Jotta Cavalcanti 01/07/2022"Não é necessário a verdade para convencer da acusação" Uma das coisas que percebi durante essa releitura é que os lideres dessa época, não colocando no geral pois, fazendo pesquisas mais aprofundadas percebi que generalizar seria um erro. Mas, focando nos personagens da história vemos semelhança com o diretor do Colégio de Oxford, Underhill, pai de Sophia, o qual ela descreve que "quanto mais amadurecia compreendia o seu pai", percebia que o "anseio dele era mais para manter a estabilidade do que encarar uma mudança" e "isso fazia acreditar que a mudança sempre seria para pior ( pois constantemente para o passado olhava - o que não é errado, é olhando para o passado que compreendemos o presente e assim o nosso inconsciente nos prepara para o futuro que deduz, o emocional da gente muda, parecemos ficar mais forte pois é essa percepção que temos quando passamos a compreender melhor as coisas porém, isso fica só na teoria, é uma crença se formou - até você se encontrar em situações de provações semelhantes).
Enquanto a Igreja Mãe proibia livros de sua própria natureza, ou seja de seres de sua próprias denominação por qual motivo eu não sei. Ego? Poder? Exclusivismo? Pois, privilegiada era de ter grandes doutores em seu meio que contribuía para o crescimento de tal com revelações, de estudos que faziam para tais importantes descobertas que hoje compreendemos melhor... Mas esse não é o primeiro caso "que insistir na mentira é mais 'vantajoso' do que revelar a verdade" - sendo que quando descoberta, veremos que ao olhar pros cofres e status, é nitido o prejuízo e levanta a questão: adiantou de quer?
Por outro lado, na Inglaterra, especificamente em Oxford, vemos que a crença era a mesma, pois o que tinha mudado de uma à outra eram coisas pequenas. Porém, havia discussões intrínseca em torno do tema ao qual o personagem principal carregava. Giordano Bruno de Nola, em um debate com diretor Underhill, ao qual foi abordado sobre a Terra ser plana ou não.
O problema de Bruno era o seu ego, deixou as expectativas das pessoas que torcia pela sua vitória no debate o afetar. O que fez zombarem dele, apesar de que tudo mostra que as ideias que ele colocava em seu debate foi instigante para a plateia. Se Giordano Bruno de Nola, usa-se a própria Palavra de Deus para o convencimento do formato da terra, ele teria vencido o debate pois não existe arma melhor para convencer os incrédulos. Só bastava ele ter se dedicado ao estudo minucioso da Palavra de Deus e veria que poderia confiar NESSA pois estaria de acordo com a suas ideias em relação a Terra e o Universo. Mas infelizmente, por mais que sinto familiaridade com ele, não posso fechar os meus olhos para ver que ele chegou ao ponto de rejeitar tal ideia; ao ponto de julgar as Escrituras como desatualizadas (isso vemos na conversa dele com o braço direito da rainha, e antes na Italia em atitude) quando o ponto inicial e final do seu julgamento estaria nas pessoas cujas vantagens tinham para usar e abusar de seu poder para oprimir e enganar, infelizmente.
No geral, a idade média era uma época que você "não precisaria de uma acusação precisamente verdadeira para convencer" - nisso, dá para imaginar os riscos que o Dr. Bruno corria com tantas verdades em mãos que não poderia soltar diante das ameaças bem articuladas... Ele poderia ter seus defeitos mas em pequenas atitudes dele no livro mostra um homem de princípios, que acredita em provas e evidencias, que tem compaixão e era honesto.
O livro traz um romance histórico bem empolgante, a narrativa consegue deixar o leitor sem folego... É uma pena que a autora, ou talvez seja a edição do livro, não ter as bibliografias... as fontes para que facilitasse melhor o trabalho do leitor... Um livro que se leria em 3 dias, levou 12 dias devido as informações que estava pegando em frases e parágrafos do livro para as pesquisas. Mas, afinal de tudo, esse é um bom livro para se conhecer o pouquinho do Dr. Bruno, pois nesse livro traz do momento em que ele é pego lendo um livro de Erasmo, o qual foi proibido pela Inquisição, na época e causou sua "expulsão"; de quando ele ficava perambulando pelas ruas e cidades até encontrar favor ao olhos do rei Henrique na França; até ser recrutado como espião amando de Walsingham, braço direito da rainha Elizabeth; ao qual o manda para Oxford, especificamente em Christ Church, colégio da Universidade de Oxford ;e ali que começa a "aventura de Giordano Bruno em favor da 'Sua Majestade'" aonde levou a um desfecho bastante interessante, pois vendo Sophia vejo a semelhança com uma das classes das mulheres atuais... Contudo, é livro que te faz refletir e associar. Recomendo!
- "A verdade é que eu arriscaria a vida por um livro e uma moça. Visto que não regressara com nenhum dos dois eu bem podia dizer que tinha sido pelo Estado inglês". FIM.