Paty 08/02/2021Eu praticamente não sei o que dizer.É uma insanidade atrás da outra. É a fantasia em um relato do real. É muito doido, sério, mas aquele doido bom (para mim né, mas aposto que tem gente que não gosta). Se você tem a intenção de ler, saiba que essa livro não tem paradas, não tem capítulos, não tem pedaços, é uma corrida doida pela estrada literária (ba dum tisss). Então, se você é como eu que gosta de ler até o fim do capítulo ou então fala para si mesmo o famoso "só mais um capítulo", esteja preparado para só ler e ler e ler e perder a cabeça e ficar "quem é esse mesmo?" e ter que reler algumas partes e ficar sem saber onde está por que NÃO TEM CAPÍTULOS. Mas é divertido ainda assim.
Esse livro é um retrato social de época, é o que dizem os ensaios. Mas me pareceu um retrato emocional... de gente meio perturbada e perdida na vida sabe... aquele tipo de gente que tenta viver depois de um choque emocional... também, sociedade pós segunda guerra e vivendo a guerra fria, então você percebe mesmo a desilusão na vida. E percebe também a galera tocando o louco já que tá tudo perdido mesmo, tacam o foda-se e vida que segue.
E não é por isso que não tenha poesia, é uma prosa poética às vezes, e digo sem medo de ser feliz. Descrever a América do jeito que o Kerouac descreve, só ele mesmo pôde fazer. E a estrada, e todo o ritmo, você fica todo acelerado (esse você é só figura de linguagem tá, não quer dizer que VOCÊ mesmo vai se sentir assim, eu me senti), e fica com a cabeça muito doida pensando "uau que insano, ok, legal" e aí você tem umas das melhores experiências literárias... não vou dizer da vida, mas é um livro incrível sim e que te dá vontade de meter o pé na estrada sim.
Mas o final é triste. E nele você sente o ritmo desacelerar, você percebe que está chegando no fim não por causa das poucas páginas que restam, e sim porque as coisas vão desacelerando e você percebe que o fim da viagem está ali, que acabou a estrada e que não tem mais para onde ir porque a história acabou.