Partículas elementares

Partículas elementares Michel Houellebecq




Resenhas - Partículas Elementares


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Tiago Ceccon 11/04/2009

Genial
Mais do que um livro recheado de pornografia, Partículas Elementares é uma obra inovadora e ousada de Michel Houellebecq. Enquanto relata a vida dos irmãos Bruno e Michel, vai pontuando-as com devaneios filosóficos e conclusões próprias de cada personagem. Michel (o Djerzinski, não o Houellebecq) pode ser confundido com um mero elemento indiferente e inerte ao mundo em que vive - bem como o personagem central de O Estrangeiro, de Albert Camus -, mas sua indiferença é acompanhada de uma capacidade de observação raríssima, que o leva à carreira científica e ao cargo de artífice de uma revolução inédita. É observando a vida de seu irmão (estereótipo perfeito do homem de seu tempo), sua amiga de infância, sua avó, e muitas outras, que o biólogo traz a filosofia de volta ao campo científico, como norteador das pesquisas e avanços.



Um livro totalmente dispensável para intelectuais (acadêmicos, e todas as classes que gostam de superestimar sua própria importância), que trata com ironia sagaz e ácida a utilização da ciência para meros fins egocêntricos e levianos. Para as demais pessoas, uma leitura altamente recomendável.
Ferreira.Souza 14/10/2020minha estante
ótimo; é um livro adulto




Julyana. 01/02/2013

Que livrinho penoso, aflitivo e com um final inesperado. Houellebecq nos traz o homem atual da maneira mais brutal, crua e cruel possível e retrata a contemporaneidade como eu nunca vi ninguém fazer.
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Renata Rezende 14/02/2022

Os livros de Michel são sempre uma crítica político-social. Ele fala sempre da França também. No fim, fica um peso no peito, mas o livro não é triste... no entanto, os personagens tb não são felizes.
Muita, muita baixaria. Acho que é o livro mais baixaria que li dele. Mas é ali que ele mostra a frustração dos personagens, o fracasso moral, as misérias da alma.
É uma crítica ao liberalismo sexual e o que ele trouxe por consequência para a geração seguinte. Famílias desestruturadas, pedofilia, crianças abandonadas. É bem caótico!

É um bom livro.
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Lucas 28/02/2022

Relendo, após 10 anos. Além de ser um tremendo romance, prepara o terreno para outra obra-prima - "A possibilidade de uma ilha".
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Bruno 08/11/2009

Já faz algum tempo q li esse livro, mas lembro muito bem da impressão logo após terminá-lo: ao mesmo tempo q fustigado pelo amargor de Houellebecq, tinha a certeza de que era o melhor livro q havia lido até então.
Depois li "A extensão do domínio da luta" e "Plataforma", do mesmo autor, que não me comoveram da mesma maneira, embora a leitura tenha sido proveitosa.
No entanto, ao ler "A possibilidade de uma ilha", não sei se me cansei do estilo de Houellebecq, mas o fato é q abandonei o livro.
Pretendo reler "Partículas elementares" algum dia pra descobrir se Hoellebecq é realmente aquele gênio q eu imaginava ou se eu simplesmente estava numa fase mais receptiva à sua obra.
Enquanto não fizer isso, não posso dar menos do q 5 estrelas nem tampouco negar q esse francês reacionário produziu uma obra-prima.
Krishna.Nunes 10/03/2012minha estante
Reacionário? Mas pelo que entendi, é um romance inovador, original... O autor tinha fama de provocador. Reacionário por quê?


Madalena oliveira 09/01/2015minha estante
Pelo que eu sei do autor, ele critica veementemente a revolução esquerdista de maio de 68, além de ser um contundente crítico da islamização da Europa.


Elizeu 30/05/2017minha estante
Cara, eu tive a mesma sensação quando li esse livro. Até hoje considero o melhor livro de ficção que já li.




jota 18/09/2015

Admirável homem novo...
Recheado de palavrões e trazendo muitos trechos que beiram a pornografia (ou é mesmo pornografia, depende de cada leitor), Partículas Elementares, mais do que erótica ou pornográfica, é uma obra provocativa. Como parecem ser todos os livros do autor de O Mapa e o Território - que li faz pouco tempo e apreciei bastante.

