Cangaceiros

Cangaceiros José Lins do Rego




Resenhas - Cangaceiros


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Bruna Peixoto 25/07/2021

Essencial para quem deseja compreender o coronelismo vigente no interior do país no início do século XX. 
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Edson Camara 18/10/2020

SE ALGUM DIA VOCÊ JÁ TEVE ALGUMA VISÃO ROMÂNTICA SOBRE O CANGAÇO, ESQUEÇA
Quando concluí Pedra Bonita, descobri que José Lins do Rego tinha escrito a continuação da saga de Bentinho e sua família, 15 anos depois do lançamento de Pedra Bonita, neste romance chamado Cangaceiros.
Saí a procura deste livro e não o encontrava em lugar algum, estava esgotado, só encontrei algumas edições antigas a um preço proibitivo. Mas, ontem ganhei de presente de um amigo e comecei a ler a saga de Bentinho. É incrível, mesmo passados 15 anos, o autor continua os fatos como se fosse o mesmo romance. Com uma diferença, agora sua escrita é mais fluida, mais madura e mais cruel. Os personagens sofrem, muito, e um desfile de histórias tristes e violentas, principalmente para as mulheres.
O pano de fundo de Cangaceiros é a vida de sinhá Josefina e seu filho Bentinho vidas sofridas de mãe e irmão de cangaceiro, os dois estão "acoitados" na fazenda do Coroné Custódio a mando de Aparício, o cangaceiro.
As páginas vão sendo preenchidas pelo autor com a história de diversos personagens coadjuvantes, muito sofrimento, muita resignação da condição do sertanejo e muita violência.
Zé Lins introduz uma nova personagem, Alice, a menina bonita vai influenciar a vida de Bentinho.
Ele, morre de medo de causar mal a moça devido a sua condição de irmão de cangaceiro, se alguém descobre, e os soldados chegarem, a desgraça vai estar feita e certamente eles desonrarão sua querida Alice.
Bentinho vive na maior angústia por causa disso, e sofre também porque sua mãe está ficando louca e desconta nele a raiva de ter parido o irmão cangaceiro.
Se algum dia você já teve alguma visão romântica sobre o cangaço, esqueça, este livro mostra sem dó nem piedade o que era o cangaço e seus cangaceiros.
Depois que a mães, sinhá Josefina morre, os cangaceiros seus filhos, Aparício e Domício, viram o diabo em pessoa e aí de quem desse o azar de encontrá-los.
José Lins do Rego desfia um rol de histórias e causos por entre as páginas do livro na voz dos personagens e em diferentes pontos de vista.
Mas, vou te dizer, a vida daquelas pessoas era um inferno, tanto faz se eram os cangaceiros ou a volante, o destino era o mesmo, se fosse homem e não caísse pelas balas, era espancado e degolado, se fosse jovem era capado antes. Se fosse mulher, passaria por toda a tropa até morrer, se fosse donzela então passava a tropa as vezes duas vezes seguidas.
O autor conta sem muitos detalhes, mas desperta a imaginação e as imagens evocadas nós causa um aperto no coração.
Invariavelmente os cangaceiros (e as volantes) matavam o que ainda tivesse vida na propriedade e queimavam tudo. Um inferno.
No meio da trama está também o Coroné Custódio. Que passa o livro inteiro contando como o filho foi morto pelo inimigo e como ele foi covarde e não vingou o menino.
Para quem gosta de aventuras sanguinárias e cruéis este livro é um prato cheio.
Não sei como este livro lançado em 1953 passou pela censura da época.
De qualquer forma é uma boa obra da literatura brasileira de qualidade
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Maria Isabel Barros 20/05/2020

