Gabi 26/01/2015Cadê meu Professor Xavier?!Rebel Belle é o primeiro livro da trilogia homônima, escrito pela Rachel Hawkins, também conhecida pela série Infanto-Juvenil/YA Hex Hall, lançado aqui no Brasil pela Galera Record. Infelizmente, nenhuma editora demonstrou interesse na compra de Rebel Belle ainda, o que é uma pena. O livro começa com uma das cenas de aberturas mais engraçadas porém wtf que eu já li na minha vida. Vai vendo.
Harper Price é a típica Queen B. Popular, carismática, capitã das lideres de torcida, presidente de classe, you name it. Para completar o pacote, na noite em que começa o livro, Harper está para ser coroada Homecoming Queen. Ou seja, uma perfeita Southern Belle. E cara, se a noite não tinha tudo para ser incrível se ela não tivesse esquecido de passar o brilho labial. Antes que a coroa seja entregue, Harper dá uma corridinha até o banheiro para reparar seu erro, e é ai que a coisa fica esquisita. Mal Harper pisa no banheiro e começa a cuidar da sua vidinha, uma série de eventos envolvendo o zelador, seu professor de história, um beijo e um salto alto de ponta super fina acontecem, resultando em uma Harper com instintos ninjas e poderes que ela definitivamente não tinha quinze minutos atrás
E porque sempre pode piorar, depois de se esquivar de sua quase morte evidente, de todas as pessoas no mundo para Harper encontrar nos corredores, ela tinha que dar de cara com David Stark. Seu Nêmesis em carne e osso.
A primeira palavra que vem na minha cabeça quando se trata de descrever Rebel Belle é hilário. E isso vindo da garota que acabou de ler a série Lux, da Jennifer L. Armentrout.
Foi bizarro o tanto de vezes que eu peguei minha mãe na porta do meu quarto olhando pra minha cara como se eu tivesse perdido completamente minha cabeça, enquanto eu rolava de rir com algumas das cenas e dos diálogos que nós encontramos nesse livro. Os três primeiros capítulos são meio "Péra... Oi?!!!", mas com o decorrer da história e com todas as cenas de ação e a mitologia, as coisas só vão melhorando e melhorando. Tem tantos pontos altos e merecedores de uma paragrafo que eu não sei nem por onde começar.
A Harper foi uma personagem muito fácil de me apegar. No primeiro capitulo (e com essa capa) deu um medinho de que a Harper fosse ser apenas mais uma Queen B, já que logo no inicio ela define o fato de não estar usando brilho labial como algo desastroso. Mas o humor da personagem e as conversas internas que ela tinha com ela mesma foram impagáveis. Sério. Ainda mais quanto ela teve que encarar seus novos poderes e responsabilidades, dai ela começava a se basear na origem de super-heróis da Marvel e da DC. Isso sem falar na inabilidade dela para criar desculpas esfarrapadas! #lotionproblems
Indiretamente, a gente acaba entendendo o porquê da Harper ser tão noiada com relação aos seus afazeres e porque ela assume tanta responsabilidades na escola e na comunidade, então apesar de a Hawkins não ter criado um aprofundamento psicológico óbvio, com momentos de descrição e debates auto-apreciativos ou depreciativos, aos poucos e nas entrelinhas, o leitor acaba conhecendo, não tudo, mas o principal e o necessário para que se criasse um vinculo com a garota.
E ai nós temos o David. Eventualmente nós descobrimos que David Stark é mais do que o jornalista hipster que devota sua vida a meter o pau no que a Harper faz ou deixa de fazer. As reações e o senso de humor do carinha são sensacionais. As interações dele com a Harper ou estavam fadadas a me fazer rir ou ativar meu lado bookwhore extra fangirly-girl. Ao mesmo tempo que ele consegui ser hilário, com aquela pitadinha de sarcasmo e inocência que a gente adora, o garoto conseguia ser fofo, maduro e inteligente.
Os personagens secundários também foram muito bem utilizados no desenvolver do livro. Bee é um exemplo de amiga. Ryan, apesar de não ter sido meu ship, junto com a Harper e o David, foi parte de um triângulo amoroso bastante realista. A Saylor, as tias, a mãe, as outras meninas do grupo de amigas... Todos muito bem estruturados e posicionados na história.
A mitologia empregada foi uma que eu nunca tinha ouvido falar, mas que quem joga RPG provavelmente deve estar bem familiarizado com. Uma das maiores graças da leitura é exatamente descobrir o que são os Paladinos e qual a sua função dentro da cadeia mitológica que os cerca, então vou deixar isso de fora. Mas o trabalho da Hawkins na hora de equilibrar o quanto ela usaria da "realidade" e o quanto ela moldaria para se encaixar na história foi bem precisa. A ideia é que nos próximos dois volumes nós tenhamos mais contato com os outros lados do mundo que ela acabou construindo, e só por isso eu já mal posso esperar por abril, mês em que, se tudo der certo, teremos o lançamento do segundo livro da trilogia.
Pra mim, a única coisa que faltou em Rebel Belle foi um vilão mais impactante. A Blythe certamente foi um pé no saco e causou um monte de problemas, além de ser uma das personagens mais irritantes que eu já li, então eu espero que:
A) ela esteja trabalhando para alguém fodalinico, ou;
B) que em Miss Mayhem ela mostre um lado mais malévolo do que o que vimos até aqui.
Caso contrário, não sei como essa divisão extrema de bem x mau, preto no branco, vai funcionar para os próximos volumes da trilogia.
No geral, um livro que definitivamente não é o que aparenta. Com um toque feminino sim, mas cheio de cenas de ação, diálogos sarcásticos e situação engraçadas e as vezes fofas, Rebel Belle é uma leitura rápida e divertida que tende a agradar leitores de fantasia YA que gostam de histórias que se confundem facilmente com romances contemporâneos, já que é recheado de tradições características do sul dos Estados Unidos. Super recomendo
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