O Vermelho e O Negro

O Vermelho e O Negro Stendhal




Resenhas - O Vermelho e o Negro


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MaywormIsa 25/03/2024

A história de um fraco ambicioso
Esse não é um livro cuja história tem vários ou grandes acontecimentos. Tampouco é uma história com diálogos (são escassos). Essa é simplesmente a *incrível* história de um jovem camponês que sonha em ser reconhecido e amado.

Julien Sorel, filho de um carpinteiro, é o caçula de três irmãos. Não tendo sido feito da mesma forte constituição física, sua aparência afeminada e delicada lhe trouxe diversos problemas em casa, onde a violência física era constante, tanto da parte do pai quanto dos irmãos. Crescido em ambiente hostil, sem amor e sem respeito, a vida de Julien muda quando ele aprende a ler, se torna fã de Napoleão, e é tutoreado por um padre, fazendo do menino um grande estudioso do latim.

Stendhal se dedicou em criar uma história onde os pensamentos e sentimentos dos personagens são o que mais interessa e o que mais se tem de importante observar na história, talvez por isso não tenha investido em diálogos. Julien é um rapaz cheio de arrogância infantil, sentindo-se superior aos "bem nascidos" e querendo galgar uma carreira e uma posição de importância na sociedade, ainda que sendo apenas, como ele mesmo diz, um "camponesinho" um filho de carpinteiro.

Na vida de Julien, não é nem uma única vez mencionado a existência de uma mãe. Isso me intrigou e me fez refletir a respeito do amor genuíno que ele sentiu pela sra. de Rênal, a esposa do prefeito. Felizmente o amor foi recíproco, mas as condições para que esse amor fosse livre eram impossíveis de se alcançar, e tudo muda de novo na vida de Julien, quando ele deixa de ser preceptor dos filhos da sra. de Rênal, para ser seminarista em outra cidade.

Julien é dotado de intrínseca inteligência, ele é capaz de memorizar tudo com grande dedicação e facilidade. Em tudo que se compromete a fazer, em termos de estudo e trabalho, ele tem êxito por sua conduta honesta, por ter hombridade e por ser responsável. Se ele não fosse tão "cabeçudo", ou seja, se não fosse essa síndrome de vira-lata, essa vontade de se vingar dos "bem nascidos" e da aristocracia, nosso herói (como diz o narrador) teria tido uma vida da qual ele almejava.

Entre paixões proibidas, êxitos profissionais, e loucas explosões emocionais de um rapaz sem nenhum tipo de inteligência emocional, acompanhamos cerca de 2 anos da vida desse herói sem capa, sem lenço e documento. O desfecho de suas aventuras me deixou com o coração na mão, mas enfim, Julien foi fiel ao seu ídolo e, digamos, seguiu todos os seus passos.

Durante a leitura, as primeiras 100 páginas fora passando de forma lenta, mas depois o ritmo acelera um pouco e fica mais fluído. Os personagens a volta de Julien são interessantes, e os pensamentos do rapaz causam um misto de sensações no leitor. Apesar de muitas vezes apresentar uma característica detestável, é impossível não torcer pela vitória de Julien em suas empreitadas, queremos que ele se livre de seus preconceitos e sua arrogância, torcemos para que seja correspondido no amor, que se torne aquilo que ele sonhou.

O narrador é um personagem a parte, não sabemos que ele é, mas é dotado de grande simpatia e carisma. Dei várias risadas ao longo da leitura pelas sacadas de Julien e do próprio narrador, que sabe tudo que vai acontecer, e muitas vezes toma partido de Julien ou algum outro personagem para defendê-los de um possível julgamento de valor que o leitor esteja fazendo.

Muito antes de terminar a leitura, entendi perfeitamente o motivo de Stendhal ter sido considerado um dos grandes escritores ao lado de Victor Hugo. Eu não deixaria de ler esse livro por nada, se fosse você!
Flávia Menezes 25/03/2024minha estante
Que resenha, minha amiga! Meus parabéns! ??
Sempre quis ler esse livro, e sua resenha despertou pontos que já me deixavam curiosa. Espero ler em breve!!! ?




Pequod.3 21/03/2024

Simplesmente uma obra-prima da literatura francesa escrita por Stendhal (pseudônimo de Marie-Henri Beyle) e publicada em 1830. Ambientado na França pós-napoleônica, o livro oferece uma análise bastante perspicaz da sociedade, política e psicologia humana.

