Heresia

Heresia S. J. Parris




Resenhas - Heresia


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Regiane 03/08/2011

Poderia ter sido melhor

Eu fico tão chateada quando espero tanto de um livro e no final ele não consegue superar minhas expectativas. Eu tinha quase certeza que ficaria deslumbrada com Heresia, já que é baseado em fatos reais da vida de Giordano Bruno, e também por ele possuir uma temática atrativa, mas infelizmente não foi assim. Bom, antes de dar minha opinião final, vou fazer um breve apanhado da história.

O ano é de 1583, e a Inglaterra sofre um caos, devida as conspirações contra a rainha Elisabeth, que é protestante. Há uma boa parte dos súditos descontentes. Eles desejam vê-la fora do trono, para que o país possa ter a religião católica de volta ao poder. Enquanto isso, o monge Giordano Bruno, foge de seu país natal – Itália – por ter sido acusado de heresia devido a suas ideias e crenças um tanto avançadas. E ao chegar em Londres, ele é convocado por um membro de espionagem da realeza, para se infiltrar em Oxford com o intuito em descobrir as pessoas que estão por trás dos planos para derrubar a rainha.

O objetivo de Bruno acaba sendo desviado quando ocorre um assassinato de um dos membros mais importantes de Oxford. A maioria não dá muita importância ao caso, alegando que foi um acidente, mas ao contrário, Bruno se preocupa e se dispõe em tentar descobrir os mistérios desse crime. Só que para piorar as coisas, outro homem é encontrado morto, e o monge acaba se vendo num labirinto sem volta, envolvido até o pescoço com esses acontecimentos, e a partir daí ele entra numa busca incansável atrás de pistas.

Com isso, Bruno acaba descobrindo coisas que ele jamais imaginou que existissem e que essas tais descobertas pudessem ser capazes de ameaçar a estabilidade daquele país. E ele ainda se dá conta de que algumas pessoas podem ser muito diferentes do que elas realmente aparentam - mostrando uma face, e tendo outra. Bruno conseguirá desvendar todos os mistérios por trás dessa rede de intrigas e traições? Sairá ileso dessa emboscada?

O livro é minuciosamente detalhado. De longe, percebe-se o quanto à autora se dedicou para buscar fontes históricas e evidências do comportamento das pessoas daquela época. Eu confesso que tenho uma paixão por histórias ricas em detalhes, mas em Heresia, achei um tanto exagerado, o que tornou em muitos pontos, a leitura extremamente cansativa. Até a página 100 nada de interessante acontece, o que deixa a história bem enfadonha, pois apesar do suspense ser bem colocado, ele demora a surgir. Eu acho que a S. J. Parris poderia ter resumido esse começo em umas 20 páginas.

Outra coisa que me incomodou foi o protagonista. É engraçado, pois sempre admirei a figura de Giordano Bruno, a sua coragem e ousadia, a luta pela suas convicções e tudo que teve que enfrentar naquela época. Apesar de boa parte da história de Heresia ser baseada em fatos reais de sua vida, a personalidade dele aplicada nesse livro, não me agradou em nada.

Bom, conforme o suspense foi sendo agregado, a história foi se tornando bem interessante e intrigante. E por esse motivo em determinados momentos eu acabei esquecendo um pouco das descrições cansativas e mergulhando totalmente nos mistérios contidos no livro.

Os personagens em geral, foram bem construídos, mas a que mais me cativou foi a filha do diretor, Sophia Underhill. Uma garota determinada, com uma personalidade forte e muito inteligente. Só acho que ela merecia ser mais explorada, pois realmente é bem interessante.

