Kassia.Castro 06/03/2024
Comprei esse livro por ser um clássico da literatura inglesa sem saber que era tão perturbador assim. Publicado em 1963, torna-se best-seller mundial. "O Colecionador" foi a inspiração para Thomas Harris escrever "O Silêncio dos Inocentes" e também serviu de inspiração para Stephen King, que teve sua inspiração com a obra Misery, onde o personagem principal do livro até cita o livro o colecionador. Além disso, foi mencionado como inspiração por alguns serial killers como Ted bundy e sequestradores. Um exemplo foi o caso de Leonard Lake e Charles Ng em 1985, que sequestraram duas garotas em uma operação que chamaram de "Operação Miranda", em referência à personagem sequestrada do livro.
O livro é tão realista que poderia facilmente ser confundido com uma obra autobiográfica. O autor nos apresenta Frederick Clegg, aparentemente um homem normal que acaba de ganhar dinheiro na loteria. No entanto, não há nada em sua vida que possa identificar sua índole extremamente distorcida.
"O Colecionador" é um thriller psicológico dividido em quatro partes, narrado em primeira pessoa, que contém a perspectiva de Frederick Clegg, o sequestrador, e a vítima Miranda Grey.
O livro está repleto de discussões políticas, filosóficas, sociais e psicológicas nas quais os britânicos estavam inseridos. Reflexões sobre o comunismo, sistema de castas, burguesia, citações de obras de arte, livros, músicas e até mesmo borboletas são apresentadas.
Uma das interessantes observações sobre a relação de Miranda com Fred é o apelido de Caliban (um personagem mitológico monstruoso, egoísta e obsessivo) que ela dá para ele. Além disso, ela passa por um misto de sentimento em relação a ele, incluindo pena, nojo, perdão e raiva, à medida que os dias passam.
A palavra que define esse livro é perturbador.