Ventos do Apocalipse

Ventos do Apocalipse Paulina Chiziane




Resenhas - Ventos do Apocalipse


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Matheus656 04/08/2023

O livro ?ventos do apocalipse?, escrito por paulina chiziane, conta a história de dois povos em conflito, que se encontram impotentes e perdidos, sem saber quem está ao seu lado e quem os ataca. através de descrições brutais, a autora nos leva a questionar o quão realista é o retrato do legado colonial, misturando elementos de ficção e realidade. ao longo de 21 noites de pesadelo e tormento, acompanhamos o êxodo dos sobreviventes de uma guerra sangrenta, que agora buscam uma nova e iminente liberdade.

tive a minha primeira experiência com a escrita de paulina chiziane e fiquei imensamente impressionado. seu texto retrata com intensidade o sofrimento do povo de moçambique durante a guerra civil, que ocorreu logo após a independência do país.

o prólogo nos transporta para uma roda de narrativas orais em moçambique, uma característica que permeia toda a narrativa. ao longo do livro, encontramos trechos verdadeiramente belos e comoventes, enquanto a descrição da miséria e da violência é profundamente impactante.

o livro aborda temas como ambição, guerra e a desintegração familiar, explorando o papel das mulheres em meio ao caos da guerra civil em moçambique. um texto que, ao mesmo tempo que é tristissimo, é também muito bonito. recomendo demais.
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Mirella | @readingmirella 09/12/2021

entendo...
bem mais ou menos o que esse livro foi no final das contas, foi um pouco conceital, mas sem muita coesão no meu cérebro, quem sabe com uma futura releitura.
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Marina Hion 20/11/2012

"A terra gira e gira, a vida é uma roda, chegou a hora, a história repete-se, KARINGANA WA KARINGANA."


Um livro que se divide em três partes, no Prólogo tem-se três histórias distintas que servirão como base para as outras duas partes. Ambição, guerra, a destruição da família, o papel da mulher nesse caos da guerra civil Moçambicana.
Um livro lindo e triste.
Recomendo.
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Carina 09/09/2013

Longe de ser fenomenal
O prólogo começa em uma roda de narrativas orais em Moçambique: um senhor idoso (detentor da sabedoria e da tradição) conta três lendas trágicas, relacionadas com a fome, a seca e a ambição por poder. Quando a narrativa de "Os ventos de apocalipse" se inicia, percebemos que os fatos contados irão se repetir em outros tempos. Contudo, aí há uma grande falha de estruturação: apenas uma das lendas é realmente aprofundada... as duas que sobram são jogadas ao fim da história, como se a autora tivesse se esquecido do propósito inicial da sua obra, que é relacionar a sabedoria dos antigos com a história de guerra que é o foco do livro.

Há trechos bons e a descrição da miséria e da violência humanas é bastante séria. Entretanto, a falta de um objetivo para a escrita ou uma história principal torna o enredo um tanto maçante.

Trechos:

"Não há dúvidas de que as palavras estão gastas, lá isso estão. Os homens devem esgaravatar a língua de modo a encontrarem maneiras de chamar as coisas pelos seus verdadeiros nomes. Existem dois sentimentos em contrabalanço que são o amor e o ódio. Estes dois inimigos são expressos com o mesmo fervor, quase com as mesmas palavras, como se se pudesse cozinhar o mel e o fel na mesma panela. Fala-se de amor, liberdade, justiça, fraternidade, quando se pratica o amor. Torna-se a falar de amor, liberdade, justiça e fraternidade, tanto na guerra como na paz. A linguagem dos homens é curta, imperfeita".

"O que vale é que esses jovens professores são de gancho. Não permitem nem o mais pequeno desvio (...). Há sempre um sopapo para quem se atrasou, outro sopapo porque tossiu, mais outro porque se distraiu, uma expulsão por falta de comparência mesmo por motivo de doença. Assim, todas as crianças que foram metidas na escola acabam por estar fora dela."

"(...) a vida é assim, muitos destroem e só poucos têm coração para construir."
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Juliana 09/03/2017

Sinal dos tempos
"E, havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei, e ouvi um dos quatro animais, que dizia como em voz de trovão: Vem, e vê. Apocalipse 6:1"

Não conhecia a autora, mas como estou num projeto pessoal de ler mais livros escritos por mulheres , em um dos grupos que sigo apareceu esse livro.
De cara, o título chamou a minha atenção. Quem já leu o texto do apocalipse, sabe que é um texto difícil, de múltiplas interpretações. Eu precisava saber o que a África tinha a ver com isso. Fiquei espantada com a escrita, nunca li nada parecido. Na África os selos já foram abertos e os quatro cavaleiros do apocalipse já passeiam por aquelas terras em forma de fome, guerra, corrupção e medo. As mulheres, como em qualquer lugar do mundo sempre são as maiores vítimas. Temos nesse livro o exemplo de Minosse, uma mulher forte, porém marcada pela fome, pelo egoísmo do marido. Foi comprada por ele, e por esse motivo tornou-se sua propriedade. Temos Sianga, o marido egoísta, que preocupava-se apenas em satisfazer seus desejos. Não é um romance qualquer, em muitas páginas temos a mitologia africana sendo contada, a colonização sendo relatada pelo ponto de vista dos colonizados, a situação da mulher africana, como o povo é solidário mesmo sem perspectivas. Em muitos capítulos me senti perdida com alguns termos, mas não posso deixar de dizer que a fome contada por quem sente, tem uma outra dimensão. . Me propus outro desafio, conhecer mais textos de língua portuguesa que não do eixo Brasil/Portugal. Os africanos tem muito a nos dizer, até para que possamos compreender melhor a nossa formação. Em suma, grande livro e escritora que deveria ser lida nas escolas!
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fev 13/01/2021

