Primeiras estórias

Primeiras estórias João Guimarães Rosa




Resenhas - Primeiras Estórias


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DIRCE 11/02/2012

Milmaravilhosa
Primeiras Estórias, livro de J.G. Rosas que traz 21 contos, e, me permitindo tomar uma emprestada uma fala do narrador- personagem de Pirlimpsiquice , diria que, a leitura que eu fiz foi milmaravilhosa, ainda que, ao contrário do que aparenta, não são contos muitos fáceis de entender – falo por mim, uma vez que, alguns deles, me levou a releituras para um melhor entendimento, como A Terceira Margem do Rio.
De uma maneira geral, J.G. Rosas, aborda nesse livro diferentes temas, como o descoberta do mundo por um menino , o deslumbramento que coisas simples provocam, e a compreensão de que a alegria pode desvanecer , porém, no meio das trevas, um vaga-lume pode representar outra vez a Alegria.
E "mergulhando" na escrita e narrativa de G. Rosa me deparei com a solidão, com a loucura, com a solidariedade, com a lei dos mais fortes, com a ingratidão, com as seqüelas da guerra, com os questionamento que um espelho pode trazer, com um novo despertar do amor e da sexualidade, e encontrei , até , uma vaca fujona que, no final de sua insólita jornada, tal qual um cúpido, permitiu que dois jovens fossem atingidos pela certeira flecha do amor.
Vou me estender um pouco mais falando sobre a "A Terceira Margem do Rio" e "Pirlimpsiquice".
A Terceira Margem do Rio, por ter me intrigado, me instigado e me desafiado, a ponto de eu ler e reler 2 vezes, pois inúmeras perguntas ficaram me martelando: o que representaria o termo a terceira margem? Por que o filho não conseguiu, como os demais membros da família, levar sua vida adiante, quando seu pai resolve viver, rio adentro, em uma pequena canoa? Por que tanta culpa? Por que tive a sensação que o filho ocupou o lugar de protagonista destinado ao pai? Pensei, pensei e pensei. Lembrei-me que, com freqüência, as pessoas sem perspectiva, são definidas como pessoas que vivem às margens da sociedade. Então será que minhas perguntas poderiam ter como respostas que o Rio foi uma metáfora utilizada por G. Rosas da vida, da existência? A negação do filho em ocupar o lugar do pai , representaria o seu medo da travessia, o seu medo de fazer as coisas acontecerem, levando-o a optar em ficar à margem ( a terceira margem do rio) , e , como seu pai que ficou à margem - a mercê da loucura , ficaria ele a mercê de dias não vividos, esperando apenas pela sua derradeira hora?

Já ,Pirlimpsiquice....Ah! Doce verão dos meus sonhos... No conto: a lembrança do narrador-personagem de uma peça encenada na sua infância, e que, devido a ausência de um dos membros ( o protagonista mor) e a rivalidade existente entre os alunos do colégio, se deu o maior quiprocó.
Maior quiprocó também se deu, quando eu, no segundo ano primário, fui escalada pela minha professora ( D. Nilza) para encenar uma peça de teatro , na qual eu representava uma madame- caracterizada como tal : salto alto ( aos 8 anos???) coque na cabeça...fala sério: uma verdadeira caricatura - hilário. Mas não parou por aí: na peça eu derrubava um vaso de porcelana valiosíssimo e, em uma das minha falas, eu dizia: OH! Meu vaso de porcelana, tão valioso! Valioso, não só pelo seu preço mas também pelo seu valor sentimental. Ocorre, que nos ensaios eu derrubava um suposto vaso , e não havia objeto algum representando-o , porém, no dia da apresentação da peça, a professora, colocou na mesa o tão valioso vaso - uma garrafinha de coca-cola- e , eu, toda talentosa, derrubei aquela " preciosidade" que se espatifou no chão em mil cacos. Nossa!!! Que vexame! Não é que eu achei tanta graça com o "vaso" espatifado no chão, que comecei a rir muito , na verdade, eu chorei de tanto rir e não disse fala alguma. Eu apenas ria , ria e ria. A professora apavorada fazia sinal para que eu parasse de rir, mas não tinha jeito: a cada sinal dela mais eu achava graça. A solução que ela encontrou, para acabar com aquela situação embaraçosa, foi ocupar o meu lugar peça. Estava encerrada minha carreira de atriz.
Por que eu "fugi" de modo tão desavergonhado da leitura ? Porque ler G. Rosas também é se permitir, por meio da sua narrativa, "voar" a tempos longínquos, e se perguntar: como G. Rosas escreveria minha façanha? Qual o título que ele daria a ela? Pirlimpsiquice II?
Como nesse meu comentário prevaleceram as interrogações, eu o finalizo com mais uma: posso deixar de dar 5 estrelas?
Tiago 02/05/2012minha estante
Releitura: uma das coisas mais gostosas de ler Rosa é que cada leitura que você faz do mesmo texto dele é um conto novo que lê.