O final não foi "Nossa que sensacional!", mas também não achei ruim. Me deixou um tanto curiosa pela continuação. Espero sinceramente que o segundo livro - intitulado como Profecia - seja melhor que esse. Vou torcer para que a autora tenha amadurecido, e ao invés de ficar se preocupando muito com as descrições, foque mais na ação e no suspense. Se for assim, tem tudo para ser uma ótima série.
Lele.Vitorynery 30/08/2021minha estante
Ainda tem mais livros, mas não estão traduzidos em br




sagonTHX 24/07/2011

EXCELENTE THRILLER DE SUSPENSE HISTÓICO


Giordano Bruno é um monge italiano que se coloca na contra-corrente dos dogmas da Igreja Católica do século XVI, vivendo um período histórico conturbado onde impera a Inquisição Católica e a Reforma Protestante. Apesar das pressões religiosas, Giordano enfrenta a ortodoxia cristã com suas ideias revolucionárias sobre o universo. Mesmo sendo excomungado, fugindo da Itália para salvar a própria vida, Giordano Bruno não permite que sua voz se cale, e ela o leva a vagar erraticamente pela Europa, vivendo de favores e dando aulas em universidade para manter-se vivo. Na França, na corte do rei Henrique III, ele encontra apoio e alguma notoriedade. Posteriormente,indo em busca de liberdade de expressão entre os acadêmicos e eruditos ingleses, parte para a Inglaterra, sob o reinado da Rainha Elisabeth. Em Londres, sob a proteção de Sir Francis Walsingham, Ministro da Rainha, Giordano seguirá até a Universidade de Oxford, a pedido deste, para espionar os acadêmicos em busca de católicos remanescentes ou infiltrados, que ainda apoiam o Papa. Ao seu lado segue o amigo Philip Sidney, o qual conheceu em Pádua, na Itália, e o palatino polonês Albert Laski, um fidalgo excêntrico que está sob a proteção da rainha. Apesar de sua icumbência nada agradável, como espião da corte inglesa, portanto dos anglicanos, Giordano Bruno se aproveitará do convite feito pelo diretor de Oxford,John Underhill, para um debate sobre as suas ideias e, de quebra, em sua permanência naquela escola, procurar um livro raríssimo e condiderado uma lenda entre os livreiros. O livro foi escrito por um egípicio chamado Hermes Trimegisto, o qual viveu antes da Era Cristã. No entanto, ao contrário do que espera Giordano, os acontecimentos que o aguardam em Oxford irão colocar à prova não somente a sua recente lealdade à coroa britânica como, também, as suas próprias convicções religiosas, filosóficas, teológicas e éticas. Após presenciar um terrível assassinato, Giordano Bruno é arrastado por uma série de acontecimentos funestos e imprevisíveis que ameaçarão não somente a integridade de Oxford, mas, também, a vida de todos aqueles que se envolverem na tentativa de solver o caso.

Resumidamente, este é o escopo central de Heresia, de S.J. Parris. Um romance histórico com sofisticado requinte, repleto de reviravoltas no melhor suspense que o gênro pode oferecer.

Já de imediato quero dizer, dada as minhas boas impressões sobre o livro, que Heresia não se parece em nada ao "estilo Dan Brown". Aos leitores equivocados, sinto muito. Se iludem pensando dessa maneira, obviamente, por não saberem ler nada melhor além deste famigerado "estilo". Assim, Heresia está para Código da Vinci da mesma forma que o óleo está para a água. Apesar de os dois serem líquidos, não se misturam.

S.J. Parris pode ser comprada, sem equívocos, a Agatha Christie. Seu personagem, Giordano Bruno, ou Dr. Bruno, se preferirem, está mais para Hercules Poirot do que para Robert Langdom. E se Heresia deve ser comparado a algum outro livro, esse seria "O Nome da Rosa", de Humberto Eco.

Heresia tem muito a seu favor:

a) o estilo escolhido pela autora foi perfeito, fugindo dessa "herança maldita" de Dan Brawn, onde um expert em desvendar sinais ocultos se propõem a encontrar um segredo que, se revelado, promete
abalar os alicerceres do Cristianismo... blábláblá... Felizmente, S.J. Parris vai na mão contrária.

b) a narrativa é soberba, nem clássico demais e nem moderno demais, estruturada na medida certa, com diálogos inteligentes e uma trama bem alinhavada, consistente, factível. Apesar dos capítulos serem longos, a leitura tanscorre de forma natural e viciante. Parris lança a isca e a gente morde logo nas primeiras páginas, ficando-se preso ao anzol até a última página.

c) os personagens possuem profundidade, personalidade, carisma, enlevo, sagacidade, são inteligentes, sórdidos e asquerosos, às vezes, mas nem por isso deixam de encantar. Da mesma forma é a ambientação da Inglaterra do século XVI, sombria, escura, úmida, fria, insensível, enlameada (no sentido ambiental quanto no espiritual).

