Jô 20/03/2024
"Ricos" também sangram
Na árvore genealógica dos livros, Gatsby é o fruto entre "O Poderoso Chefão" e "Emma". Esse amor que rendeu fofocas e bilionários entre períodos de guerra.
O livro inicialmente é isso, uma fofoca. Sabe aquela pessoa com uma vida e personalidade impecáveis que só nos dá um pensamento quando a vemos: "O que raios há de errado em você? Ninguém pode ser perfeito o tempo todo!"; e esse é exatamente a questão do narrador (Nick Carraway).
Quando Nick ouve falar sobre seu vizinho (Jay Gatsby), o jovem rico que sempre dá festas, gentil com todos e blá blá blá, ele não pode deixar de se sentir curioso e tenta se aproximar para descobrir o verdadeiro passado de Jay dentre todos elaborados por comentários e fofocas.
E com o caminhar das coisas, a reviravolta de festas e mexericos para ação e romance mantém o interesse de pé, revelando o verdadeiro Gatsby muito mais (ou talvez, bem menos) do que esperávamos.
Assumo que peguei o livro sem nem sequer ler a sinopse, mas a história não foi de todo uma decepção. O que mais gostei foi a forma como o autor conseguiu deixar tão viva a atmosfera e o ambiente dos acontecimentos, o ar da década de 1920 presente em todo o livro.
Em contrapartida, o aparecimento de personagens toda hora tira um pouco o foco dos realmente relevantes.
Resumidamente, me senti em uma montanha russa: começando devagar, pegando caminhos inesperados, tendo pausas antes do climax... esse livro é uma boa recomendação se você é fã de algum dos livros "da árvore genealógica" ou da década de 1920.