Como funciona a ficção

Como funciona a ficção James Wood




Resenhas - Como funciona a ficção


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Lucas 18/12/2020

Imperdível.
James Wood é professor de literatura na Universidade de Harvard e crítico da revista "New Yorker", portanto, a partir dessas credenciais é inegável que "Como Funciona a Ficção" trata-se de uma excelente oportunidade para quem pretende fazer da literatura mais do que um mero entretenimento.

Com cerca de duzentas páginas, este é um livro precioso, cercado de informações, feito para ler e reler. O escritor fundamenta suas ideias através dos clássicos, indo da "Ilíada" de Homero até Pynchon, Saramago e o belíssimo romance "Reparação", de McEwan, no entanto, é inegável seu profundo apreço por Flaubert tal qual Bloom por Shakespeare.

Sua abordagem sobre o romance moderno, o realismo na literatura e a importância do discurso indireto livre são extremamente pertinentes assim como o valor dos detalhes na construção de cenários e personagens, a inserção dos diálogos no texto e a escolha da linguagem mais apropriada para desenvolver um enredo. Na realidade, esse livro deve ser encarado como um manual para aprimorar a arte de ler e escrever.

Indubitavelmente, exige um leitor com boa bagagem literária e com certeza, sua leitura despertará o gosto para novos livros e releituras, inclusive, mencionando alguns autores pouco divulgados em nosso país como a genial Muriel Sparks e Katherine Mansfield de quem sou fã.

Para encerrar, a tradução de Denise Bottmann está impecável. Com extenso conhecimento, ela trafega com desenvoltura numa obra que seria uma ameaça para muitos tradutores.

Boas leituras!
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Márcio 12/12/2020

Excelente livro
Tá aí um livro que eu quero voltar a ler diversas vezes. A partir dele, você vê a Literatura (e a arte de escrever, pra quem quer) com outros olhos, o nível de interpretação se expande!
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regifreitas 25/10/2020

COMO FUNCIONA A FICÇÃO (How fiction works, 2008), de James Wood; tradução Denise Bottmann.

Uma das melhores obras que já li sobre o assunto. O crítico literário James Wood analisa a estrutura da ficção e seus mecanismos de construção e funcionamento, sempre fundamentando seu pensamento com exemplos tirados de obras clássicas e contemporâneas. Também oferece uma série preciosa de reflexões sobre a importância da arte narrativa.

Leitura indispensável para todo estudante de literatura. No entanto, mesmo aqueles que desejam apenas se aprofundar um pouco mais no assunto vão encontrar aqui uma leitura acessível e agradável. O texto de Wood é simples e direto, aberto a todos, e não somente ao público acadêmico.
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Lethycia Dias 07/09/2020

Fornecendo ferramentas
Já faz algum tempo que eu estudo escrita, na tentativa de melhorar a minha produção. Mas eu sentia falta de ler livros que tratam da escrita literária de forma técnica. Há algumas semanas, encontrei este livro em promoção e aproveitei para comprar e ler imediatamente.
Em "Como funciona a ficção", James Wood reflete sobre alguns elementos importantes em narrativas, como o personagem, os detalhes, os diálogos, a linguagem utilizada e a semelhança entre o texto ficcional e a realidade. Os capítulos são divididos em blocos de texto curtos e numerados, que vão desenvolvendo os assuntos.
O autor as vezes faz uma espécie de "histórico" sobre o assunto tratado, como nos capítulos sobre a escrita de Flaubert e sua influência na literatura, e em vários momentos analisa trechos de livros, fazendo citação não apenas de frases, como também de trechos mais longos. Ele utiliza esses trechos para demonstrar alguma técnica ou recurso de escrita e também para fazer comparações entre os textos citados.
As referências de Wood para fazer isso são bem numerosas. Claro que isso é uma coisa boa, mas exige que seu leitor também tenha muitas referências de leitura. Ele cita autores clássicos bastante conhecidos mundialmente, como Flaubert, Jane Austen e Nabokov, mas também cita escritores norte-americanos e ingleses do século XX menos conhecidos, alguns até mesmo não traduzidos no Brasil, o que pode causar certo deslocamento, certa sensação de não saber bem do que o livro está falando. Eu senti um pouco isso, mas não tive dificuldades maiores para entender o que lia.
Por fim, acho importante dizer que esse livro não vai dar um passo a passo de como estruturar uma narrativa; nem dar dicas de como escrever um romance. O que ele faz nos apresentar e oferecer ferramentas que é importante escritores conheçam e compreendam e quais as formas de utilizá-las, bem ou mal. Como todo livro de escrita, não deve ser tomado como um conjunto de regras inquebráveis - é importante saber identificar o que podemos aproveitar dele.

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Igor (@igormaneiro_) 19/07/2020

Ótima iniciação à ficção
Ora, quais são os elementos que compõe uma boa ficção?

O que tem em Flaubert, Tolstói, Balzac, e Joyce que faz com que eles sejam grandes do gênero?

