O jogo dos opostos

O jogo dos opostos Norman Lebrecht




Resenhas - O Jogo Dos Opostos


5 encontrados | exibindo 1 a 5


Mesinha 30/12/2023

Até onde você aceitaria a dor, a razão, o perdão e a justiça
Muito louco pensar em todas as versões de uma guerra, o sarcasmo do governo, a ganância e a culpa implorando misericórdia após a derrota
A confusão mental de perdoar e deixar para trás ou se vingar e carregar um ciclo de sangue novamente!
Muito bom leiam??????
comentários(0)comente



MarcusASBarr 24/06/2021

O tema foi o que me impulsionou a ler o presente livro... que encontrei a peço módico em um estante de venda de livros que ocupava área no Terminal Integrado da Estação Barro do Metrô do Recife... nunca dispense a oportunidade de visitar quiosques de livros que se espalham pelas cidades nos locais mais inusitados.

Agora posso afirmar que trouxe uma preciosidade para meu acervo. "O jogo dos opostos" é muito mais que suas poucas linhas de sinopse nos passa. O tema desenvolve-se transpassando a existência humana, que para cada indivíduo é curta tende a perde-se com o tempo. O desenvolvimento não é a respeito de um sobrevivente da guerra que escolhe entre a vingança ou o perdão... é a respeito da vida deste personagem, que encara situações extremas e reflexivas, como a aceitação, o convívio os medos e dilemas, o impeto pela sobrevivência, o poder de mudar as pessoas e o mundo a sua volta, e os sentimentos mais íntimos, ou seja a fragilidade de todos nós nesta passagem de breve trajetória terrena.

Temos então a dualidade das coisas, que se expressa no confronto exposto no seu título... esta é a essência da obra. Confesso que é uma das mais densas e introspectivas que já chegou até minhas mãos... um clássico da literatura que que não passará.

Temos o privilégio de observador que acompanha o protagonista em situações extremas e opostas. Dele, que irá assumir o nome de Paul Miller, teremos uma cobertura ampla das etapas da vida... mas o autor nos levará até a última parte do livro para entendermos mais a respeito de sua existência e qual é o seu desfecho. No entanto teremos um salto no tempo de quatro décadas e um novo protagonismo na parte final. Mas não espere ser algo fácil, pois terá que digerir novas informações e seguir revisitando vários momentos da obra, para então ter uma visão global e formar por completo o quebra-cabeça que é a vida de Paul Miller... um jogo de opostos, literalmente.

Norman Lebrecht nos deixa ansiosos até a última linha, ao nos envolver no relacionamento de dois personagens que ganham um novo status no desfecho da obra, que é primorosa em todos os aspectos. Ele é um grande contator de HISTÓRIA... traça toda a sua trama em um lugar incerto que agrega todos os sentimentos humanos de um período obscuro da humanidade.
comentários(0)comente



psykloz 08/04/2014

Romance inteligente, penetrante. Astucioso.
Este livro foi um dos únicos que conseguiu me deixar na expectativa até a última página! Narrativa surpreendente, ao meu ver.
O interessante é que, como na maioria dos casos, algumas divagações dos personagens se encaixam perfeitamente nas minhas próprias divagações no presente momento da minha vida. Havia dado início à leitura em novembro, mas parei e só fui desenvolver a compreensão do livro nessa semana, onde li até seu término. E foi como se tivesse sido planejado, porque agora todo o tratamento dado aos personagens e suas características fizeram muito mais sentido. Diferente do que penso que seria minha absorção se houvesse dado continuidade mesmo em novembro.
É um tanto assustador se identificar dessa forma com personagens com grandes problemas psíquicos.
Por fim, uma das pequenas e leves conclusões que consigo ter a respeito do período da Segunda Guerra Mundial, quando tratada nesses romances, é que a morte rondava a vida de todos. Doenças, mortes acidentais. Depressão. Foi um período pesado. Independentemente (ou apenas lado a lado) de onde ocorriam os assassinatos à sangue frio. Manter-se vivo foi um milagre para poucos.

No fim dessas leituras a gente aprende que a vida é realmente sem sentido algum.
comentários(0)comente



Euflauzino 18/06/2012

Morte em vida aos sobreviventes da Guerra
Iniciei a leitura de O jogo dos opostos (Leya, 368 páginas) sem muita expectativa. A capa é bonita e a sinopse bem feita. Ainda assim é preciso um pouco mais para me chamar a atenção e ao ler na capa “Um sobrevivente da guerra deve escolher a vingança ou o perdão?” o inseto da curiosidade me picou.

