Tratado sobre a tolerância

Tratado sobre a tolerância Voltaire




Resenhas - Tratado sobre a tolerância


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Aurélio prof Literatura 23/11/2012

Libelo contra a ignorância reinante
Em "Tratado sobre a tolerância" Voltaire relata a história de Jean Calas, protestante que fora acusado pelos católicos de ter matado o seu próprio filho. Porém, este havia cometido suicídio. O povo, maioria católicos, insuflou contra Jean Calas a justiça da cidade de Toulouse e o mesmo foi condenado ao suplício da roda tipo de execução comparada à forca na época.
Voltaire nessa brilhante obra mostra através da história, que os conflitos, na maioria das vezes, foram ocasionados por questões de interesse religioso de todo o tipo. E que as guerras advindas foram geradas pela insensatez e pelo fanatismo de pessoas que não estavam de posse da razão, pois para ele "O melhor método de diminuir o número dos maníacos, se é que existe, é o de deixar essa doença do espírito sobre o controle da razão, que esclarece aos homens lentamente, mas de maneira infalível. A razão é doce, é humana, inspira a indulgência, abafa a discórdia, fortalece a virtude, torna agradável a obediência às leis, mais ainda que a força pode obrigar a cumpri-las."
Além de ser um libelo em que se questiona o abuso da religião durante vários séculos e que para Voltaire teve seu estopim ao tomar conhecimento da morte de um pai de família que não cometera o crime e que fora acusado injustamente o autor põe em xeque o poder da justiça dos homens que em vez de lutar e defender os direitos dos cidadãos acaba cometendo um julgamento parcial, insuficiente e que gera uma sentença de morte irrevogável.
Obra imprescindível para que que conhecer mais um pouco da mentalidade da época.
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GH 05/06/2017

Tratado sobre a tolerância

Motivado por uma calamidade originária da intolerância com embriões religiosos, Tratado sobre a tolerância é uma obra digna, justa e reflexiva perante toda desgraça histórica na humanidade que nunca levou a lugar nenhum, exceção feita à desgraça seguida de morte: a intolerância.

Jean Calas foi um comerciante protestante que foi acusado injustamente de assassinar o próprio filho. Há de se contextualizar minimamente para entender a situação da época.
A França vivia sob o domínio do Rei Luis XIV, um católico e repressor do protestantismo da época. Um dos filhos de Calas já havia se convertido ao catolicismo e os rumores que seguiram no dia do suicídio de seu outro filho foi que ele o assassinara, pois também se converteria ao catolicismo.

Os gritos eloquentes de morte por parte povo ao encontro da cena trágica, o rei ao seu lado e a justiça a ser cumprida de acordo com as crenças do rei não podiam resultar se não na execução de um ser tido como diferente, sujo e descrente quanto à crença tido como única e verdadeira da época.

Voltaire ao escrever esse livro e ao proclamar a inocência do já finado Calas também busca por dignidade e justiça para o restante da família, visto que sua mulher e seu outro filho foram presos. Também nos diz o que parece ou que deveria ser óbvio, mas não era e talvez ainda não seja: a tolerância como princípio básico de convivência e prosperidade humanista.

''A filosofia, unicamente a filosofia, irmã da religião, desarmou as mãos que a superstição havia ensanguentado por tanto tempo; e o espírito humano, ao despertar de sua embriaguez, assombrou-se ante os excessos a que o havia lançado o fanatismo. '' (Pág. 30)

São diversos exemplos históricos explorados e usados como base para dar razão ao argumento de Voltaire, um filósofo Deísta e que em diversos momentos diz crer na necessidade de uma religião para dar alicerces a uma sociedade já estabelecida e por explicitar tal posição é de mais crédito todas suas palavras, pois em seus muitos exemplos sobre pessoas, sociedades, seitas, reis, etc intolerantes, a religião é a que se destaca como:

''Eu afirmo cheio de horror, mas com veracidade: somos nós, os cristãos, somos nós os perseguidores, os carrascos e os assassinos! E de quem? De nossos irmãos. Somos nós que destruímos cem cidades, com o crucifixo ou a Bíblia na mão, que não cessamos de derramar sangue e de acender fogueiras, desde o reinado do imperador Constantino até os furores de canibais dos habitantes de Cévennes; furores que, graças aos céus, não subsistem mais nos dias que correm. '' (Pág. 60)

E para citar um dos exemplos que o autor nos destaca ao decorrer do livro, segue o trecho de uma carta escrita ao Jesuíta Le Teller por um de seus beneficiários no dia 6 de Maio de 1714:

''Quanto àqueles que poderia ficar um pouco assustados com os números, Vossa Paternidade poderá observar-lhes que, desde os dias florescentes da Igreja até 1707, isto é, durante cerca de 1.400 anos, a teologia já causou o massacre de mais de cinquenta milhões de homens, enquanto eu apenas proponho enforcar, degolar ou envenenar cerca de seis milhões e quinhentos mil. [...] '' (Pág. 95)
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Isa 01/05/2024