Considerado por muita gente o mais importante autor europeu da atualidade, Michel Houellebecq é um provocador, de fato. Eis o que um de seus personagens diz sobre o islamismo: “(...) de longe a mais estúpida, a mais falsa e a mais obscurantista de todas as religiões.” Páginas depois, mais polêmica quando ele coloca na dança conhecidos nomes do moderno pensamento francês: ele chama de “superestimação insensata”, ridícula mesmo, a atenção dada às obras de Foucault, Lacan, Derrida e Deleuze...

A sacudida que MH deu na literatura francesa (ou europeia, como querem alguns especialistas) pode ser comparada àquela promovida por Thomas Bernhard na literatura alemã (ele era austríaco) alguns anos antes. Com isso estou querendo dizer que Partículas Elementares - mesmo sem se parecer com Origem, Extinção ou O Náufrago – é, da mesma forma, uma obra inteligente, de espírito moderno, crítica, satírica, plena de ironia.

Leia agora o que outro personagem pensa de nosso país (parece o que TB pensava da própria Áustria; vide Extinção): "Conforme tudo o que [Bruno] sabia, o Brasil era um país de merda, povoado de brutos fanáticos por futebol e por corridas de automóvel. A violência, a corrupção e a miséria estavam no apogeu. Se havia um país detestável, era justamente, e especificamente, o Brasil." Isso, depois de dizer o seguinte a outra personagem, Sophie:

“Eu poderia ir ao Brasil, em férias. Passearia nas favelas, num micro-ônibus blindado; observaria os pequenos assassinos de oito anos, que sonham em se tornar chefes de bando aos treze anos; não sentiria medo, protegido pela blindagem; à tarde, iria à praia, entre riquíssimos traficantes de droga e de proxenetas; no meio dessa vida desenfreada, dessa urgência, esqueceria a melancolia do homem ocidental (...).”

Enquanto Bruno, que é professor (tarado por suas jovens alunas) se preocupa basicamente com seu prazer sexual, seu meio-irmão Michel, pesquisador em biologia (daí o título do livro), é um tanto fechado em si mesmo, ensimesmado. melancólico. Ambos foram abandonados pela mãe hippie; Bruno foi criado pelo pai e Michel pela avó. Bruno parece viver apenas em função do sexo; é capaz de se masturbar até mesmo na sala de aula, oculto pela mesa do professor. Michel, ao contrário, se conservou abstêmio por longo tempo e suas preocupações são de outra esfera que não o prazer sexual.

A história ou a vida desses meio-irmãos se arrasta, vai e volta no tempo, aqui e ali entram na narrativa cientistas, estudos, teses, pensadores diversos (principalmente Auguste Comte, Descartes, Nietzsche, Kant), artistas (até mesmo Brigitte Bardot e E Deus Criou a Mulher), Aldous Huxley (e seu Admirável Mundo Novo), os filmes Laranja Mecânica e Emmanuelle e muita coisa mais, muita mesmo.

MH usa bastante papel e tinta ao tratar de ciência (especialmente biologia molecular, bioquímica e biofísica), religião, política, filosofia, arte, modos de vida alternativos, satanismo, sacrifícios humanos e sexo, muito sexo (ou pornografia), tudo junto e misturado: ficção e informação (nem sempre fácil de digerir) vão se alternando nos parágrafos por muitos capítulos ao longo de quase trezentas páginas.

Se a enorme variedade de assuntos tratados por ele faz crescer a complexidade do livro, nem por isso nossa leitura se torna menos prazerosa ou desinteressada. Pois acima de tudo Partículas Elementares não é um tratado sobre todas as coisas ou sobre alguma coisa em especial, mas uma curiosa mistura literária, no fundo mesmo uma brilhante obra de ficção. Que, nas derradeiras páginas (Epílogo), vai além e se transforma...

Meu comentário aqui dá apenas uma pequena ideia (muito pequena mesmo) do que realmente seja o livro; a sinopse da editora Sulina também não esclarece tanto assim. O filme alemão homônimo de 2006 (direção de Oskar Roehler), que resultou pouco acima da média, se fixou mais nos distúrbios sexuais de Bruno e Michel. Não conseguiu (ou não pretendeu) abarcar todo o conteúdo da obra escrita, logicamente.

O melhor mesmo é ler Partículas Elementares. Pode ser que você goste ou não do livro, difícil dizer o que irá acontecer. Porém uma coisa é certa: não dá para permanecer indiferente à literatura de Michel Houellebecq.