O livro conta a história de Paul Miller, uma pessoa comum e que se vê enredado pelos absurdos da Segunda Guerra. Fora do campo de concentração é amparado por Alice, que cuida dele até que consiga se reestabelecer fisicamente. Ele se sente grato e atraído pela mulher, mas enfrenta um grande dilema: ir embora ou ficar com a mulher em um lugar em que foi tão duramente castigado? Decidindo esquecer momentaneamente o passado e seus colegas de confinamento inicia a modernização do lugarejo em que agora vive e é eleito prefeito, mas as coisas se complicam quando o comandante responsável pelas torturas do campo reaparece. O que fazer então? Vingar a todos do passado ou seguir em frente?

Taí um enredo forte, mas nem de longe original. Mas nem só de enredo vive um grande livro. Como é bom se deparar com quem tem o dom e a arte de colocar as palavras certas nos lugares certos, é de arrepiar. Cada construção frasal revela cuidado, grande erudição e certa ironia de Norman Lebrecht, tudo é perfeito.

Explicando sobre o lugarejo:

“... Trata-se de um lugar onde não chegava sinal de rádio, e uma pessoa poderia se sentar a tarde toda em um bar ao ar livre sem ouvir nenhuma tossidela de combustão interna. ‘É o paraíso’, suspirou o líder do partido cristão junto à sua caneca de cerveja espumante. ‘O crucifixo de nossa civilização’, concordou o satisfeito candidato socialista.”

Sobre os visitantes do lugarejo, que nada entendem dos habitantes locais:

“Os aldeões sorriam timidamente perante esses cumprimentos piedosos, palavras perfumadas de gente da cidade que não conseguia ordenhar uma cabra para salvar uma criança moribunda. O que seus dedos brancos como papel sabiam da luta de arrancar a pela para extrair sustento da pedra dura, com seus traseiros gordos em uma latrina, na geada de dezembro?”

As palavras são ácidas, irônicas e acima de tudo bem empregadas, indispensáveis, como se nascidas para serem ditas daquela forma, naquele momento. Um deleite para apreciadores da língua (quero deixar aqui meus cumprimentos à tradutora Elisa Nazarian, que foi perfeita em seu detalhado ofício) e um prato apetitoso para quem quer se embrenhar no universo da literatura.

Leia mais em:
http://www.literaturadecabeca.com.br/2012/06/resenha-morte-em-vida-aos-sobreviventes.html
comentários(0)comente



Literatura 18/06/2012

Morte em vida aos sobreviventes da guerra
niciei a leitura de O jogo dos opostos (Leya, 368 páginas) sem muita expectativa. A capa é bonita e a sinopse bem feita. Ainda assim é preciso um pouco mais para me chamar a atenção e ao ler na capa “Um sobrevivente da guerra deve escolher a vingança ou o perdão?” o inseto da curiosidade me picou.

O livro conta a história de Paul Miller, uma pessoa comum e que se vê enredado pelos absurdos da Segunda Guerra. Fora do campo de concentração é amparado por Alice, que cuida dele até que consiga se reestabelecer fisicamente. Ele se sente grato e atraído pela mulher, mas enfrenta um grande dilema: ir embora ou ficar com a mulher em um lugar em que foi tão duramente castigado? Decidindo esquecer momentaneamente o passado e seus colegas de confinamento inicia a modernização do lugarejo em que agora vive e é eleito prefeito, mas as coisas se complicam quando o comandante responsável pelas torturas do campo reaparece. O que fazer então? Vingar a todos do passado ou seguir em frente?

Taí um enredo forte, mas nem de longe original. Mas nem só de enredo vive um grande livro. Como é bom se deparar com quem tem o dom e a arte de colocar as palavras certas nos lugares certos, é de arrepiar. Cada construção frasal revela cuidado, grande erudição e certa ironia de Norman Lebrecht, tudo é perfeito.

Explicando sobre o lugarejo:

“... Trata-se de um lugar onde não chegava sinal de rádio, e uma pessoa poderia se sentar a tarde toda em um bar ao ar livre sem ouvir nenhuma tossidela de combustão interna. ‘É o paraíso’, suspirou o líder do partido cristão junto à sua caneca de cerveja espumante. ‘O crucifixo de nossa civilização’, concordou o satisfeito candidato socialista.”


Sobre os visitantes do lugarejo, que nada entendem dos habitantes locais:

“Os aldeões sorriam timidamente perante esses cumprimentos piedosos, palavras perfumadas de gente da cidade que não conseguia ordenhar uma cabra para salvar uma criança moribunda. O que seus dedos brancos como papel sabiam da luta de arrancar a pela para extrair sustento da pedra dura, com seus traseiros gordos em uma latrina, na geada de dezembro?”

Veja resenha completa no Literatura:
http://bit.ly/KWErWq
comentários(0)comente



5 encontrados | exibindo 1 a 5


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR