O Vermelho e o Negro

O Vermelho e o Negro Stendhal




Resenhas - O Vermelho e o Negro


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Miguel Freire 08/04/2024

Paixão e ambição
Obra-prima da literatura francesa, O Vermelho e o Negro, escrito por Stendhal e publicado em 1830, abriu uma nova fronteira na literatura, mesmo que essa fronteira só tenha vindo a ser reconhecida vários anos depois.
Julien Sorel, filho de um carpinteiro, é um jovem ambicioso. Mas sua ambição é meio… ambígua. Não é ambicioso por dinheiro, isso fica claro ao longo da história. Também não ambiciona a nobreza, que despreza profundamente. Sua ambição se adequa mais a um anseio pelo heroísmo, por ser lembrado. É quase como uma soberba, uma satisfação do orgulho pessoal por chegar tão alto vindo de tão baixo. Não é àtoa que seu ídolo seja Napoleão. E Julien realmente chega a circular entre a nata da sociedade parisiense, e quase alcança essa glória tão desejada. Mas sua fria e firme convicção é abalada pelas paixões; o vermelho predomina sobre o negro.
Acima de tudo, O Vermelho e O Negro não é um romance com um ponto de vista monocêntrico, e aí está a inovação de Stendhal. Muitos o intitulam como inaugurador do gênero psicológico, porém creio que inaugurador de um novo gênero psicológico seria mais adequado: ao contrário do psicologismo clássico, que tem por objetivo nos mostrar um personagem unificado, Julien Sorel acaba completamente diferente de como começou: é um personagem muito mais fragmentado, complexo e paradoxal.
Tudo isso é exposto e reforçado pelo estilo de escrita extremamente movimentado do Stendhal. Quando acabamos O Vermelho e o Negro parece que tivemos uma visão dos personagens através de várias “espiadelas”, com muitos sentimentos acontecendo em um ritmo vertiginoso, reviravoltas aparecendo do nada no meio da corrente do rio stendhaliano. As análises psicológicas acontecem no ritmo na narrativa, se integrando a ela, parecendo até mesmo misturar-se ao narrador, que muda constantemente de forma, ora se afastando, ora chegando a se intrometer no meio do texto. É um livro extremamente ativo assim como seu autor
É um livro de aventuras também, com um certo romantismo. Mas o final do herói Julien não é o final típico do herói romântico. (ALERTA DE SPOILER) Ele não morre na glória do ato heróico, nem acaba definhando melancolicamente após um grande feito. Ele acaba guilhotinado como um assassino. Não é morto como uma vítima da sociedade, mas consciente da própria culpa e se achando merecedor dela. É como definiu Heinrich Mann: “A sensibilidade de Stendhal era romântica, porém era o intelecto que lhe examinava as emoções”.
A melhor definição do romance stendhaliano é a que ele mesmo fez: “O romance é um espelho que se carrega ao longo de uma grande estrada”. O espelho reflete tudo o que aparece diante dele de maneira clara e límpida, sem restrições, mas não podemos esquecer que esse é um espelho em movimento ao longo da estrada.
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MaywormIsa 25/03/2024

A história de um fraco ambicioso
Esse não é um livro cuja história tem vários ou grandes acontecimentos. Tampouco é uma história com diálogos (são escassos). Essa é simplesmente a *incrível* história de um jovem camponês que sonha em ser reconhecido e amado.

Julien Sorel, filho de um carpinteiro, é o caçula de três irmãos. Não tendo sido feito da mesma forte constituição física, sua aparência afeminada e delicada lhe trouxe diversos problemas em casa, onde a violência física era constante, tanto da parte do pai quanto dos irmãos. Crescido em ambiente hostil, sem amor e sem respeito, a vida de Julien muda quando ele aprende a ler, se torna fã de Napoleão, e é tutoreado por um padre, fazendo do menino um grande estudioso do latim.

Stendhal se dedicou em criar uma história onde os pensamentos e sentimentos dos personagens são o que mais interessa e o que mais se tem de importante observar na história, talvez por isso não tenha investido em diálogos. Julien é um rapaz cheio de arrogância infantil, sentindo-se superior aos "bem nascidos" e querendo galgar uma carreira e uma posição de importância na sociedade, ainda que sendo apenas, como ele mesmo diz, um "camponesinho" um filho de carpinteiro.

Na vida de Julien, não é nem uma única vez mencionado a existência de uma mãe. Isso me intrigou e me fez refletir a respeito do amor genuíno que ele sentiu pela sra. de Rênal, a esposa do prefeito. Felizmente o amor foi recíproco, mas as condições para que esse amor fosse livre eram impossíveis de se alcançar, e tudo muda de novo na vida de Julien, quando ele deixa de ser preceptor dos filhos da sra. de Rênal, para ser seminarista em outra cidade.

