdamente sujas, um pequeno raio de luz que entra pelo que pode ser uma janela e uma única cadeira em estado de conservação não muito distante daquele do ambiente. Esses elementos falam muito sobre a história, porém não de forma a estragar surpresas. “Como assim?” vocês podem perguntar e eu lhes esclarecerei. É o seguinte: conforme avancei as páginas, comecei a perceber cada vez mais uma forte ligação do mistério com a capa, todavia a capa também me fez conduzir os pensamentos para uma solução diferente da que testemunhei no desfecho, mas sem fazer a capa perder a sua importância. Achei fantástico como a capa mesmo sendo algo estático, conseguiu obter um nível de interatividade alto com a minha experiência nesse livro.
A “introdução” desse livro não é exatamente um texto que já nos apresenta alguma cena inicial para a história, mas um curto texto que descreve algo que já nos deixa em uma grande perspectiva sobre o que podemos esperar desse livro. Essa introdução é um perfeito convite ao leitor para que saia de seu conforto de uma realidade que, apesar de suas turbulências, é um porto seguro em que o leitor já possui pontos de referência para o livro em que sombras dançam.
A narração é toda feita em terceira pessoa e apesar de muitos personagens aparecerem ao longo do livro, pouquíssimos recebem mais do que algumas páginas. Inicialmente acompanhamos o desenrolar dos eventos ao lado de “Pulgas” Marley (Phoebe Marley), sargento e mergulhadora da policia da cidade de Bristol, que repentinamente se defronta com um caso macabro que a fará entrar em contato com o seu passado, um lugar em que a angústia e incertezas lhe oprimem. Pouco tempo depois também conhecemos Jack Caffery, um detetive vindo diretamente de Londres para auxiliar no mais recente macabro caso de Bristol. Caffery possui um visual de detetive clássico, um homem na faixa dos 30 anos, com uma existência conturbada que busca refúgio em relacionamentos fugazes com prostitutas, devido a um evento que lhe causou um trauma psicológico na infância, e desconfiado da maioria das pessoas que lhe cercam. O terceiro personagem que nos acompanha os passos por esse livro é Ian Mallows, conhecido como Mossy, um viciado em drogas que diante de uma crise de abstinência, durante a qual acreditou que poderia vencer o vício, busca um meio de saciar o clamor de seu organismo, contudo o caminho que escolheu para conseguir o que queria se prova mais mortífero do que imaginou. Apesar de haverem outros personagens sem os quais a história não iria fluir, optei por mencionar somente estes para não acabar “dizendo demais” e estragar a surpresa de vocês.
Conforme a investigação sobre a mão humana encontrada progride, o suspense se eleva e um tempero aparentemente sobrenatural chegar para tornar o livro ainda mais forte. A incerteza sobre a realidade e a maneira como “O Mal” é abordado no enredo criam uma trama claustrofóbica, mas mesmo com o pouco espaço para respirar o leitor vai querer avançar, seja para fugir do que pode estar nas sombras ou justamente por se sentir atraído pelas sombras. A maneira como o mal se manifesta em “Ritual” foge completamente do que estamos habituados em ver nos livros de suspense. Normalmente o mal se materializa na figura de um assassino que é claramente um sujeito humano que acima de qualquer suspeita guarda um terrível segredo, o prazer em atuar como Deus, decidindo quem vive e quem morre por meio de um sistema extremamente lógico para ele mesmo, mas que definimos como pura insanidade.
“O Mal” neste livro é muito sutil na maior parte da história. É uma presença que deixa um rastro que conseguimos perceber somente como uma espécie de vulto no canto dos olhos ou um vento gelado que passa perto de nossos pescoços. Essa maneira angustiante e indefinida com a qual Mo Hayder descreve “O Mal” achei extremamente deliciosa de se ler e um grande ponto alto em seu estilo que é diferente de tudo o que já li e me conquistou.
Gradualmente o livro vai se tornando mais perturbador, pois além de mergulharmos em um lado sombrio da cidade de Bristol em que talvez até demônios caminhem disfarçados de seres humanos de aparência simpática, também passamos a sentir pelas três almas atormentadas que nos guiam por um submundo onde caso você não tenha dinheiro, pode negociar com algo mais vital.
A narração de vez em quando avança ou volta no tempo e isso faz o leitor ser ainda mais participativo na história, uma vez que para tentar compreender os acontecimentos temos de tentar as peças em seus devidos lugares. Como há essa oscilação na narração acabamos ficando com incerteza sobre o futuro de um personagem e somente no final temos uma definição. Claro, não direi quem é a pessoa.
Uma figura que apesar de não estar sob os holofotes da trama, consegue roubar a atenção nas cenas em que aparece é alguém que é chamado unicamente pelo nome de “Andarilho”. O Andarilho é uma figura cujo passado é superficialmente explicado e que age como um tipo de consciência para o detetive Jack Caffery. As explanações do Andarilho acompanharam perfeitamente os meus sentimentos pelo livro e especialmente pelo Jack, pois me senti mais envolvido com o seu drama do que com o problema da sargento “Pulgas” Marley. Acho que Mo Hayder conseguiu de uma forma impressionante se colocar no lugar em que estariam os seus leitores e isso é um talento que nem todos os escritores possuem. Às vezes até me assustei com a exatidão com que ela conseguiu prever o que estaria sentindo.
Com o desfecho se aproximando pude confirmar que o personagem mais complexo é mesmo Jack Caffery, pois a resolução do mistério parece se comunicar especialmente com ela, como se fosse algo que aconteceu justamente para que ele pudesse se confrontar com um fantasma do passado que o impedia de viver. No final, Mo Hayder se prova uma talentosa escritora, pois a maravilha de sua obra reside não somente no mistério, mas nos dramas bem estruturados e que nos fazem sentir empatia por alguns personagens. Com certeza esta foi uma aventura incrível pelo submundo de uma cidade na Inglaterra onde segredos, que podem existir em nossas próprias cidades, buscam sempre o conforto da noite. Recomendo! Abraços e até outro momento!
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Leo 10/05/2011

Muito bom
Achei o livro ótimo, so no final que achei que faltou algo, mas também deixou um gostinho de quero mais^^
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Araggorn 23/04/2011

Aterrador!
Mo Hayder já começou no Brasil com o pé direito.
A capa do livro é assustadora e bem feita.
A história é atordoante!
O livro já começa interessante com a mergulhadora da polícia fazendo um achado sinistro na lagoa. Logo, nos vemos cercados por rituais macabros e um criminoso com sede de sangue. Isso resumindo...
O livro foi um ótimo lançamento da Record. Um romance policial envolvente e de ritmo veloz, onde temos uma policial mergulhadora que resgata corpos e possui um passado traumático, que tem relação com seu trabalho e outro policial, um personagem forte e psicológicamente atormentado pelo desaparecimento de seu irmão. Este policial, Caffery, procura algo que possa preencher este vazio dentro dele, mas parece que caminha sempre com a morte como fiel companhia. Os dois se juntam numa investigação obstinada e com ar de feitiçaria.
Uma coisa é certa. Nenhum dos dois será mais o mesmo.
Márcia Naur 17/05/2011minha estante
Nossa! Adorei sua resenha e me deu uma vontade de ler. rs.
Obrigada por expressar sua opinião de forma clara.




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