#LeiaAutorasNegras

3,5

Esse livro faz jus ao título porque só acontecem desgraças nessa história. Os momentos felizes são bem raros. É cada lapada que você leva na cara que a coisa fica feia.

Eu adorei a escrita da Paulina Chiziane. É um livro bem escrito e bem poético, mas não posso negar que algumas vezes fiquei meio perdido com a construção da história. No começo do livro você acha que a história é de um tipo, mas não é bem aquilo. Ela fala de alguns personagens e depois só fala deles quando acontece algo específico e importante. Alguns personagens apresentados não tem a história bem desenvolvidas.

Apesar disso é uma jornada bem legal de se acompanhar. Apesar de toda desgraça. Há passagens lindas no livro também. Fica a recomendação de leitura de uma autora africana.
Solange.Guedes 31/05/2021minha estante
Fiquei encantada com a maneira que Paulina Chiziane escreve, mas esse livro, que tanto quero ler é muito caro para minhas condições financeiras. Caso saiba de alguém que queira vender o livro, por favor, me indique. Obrigada.


HArcules.Prado 26/10/2021minha estante
@Solange.Guedes, você pode obter uma cópia deste livro em PDF na plataforma z-lib.org.

Também achei esse livro absurdamente caro!

Atenciosamente,

Hércules.




Kaique.Lima 26/03/2024

Poesia em prosa
Primeiro contato com a autora.

A temática do livro é triste, mas a escrita da autora é encantadora.
Ela dá vida às palavras.
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Bruna.Patti 25/07/2017

Ventos do Apocalipse
Resenha
Livro: Ventos do Apocalipse
Autora: Paulina Chiziane

O segundo romance da Paulina, publicado em 1975 retrata o sofrimento do povo de Moçambique durante a Guerra Civil , que ocorreu logo após a Independência de Moçambique. O livro começa com histórias sendo contadas ao redor de uma fogueira. Essa contação de histórias inicial já serve para nos fazer habituar ao clima da obra. As histórias contadas no início possuem os seguintes títulos: O marido cruel, Mata que amanhã faremos outro e A ambição de Massupai. A temática desses contos será trabalhada ao longo da obra, que retoma esses temas de maneira extremamente detalhada.
O livro é dividido nesse cenários das histórias sendo contadas ao redor da fogueira, em Parte I e Parte II. A parte I consiste em abordar a história de dois personagens: Sianga e sua esposa Minosse. A parte II consiste em retratar a jornada de um povo expulso pela guerra do seu local de origem até chegar em um outro lugar para refazer sua vida....

CONTINUAÇÃO DA RESENHA NO LINK ABAIXO:


site: http://abiologaqueamavalivros.blogspot.com.br/2017/07/ventos-do-apocalipse.html?spref=fb
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Pedro 12/01/2024

Uma obra sem igual
Me faltam palavras para descrever a magnificência que é esta obra.
Primeiro gostaria de elencar que esse não é um livro pra qualquer um. Logo no início da obra, já senti uma dor que atravessou a minha alma como nenhuma outra história de guerra me fez sentir.
A própria autora atuou na Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) durante a independência e foi voluntária da Cruz Vermelha durante a guerra civil, o que tornou ainda mais real os relatos aqui expostos fazendo o leitor se perguntar quanto daquilo é ficção e o quanto é realidade.
Foi meu primeiro contato com a escrita da autora e também com um escrito moçambicano, o que, em um primeiro momento, me causou uma grande estranheza, mas após alguns capítulos consegui alcançar a familiaridade.
A escrita da Paulina é poética, tipo, literalmente. Em vários momentos é perceptível rimas que se fazem presentes em tantas poesias. O que, na minha opinião, só aumentou ainda mais a beleza do texto. Fazendo com que a história fluísse exatamente como ventos.
Uma das coisas que mais gostei foi aprender mais sobre o fato histórico que o livro aborda, algumas expressões e até mesmo a própria cultura de Moçambique e sua religiosidade.
Embora as personagens Minosse, Wusheni, e Sianga, marido de Minosse, tenham um desenvolvimento louvável, alguns dos outros personagens acabaram sendo pouco explorados, o que acabou por me incomodar. E mesmo com esse empecilho, é um livro favoritado.
Ademais, em "Ventos do Apocalipse" temos um retrato fiel do que uma guerra é capaz de causar a uma população. Fome, ganância, crueldade extrema, morte e medo, se fazem presente durante toda a história. Tudo isso atrelado a uma escrita belíssima e ao mesmo tempo triste, faz dessa obra o suprassumo da literatura.
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