Julien é dotado de intrínseca inteligência, ele é capaz de memorizar tudo com grande dedicação e facilidade. Em tudo que se compromete a fazer, em termos de estudo e trabalho, ele tem êxito por sua conduta honesta, por ter hombridade e por ser responsável. Se ele não fosse tão "cabeçudo", ou seja, se não fosse essa síndrome de vira-lata, essa vontade de se vingar dos "bem nascidos" e da aristocracia, nosso herói (como diz o narrador) teria tido uma vida da qual ele almejava.

Entre paixões proibidas, êxitos profissionais, e loucas explosões emocionais de um rapaz sem nenhum tipo de inteligência emocional, acompanhamos cerca de 2 anos da vida desse herói sem capa, sem lenço e documento. O desfecho de suas aventuras me deixou com o coração na mão, mas enfim, Julien foi fiel ao seu ídolo e, digamos, seguiu todos os seus passos.

Durante a leitura, as primeiras 100 páginas fora passando de forma lenta, mas depois o ritmo acelera um pouco e fica mais fluído. Os personagens a volta de Julien são interessantes, e os pensamentos do rapaz causam um misto de sensações no leitor. Apesar de muitas vezes apresentar uma característica detestável, é impossível não torcer pela vitória de Julien em suas empreitadas, queremos que ele se livre de seus preconceitos e sua arrogância, torcemos para que seja correspondido no amor, que se torne aquilo que ele sonhou.

O narrador é um personagem a parte, não sabemos que ele é, mas é dotado de grande simpatia e carisma. Dei várias risadas ao longo da leitura pelas sacadas de Julien e do próprio narrador, que sabe tudo que vai acontecer, e muitas vezes toma partido de Julien ou algum outro personagem para defendê-los de um possível julgamento de valor que o leitor esteja fazendo.

Muito antes de terminar a leitura, entendi perfeitamente o motivo de Stendhal ter sido considerado um dos grandes escritores ao lado de Victor Hugo. Eu não deixaria de ler esse livro por nada, se fosse você!
Flávia Menezes 25/03/2024minha estante
Que resenha, minha amiga! Meus parabéns! ??
Sempre quis ler esse livro, e sua resenha despertou pontos que já me deixavam curiosa. Espero ler em breve!!! ?




Pequod.3 21/03/2024

Simplesmente uma obra-prima da literatura francesa escrita por Stendhal (pseudônimo de Marie-Henri Beyle) e publicada em 1830. Ambientado na França pós-napoleônica, o livro oferece uma análise bastante perspicaz da sociedade, política e psicologia humana.

A trama gira em torno de Julien Sorel, um jovem inteligente e ambicioso de origem humilde que está determinado a ascender na hierarquia social. Utilizando sua inteligência afiada, charme e astúcia, Julien embarca em uma jornada de autoafirmação em um mundo onde as oportunidades são escassas para alguém de sua condição social. Achei ele um personagem fascinante e complexo, cujas aspirações colidem com as realidades cruéis da sociedade da época.

O livro é dividido em duas partes distintas, representando as duas cores do título. Na primeira parte, Julien se envolve em um romance apaixonado com a Sra. de Rênal, esposa de um prefeito provinciano. Esse relacionamento o lança em um mundo de intrigas e traições, enquanto ele navega pelas complexidades do amor e da moralidade.

Na segunda parte, Julien parte para Paris em busca de ascensão social e sucesso político. Ele se envolve em jogos de poder e manipulação, tornando-se secretário de um influente político e seduzindo a filha de um aristocrata. No entanto, sua ambição implacável eventualmente o leva à ruína, destacando os custos da busca pelo poder e reconhecimento na sociedade francesa do século XIX.

Se tem algo que eu aprendi com essa leitura é que o autor desenvolve muito bem uma série de personagens e eventos que conseguem nos revelar as mais complexidades e também contradições da natureza humana. Possuindo diálogos perspicazes e sua análise aguda da sociedade oferecem uma visão penetrante das lutas individuais e sociais da época.

