Adriana Scarpin 12/02/2016No primeiro capítulo o autor discorre amplamente sobre o discurso indireto livre, aquele que é caracterizado pelo personagem narrador mas que obviamente sofre a interferência do autor e vice-versa.
No segundo capítulo Wood demonstra o quão influente foi Flaubert não apenas para a literatura mas também para o cinema que nem sequer havia sido inventado.
No capítulo 3 há as considerações sobre o flanêur flaubertiano, aquele personagem tão atento que registra as coisas ao seu redor como uma câmera, diferindo do que fazia Balzac que descrevia de forma muito mais dispersa.
No quarto capítulo Wood discorre sobre a tangibilidade do detalhe, contradiz Barthes no que se refere a um significante inútil apresentado entre os detalhes e pontua que um bom escritor nunca explica a presença do detalhe.
No capítulo 5 Wood exemplifica os conceitos de personagens redondo e plano de acordo dom E.M. Forster, dois quais ele não concorda pois designios espaciais não seriam adequados.
No sexto capítulo Wood monta uma retrospectiva da evolução da consciência na literatura, tendo como pontos-chave Diderot, Stendhal e Dostoiévski.
No capítulo 7 há algumas considerações sobre a empatia, tanto do autor em relação aos seus personagens quanto destes entre si, além de pinceladas sobre a filosofia moral.
No oitavo capítulo há uma variada exemplificação sobre a linguagem de certo autores, evidenciado os mais diferentes tipos de metáfora.
No capítulo 9 ocorre as intermitâncias do diálogo segundo as visões de Naipaul e Henry Green, este último sempre batendo na tecla dogmaticamente de que o diálogo é a única forma de se descobrir o personagem.
No décimo e derradeiro capítulo Wood arremata sobre o que afinal seria o realismo, se um gênero, um estilo, uma forma de verossimilança, uma realidade...
Enfim, no geral é um excelente livro com depurações estilísticas muito perspicazes sobre os mais diversos autores, indicando no final das contas que a literatura é um veio de infinitas possibilidades.