Lido entre 10 e 18/09/2015.
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Rafael.Montoito 20/10/2020

Esperava bem mais
Houellebecq tem causado muito furor na França, nas últimas décadas, e saber disso aumenta a expectativa do leitor. Porém, nesta obra que já teve até adaptação cinematográfica, não me cativou.
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A história de "Partículas Elementares" começa promissora: a narrativa é ágil, ácida e exige atenção do leitor - esses são bons adjetivos para quem deseja conhecer Bruno, um professor de literatura, e Michel, um pesquisador da área de genética. Eles são irmãos por parte de mãe e tiveram uma vida desprovida de muitas experiências afetivas positivas, de modo que na idade adulta, por volta dos 40 anos, estão frustrados com tudo, principalmente em suas vidas sexuais.
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No vazio de suas existências, Bruno vai a um acampamento "new age", enquanto Michel se demite, deixando sua pesquisa suspensa. Antigos ou novos amores atravessam suas vidas e retornos ao passado (sejam em deslocamentos físicos ou em conversas embaladas pela memória) preenchem seus dias sem muito sabor; são homens perdidos que ainda tentam fazer algo de positivo em suas vidas.
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O lado bom do livro é o modo como o autor brinca com conceitos e teorias científicas, sempre trazendo-as para dentro da história de maneira ilustrativa ou metafórica - muitas delas, inclusive, escaparão ao leitor comum, que não terá conhecimentos acadêmicos tão elaborados; Houellebecq também enxerta na narrativa alusões à metafísica, à teologia, à espiritualidade e outras tantas questões.
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Mas num determinado ponto a narrativa trunca, e as cenas parecem pensadas para incomodar o leitor: são descritas uma profusão de cenas sexuais e fantasias escatológicas que parecem não ter outro sentido além de o autor querer mostrar-se contestador e pós-moderno.
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O epílogo brilhante (sem dúvida a melhor parte do livro) não apaga a sensação de que acabamos de ler um autor grandemente presunçoso.
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Leandro 26/06/2012

No início uma leitura que impressiona, bastante chocante. Depois você vai se acostumando com cotidiano dos personagens e com suas conclusões sobre o mundo, goste ou não, você começa a pelo menos entender o que se passa em suas mentes e suas causas ou motivos. E no fim uma brilhante surpresa.

A cada página que passava o autor ia cada vez mais me conquistando, além de abrir novos horizontes do conhecimento.

Recomendo esta leitura.
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Lucas 13/08/2019

Era jovem quando li, não estava preparado mentalmente, fui surpreendido.
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Henrieth Hasse 22/05/2022

Achei genial, com um epílogo profético!
Houllebecq passou quase 300 páginas descrevendo a degradação humana em suas diferentes formas para, ao final, mostrar nosso maior desejo: sermos supremos, eternos.

É um livro singular, nunca li nada igual.
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Karen 03/11/2023

Os filhos da revolução
Houellebecq mete o pé na porta e não poupa NADA nem NINGUÉM nesse retrato dos herdeiros da revolução de 68 e suas consequências.
A cada página o autor descortina a hipocresia francesa da liberdade, igualdade e fraternidade.
SENSACIONAL, desconfortável e inteligente.
Não é uma leitura para os mais sensíveis.
"Começava a encher o saco dessa estúpida mania pró-Brasil. Por que Brasil? Conforme tudo o que sabia, o Brasil era um país de merda, povoado de brutos fanáticos por futebol e por corridas de automóvel. A violência, a corrupção e a miséria estavam no apogeu. Se havia um país detestável, era justamente, e especificamente, o Brasil".
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Pateta 01/05/2018

MUITO ALÉM DO ELEMENTAR
Pela terceira vez, li quase sem poder tomar fôlego este livro que tanta polêmica causou na década de 1990. Por meio de personagens cujos pais protagonizaram a revolução sexual 30 anos antes, a narrativa faz um balanço filosófico das conseqüências positivas e negativas daquele movimento. E projeta um futuro surpreendente para a espécie humana. Dolorosamente pessimista na maior parte do tempo, o texto termina com uma reflexão que, ou é a mais refinada ironia, ou é um desfecho contraditoriamente otimista.
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Bianca 15/05/2018

Partículas elementares
A tradução é sofrível com erros primários. Abandonei e comprei a edição francesa.
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Wynícius 20/09/2021

O meu livro favorito do Michel. Prolífico, sujo, realista(apesar dos pesares) e principalmente humano, demasiado humano.
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jisoopft 05/04/2022

Sofrível
Traz bastante reflexões sobre as crises existenciais, o autor brinca e nos faz emergir numa atmosfera física e chocante
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