A construção social da realidade

A construção social da realidade Peter L. Berger...




Resenhas - A construção social da realidade


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emillebraga 09/04/2021

Muito bom
Gostei muito do livro, li para uma disciplina da faculdade e curti. Por ser um livro mais teórico, a leitura fica um pouco cansativa e apresenta uma repetição de ideias que pode tornar um pouco chato o fluxo. Porém, os autores apresentam muitos exemplos e isso ajuda muito a compreender melhor a teoria e ilustrar sua aplicabilidade no cotidiano! Recomendo muito.
Leal 15/02/2022minha estante
amg tu faz facul doq?


emillebraga 16/02/2022minha estante
Psicologia!




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Ariane.Marques 30/10/2017

O mundo que construímos
Como é possível que a atividade humana produza um mundo de coisas? Para compreender a “realidade sui generis” da sociedade é necessário investigar a maneira pela qual esta realidade é construída. Esta investigação é tarefa da sociologia do conhecimento, e também desse livro que aborda o tema da subdisciplina sociológica chamada de “sociologia do conhecimento” (Max Scheler, 1920). O livro traz um novo enfoque sobre esse campo, segundo os autores: a sociologia do conhecimento deve tratar da construção social da realidade.
A análise da articulação teórica desta realidade continuará sendo parte desse interesse, mas não é a mais importante. Assim, é sugerido uma redefinição de longo alcance do âmbito da sociologia do conhecimento, muito mais ampla do que tudo quanto até agora se entendeu como constituindo esta disciplina.
O livro é um tratado teórico sistemático de sociologia do conhecimento, leitura que necessita um conhecimento prévio e introdutório sobre a ciência da sociologia.
Muitas reflexões surgem a partir da ideia principal declarada que a realidade é construída socialmente, portanto, a sociologia do conhecimento deve analisar o processo em que este fato ocorre. Por isso a leitura se torna lenta e pensativa, pois afinal é um momento raro de compreensão sobre o mundo. Pois não fazemos isso todos os dias quando acordamos, ou seja, ter a preocupação de interpretar ou analisar teoricamente o mundo, apesar de vivermos em um mundo de algum tipo.
No ponto de vista dos autores a sociologia do conhecimento deve ocupar-se com tudo aquilo que passa por conhecimento ou que pelo menos é considerado conhecimento, em uma sociedade, independentemente da validade ou invalidade (por quaisquer critérios) desse conhecimento. E na medida do seu desenvolvimento, transmissão e manutenção nas situações sociais, a sociologia do conhecimento deve procurar compreender o processo pelo qual isto se realiza, de tal maneira que uma realidade admitida como certa solidifica-se para o homem da rua. Ela ocupa-se com o que os homens “conhecem” como realidade em sua vida cotidiana, o conhecimento do senso comum, e não as ideias são o foco central da sociologia do conhecimento. É justamente este conhecimento que constitui o tecido (trama) de significados sem o qual nenhuma sociedade poderia existir.
Todas as tipificações do pensamento do senso comum são elementos integrais do mundo concreto, histórico e sociocultural em que prevalecem, sendo admitidas como certas e socialmente aprovadas. Sua estrutura determina entre outras coisas a distribuição social do conhecimento e sua relatividade e importância para o ambiente social concreto, de um grupo concreto, em uma situação histórica concreta. Acham-se aqui os problemas legítimos do relativismo, do historicismo e da chamada sociologia do conhecimento. (Schutz,1962)
O conteúdo trata também das relações entre o pensamento humano e o contexto social dentro do qual este surge, se concentrando no fator social. A sociologia do conhecimento herdou de Marx (1844) a ideia de que o pensamento humano se funde da atividade humana, isto é, trabalho no sentido mais amplo da palavra, e nas relações sociais produzidas por esta atividade.
De modo geral pode-se dizer que a sociologia do conhecimento representa uma aplicação específica daquilo que Nietzsche chamava adequadamente de a “arte da desconfiança”. Nietzsche desenvolveu sua própria teoria da “falsa consciência” em suas análises da significação social do engano e do autoengano e da ilusão como condição necessária da vida.
Com os exemplos e fatos analisados durante todo o texto, percebe-se fortemente o acréscimo de uma nova perspectiva do uso do pensamento humano como instrumento na luta pela sobrevivência e pelo poder. Já compreendido por muitos sociólogos, filósofos e pesquisadores que se dedicam ao estudo desta área, a tarefa da sociologia do conhecimento é acumular diferentes perspectivas referentes ao objeto do conhecimento, isso o torna mais claro, possibilitando assim uma importante ajuda na procura de qualquer entendimento correto dos acontecimentos humanos.
Desta forma, com a reunião de todas essas teorias e exemplos citados no texto, esta leitura faz o leitor repensar como ele individualmente atua, contribui e ajuda a construir a realidade social e tudo ao seu redor. Também oportuniza que o leitor observe a relação contrária, ou seja, a influência do que já é visto como real na comunidade, na geografia e no meio cultural em que está inserido e que modifica diariamente a sua visão e concepção de mundo, construindo o seu pensamento social individual.
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Janos.Biro 17/11/2017

Sociologia do conhecimento
A sociologia do conhecimento analisa o processo de construção social do conhecimento, considerando que nosso conhecimento acerca da realidade é socialmente construído. A sociologia não responde as questões filosóficas sobre o conceito de "conhecimento” ou de “realidade”, mas estuda o modo como algo é socialmente reconhecido como um conhecimento válido. Em outras palavras, a sociologia do conhecimento estuda como certo conhecimento chega a ser socialmente aceito como válido, independente de sua justificativa. Todo conhecimento humano desenvolve-se, transmite-se e mantém-se por meio de situações sociais.