d) além do suspense bem construído, Parris também investiu no dramático e no lado sombrio do ser humano. Em nome de Deus e do Cristianosmo o ser humao prova que é capazes de atos inimagináveis. No transcorrer da leitura de Heresia, sua narrativa e ambientação me fez lembrar do filme "A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça" (Sleepy Hollow, 1999, de Tim Bourton - com Johnny Depp como Ichabod Crane).

e) o livro termina de forma surpreendente e violenta. Possui também um gancho para uma continuação, obviamente, arrancando-nos uma certa ansiosidade quanto ao segundo volume.


Apesar de todos esses pontos fortes, entre outros, Heresia possui três pontos decepcionantes:

1) a autora teria ajudado muito aos leitores que não conhecem a história real de Giordano Bruno (Nola, 1548 Roma, Campo de Fiori, 17 de fevereiro de 1600), se tivesse anexado um adendo no término do livro com uma breve biografia sobre ele. Tem muita gente que leu o livro sem saber quem foi o sagaz teólogo-filósofo Nolano do século XVI, e talvez continue assim se não consultar outros livros sobre Giordano ou o Google.

2) Parris não se aprofundou na vida do personagem histórico, e menos ainda em sua vasta bibliografia e em seus conceitos sobre o universo e o homem, o que é lamentável. O Giordano Bruno que se vê, já em Oxford, é mais um personagem de ficção do que histórico, por isso é chamado o tempo todo de Dr. Bruno, como uma espécie de Sherlock Holmes da Idade Média.

3) o grande debate entre Giordano Bruno e o diretor Underhill, tão ansiosamente aguardado, quando acontece não passa de poucos parágrafos onde, sem muita criatividade, Parris sai pela tangente para não se prolongar, ou, quem sabe, por não saber como conduzir um debate que deveria expor, com muita propriedade, toda a teoria de Giordano Bruno, defendida com paixão e entusiasmo. O que se vê é bem o contrário, e decepcionante.

Afora esses detalhes que só interessam aos que são fãs da filosofia de Giordano Bruno e tiveram o prazer de conhecer as suas obras, Heresia mantem o nível e segue adiante primando mais pelo suspense policial investigativo, que é o seu ponto forte. Afinal de contas, trata-se de uma ficção de época, e não de um tratado teológico sobre o cosmo ou o humanismo do século XVI, não é mesmo?

S. J. Parris é o pseudónimo de Stephanie Merritt. Nascida em 1974, colaborou como crítica e jornalista numa série de jornais e revistas, na rádio e na televisão. Actualmente escreve para o The Observer. Vive na Inglaterra em companhia do filho.


Prós: O suspense bem alinhavado; a ambientação de época; os diálogos; os personaens: Sophia, Dr. Bruno, Underhill, Gabriel Norris, Cobett (o Porteiro), Slythurst; o desfecho final; a capa do livro;

Contra: A autora não explora em profundidade as ideias de Giordano Bruno; o debate que, lamentavelmente, não aconteceu, apesar de ter acontecido; a falta de um adendo sobre a vida histórica e bibliografia de Giorano Bruno, no término do livro, além de um Dramatis Persona dos personagens do livro, para diferenciar os personagens históricos dos fictícios, o que nos pouparia uma consulta ao Google;


Heresia, sem dúvida alguma, é mais do que recomendado, principalmente para os que gostam de um suspense histórico, com estilo policial investigativo; para os fãs de Agatha Crhistie e Humberto Eco; para os que já conheciam a vida e obra de Giordano Bruno; e para os que odeiam Dan Brown (azar dos que só sabem ler o "estilo Dan Brown")

jic 28/11/2011minha estante
um adendo histórico, com direito a linha do tempo, biografias e eventualmente um mapa de época, sim, teriam ajudado muito

a impressão que dá da "pesquisa" que diz ter feito em Oxford foi apenas para usar elementos geográficos e arquitetônicos

http://wikimapia.org/#lat=51.752925&lon=-1.2556601&z=18&l=9&m=b


Danielle 23/10/2014minha estante
Uma das maiores decepções minhas com esse livro foi a falta do debate. O "Bruno" comenta tanto dele, da preparação, do que ele pretende falar e, no fim, a única coisa que é mostrada é a humilhação dele.