ScaredOn 22/08/2012minha estante
Muito importantes as suas observações.
1-O termo a terceira margem, vem do fato do pai isolar-se e viver na terceira margem, o pai mergulha numa questao existencial;Guimarães rosa revelou que o rio é a alma humana, o pai mergulha no rio que é a alma, e passa a viver numa outra margem, uma amrgem meta fisica.
2-"Por que o filho não conseguiu, como os demais membros da família, levar sua vida adiante"- O conto mostra que alguns filhos sentem necessidade de cuidar dos pais, se sentem responsáveis de alguma forma pelos pais e pelo sofrimento "Por que tanta culpa".
3 - "Por que tive a sensação que o filho ocupou o lugar de protagonista destinado ao pai"-O filho, assim como o pai, acaba se isolando do que deveria viver, o pai deveria viver com a familia,o filho deveria fazer familia, os dois de certa forma, se isolaram da propria existencia.


ScaredOn 22/08/2012minha estante
Corrigindo "Muito importante".


Carla 28/07/2013minha estante
Realmente, Dirce, os contos não fáceis de entender...
Estou no meio da leitura do livro e, muitas vezes, ao terminá-los, percebo que não compreendi o texto e, muito menos, sua mensagem...
Este livro está sendo um grande desafio... há tempos, não lia um livro de tão difícil compreensão!
Torço para conseguir entender a mensagem que o autor almejou transmitir...




Mariana 01/01/2012

Proseando.
Livro de contos.Apresenta como cenário sítios diversos e neles famílias diversas que retratam as lacunas de uma sociedade. O espelho , um conto do livro, que reli várias vezes embargada em reflexões é o marcante. Outro efeito gracioso é a forma de linguagem usada que aconchega, tão tranquilo , íntimo porém com muita base.Sem palavras jogadas ao acaso.
Recomendo, assim como releio.
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Faber-Castell 02/11/2011

A pedagogia rosiana do viver
Livro primoroso deste grande escritor brasileiro. "Primeiras estórias" é uma reunião de contos escritos para este livro que compoem uma harmonia: todas as estórias falam do mesmo tema, mas cada uma de forma diferente. Cabe ao leitor o trabalho de descobrir o tema que é o fio-condutor do uno e do todo no livro.
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May 26/08/2011

Sou muito fã da forma que o Guimarães escreve e esse livro então, esbanja originalidade. ÉPICO!
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Augusto Abreu 29/07/2011

Guimarães Rosa
Além do clássico Grande Sertão, Veredas; e do épico Corpo de Baile, que é como se fosse o Ulisses brasileiro, Guimarães Rosa escrevia contos magistrais, como os deste livro que ele batizou estranhamente Primeiras Estórias, embora fossem as últimas que ele publicasse em vida. Sua justificativa era de que ele compreendia que seus textos buscavam a pureza e a simplicidade, e ele gostaria que tivesse sido assim desde o começo, como quando publicou Sagarana, outro livro de contos. Depois de uma grande volta pelo romance, o gigante retornaria com a técnica refinada a nos presentear com este monumento do lirismo e da concisão. Um livro difícil para quem não é acostumado à linguagem, mas repleto de ótimos momentos.
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ScaredOn 01/11/2010

Ótimo
Não me canso de ler "A terceira margem do rio".Marcou minha vida.
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22/09/2009

Tem um conto que é uma poesia!
Leia para descubrir a terceira margem do rio e a maneira mais singela de falar do medo, do desconhecido, do falível...
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Flávia Salla 16/06/2009

Erudito!!!
Só consegui entender os contos porque na época a professora de literatura do cursinho explicou! Fantástico!!!
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Lela.c 12/05/2009

histórias de começo de vida
Na infância o mundo é revelado , Guimarães Rosa sabia disso e faz em Primeiras estórias este recorte de mundo que só as crianças sabem ver , na filosofia infantil encontramos a essência da vida, no décimo primeiro conto deste livro , "O espelho" o herói reencontra seu rosto perdido que nasce como quase um rostinho de criança e está talvez a maior busca humana lida aqui!
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Samyta 07/03/2009

Primeiros passos no sertão...
Sou muito suspeita pra falar de Guimarães Rosa, porque sou roseana de coração, muito fã mesmo!!!
Esse é um dos meus preferidos, com contos maravilhosos (destaque para "A menina de Lá" que é de uma delicadeza sem fim).
Ótimo para quem ainda não leu nada dele. E também sempre bom para reler trechos de vez em quando. Amo!
biiah 14/03/2012minha estante
tive EXATAMENTE a mesma impressão de A Menina de Lá. Mas amei com todas as minhas forças Nenhum, Nenhuma.




Thaysss 20/01/2009

Um livro mágico para ser lido muitas vezes!
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Filib Jurj 12/01/2009

Usei o Primeiras Estórias como uma introdução à obra de Guimarães Rosa, para depois começar a leitura de Grande Sertão: Veredas. Mas ainda não comecei a segunda parte do meu projeto. :-)
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Maria Lucia 05/01/2009

Livro ideal para quem começar o mergulho no universo roseano.

Término: 2º semestre de 2007
Luiz993 27/06/2022minha estante
Acho complicado começar Guimarães Rosa por essa obra, aliás, para mim é seu livro mais difícil. Eu vejo Sagarana como um ótimo início na obra do autor, pois as leituras são mais fáceis e mais interessantes também.




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