A resposta não é tão simples. Qualquer receita de como escrever um livro corre o perigoso risco. O Próprio livro começa anunciando:

"A casa da ficção tem duas janelas. Mas só duas ou três portas".

É como se houvesse um ofício, ou seja, o indispensável para se fazer a ficção. Seria como se eu dissesse que geralmente todas as boas músicas são formadas por instrumentos que geralmente são tocados com certos compassos, e geralmente seguem algum tom.
Partindo desse pressuposto, ele parte pra algo que seria como uma "técnica", que alguns autores fazem, mas que variam muito e não tem muito receita. Na analogia musical, seria como fazer músicas com o andamento entre 50 batidas por minutos e 150. Mas trocando em miúdos isso não diz muito, assim como não diz que os autores usavam metáforas. Mas... Diz alguma coisa sobre a arte de escrever (assim como mostrar que compositores usam certos andamentos na música). Parte de alguns pressupostos discordáveis. O que não é ruim nem incoerente com a proposta do livro.

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Vivi 13/07/2020

Estudo super recomendado aos estudantes ou interessados em literatura. Escrita leve, bons exemplos e texto didático.
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Dave 15/03/2020

Objeto de estudo pra sempre
Para o leitor que se sente pronto pra evoluir.
Enchi de anotações e post-its.
Anotei muitos títulos para leituras futuras.

Este será um objeto de consulta e estudo por muito tempo.
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Paulo Silas 22/06/2019

Analisando questões literárias que abarcam o personagem, o narrador e sua perspectiva, o texto ficcional - aqui presente a própria arte da ficção -, o estilo de escrita e algumas outras, James Wood promove em "Como Funciona a Ficção" um excelente trabalho de crítica literária, pontuando as mais diversas observações técnicas sobre o âmbito literário num estilo particular que agrada os olhos do leitor. Dando ênfase nos aspectos que dão ensejo a uma boa literatura, um bom livro escrito, uma história que tenha um constructo robusto e com base concreta, o autor pontua diversas questões nesse sentido, utilizando-se de referenciais literários para ilustrar o seu ponto de vista, resultando assim num excelente livro de crítica literária.

O autor inicia a obra tratando da narrativa - enfrentando a problemática sobre as diferenças e nuances entre a narrativa em primeira pessoa e a narrativa em terceira pessoal (qual seria a mais confiável?). Flaubert, que recebe um capítulo próprio na obra, é apontado como o responsável por estabelecer um novo estilo de prosa no meio literário, o qual passou a constituir a base para uma nova forma de narrativa, redefinindo, de certo modo, toda a literatura. Disso o autor avança trabalhando com temas como o 'detalhe' (onde discorda de Barthes com relação ao seu uso e significado na literatura - James Wood prestigia o uso do detalhe, conforme aponta: "a literatura nos ensina a notar melhor a vida; praticamos isso na vida, o que nos faz, por sua vez, ler melhor o detalhe na literatura, o que, por sua vez, nos faz ler melhor a vida"), o 'personagem', 'empatia e complexidade' a 'linguagem, o 'diálogo' e vários outros que dizem respeito (estando presentes) ao meio literário. Enfim, uma obra profusa - mesmo considerando suas pouco mais de duzentas páginas - que puxa e escancara o âmago de importantes questões da escrita literária.

"Como Funciona a Ficção" responde na prática à diversas questões teóricas. Nas palavras do próprio autor em sua introdução: "tento responder aqui a algumas das perguntas fundamentais sobre a arte da ficção. O realismo é real? Como definimos uma metáfora bem-feita? O que é um personagem? Como reconhecer o bom uso do detalhe na literatura? O que é o ponto de vista e como ele funciona? O que é empatia imaginativa? Por que a literatura nos comove?". E, de fato, tudo isso é enfrentado, debatido e respondido pelo autor a contento. O livro diverte e incomoda ao mesmo tempo - no bom sentido de se fazer pensar. Uma excelente obra que trabalha analisando a técnica literária - estilo, escrita, leitura e afins -, funcionando assim como um convite para a imersão nos meandros da ficção.
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Henrique 27/11/2018

Seu devotado respiro anuncia o amor pela criação. Como o sufoco que a própria literatura enlaça em que lê. Só ela tem a chave pra sair de sua própria prisão. Vacila, indica caminhos, deleta-os, retrocede-se, avança-se. Mas para onde? Por que ler?

Como a música de Suzanne Ciani, há uma sensação de estar submerso por uma história paralela (os métodos de escrita, os métodos de composição em Suzzane) que se confunde com a própria história da cultura ocidental.