Ianne 02/02/2021

Esse eu devorei. Amei como os acontecimentos são narrados, a história prende muuuuuuitooo.
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Babi 28/06/2011

Heresia é um livro maravilhoso.

Recebi “Heresia” de cortesia da editora Arqueiro, e como parte da parceria eu poderia escolher até dois livros ao mês. Pois bem, escolhi Heresia e A Traição (em breve resenha), Heresia fui a esmo, eu só havia lido a sinopse e resolvi pedi-lo, pois amei a capa (risos) – escolho livros pela capa também – e me surpreendi.


Heresia me faz lembrar os livros de Dan Brown, com suas tramas religiosas e reviravoltas absurdamente plausíveis.


O livro é tão bom, tem personagens marcantes e de personalidade devidamente trabalhada, é um deleite.


A melhor parte é que a HISTORIA é contada em primeira pessoa! Sim, não é que primeira pessoa seja minha leitura favorita, mas sim por que Giordano Bruno é real, ele realmente existiu. É de fato uma trama incrível, se colocar no lugar de um personagem histórico com tantas aspirações...


Giordano é um herege fugitivo da inquisição e chega a Londres a convite do chefe do serviço secreto.

No começo do livro achei que a historia se basearia na busca de Giordano por um antigo e poderoso livro que mais parecia ser lenda, mas me deparei com uma trama bem mais elaborada e assustadora...


Uma pessoa é assassinada e a morte condiz com um sacrifício descrito no livro de Foxe – livro dos mártires – e isso não passa despercebido, Bruno, ou Dr.Bruno como é chamado começa sua investigação.

O pior é que o assassino só é revelado nas ultimas paginas, até então todos são suspeitos, todos dentro e fora de Oxford, pois em meio a tantas duvidas e segredos muita coisa é revelada.


Destaque para dois personagens suspeitos e apaixonantes:


*Sophia Underhill – Uma garota forte e que, como todas as bookaholics ADORA ler, ela é filha do diretor e é um tanto mimada, mas mesmo assim me encantei com a sua força, fora o fato de ela mostrar que não pode ser subestimada...


*Gabriel Norris – Mimado e superficial, ou ao menos é o que aparenta, mas tem um papel interessante na trama.


Gostei do modo como a escritora manteve a trama verdadeira.
Imagino como deve ter dado trabalho fazer toda aquela pesquisa detalhada, e isso deve ser levado muita em conta.


Existem partes – muitas partes – realmente desnecessárias e cansativas, a autora fez uma grande trama, mas a descrição me deixou um pouco irritada, mas devo destacar o fato de que a descrição me ajudou a imaginar cada pedacinho do texto, mas que é cansativo é.


O final é incrível, me lembrou do clima dos livros de Agatha Christie.

Heresia é o primeiro livro da serie “Giordano Bruno”, o segundo se chama “Profecia”, mal posso esperar pra lê-lo.

Devo acrescentar que Heresia é o livro mais cheiroso de todos os tempos.

A Editora fez um excelente trabalho gráfico, espero que quando lançarem o segundo livro não se esqueçam de manter o formato exato do primeiro, tenho certeza que a capa do livro será tão excelente quanto o de Heresia e que essa série será um grande best-seller. O trabalho de revisão da obra foi excepcional, pois não encontrei um único erro ortográfico, e olha que sempre presto muita atenção a esses detalhes, e não é por que a editora é parceira que digo isso,digo,pois quem adquirir a obra poderá comprovar por si próprio a veracidade de minhas palavras, o livro é excelente.

Teorias conspiratórias, Copérnico, ciência, mistério e disputas religiosas... Tudo isso em um único livro.


Uma ótima leitura.


http://tintapink.blogspot.com/search/label/Heresia%20-%20S.J.Parris
sagonTHX 19/07/2011minha estante
Gostei da sua observação, Babi. Heresia está mais para a narrativa de Agatha Christie do que para Dan Brown como, erroneamente, sugerem alguns leitores desavisados e poucos afeitos a lerem alguma coisa mais do que isso.