Muito bom
Um clássico abordando um tema que é essencialmente básico mas que gera polêmicas: a tolerância.
Esse livro é incrível porque lembrando do contexto em que Voltaire estava, foi extremamente crítico (ainda é) e desconstrói o pedestal da igreja na época.
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Mayara.Knoeller 14/03/2022

muito bom
um livro atemporal que escancara a intolerância religiosa que assolava a Europa de então
infelizmente ainda é super atual e as críticas de Voltaire valem pra sociedade de hoje
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Fsanz 16/02/2022

Bom
Voltaire fala sobre a intolerância religiosa e o fanatismo extremo. Ele aborda um caso como exemplo, que dá base a sua opinião ao longo do livro.
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alvherminio 25/08/2020

A importância da tolerância
É impressionante ver como um livro do século XVIII ainda se mostra revolucionário em pontos como a tolerância religiosa, que sempre se encontra ameaçada. É um livro clássico que conta a história da família Calas e mostra o que o fanatismo pode fazer com os indivíduos e com a sociedade. Triste ver que o fanatismo religioso ainda é tão presente não só no dia a dia mas também na formação de leis e nos julgamentos. Talvez se mais pessoas e lideranças lessem esse livro vivêssemos em uma sociedade mais tolerante e coesa.
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José 31/12/2021

É muito importante um olhar crítico para o momento atual
O nome já diz tudo, um sistemático estudo sobre a tolerância. Dando ênfase à questões religiosas, expõe a incapacidade do homem de viver em harmonia na sociedade tendo ideologias como guia de suas ações.
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Luciano.Ribeiro 18/08/2017

Tratado sobre a tolerância
Voltaire transcorre a respeito da tolerância, e intolerância, em muitas épocas e povos diferentes. como sempre é sensato, condena os ateus e os fanáticos, e mostra que ambos são insensatos. neste livro não há um tom cômico, o tratado é serio, com tom até apelativo, um apelo pelo bem da humanidade, pela proliferação da tolerância.

site: twitter.com/luceano
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Isabela1410 15/07/2021

Tratado sobre a tolerância
Voltaire parte de um caso cujo ânimo intolerante da população e a covardia dos juízes resultam em uma condenação injusta para expor, questionar e combater a intolerância religiosa.

A obra teve grande repercussão, dando força para que o caso voltasse a julgamento e pai de família, comerciante protestante, Jeans Calas fosse postumamente inocentado em 1765, três anos após a sua execução.

Séculos depois ainda temos muito o que aprender sobre a tolerância, vale a pena ler, reler e debruçar-se sobre os questionamentos que Voltaire traz.
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Lista de Livros 20/11/2017

Lista de Livros: Tratado sobre a tolerância – Voltaire
“Quanto mais a religião cristã é divina, tanto menos pertence ao homem dirigi-la: se foi Deus que a fez, Deus a sustentará sem a nossa ajuda.”
*
“É a tolerância ou a intolerância que provém do direito divino? Se quereis vos assemelhar a Jesus Cristo, sede mártires, e não carrascos.”
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“A superstição está para a religião na mesma proporção em que a astrologia está para a astronomia; é a filha abobalhada de uma mãe muito sábia. Mas essas duas filhas durante muito tempo subjugaram toda a Terra.”
*
Mais em:

site: http://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2017/11/tratado-sobre-tolerancia-voltaire.html
Day 20/11/2017minha estante
Gostei muito da resenha, e por isso acabei de encomendar esse livro. Muito propício para esse tempo! Obrigada!




