Montanha Gelada

Montanha Gelada Charles Frazier




Resenhas - Montanha Gelada


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Yris.Ester 20/03/2024

A montanha gelada
A montanha gelada é um romance histórico imersivo e tocante
A narrativa é constituída um parágrafo a percepção de Ada,e outro a percepção de Inman,dois amantes prometidos que foram separados durante a guerra,Ada, após a morte de seu pai fica a mercê de si mesma para sobreviver,mas ela é uma menina culta em livros e arte e nunca precisou se preocupar com nada além disso,em primeira instância ela se encontra preocupada com seu futuro e beirando um estado miserável, até o surgimento de Ruby,uma amiga enviada com a persona oposta a Ada,uma moça iletrada que foi obrigada desde criança a cuidar de si mesma por conta da negligência de seu pai,Ruby vê o mundo de uma forma peculiar,ela entende a existência de toda a vida que a circula,as vezes com crenças supersticiosas,mas que num geral são dadas a partir das observação,ela sabe como o mundo funciona,e consegue transformar o pedaço de terra de Ada em um refúgio de subsistência,a montanha gelada é um vizinho desse lugar,estando sempre a vista e a memória de quem vive e viveu lá,Inman, começa sua jornada desertando,com uma ferida no pescoço,ele sente que não consegue mais lutar,mas teria que voltar, então ele se encaminha de volta a sua terra natal,a montanha,com Ada em mente,e muita culpa,se considerando um ser indigno de ter uma vida normal,por causa dos males da guerra,atravessando meio país a pé, escondido e com fome,Inman conhece diversos personagens que reproduzem uma boa perspectiva da humanidade,vaasey,um pregador que ia matar uma moça que ele engravidara,uma mulher eremita que vivia a 25 anos com as cabras que a sustentavam,um grupo de circenses indígenas que lhe venderam comida,ou sara,que vivia sozinha com um filho e tinha toda a dependência em um porco que lhe restara,a face da guerra é muito bem retratada,um mundo impiedoso,com morte dentro e fora do campo de batalha,fome e injustiças, ninguém pra cuidar de quem ficou,e a destruição do psicológico de quem foi,e assim Inman depois de quase morrer inúmeras vezes e matar igualmente,chega até Ada para pelo menos conseguir se declarar e planejar o seus futuros que nunca aconteceram,o desertor eternamente perseguido é morto por uma criança que tal qual todos os soldados, não entendem o porquê de lutar, não tem apreço pela causa nem se beneficia com ela,mata Inman por medo de morrer,e assim Ada se vê com seu amor no colo, porém um presente dentro de si,o consolo pela dores de tanto tempo,e tanta distância.
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Izabela 01/08/2017

“Pelo menos isso continuava igual, pensara ele, frutos amadurecendo e aves voando. Disse que não tinha visto muito mais que mudanças nos últimos quatro anos e supunha que fosse a promessa delas a responsável pelo frenesi da guerra dos primeiros tempos. A poderosa atração de novos rostos, novos lugares, novas vidas. E novas leis, segundo as quais era permitido matar à vontade, e sem ser preso, ao contrário, sendo condecorado. Os homens falavam da guerra como se a tivessem incubido de preservar suas posses e crenças. Mas Inman agora achava que fora o tédio das rotinas diárias o que os fizera pegar em armas.”

O pano de fundo é a Guerra Civil americana. Romance de estreia do autor, Charles Frazier, foi lançado em 1997 e ganhou o National Book Award.

O livro narra as aventuras de Inman, um soldado sulista que, após ser ferido em combate e transportado para um hospital, decide deserdar – cansado dos horrores da guerra – e foge para a Montanha Gelada,na Carolina do Norte, local onde cresceu, e com a intenção de reencontrar seu antigo amor: Ada. Ela, por sua vez, se vê sozinha em Black Cave, a fazenda de seu falecido pai. Ela não sabe como cuidar do local, pois passou a vida aprendendo a ler – era, diga-se, de passagem, uma moça muito culta –, desenhar e pintar, e tocar piano. Nada sabia sobre cultivo, descanso do solo, colheita, animais, ou seja, administração geral de uma fazenda.

Inman, em sua jornada, encontra viajantes, moradores locais, deserdores. É ajudado por muitas pessoas, que lhe dão um teto, alimentos, e tem de enfrentar dificuldades naturais – fome, frio – enquanto foge Guarda Nacional liderada por Teague, um homem extremamente violento, que se ocupa de encontrar desertores sulistas. Enquanto isso, Ada tem de lidar com Black Cave sozinha, já que após a morte do pai, Monroe, a família contratada por ele para cuidar da fazenda vai embora. Por sorte, Ada passa a ter o auxílio de uma moça chamada Ruby – que foi enviada pelos simpáticos vizinhos para ajudá-la –, que deixa bem claro, no entanto, que ela não é uma empregada e não aceita ordens. Ada e Ruby passam a ser melhores amigas, e uma aprende muito com a outra.

Apesar de o romance entre os dois ser a engrenagem da história, ela é abordada em apenas alguns focos na história, sendo a atenção voltada majoritariamente para os desafios que Inman e Ada enfrentam.

O livro é uma clara alusão à Odisseia de Homero, uma história de retorno ao lar, o que é bem explícito no momento em que Ada lê para Ruby um trecho do clássico grego. Frazier tem uma capacidade incrivel de descrição dos locais; é possível visualizar as florestas, as trilhas percorridas por Inman, Black Cave e todo seu terreno, a Montanha Gelada.

O livro é pouco comentado no Brasil, o que é realmente uma pena. Cheio de cenas marcantes, a leitura, do início ao fim, surpreende e encanta.

site: https://nostalgialivresca.wordpress.com/2017/08/01/montanha-gelada/
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Joana 22/11/2014

Gostei muito desse livro, ainda que seja um tanto triste. Há críticos que vêem nessa história, passada durante a guerra civil americana, ecos de Ulisses, não do livro de Joyce, mas do poema de Homero. Ele é o guerreiro Inmann que volta para casa, para sua amada Penélope - aqui ela se chama Ada -, mas que nunca chega, pois são demais os perigos dessa vida...
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Paola 22/11/2010

Resenha aqui:

http://uma-leitora.blogspot.com/2010/11/montanha-gelada.html
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Thara 28/12/2009

"Volte Para Mim, é o Que Lhe Peço"
Eis o segundo romance histórico ambientado na guerra civil estadunidense que tenho a grata oportunidade de ler, sendo Montanha Gelada de uma abordagem incomparavalmente mais dramática que o primeiro título. Excetuando as referências escatológicas um pouco exacerbadas na primeira metade do livro, uma leitura substancialíssima. Ruby e sua visão de sabedoria dos pássaros, Inman divagando sobre a enfermidade do mundo, os sofismas de Veasey, a pictórica ]In![temperança de Stobrod, Ada e os laços romanescos... Todos os personagens exibem um leque de características férteis. Um divisor de águas no livro é o capítulo No Lugar da Verdade e daí à pouco a leitura flui consideravelmente mais, merecendo vastos preâmbulos imaginários. Em nota secundária acrescento o peculiar entendimento do remorso feito um oitavo pecado capital como um dos ápices do fio de raciocínio do personagem principal. Charles Frazier preparou um prato complexo com as agruras da guerra e os suspiros do sentimentalismo humano da sua teoria ideal à prática. Inman delibera ensimesmado na página 249 - "Estou ficando mais forte a cada minuto que passa, pensou com seus botões. Mas quando procurou provas comprobatórias, não encontrou nenhuma." O semideus tão louvado de Goethe, quando não se encontra em guerra? Muda somente de paisagem.
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