Nataly 13/09/2011

Heresia - S.J. Parris
O livro me chamou a atenção por falar sobre a Inquisição e também sobre Giordano Bruno e sua teoria de que o universo é infinito. Sempre gostei desses assuntos, principalmente fatos relacionados com Ciências e as teorias de antigos filósofos, cientistas e etc.


A autora fez uma grande pesquisa sobre a vida de Bruno e escreveu um livro de ficção muito bem detalhado e baseado em fatos reais da vida dele.


A Inglaterra por volta de 1530 era um país anglicano, religião que o Rei Henrique VIII fundou para que ele pudesse casar novamente, já que a igreja Católica e o papa proibiram de ele se casar novamente sem ser viúvo. E todos os ingleses teve que mudar de religião, deixar de ser católico e ser protestante


A história do livro mostra esse fato, uma Inglaterra protestante na época de Elizabeth I, filha do segundo casamento do rei Henrique VIII. Só que muitos ingleses não deixaram de ser católicos e se encontravam clandestinamente para a missa.


Bruno chega a Oxford para descobrir sobre os papistas que agiam secretamente por lá e ele se interessa pela missão proposta pelo chefe do serviço de espionagem real por que acredita que um livro secreto, que ele muito procura, está lá.


No mesmo dia que chega em Oxford acontece um assassinato e Bruno fica intrigado com isso e começa a investigar por conta própria. E claro ele descobre muitas coisas que o faz se meter em mais enrrascada. E todos esses assassinatos acontece em nome de uma religião.


Já vimos e ainda vemos muitas histórias que acontecem em nome da religião, onde todos acham que estão certos e agem conforme eles acham que devem ser.


Gostei do livro, só achei a leitura muito demorada mais acho que por falta de costume, já que hoje em dia leio muito livros sobrenaturais e não estou mais acostumada com tantos nomes e explicações. Para quem gosta de bom suspense, que tem a mente aberta para a religião é uma ótima leitura.


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Livy 20/08/2011

Um suspense policial histórico!
Visite o blog: http://nomundodoslivros.blogspot.com

Antes de mais nada,vamos conhecer um pouco da estória do livro: No século XVI, durante a Inquisição Católica e a Reforma Protestante, Giordano Bruno, um monge italiano, desafia todos os dogmas e toda ortodoxia cristã, inclusive a ameaça de excomunhão, para fazer-se ouvir entre os acadêmicos e propagar as suas teorias revolucionárias sobre o universo. Fugindo de Nápoles, Giordano passa a viver erraticamente pela Europa, vivendo de favores e de aulas de teologia em algumas universidades, até encontrar amparo junto ao rei da França, Henrique III. Algum tempo depois, segue para Londres, na Inglaterra Anglicana, sob o reinado da rainha Elizabeth, onde espera encontrar liberdade de expressão para as suas teorias. Amparado por Sir Francis Walsingham, Ministro de Estado da Rainha, Giordano Bruno segue para a Universidade de Oxford incubido por ele da missão de procurar naquele lugar os últimos remanescentes dos papistas e denunciá-los à corte. Na companhia de Sir Philip Sidney, um militar-poeta que conhecera em Pádua, durante a sua fuga da Itália, e do palatino Albert Laski um dignatário polonês vivendo na corte de Elisabeth, Giordano Bruno dirige-se para Oxford para travar um debate de suas ideias com o diretor daquela intituição, o acadêmico John Underhill e, de quebra, acalenta esperanças de vasculhar a biblioteca da escola para tentar localizar um livro raro e hermético, além de profano, escrito por um sábio egípcio de antes da Era Cristã chamado Hermes Trimegistos. Apesar de toda a empolgação que o debate e a busca pelo livro profano suscita em Giordano Bruno, o ex-monge católigo excomungado pela Igreja, ele não imagina que sua estadia em Oxford irá se transformar em uma busca muito mais importante e perigosa, a medida em que sua mente aguçada e inquiridora tentar elucidar um crime que ele próprio presenciara em seu primeiro dia na universidade.