Fulgores breves capturam o instante em que o escritor define o arcabouço de sua estrutura: as metáforas, os movimentos, as personagens, as vozes que narram. Não há uma luz original, mas uma tentativa inesgotável de ver a vida que se estende para além desta.
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Garuda 26/10/2018

Absolutamente excelente
O título em questão auxilia sobremaneira na análise detida de textos literários, servindo simultaneamente para críticos e escritores. A simplicidade da linguagem merece destaque.
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Alencar.Teixeira 06/09/2018

Excelentes Reflexões Sobre a Escrita
Enriquecedor para quem deseja se tornar um grande escritor. Uma agradável leitura principalmente o capítulo que trata do discurso indireto livre.
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Coruja 16/08/2018

Não sei como foi que descobri esse título, mas desconfio que foi por indicação em algum outro título sobre crítica literária que li ou talvez numa daquelas listas de melhores livros sobre determinado assunto... Seja como for, ele entrou na minha lista de desejos, só que numa época em que ele estava fora de catálogo, por conta do fim da Cosac Naif. Era possível encontrá-lo em sebos, mas por preços exorbitantes; e eu não me empolgara tanto assim a ponto de ir atrás de uma edição em inglês. E aí, visitando a Bienal do Livro em São Paulo, descobri que Como Funciona a Ficção fora relançado pela SESI-SP. Não tive dúvidas em imediatamente colocar o livro debaixo do braço e começar a lê-lo quase imediatamente após chegar no hotel.

No fim das contas, só posso agradecer a quem quer que tenha feito a indicação. Como Funciona a Ficção não é apenas um ótimo livro de crítica, mas uma aula sobre criação literária. James Wood escreve de forma clara e didática, com uma multitude de exemplos. Os capítulos são separados pelos elementos fundamentais da ficção - estilo, foco narrativo, personagem, diálogo... - escritos como pequenos comentários numerados, algo que facilita (muito) consultas posteriores.

A capa e o título do livro são meio que um resumo sob medida do que vemos na obra: Wood explora os mecanismos que, juntos, compõem a história, como um relojoeiro que passa a lupa para montar todas as engrenagens necessárias para que os ponteiros funcionem. Pode parecer um projeto ambicioso e até arrogante, especialmente quando se descobre que há pouco mais de duzentas páginas escritas, mas ele cumpre o que promete. E é uma leitura tão saborosa que você quase nem sente o tempo passar - levei dois dias para terminar, mas isso foi porque comecei de noite e precisei ir dormir para acordar cedo no dia seguinte…

O foco do livro é o realismo, e Wood usa como exemplo vários dos cânones literários ocidentais: Tolstói, Flaubert, Austen, Shakespeare, Woolf, Dostoievski, Nabokov… Fiquei particularmente fascinada pelo capítulo em que ele faz comparações entre o Davi bíblico, Macbeth e Raskolnikov, para explicar sobre consciência e a forma como o personagem dialoga com seu público. Quem é familiar com as obras citadas vai compreender mais a fundo o que Wood apresenta, mas eu acredito que mesmo quem não leu é capaz de acompanhar os exemplos e explicações dadas no livro. Da mesma forma, ainda que ele centre sua atenção na análise de romances realistas, as lições apresentadas servem para todo tipo de prosa.

Pessoalmente, Wood me ajudou a dar nomes a vários conceitos que costumo procurar instintivamente como leitora: autenticidade e consciência da voz do personagem, o ritmo da narrativa, símiles e verossimilhança. Ele também foi um dos melhores autores que já li sobre o uso de metáforas. Se você é um escritor ou resenhista, ou simplesmente um leitor que se interessa por ler de forma mais madura e profunda, Como Funciona a Ficção é um livro para ter na cabeceira, e consultar sempre que preciso.

site: http://owlsroof.blogspot.com/2018/08/uma-aula-de-anatomia-literaria-como.html
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Leila de Carvalho e Gonçalves 15/07/2018

Para Ler E Reler
James Wood é professor de literatura na Universidade de Harvard e crítico da revista "New Yorker". Com essas credenciais, "Como Funciona a Ficção" revela-se uma excelente oportunidade para quem pretende fazer da literatura algo mais do que mero entretenimento.

Com cerca de duzentas páginas, este é um livro cercado de informações, feito para ler e reler. O escritor fundamenta suas ideias através dos clássicos, indo da "Ilíada" de Homero até Pynchon, Saramago e o belíssimo romance "Reparação", de McEwan, no entanto, é inegável seu apreço por Flaubert tal qual Bloom por Shakespeare.

Sua abordagem sobre o romance moderno, o realismo na literatura e a importância do discurso indireto livre são extremamente pertinentes assim como o valor dos detalhes na construção de cenários e personagens, a inserção dos diálogos no texto e a escolha da linguagem mais apropriada para desenvolver um enredo. Na verdade, este livro deve ser encarado como um manual para aprimorar a arte de ler e escrever.

Indubitavelmente, exige um leitor com boa bagagem literária e, com certeza, sua leitura despertará o gosto para novos livros e releituras, inclusive, ele menciona alguns autores pouco divulgados em nosso país como a genial Muriel Sparks e Katherine Mansfield de quem sou fã.

Para encerrar, a tradução de Denise Bottmann está impecável. Com extenso conhecimento, ela trafega com desenvoltura numa obra que seria uma ameaça para muitos tradutores.

Boa leitura!

"Só existe uma receita: ter o maior cuidado na hora de cozinhar." (Henry James)
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