Não menos importante, também encontramos aqui um reflexão sobre as tensões entre a paixão e a ambição; amor e poder; moralidade e pragmatismo. Stendhal retrata magistralmente os conflitos internos de seus personagens, destacando as tensões entre seus desejos pessoais e as expectativas da sociedade.
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Mariana113 14/03/2024

O vermelho e o negro, um clássico!
Ambientado na França pós-revolucionária, o romance foca na ascensão social do jovem provinciano Julien Sorel, cuja ambição e astúcia o levam a buscar sucesso na sociedade parisiense. A trama aborda temas como amor, poder, hipocrisia e moralidade, destacando a luta de Julien para transcender sua origem humilde e conquistar reconhecimento em um mundo dominado pela aristocracia e pela igreja. A dualidade entre o vermelho, símbolo do desejo e da paixão, e o negro, representando a ambição e a busca pelo poder, permeia toda a narrativa, refletindo as complexidades da condição humana e as questões sociais da época. Stendhal utiliza uma prosa precisa e penetrante para explorar as nuances psicológicas de seus personagens, oferecendo uma análise perspicaz da natureza humana e das dinâmicas sociais.
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Sparr 03/03/2024

Dividido entre prepotência e orgulho, viu-se em decorrocada
Adorei a acidez e o sarcasmo com o qual Stendhal critica os moldes sociais de suas personagens, principalmente pelo fato de salientar que os ricos decidiam o futuro dos pobres de acordo com a utilidade que imaginavem para eles. E nada havia mudado, pois rei, imperador ou partido, todos estavam com seus bolsos tilintando moedas e servindo ao povo migalhas. Mas ele também mostra que orgulho, ganância e maldade nascem de ambição, esta não precisa de berço ou bolso para existir.
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Há ainda a marca de como o povo era apartado da educação e do conhecimento, pois a base social mudaria drasticamente se o povo passasse a entender plenamente o local onde estavam inseridos na história. E no meio dessas críticas, para além de muitas mais, ele coloca em cena Julien. Um personagem ensimesmado, admirador compulsivo de Napoleão e um aproveitador barato, que via em seus parcos planos de ascensão, planos de batalha e guerra. Algo que destaco como engraçado em sua composição é o fato de ser descrito com um rapaz franzino e sem lá muitas atribuições, mas ter os olhos claros e ser bonito trajado de preto.
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O fato de ver o ofício religioso como uma forma de ascender socialmente destaca, não a ausência de fé, mas algo em si mesmo, como hipocrisia e certa soberba.
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As personagens femininas, ricas, ignorantes e criadas à parte da realidade, completamente perdidas em ilusões, nada conhecem da vida e a maneira como conhecem é extremamente divertida de acompanhar, mas seria terrível de viver.
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Considerei a parte final do livro surpreendente pelas decisões que emolduram e são construídas com similaridade na base das histórias de outros personagens marcantes à história.
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O contraponto entre fé e guerra se apresenta na narrativa, a meu ver, em mais de uma perspectiva, o que só torna o romance mais interessante.
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Não achei as digressões afetadas, mas a segunda parte do livro deixa alguns personagens completamente acovardados e eles entram em paranoia muito facilmente, o que faz com que os pensamentos sejam mais expostos do que suas ações e isso pode tornar a leitura mais devagar para alguns.
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Gostei muito da obra, deveria ter lido antes e aproveitei muito o que li agora.
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Maria.Barreto 29/02/2024

O vermelho e o negro
Ouvi o áudio book e não consegui entender, ficou bem confuso. Portanto, pretendo reler assim que possível.
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Natália Carolina 14/02/2024

Um clássico é um clássico
Um clássico é um clássico!!!

Demorei na leitura deste livro, os acontecimentos são meio lentos, mas nem por isso são desinteressantes. É possível perceber muitas críticas ao clero, à política e à alta sociedade.
O narrador acompanha Julien e além de nos contar sobre suas ações nos dá acesso também aos seus pensamentos e reflexões os quais são muitas vezes contraditórios, o que nos mostra o porque deste livro sem um clássico: mostra toda a complexidade inerente à nós, seres humanos.

Também gostei muito de constatar como Stendhal influenciou Machado, um outro grande escritor de clássicos que amo.
Carolina.Gomes 24/02/2024minha estante
Acho sensacional!


Natália Carolina 24/02/2024minha estante
Demais!




paupspaups 12/02/2024

No começo, achei um pouco entediante, mas acabei sendo fortemente envolvida pela narrativa do livro. É um pouco angustiante perceber como as mesmas críticas sociais do sec. XIX ainda são válidas.
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Maria. 04/02/2024

Ainda bem que esse foi o único livro escrito por Stendhal
Esse ter sido o segundo livro lido de 2024 só pode ser o início de uma maldição nas leituras do ano já que PUTA MERDA que livro arrastado, chato, sem graça e desinteressante
Dei 1 estrela por pena uma vez que não consigo numerar nem 1 coisa que tenha gostado nessa bomba, desde os personagens insuportáveis até a narrativa. Talvez a passagem premonitória da vida dos antepassados de Mathilde sirva de alguma forma, mesmo que breve.
Uma tortura psicológica ler aquelas citações inventadas e/ou atribuídas a pessoas erradas abrindo os capítulos, não tem nada que broxe mais um leitor. Parece descuido. Enfim, péssimo.
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Joao Felipe 16/01/2024

