Leonardo.H.Lopes 16/11/2021"Cartas", seiBom, fiquei decepcionado com esse livro, sem saber se tinha gostado ou não. Os textos são bons, mas estão no livro errado, na proposta errada. As cartas tem tudo, menos cara de cartas: parecem mais memórias ou reminiscências, outras têm até cara de crônica de jornal. Uma carta precisa ser endereçada, mesmo que seja ao leitor em geral. Müssnich foca muito em si, conta de si, de vários casos curiosos de seu escritório, de seus sucessos, mas não dialoga conosco. Eu daria quatro estrelas se fosse uma autobiografia, ou um livro tipo o “DesCasos” da Alexandra Lebelson Szafir, onde a advogada conta vários de seus casos envolvendo o direito dos excluídos, mas peguei um livro de cartas, de orientação profissional, e não foi isso que encontrei.
Outrossim, o pouco de orientação e conselhos que recebemos são aquilo que todo mundo já sabe: seja ético, leal, sigiloso, trabalhe com afinco; alguns outros achei bem desconexos da realidade da maioria dos estudantes. O autor recomenda que o aquele que quer ser advogado escolha bem sua faculdade conversando com professores, ex-alunos, advogados que estudaram na instituição ou que na hora de escolher um estágio também sonde infinitamente o mercado a fim de buscar o melhor escritório. Bom, muitas vezes não escolhemos a faculdade, é o que temos e está de bom tamanho. Para quem é pobre, passe numa universidade pública o mais perto de casa o possível ou pegue a primeira particular que encontrar uma bolsa e se precisar de um estágio, pegará o primeiro que aparecer. Assim são as coisas. E quanto ao estudo no exterior quase tão necessário, bom ... Claro que qualquer pessoa pode e deve lutar para ter o melhor, mas para algumas, a luta é 100X maior. Falta uma força no texto, algo mais amplo, mais útil na proposta do livro. Enfim, falta um sal.