A trama gira em torno de Julien Sorel, um jovem inteligente e ambicioso de origem humilde que está determinado a ascender na hierarquia social. Utilizando sua inteligência afiada, charme e astúcia, Julien embarca em uma jornada de autoafirmação em um mundo onde as oportunidades são escassas para alguém de sua condição social. Achei ele um personagem fascinante e complexo, cujas aspirações colidem com as realidades cruéis da sociedade da época.

O livro é dividido em duas partes distintas, representando as duas cores do título. Na primeira parte, Julien se envolve em um romance apaixonado com a Sra. de Rênal, esposa de um prefeito provinciano. Esse relacionamento o lança em um mundo de intrigas e traições, enquanto ele navega pelas complexidades do amor e da moralidade.

Na segunda parte, Julien parte para Paris em busca de ascensão social e sucesso político. Ele se envolve em jogos de poder e manipulação, tornando-se secretário de um influente político e seduzindo a filha de um aristocrata. No entanto, sua ambição implacável eventualmente o leva à ruína, destacando os custos da busca pelo poder e reconhecimento na sociedade francesa do século XIX.

Se tem algo que eu aprendi com essa leitura é que o autor desenvolve muito bem uma série de personagens e eventos que conseguem nos revelar as mais complexidades e também contradições da natureza humana. Possuindo diálogos perspicazes e sua análise aguda da sociedade oferecem uma visão penetrante das lutas individuais e sociais da época.

Não menos importante, também encontramos aqui um reflexão sobre as tensões entre a paixão e a ambição; amor e poder; moralidade e pragmatismo. Stendhal retrata magistralmente os conflitos internos de seus personagens, destacando as tensões entre seus desejos pessoais e as expectativas da sociedade.
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Mariana113 14/03/2024

O vermelho e o negro, um clássico!
Ambientado na França pós-revolucionária, o romance foca na ascensão social do jovem provinciano Julien Sorel, cuja ambição e astúcia o levam a buscar sucesso na sociedade parisiense. A trama aborda temas como amor, poder, hipocrisia e moralidade, destacando a luta de Julien para transcender sua origem humilde e conquistar reconhecimento em um mundo dominado pela aristocracia e pela igreja. A dualidade entre o vermelho, símbolo do desejo e da paixão, e o negro, representando a ambição e a busca pelo poder, permeia toda a narrativa, refletindo as complexidades da condição humana e as questões sociais da época. Stendhal utiliza uma prosa precisa e penetrante para explorar as nuances psicológicas de seus personagens, oferecendo uma análise perspicaz da natureza humana e das dinâmicas sociais.
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Sparr 03/03/2024

Dividido entre prepotência e orgulho, viu-se em decorrocada
Adorei a acidez e o sarcasmo com o qual Stendhal critica os moldes sociais de suas personagens, principalmente pelo fato de salientar que os ricos decidiam o futuro dos pobres de acordo com a utilidade que imaginavem para eles. E nada havia mudado, pois rei, imperador ou partido, todos estavam com seus bolsos tilintando moedas e servindo ao povo migalhas. Mas ele também mostra que orgulho, ganância e maldade nascem de ambição, esta não precisa de berço ou bolso para existir.
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Há ainda a marca de como o povo era apartado da educação e do conhecimento, pois a base social mudaria drasticamente se o povo passasse a entender plenamente o local onde estavam inseridos na história. E no meio dessas críticas, para além de muitas mais, ele coloca em cena Julien. Um personagem ensimesmado, admirador compulsivo de Napoleão e um aproveitador barato, que via em seus parcos planos de ascensão, planos de batalha e guerra. Algo que destaco como engraçado em sua composição é o fato de ser descrito com um rapaz franzino e sem lá muitas atribuições, mas ter os olhos claros e ser bonito trajado de preto.
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O fato de ver o ofício religioso como uma forma de ascender socialmente destaca, não a ausência de fé, mas algo em si mesmo, como hipocrisia e certa soberba.
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As personagens femininas, ricas, ignorantes e criadas à parte da realidade, completamente perdidas em ilusões, nada conhecem da vida e a maneira como conhecem é extremamente divertida de acompanhar, mas seria terrível de viver.
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Considerei a parte final do livro surpreendente pelas decisões que emolduram e são construídas com similaridade na base das histórias de outros personagens marcantes à história.
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O contraponto entre fé e guerra se apresenta na narrativa, a meu ver, em mais de uma perspectiva, o que só torna o romance mais interessante.
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Não achei as digressões afetadas, mas a segunda parte do livro deixa alguns personagens completamente acovardados e eles entram em paranoia muito facilmente, o que faz com que os pensamentos sejam mais expostos do que suas ações e isso pode tornar a leitura mais devagar para alguns.
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Gostei muito da obra, deveria ter lido antes e aproveitei muito o que li agora.
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Maria.Barreto 29/02/2024