Stendhal
Mesmo tendo se passado muito tempo desde que li esse livro pelo primeira vez, ainda consigo sentir o que me levou a amá-lo e em uma releitura consigo velo como um dos grandes dramas que já li, e como eu os amo.
Viva Stendhal, Oscar Wilde e Tolstói, pelo tanto me trazem.
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Jonathas 07/01/2024

Uma crônica do século XIX
O título da presente resenha remete ao subtítulo do próprio livro, o que se mostra muito apropriado considerando ser uma das melhores, mais certeiras e ao mesmo tempo prazerosas críticas da sociedade francesa pós Napoleão. Aqui acompanhamos os amores, aventuras e desventuras de Julien Sorel, filho de marceneiro, admirador de Napoleão e desprezador da nobreza e modos afetados da França pré revolução de 1830. Recheado de referências históricas e alusões a figuras importantes, o enredo desenvolve perfeitamente os personagens e entrega um romance ao mesmo tempo desvairado, poderoso e trágico. Simplesmente obrigatória a leitura deste delicioso livro para fins crescimento intelectual e de espírito.
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Lucas1429 31/12/2023

Fidedigno
Posso falar muitas coisas sobre o vermelho e o negro, mas buscarei ser mais sucinto.

Vale a pena? Sim. Demais. Uma obra psicológica, poética, cheia de trechos memoráveis passando pela mente dos diversos personagens.

É fácil de ler? Não chega a ser um Saramago de difícil, mas a mudança na mente dos personagens às vezes pode atrapalhar se não estiver bem focado na obra.

Vou viciar e ler feito um louco? Dificilmente. É uma obra pra se consumir como vinho, bebericando aos poucos e aproveitando seus inúmeros sabores e aromas. É um livro lento, as coisas acontecem aos poucos. Não se aventure com rapidez.

Vou gostar? Depende.

Eu gostei. Em sua vagarosidade, fui apresentado a Julien Sorel, nosso herói, advindo de um carpinteiro (assim como Jesus, e seu nome tbm começa com J), Julien se vê inserido em um mundo de hipocrisias e normas que lhe são alheias, mas, às vezes fascinantes. Sem ser aristocrata ou nobre, tenta provar para todos que tem a alma digna de um Napoleão. Sabe a Bíblia decorado e, por isso, vai galgando passos para subir na carreira. De preceptor a padrezinho, sonha com bispados e fortunas. O amor lhe aparece e é o grande vilão, ou talvez o maior ponto da trama.

Sua dedicação, altivez e determinação lhe causam ascensão e ruina. É fiel aos seus pensamentos do início ao fim. Não se dobra às circunstâncias, mesmo quando se vê rodeado e à mercê de todos aqueles que desprezava, mas que nunca deixou que lhe desprezassem.

Fica um trecho que eu gostei muito:

"O conde Altamira contou-me que, na véspera de sua morte, Danton dizia com sua voz grossa: É estranho, o verbo guilhotinar não pode se conjugar em todos os tempos; pode-se dizer> serei guilhotinado, serás guilhotinado, mas não se diz: fui guilhotinado" Cap. XLII
Andressa.Gusmao 28/01/2024minha estante
Melhor resenha. Fez a síntese dos meus sentimentos e reflexões. Dei 3 estrelas porque existe muitos devaneios amorosos, que particularmente, me geraram tédio. Agora, no aspecto das reflexões políticas, sociais e religiosas o livro é uma grande obra.


Lucas1429 29/02/2024minha estante
Acho que os devaneios teriam que fazer parte do momento. Li recentemente O Conde de Monte Cristo, que se passa, de certa forma, no mesmo período, e embora a história tenha outra pegada, acaba também tendo essa lenga lenga romântica hahaha mas obrigado pelo elogio =)




booksdalaus 24/12/2023

O vermelho e o negro
Principal obra de Stendhal e uma das mais importantes da literatura francesa, O vermelho e o negro é a um só tempo romance histórico e psicológico, uma inédita mescla de crônica social e incursão na natureza humana.

O vermelho e o negro conta a história de Julien Sorel, um jovem pobre e talentoso que, nos convulsivos anos de 1830, deixa para trás sua origem provinciana para circular entre as altas esferas da sociedade parisiense.
Mas o passado é traço difícil de apagar, e tão fortes quanto a determinação de Julien são as paixões que o dominam: o jovem tenta sufocar lembranças pessoais e a admiração ardente que nutre por Napoleão, figura non grata nos salões burgueses da Restauração, mas o faz em vão.
Crônica mordaz de seu tempo e romance inaugural do gênero psicológico, não é à toa que esta obra cumpriria à risca o destino vaticinado por seu autor, vindo a ser compreendida apenas muitos anos após sua publicação.
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