Gustavo.Borba 05/02/2019

Infelizmente atual
#LivrosQueLi



Tratado sobre a tolerância, de Voltaire. Ed. L&PM. Este livro, escrito em 1763, é tão atual quanto no momento em que foi escrito. E o motivo é que ele trata da intolerância religiosa, atuante hoje como naquele tempo, apenas as consequências sendo diversas. O que motivou a obra foi o caso Calas. Em 1762, Marc-Antoine Calas é encontrado morto por enforcamento dentro da mercearia do pai. O irmão e um amigo presentes na casa saem pelas ruas à procura de socorro, enquanto a multidão se aglomera na porta da casa devido ao alarido de dor que os pais do morto ressoam. Logo, uma certeza toma a multidão: o pai do rapaz é o assassino! Tais fatos acontecem na cidade de Toulouse, longe da cosmopolita Paris. O sistema de justiça da cidade se deixa impressionar pela pressão popular e conclui pela culpa do pai, Jean Calas, e o condenam à morte, após quase também condenar a mãe, o irmão e o amigo como cúmplices. E onde está a questão religiosa neste caso? É que a família Calas é protestante numa França majoritariamente católica, e Marc-Antoine Calas pretendia renegar o protestantismo e converter-se ao catolicismo. O que o clamor popular viu como culpa nada mais foi que um ato de intolerância religiosa, em que se fazia presente um forte sentimento anti-protestante, que era levado aos extremos. Voltaire escreve seu livro como forma de argumentar pela defesa da família, certo de sua inocência, e ele demonstra com argumentação lógica a impossibilidade da culpa da família. De fato, fica flagrante que o que moveu a condenação foi o sentimento de intolerância religiosa. Voltaire vai rebater de várias formas a continuidade desse sentimento, inclusive com a prescrição de seu ápice: que se matem todos os protestantes da França, ao invés de caçar apenas alguns poucos por vez. Quem deixa de negociar com um protestante? Porventura o próprio rei da França deixa de manter relações com líderes de outras religiões? Ademais, não foi o próprio Jesus Cristo que nos prescreveu as diretrizes do acolhimento e da tolerância? Por fim, o processo da morte de Jean Calas foi enviado a Paris pela sua esposa e acolhido pelo monarca e sua equipe, que revisaram a decisão e, mesmo após a pena já ter sido executada, concluíram pela sua inocência e pelo pagamento de uma indenização à família, restabelecendo seu nome. Voltaire deixa claro que os valores cosmopolitas e o que ele chama de religião natural prevaleceram diante de visões preconceituosas que causam mortes por conta de parágrafos de doutrina. Por inúmeros exemplos, ele demonstra como a crença monoteísta do cristianismo causou mais sofrimentos e mortes do que tudo o que os Evangelhos pudessem dizer ao contrário, diferente de outras crenças politeístas, que conviviam mais harmonicamente com crenças diferentes. Ele inclusive contesta os períodos de alegadas perseguições ao nascente cristianismo nos primeiros séculos da era cristã, afirmando que o que ocorreu não foi perseguição por motivos religiosos, haja vista que muitos dos martirizados ainda recebiam visitas e consolos de seus partidários cristãos, mas que os motivos de execução foram justamente suas ações em provocar convulsões sociais por desrespeito ao espírito cosmopolita das cidades do império romano, ou em perseguir outras crenças toleradas, ou por propor o não pagamento de algum tributo devido ou participação em evento cívico do império. Assim, vemos que a tese já defendida alhures (não me recordo por quem) de que o monoteísmo gera a intolerância, enquanto o politeísmo convive bem com as diferentes religiões, retorna em Voltaire ao relatar esse triste acontecimento a vitimar os Calas. Um importante, mesmo que curto, texto para a reflexão atual, quando centros de candomblé e umbanda têm sido demonizados e até mesmo atacados pelas seitas neopentecostais, numa luta injusta e anticristã por prestígio e audiência, que rendem milhões a essas denominações ditas cristãs. Recomendo.
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Dante 06/09/2020

Atemporal.
Nessa obra Voltaire convida à tolerância entre os religiosos, atacando diretamente o fatalismo religioso. E mais particularmente o dos jesuítas onde havia estudado quando jovem. E onde apresenta um requisitório contra as superstições ligadas aos religiosos.
Voltaire escreve esta obra como uma forma de indignação contra um julgamento sem-escrúpulos. Os Juízes de uma cidade de interior sentenciam a morte um homem inocente por simples motivos religiosos.
“Jean Calas pertencia a uma família protestante huguenote, com excepção da empregada, católica, e do seu filho, uma vez convertido. Depois do suicídio do seu filho, Jean Calas foi acusado de homicídio voluntário. A família é presa, e o pai, a pedido da população e segundo ordem de oito juízes, é condenado à pena de morte mesmo na ausência de provas. De notar o contexto histórico durante o qual se realiza o processo então profundamente marcado pela guerra das religiões francesas dos séculos anteriores.”
“Depois da execução de Jean Calas, que sempre gritou a sua inocência, o processo é aberto de novo em Paris e a família Calas reabilitada.”
Submetem esse homem já idoso a fortes torturas e depois a suplica da roda até seu falecimento. A sua esposa é banida seu filho mais novo é obrigado a entrar para um convento. Tudo isso porque acusaram este homem de matar seu próprio primogênito. Voltaire levanta a discussão dessa acusação errônea por motivos religiosos. Visto que essa família é protestante e foi atribuído isso ao jovem que morreu. Ele iria converter para o catolicismo abandonando o protestantismo. Porém ele é encontrado morto. Uma multidão acusa o próprio pai de matar seu filho para assim evitar esta conversão. O que é um absurdo e Voltaire nos mostra como foi. Juízes agindo com rigor religioso. Ele apresenta várias criticas a sociedade atual da época e da passada. Destrincha o velho testamento em busca de tolerância e o novo. Explana os antepassados gregos e romanos em busca da tolerância. E conclui que as sociedades passadas eram mais justas do que a atual, simplesmente pelo fato que a religião não intromete em um julgamento. Visto que o acusado nem pode ter advogados e muito menos uma defesa. Foi acusado de culpado, submetido a tortura para confessar algo que não fez e sentenciado a morte. O caso foi parar na mão do rei e juízes superiores revogaram e deram absolvição para a família já destruída.
Este livro é muito atual. Nos faz refletir e pensar em que sociedades vivemos ou queremos viver. Ele apresenta vários relatos de épocas e criticas ao fanatismo religioso.
"O direito da intolerância é, portanto, absurdo e bárbaro; é o direito dos tigres, sendo bem mais horrível também, porque os tigres dilaceram suas presas para comer, enquanto nós nos exterminamos por causa de alguns parágrafos.
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