O vermelho e o negro
Ouvi o áudio book e não consegui entender, ficou bem confuso. Portanto, pretendo reler assim que possível.
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Natália Carolina 14/02/2024

Um clássico é um clássico
Um clássico é um clássico!!!

Demorei na leitura deste livro, os acontecimentos são meio lentos, mas nem por isso são desinteressantes. É possível perceber muitas críticas ao clero, à política e à alta sociedade.
O narrador acompanha Julien e além de nos contar sobre suas ações nos dá acesso também aos seus pensamentos e reflexões os quais são muitas vezes contraditórios, o que nos mostra o porque deste livro sem um clássico: mostra toda a complexidade inerente à nós, seres humanos.

Também gostei muito de constatar como Stendhal influenciou Machado, um outro grande escritor de clássicos que amo.
Carolina.Gomes 24/02/2024minha estante
Acho sensacional!


Natália Carolina 24/02/2024minha estante
Demais!




paupspaups 12/02/2024

No começo, achei um pouco entediante, mas acabei sendo fortemente envolvida pela narrativa do livro. É um pouco angustiante perceber como as mesmas críticas sociais do sec. XIX ainda são válidas.
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Maria. 04/02/2024

Ainda bem que esse foi o único livro escrito por Stendhal
Esse ter sido o segundo livro lido de 2024 só pode ser o início de uma maldição nas leituras do ano já que PUTA MERDA que livro arrastado, chato, sem graça e desinteressante
Dei 1 estrela por pena uma vez que não consigo numerar nem 1 coisa que tenha gostado nessa bomba, desde os personagens insuportáveis até a narrativa. Talvez a passagem premonitória da vida dos antepassados de Mathilde sirva de alguma forma, mesmo que breve.
Uma tortura psicológica ler aquelas citações inventadas e/ou atribuídas a pessoas erradas abrindo os capítulos, não tem nada que broxe mais um leitor. Parece descuido. Enfim, péssimo.
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Joao Felipe 16/01/2024

Stendhal
Mesmo tendo se passado muito tempo desde que li esse livro pelo primeira vez, ainda consigo sentir o que me levou a amá-lo e em uma releitura consigo velo como um dos grandes dramas que já li, e como eu os amo.
Viva Stendhal, Oscar Wilde e Tolstói, pelo tanto me trazem.
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Jonathas 07/01/2024

Uma crônica do século XIX
O título da presente resenha remete ao subtítulo do próprio livro, o que se mostra muito apropriado considerando ser uma das melhores, mais certeiras e ao mesmo tempo prazerosas críticas da sociedade francesa pós Napoleão. Aqui acompanhamos os amores, aventuras e desventuras de Julien Sorel, filho de marceneiro, admirador de Napoleão e desprezador da nobreza e modos afetados da França pré revolução de 1830. Recheado de referências históricas e alusões a figuras importantes, o enredo desenvolve perfeitamente os personagens e entrega um romance ao mesmo tempo desvairado, poderoso e trágico. Simplesmente obrigatória a leitura deste delicioso livro para fins crescimento intelectual e de espírito.
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Lucas1429 31/12/2023

Fidedigno
Posso falar muitas coisas sobre o vermelho e o negro, mas buscarei ser mais sucinto.

Vale a pena? Sim. Demais. Uma obra psicológica, poética, cheia de trechos memoráveis passando pela mente dos diversos personagens.

É fácil de ler? Não chega a ser um Saramago de difícil, mas a mudança na mente dos personagens às vezes pode atrapalhar se não estiver bem focado na obra.

Vou viciar e ler feito um louco? Dificilmente. É uma obra pra se consumir como vinho, bebericando aos poucos e aproveitando seus inúmeros sabores e aromas. É um livro lento, as coisas acontecem aos poucos. Não se aventure com rapidez.