Apesar do livro ter como pano de fundo conceitos teológicos, filosóficos e ortodoxos da religião cristã, o enfoque central acaba sendo o suspense policial investigativo. Nesse estilo literário, S. J. Parris contempla mais os fãs de Sherlock Holmes (Arthur Conan Doyle) e Hercules Poirot (Agatha Christie) do que os fãs de Robert Langdon (Dan Brown) e afins.

(leia o restante no blog)
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Cinthia_a.p. 14/10/2011

"Heresia" by S. J. Parris
.
Um ótimo suspense político e religioso do Século XVI.

O livro tem um ótimo enredo e diálogos inteligentes e instigantes. O mistério e o suspense estão presentes em toda a estória. As teorias abordadas, as discussões acaloradas entre os personagens, o que é proibido e o que é tolerado naquela época, são um deleite à parte.

— Hoje a fé a política são uma coisa só — disse ele. — Talvez sempre tenha sido assim, mas é algo que parece haver atingido novos extremos em nosso século conturbado, não acha? A religião de um homem me diz onde está sua lealdade política, muito mais do que sua terra natal ou sua língua.

É um pouco cansativo em algumas partes devido às muitas descrições, mas ainda assim, gostoso de ler. Além disso, essas descrições mostram o quanto a autora foi cuidadosa em sua pesquisa.

Independente de qualquer coisa, a leitura já vale a pena pelo Giordano Bruno. Super inteligente, perspicaz e várias vezes sarcástico, ele é um ótimo protagonista. Desde a primeira página você já percebe a força de sua personalidade.

Eu não temia morrer por minhas convicções, contanto que já houvesse determinado por quais delas valia a pena morrer.

Para quem gosta de suspense policial investigativo é uma ótima pedida, pois o livro está recheado de segredos e intrigas. Eu com certeza vou querer ler a continuação Profecia.

PS: Espero que ele fique com a Sophia.

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Roberto 19/06/2016

Heresia – Um suspense (levemente) histórico
Giordano Bruno foi um importante teólogo, filósofo e escritor que despertou a aversão da Igreja Católica no século XVI por apoiar e desenvolver teorias cosmológicas heréticas. Esse personagem histórico foi escolhido pela autora S.J. Parris para protagonizar este suspense. A meu ver, escolher um personagem verídico de grande relevância histórica para sobrescrever uma trama fictícia é sempre uma escolha ousada. Existe um risco iminente de que as distorções acabem por ridicularizar o personagem, esvaziando-o de sua importância. O principal desafio é criar uma faceta nova e interessante para uma personalidade que já tem feitos consagrados e conhecidos pelo leitor.

No caso de Parris, essa pode não ter sido uma escolha muito astuta. Isso porque, por meio de seu Giordano, pouco aprendemos sobre o original para além de um perfil questionador e livre-pensador, o que é previsível a qualquer um que conhece o básico de sua história. Mas, ao contrário de seu protagonista, o período e o cenário histórico retratados em “Heresia” despertam interesse por carregar uma tensão a que muitas vezes não damos a devida atenção ao estudar sobre as Reformas Protestantes. Quando novas correntes do cristianismo começaram a surgir e se opor a Roma – temos que pensar que essa é uma época de muito menos tolerância religiosa –, cria-se um atrito entre católicos e protestantes. As reações aversivas provêm dos dois lados, e é no âmago desse conflito que Parris planta sua narrativa. Porém, mesmo nesse contexto fértil, “Heresia” não mergulha tão fundo na recriação histórica, e usa apenas elementos para criar superficialmente a atmosfera necessária ao seu suspense. A quem esse mistério não conseguir segurar é provável que esse livro venha a decepcionar.

Por se tratar de uma trama de assassinatos, foi uma escolha acertada teatralizar as cenas criminosas, deixando o enredo mais instigante e dinamizando a leitura. Contudo, o desfecho que Parris cria deixa a desejar em vários aspectos. Primeiro, seu Giordano parece juntar todas as peças do quebra-cabeça de uma forma um tanto instantânea, o que causa algum estranhamento, já que nós, leitores, acompanhamos toda a narrativa pelos olhos e pensamentos dele – como poderia sua dedução ter nos escapado? Depois disso, o mistério se encerra de forma um tanto fosca, com seus segredos revelados por meio de uma confissão do próprio vilão, o que é um tanto óbvio e esvazia o caráter investigativo que orientou as ações do protagonista até então.

