Nathália 01/05/2011Quando vi que a Suma das Letras lançaria outro romance de Audrey Niffenegger eu fiquei louca pra ler!
A Mulher do Viajante no Tempo foi um dos melhores livros que li nos últimos tempos. Amei demais mesmo e o livro mexeu muito comigo! Por isso tamanha ansiedade por outro livro dela...
Elspeth está morrendo e em seu testamento deixa todos os seus bens, principalmente seu apartamento em Londres, para as duas sobrinhas gêmeas que não conheceu, Julia e Valentina, filhas de sua irmã (também gêmea), Edie. Mas com algumas condições... As meninas precisam morar juntas no apartamento por um ano e sua irmã e o cunhado, Jack, não podem pisar nele.
Mas a história não é só sobre as gêmeas mais novas e a aventura de viver num novo país. Na verdade, o livro gira em torno da morte – e do fantasma – de Elspeth e fala da relação entre irmãs gêmeas.
Logo no início já percebemos que aconteceu algo importante e grave entre as irmãs no passado. Elas eram amigas e muito unidas, mas por algum motivo se separaram. Elas não se viam há 20 anos. E não só por Edie ter ido morar em Chicago e Elspeth ter ficado em Londres...
Todos os personagens são muito bem construídos, profundos e complexos! Julia é extrovertida, forte e mandona; Valentina é mais tímida, frágil, mas não gosta de se submeter à irmã; Robert, companheiro de Elspeth, que não via a hora de conhecer as sobrinhas, mas quando elas chegam tem medo de se apresentar; Martin, vizinho de cima, que tem TOC e foi abandonado pela esposa... Enfim, são vários personagens fortes!
Londres é um pano de fundo maravilhoso. Passeamos por toda a cidade junto com Julia e seus mapas... Mas o cemitério Highgate é um dos principais cenários da história, quase que um personagem secundário. Afinal os apartamentos têm vista pra ele, além de Robert trabalhar lá como guia e o cemitério ser o assunto de sua tese. Confesso que fiquei bem curiosa pelo lugar!
Só que achei a história bem monótona até quase a metade do livro, quando o fantasma de Elspeth – que está preso no apartamento – começa a se comunicar com eles. E é a partir daí que alguns mistérios começam a ser revelados.
Acho que minhas expectativas quanto ao livro eram grandes demais por causa de
A Mulher do Viajante no Tempo e, com isso, acabei ficando um pouco decepcionada. Sei que não deveria compará-los, pois são histórias completamente diferentes, mas não teve jeito. A história desse é interessante, a narrativa da autora é boa e o final é surpreendente, mas não achei tão empolgante nem emocionante quanto o primeiro romance dela.
Os personagens são todos tão egoístas que não consegui torcer por nenhum deles! Nem pro bem nem pro mal. Na verdade meu personagem favorito acabou sendo o Martin, que tinha um problema real e foi muito bem escrito. Mas ele era no mínimo o quinto em termos de principal...
Acho que no final das contas fiquei em cima do muro, não sei bem o que achar dele. Sabe quando o livro termina e você fica confuso, tipo: "Era isso? Será que eu gostei?!" Pois é, eu ainda tô assim...
Acho que cada um vai ter que ler pra tirar suas próprias conclusões! Mas já aviso logo, se você leu
A Mulher do Viajante no Tempo, não espere nada igual. Tenha em mente que aqui você vai encontrar uma coisa totalmente diferente. Nem melhor nem pior, diferente!