Vou gostar? Depende.

Eu gostei. Em sua vagarosidade, fui apresentado a Julien Sorel, nosso herói, advindo de um carpinteiro (assim como Jesus, e seu nome tbm começa com J), Julien se vê inserido em um mundo de hipocrisias e normas que lhe são alheias, mas, às vezes fascinantes. Sem ser aristocrata ou nobre, tenta provar para todos que tem a alma digna de um Napoleão. Sabe a Bíblia decorado e, por isso, vai galgando passos para subir na carreira. De preceptor a padrezinho, sonha com bispados e fortunas. O amor lhe aparece e é o grande vilão, ou talvez o maior ponto da trama.

Sua dedicação, altivez e determinação lhe causam ascensão e ruina. É fiel aos seus pensamentos do início ao fim. Não se dobra às circunstâncias, mesmo quando se vê rodeado e à mercê de todos aqueles que desprezava, mas que nunca deixou que lhe desprezassem.

Fica um trecho que eu gostei muito:

"O conde Altamira contou-me que, na véspera de sua morte, Danton dizia com sua voz grossa: É estranho, o verbo guilhotinar não pode se conjugar em todos os tempos; pode-se dizer> serei guilhotinado, serás guilhotinado, mas não se diz: fui guilhotinado" Cap. XLII
Andressa.Gusmao 28/01/2024minha estante
Melhor resenha. Fez a síntese dos meus sentimentos e reflexões. Dei 3 estrelas porque existe muitos devaneios amorosos, que particularmente, me geraram tédio. Agora, no aspecto das reflexões políticas, sociais e religiosas o livro é uma grande obra.


Lucas1429 29/02/2024minha estante
Acho que os devaneios teriam que fazer parte do momento. Li recentemente O Conde de Monte Cristo, que se passa, de certa forma, no mesmo período, e embora a história tenha outra pegada, acaba também tendo essa lenga lenga romântica hahaha mas obrigado pelo elogio =)




booksdalaus 24/12/2023

O vermelho e o negro
Principal obra de Stendhal e uma das mais importantes da literatura francesa, O vermelho e o negro é a um só tempo romance histórico e psicológico, uma inédita mescla de crônica social e incursão na natureza humana.

O vermelho e o negro conta a história de Julien Sorel, um jovem pobre e talentoso que, nos convulsivos anos de 1830, deixa para trás sua origem provinciana para circular entre as altas esferas da sociedade parisiense.
Mas o passado é traço difícil de apagar, e tão fortes quanto a determinação de Julien são as paixões que o dominam: o jovem tenta sufocar lembranças pessoais e a admiração ardente que nutre por Napoleão, figura non grata nos salões burgueses da Restauração, mas o faz em vão.
Crônica mordaz de seu tempo e romance inaugural do gênero psicológico, não é à toa que esta obra cumpriria à risca o destino vaticinado por seu autor, vindo a ser compreendida apenas muitos anos após sua publicação.
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Daniel 21/12/2023

Os personagens são profundos e suas relações mostram os jogos das classes altas e suas hipocrisias.
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Michele Duchamp 20/12/2023

Meu livro favorito. Levei ele quando passei 3 meses num convento e lia escondido.
Você só acha Julien Sorel detestável porque está lendo ele no contexto errado.
Julien, assim como eu autista, passa a vida exterior e social dele numa performance constante. A história , em si, seria novelesca e superficial caso uma pessoa diferente de Stendhal estivesse escrevendo: basicamente o protagonista, de origem humilde, tem Napoleão como figura paterna, busca a ascensão social, resolve cortejar a esposa do prefeito como forma de validação e está em dúvida sobre qual caminho tomar para galgar na sociedade francesa. Quando Sorel entra no seminário (o negro), pois não era mais viável e prestigioso entrar no exército (o vermelho), as críticas são realistas demais, mesmo em um país e época diferentes como os nossos (o bom e o mal de uma igreja hierárquica e pretensamente imutável).
Stendhal parece o regente de uma orquestra, de repente ele muda o tom da história e você nem percebe o começo da escuridão.
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Amanda Vinco Toneti 19/12/2023

Agridoce
Julien Sorel é o protagonista mais detestável que eu já li, mas o livro é muito bom e retrata bem o clima e a relação entre as pessoas de sua época.
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