ricardo_22 19/05/2011
Resenha (OverShock) - O Caso do Hotel Bertram
O caso do hotel Bertram, Agatha Christie, 2ª edição, Rio de Janeiro: Edição Best Bolso, 2010, 198 páginas
Mais um livro de Agatha Christie, autora de talento indiscutível, e que mais uma vez surpreende e agrada aos leitores. O caso do hotel Bertram, lançado originalmente em 1965 é um dos 12 livros onde nos deparamos com a simpática e amadora detetive Jane Marple, que depois de muito tempo, ganha de seu sobrinho uma estadia e volta ao luxoso hotel Bertram para passar 15 dias, sem esperar do que estava por vir.
Bertram é um hotel famoso, inaugurado no século XIX, e que é frequentado por muitas pessoas que querem conforto, já que os serviços são esplêndidos "Assim era o Bertram, frequentado, anos a fio, pelos mais altos escalões do clero, por aristocratas idosas vindas do campo e moças a caminho de casa, onde passariam as férias de suas dipendiosas escolas particulares só para mulheres" (pág. 7). Nesse estadia de Miss Marple, ela começa a observar coisas estranhas, e que a ajuda mais tarde na hora de desvendar o crime.
O diferencial deste livro, é que o crime não acontece no começo da narrativa - narrativa essa que é fácil e empolgante - e o primeiro fato interessante, é o desaparecimento de um clérigo muito distraído. Quando isso acontece, entra em cena o inspetor chefe Davy, que acaba tendo maior participação do que a própria Miss Marple. Mais tarde, em uma noite de forte nevoeiro, a jovem Elvira, herdeira de uma grande fortuna e filha de Bess Sedgwick, uma mulher famosa por seus 'problemas', sofre uma tentativa de morte, e o porteiro do hotel Bertram tenta salva-la e é morta no lugar da jovem. O que gostei, é que pelo fato do crime acontecer na parte final, o desfecho é rápido.
Por ser a primeira obra de Miss Marple, e uma das últimas obras da escritora que leio, ainda sou fã do ínicio da carreira de Christie e claro, de Hercule Poirot, principalmente por que se o leitor estiver atento às descrisões dada no ínicio do livro, já podemos descobrir quem é o assassino. "-Quem ficará com o dinheiro se eu morrer? / -O seu parente mais próximo" (pág. 74), mas não posso dizer que é livro ruim, mesmo que no final, uma morte possa deixar muitos leitores irritados.
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