O termo “sociologia do conhecimento” foi criado por Max Scheler no contexto intelectual da Alemanha dos anos 20. Mas o problema geral da sociologia do conhecimento não é novo. O pensamento marxista, o nietzscheano e o historicista são considerados antecedentes intelectuais imediatos. A sociologia do conhecimento de Marx tem sua raiz na afirmação de que a consciência do homem é determinada pelo seu ser social. Alguns conceitos chaves para essa área também são de Marx: o conceito de “ideologia” e de “falsa consciência”, assim como os conceitos de “infra-estrutura” e “superestrutura”.

O anti-idealismo de Nietzsche, assim como sua teoria do “ressentimento” também fizeram parte da atmosfera em que surge a sociologia do conhecimento. Já o historicismo, representado principalmente por Wilhelm Dilthey, contribuiu para se pensar a historicidade do pensamento humano, ou seja, o método histórico para explicar a construção social do pensamento. A sociologia do conhecimento de Scheler ajustou-se a esta orientação, gerando um método essencialmente negativo. A sociedade determinaria a presença, mas não a natureza das ideias. A sociologia só poderia estudar a seleção sócio-histórica dos conteúdos ideativos, mas não a causalidade sócio-histórica deles.

Posteriormente, Karl Mannheim expande a compreensão sobre a sociologia do conhecimento, afirmando que a sociedade não determina somente a forma, mas também o conteúdo da ideação humana, com algumas exceções. O método para o estudo do pensamento humano passa a ser positivo. Mannheim estabelece a distinção entre os conceitos de ideologia particular, total e geral. Neste último, o conceito de ideologia abrange quase todo o pensamento humano, afirmando que todo pensamento está sujeito à influência ideologizante do contexto social. “O conhecimento tem sempre que ser conhecimento a partir de uma certa posição” (23). Quanto mais perspectivas adicionadas, mais claro se torna o objeto do pensamento.

Na América, o sociólogo mais importante que deu atenção à sociologia do conhecimento foi Robert Merton. “Merton construiu um paradigma para a sociologia do conhecimento, expondo os temas mais importantes desta disciplina em forma condensada e coerente” (24). Talcott Parsons também deu sua contribuição. Outros autores que trataram do assunto foram Wright Mills, Theodor Geiger, Ernst Topitsch e Werner Stark. Este último vai além de Mannheim e reconhece que a tarefa da sociologia do conhecimento não é desmascarar distorções socialmente produzidas, mas o “estudo sistemático das condições sociais do conhecimento enquanto tal” (26). Em resumo, o interesse da sociologia do conhecimento está voltado às questões epistemológicas em nível teórico e às questões da história intelectual em nível empírico.

Estas questões não são próprias da disciplina empírica da sociologia, mas sim da metodologia das ciências sociais, e indagam filosoficamente sobre a própria sociologia. A sociologia do conhecimento deve ocupar-se com tudo aquilo que é considerado “conhecimento” na sociedade. O escopo mais “teórico” do conhecimento é produzido apenas por um grupo limitado de pessoas. “As formulações teóricas da realidade, quer sejam científicas ou filosóficas, quer sejam até mitológicas, não esgotam o que é ‘real’ para os membros de uma sociedade” (29). O foco central da sociologia do conhecimento deve ser o “conhecimento” do senso comum, pois ele é o mais central para uma sociedade.

Essa compreensão é devedora da obra Alfred Schutz, que se concentrou no sentido comum da vida cotidiana. Tomando por base conceitos e abordagens de Marx, Weber e Durkheim, a redefinição da natureza e alcance da sociologia do conhecimento a desloca da periferia para o centro da teoria sociológica.

As análises da sociologia do conhecimento se aplicam diretamente a problemas da sociologia da linguagem, da teoria da ação e instituições sociais, e da sociologia da religião. “Esta integração exige a sistemática consideração da relação dialética entre as realidades estruturais e o empreendimento humano de construir a realidade na história” (243). Uma sociologia puramente estrutural corre o risco de reificar os fenômenos sociais, confundindo suas próprias conceitualizações com as leis do universo.

A teoria deve relacionar-se de dupla maneira com os “dados” definidos como pertinentes para essa disciplina: “Deve ser congruente com ele e deve estar aparelhada para promover a pesquisa empírica” (245). Um exemplo é o uso de teorias derivadas da psicanálise por parte dos cientistas sociais. Essas teorias devem ser consideradas como proposições da “ciência”, mas “analisadas como legitimações de uma construção da realidade, muito particular e provavelmente muito significativa na sociedade moderna” (246).

Nesta concepção, a sociologia deve ser vista como uma disciplina humanista, sendo realizada em contínuo diálogo com a história e a filosofia, ou então perderia seu objeto de pesquisa: a sociedade como mundo feito por seres humanos, habitado por homens e que produz os homens num contínuo processo histórico.

site: http://www.janosbiro.com.br/post/96562592275/sociologia-do-conhecimento
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Dissensão e Tréplica 08/02/2018

Dissensão e Tréplica
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site: https://dissensaoetreplica.wordpress.com/2018/02/01/conheca-a-construcao-social-da-realidade/
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