“Heresia” se beneficiaria mais de um protagonista isento de importância histórica – talvez assim pudéssemos diminuir nossa cobrança sobre ele. Mesmo sem muita densidade histórica, uma curiosa série de assassinatos bem desenhados acaba levando o leitor a uma trama investigativa que entretém, mas pode frustrar pela resolução simplista.
Matheus 23/06/2016minha estante
O último parágrafo definiu bem amigo.


Roberto 23/06/2016minha estante
:)




João 20/07/2013

Muito bom esse livro!
Nunca achei que fosse gostar de um suspense histórico!
A história se passa na Inglaterra,1583.
Enquanto em Roma se perseguem os protestantes,na Inglaterra
se perseguem os católicos.
Giordano Bruno,um monge excomungado por ler
livros proibidos(diga se de passagem livros que cientistas da época escreviam e iam contra o que a Igreja ensinava),vai parar na Inglaterra
junto com seu amigo Sidney.
São hospedados em Oxford,onde começam a ocorrer
estranhos crimes onde pessoas morrem do mesmo jeito
que os santos martires de um livro da época.
Quem seria o misterioso assassino?Um católico?Um anglicano?
Um grande suspense ocorrido em uma época em que morrer pela
religião era mais comum que respirar.Uma epóca cruel
e desumana.
Heresia sem duvida um ótimo livro!
Sueli 23/07/2013minha estante
A sua resenha me deixou muito curiosa! Curta e afiada!
Parabéns, João!


João 24/07/2013minha estante
Voce vai gostar desse livro Sueli!


Dani Vale 14/07/2015minha estante
Li este livro a uns bons anos e confesso que não gostei muito, mesmo assim comprei o segundo volume dessa série. Agora lendo sua resenha fiquei ainda mais instigada a abrir meu coração para este livro novamente.




Rosana 24/04/2013

Achei a história meio fraquinha e a leitura enfadonha....pode ser que eu retome algum dia, se não tiver coisa mais interessante pra ler; por enquanto, abandonei.
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jic 28/11/2011

uma pena...
O grande pecado é não informar que Giordano Bruno foi um filósofo real. Deixa a infeliz impressão que é apenas uma estória de espionagem e intrigas. Se o leitor não conhecer a história de Bruno não perceberá as referências sobre seu assassinato na fogueira pela Igreja Católica, 17 anos após os eventos citados em Heresia.

Apenas no início há referências aos sua obra, seu pensamento e legado. Pouco cita que defendia e foi além de Copérnico. A busca pelo livro de Hermes Trimegisto pode ter sido anterior a sua estada na Inglaterra, por em 'De Umbris Idearum' já há material hermético.

O período em Oxford é nebuloso... Em "Giordano Bruno e o mistério da embaixada" há mais documentação deste período de 'espionagem' para a corte Elizabetana. (http://www.skoob.com.br/estante/livro/12835612)

Contudo, apresenta o período conturbado do anglicismo, por si, uma boa lição de história.
jic 28/11/2011minha estante
cfme comentei com sagonTHX:

"um adendo histórico, com direito
a linha do tempo, biografias e eventualmente
um mapa de época, sim, teriam ajudado muito

a impressão que dá da "pesquisa" que diz ter
feito em Oxford foi apenas para usar elementos
geográficos e arquitetônicos

http://wikimapia.org/#lat=51.752925&lon=-1.2556601&z=18&l=9&m=b"




Rafael 31/03/2014

Esperava mais do livro quando li a sinopse. Se mostrou chato, sendo somente o final uma parte interessante.
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Heloísa Macedo 08/08/2013

