Rafa Malvezi 16/05/2023
Relato íntimo de uma jornada espiritual do autor
Como classificar uma experiência espiritual? Afinal, é isso que Paulo Coelho parece apresentar na história deste livro. Não é possível afirmar se tudo o que foi escrito realmente aconteceu ou se o autor usou de liberdade poética em alguns momentos, mas a questão é que parece ser um relato muito pessoal. Não é como se o livro fosse uma espécie de texto sagrado, mas, sem dúvida, Paulo expõe muitas de suas crenças ali.
É como se o seu intuito com a obra fosse simplesmente o de compartilhar o que viveu e registrar como suas experiências o transformaram, na esperança de que isso estimule seu público a buscar o próprio crescimento espiritual, que, segundo ele, não tem receita.
Nas primeiras páginas já é possível identificar o tom da história: após orientação de seu mestre (uma espécie de líder espiritual), Paulo e sua esposa, Chris, embarcam em uma viagem rumo a regiões desérticas dos Estados Unidos com o objetivo de conversar com seus anjos. O que vem a seguir pode ser descrito como uma jornada de autoconhecimento de ambos.
Apesar da temática incomum, o livro prende a atenção do leitor justamente por conta do elemento surpresa: cada passo da viagem é imprevisível, já que não há muitas pessoas que costumam viajar para lugares remotos e acabam seguindo estranhos que lhes prometem mais conhecimento e sabedoria a respeito de verdades divinas.
Mas, independentemente de suas próprias crenças, o leitor encontrará relatos de experiências íntimas - compartilhadas corajosamente pelo autor - que abordam força interior, relacionamentos, amadurecimento, fé, perdão e amor.