Uma aventura* histórica
Contrariando o que diz na capa do próprio livro, categorizaria este como uma aventura, não um suspense. Somente pelo fato de não ter me trazido em nenhum momento a taquicardia prévia ou o roer de unhas que outros suspenses me trazem, como os do escritor americano Harlan Coben. Ao dizer isso não pretendo desmerecer a obra da Stephanie Merritt, a qual ainda não conhecia mas que me provou ser competente no que faz. Porque lhes digo uma coisa, criar uma estória pode nem ser tão difícil assim, mas criá-la e inseri-la num contexto histórico, com personagens que realmente existiram, em meio a uma série de limites (dogmáticos, morais e arquitetônicos) é, no mínimo, trabalhoso. Saúdo tal obra por ter me feito entender melhor todo esse conflito religioso que realmente existiu e o quão sanguinário este foi. Os mistérios relatados podem ser fictícios, mas não me admiraria de saber que algo semelhante tenha acontecido, ou ainda pior. Deixando os detalhes de lado, gostaria de me ater ao protagonista, o filosofo Giordano Bruno que - se me permitem a comparação - em muito me lembrou nosso contemporâneo, Robert Langdon (personagem fictício criado por Dan Brown); ambos são seres inteligentes, que buscam verdades que não são dadas em bandejas, apaixonados por mistérios e que acabam por cair de cabeça em aventuras que - a princípio - não lhe dizem nenhum respeito, não há nenhuma conexão, até que são chamados a ir até o fim, a obter respostas; e acabam por provar a si mesmos em vários aspectos, até em físicos. Clichês sempre estão presentes, pelo menos de forma discreta. Meu único contraponto quanto ao livro é o final do mesmo, que, para mim, poderia ter se estendido um pouco mais e dado algumas respostas sobre o que aconteceu depois que ""tudo" foi resolvido". Anseio por ler Profecia e Sacrilégio em breve.
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Jess 12/07/2011

Assassinatos em Oxford
Como na própria capa do livro está escrito, Heresia é um suspense histórico muito bem escrito e com um excelente bom gosto, para as pessoas que se interessam pela época da Inquisição é uma ótima pedida, mesmo que o assunto não interesse, o suspense é muito bem formulado e atrai a leitura.
O mais surpreendente do livro é que ele é baseado em fatos reais e deve ter dado muito trabalho para a autora conseguir todos os dados e além disso fazer com que nos sentissemos realmente na época.
O suspense do livro começa um pouco a aparecer, mas depois do primeiro problema parece que vem uma avalanche de fatos com pouco tempo para conseguirmos refletir sobre quem realmente é o assassino a solta em Oxford.
O final é completamente supreendente, imaginamos milhares de pessoas no decorrer do livro que podem ser o assassino, quase um serial killer, mas nem nos passa pela cabeça quem realmente seja e o motivo também é de deixar de boca aberta.
Definitivamente a vida de Giordano Bruno não é fácil, ser um herege foragido da Insiquição deixa qualquer um sem credibilidade, além disso ele se sente tão envolvido pelos crimes cometidos em Oxford que todos chegam a suspeitar dele, eu se estivesse no lugar das pessoas envolvida na trama também desconfiaria de um ex-católico que chega a um país protestante.
Apesar de a história do livro ser ótima, algumas partes são meio cansativas e faz com que essas partes sejam lidas de modo mais devagar por não prender a atenção, mas não dá para se enganar por elas, pois logo em seguida vem alguma coisa que nos deixa pasmos.
Uma coisa legal que eu pensei no decorrer do livro é que no nosso mundo vivemos pensando em como a violência é absurda, só que do jeito que as pessoas morrem do livro faz a gente refletir um pouco sobre isso, as mortes são violentas e ao imaginar a cena sentimos um nó no estomago de imaginar como que a pessoa foi morta.
A história acaba de um jeito que considero desnecessário um segundo livro, mas como esse é o primeiro de uma série não sabemos o que esperar do segundo, talvez Giordano Bruno seja o tipo de personagem em que confusões vivem o perseguindo e por isso a necessidade de um segundo livro.

www.frozenlivros.blogspot.com
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Wolsey 17/01/2023

Muito bem escrito.
Suspense medieval, muito bem ambientado, as descrições não são cansativas e têm a capacidade de nos transportar pra época.
Os lugares sombrios, úmidos, mal iluminados, a chuva recorrente e as péssimas condições das ruas cheias de lama dão o tempero da aventura sinistra.
Apesar de utilizar personagens históricos trata-se de ficção, e justamente por se saber que Giordano Bruno acabou morrendo queimado por ser considerado herege, torna mais interessante e irônica a história.
Gostei tanto que já vou começar a leitura do segundo livro (Profecia).
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