Desmistificação
Enquanto nordestina e paraibana é um orgulho ler essa obra e saber como ela é reconhecida! Super indico a leitura para todos os públicos, conhecer o talento dos nossos autores nordestinos.
Ao longo da vida lemos tantas histórias que possuem como cenário lugares tão distantes da nossa realidade, ou expressões das quais não temos costume de usar, seja internacional ou fictício, que quando nos deparamos com histórias reais que expressam uma cultura tão próxima a nós, nos envolvemos e nos sentimos representados. Também nas escolas estudamos tantas revoltas, movimentos, guerras de momentos históricos acontecidos tão distantes, e não se é ensinado sobre nossos próprios momentos, o nosso protagonismo na história do Brasil e do mundo.
Ao decorrer da história, o autor desmistifica a imagem imaculada dos cangaceiros que lutam pelo bem dos pobres e que repartem entre eles, trás então a personalidade de crueldade e de interesses próprios, tudo isso dado por meio da violência a quem for detectado como ameaça para o bando.
Algo que vale ressaltar é que essa história é descrita em um determinado tempo histórico, de uma particularidade daquele contexto histórico. Se permita ir além da imagem de pobreza, seca e sofrimento do nordeste, pois possuímos riquezas únicas e incomparáveis..
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z..... 14/12/2019

HQ EBAL (Edição Maravilhosa Nº 89, publicada em 1954)
Adaptação em quadrinhos do romance de José Lins do Rego.
O aspecto mais positivo é a arte magistral de André Le Blanc (sempre muito classuda e primorosa), e o negativo é o desenvolvimento da história com texto demais (disposição enfadonha na leitura).
Tal qual o romance, a HQ tem duas partes, com as agruras e sofrimentos circunstanciais de Sinhá Josefina na primeira, e o destino de seus três filhos na segunda, envoltos no cangaço ou relutantes a esse destino.
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Júlio 09/08/2018

O Sertão como estrela principal
"Cangaceiros", mais uma bela obra regionalista de José Lins Rego fechando o ciclo do cangaço que começa com "Pedra Bonita", vemos a vida do sertanejo, caracterizada por diversas dramas que o cercam, o Autor mais uma vez nos mostra personagens que são vítimas da situação, oprimidos por todos os lados pelos poderes locais, os cangaceiro, a força policial, e os coronéis, podendo fazer até uma analogia ao filme "Onde os Fracos não tem vez", temos um retrato da vida do Capitão Custódio que após a morte do filho por um Coronel da cidade local, passa a fazer da vingança a obsessão da sua vida, e é dramática a forma como aquilo vai consumindo a vida dele, pois ele não dispõe da força e coragem necessária para levar a cabo tal vingança, notamos que assim como Bento irmão do maior cangaceiro da região, são pessoas que simplesmente não se encaixam, nesta terra em que a única lei que prevalece é a do mais forte.

"Seria terrível naquele instante mostrar ao velho que ele também era assim como o outro, um homem sem calibre para aquele sertão de gente de coração de pedra e de braços e mãos que manejavam armas sem medo da morte. Ele tinha medo como o capitão."
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Thiago Barbosa Santos 20/10/2017

Preciosidade de José Lins do Rego
Cangaceiros foi o segundo livro que li no ano de José Lins do Rego. O primeiro foi O Moleque Ricardo, os dois em 2017. Só tenho elogios ao autor paraibano. Cangaceiros é uma preciosidade, principalmente para mim, que aprecio bastante as histórias do sertão, do cangaço.

O livro conta a história da família de Dona Sinhá Josefina, que é destruída pelo cangaço. O filho mais velho dela, Aparício, entra para o cangaço e arrasta o irmão Domício. Ele lidera um bando perigosíssimo.

Sinhá Josefina se revolta com o caminho escolhido pelos filhos até enlouquecer e se enforcar. O filho mais novo dela, Bento, foi educado pelo padrinho e não tinha sangue para o cangaço. Ele esconde a todo custo o segredo de família para não sofrer represálias no sertão. Bento vive uma espécie de amor proibido por Alice. Observamos ao longo da trama a luta dele para não ter a vida afetada pelo cangaço.

A história tem outras personagens interessantes, como o Capitão Custódio, que passa a vida se martirizando por não ter coragem de vingar a morte do filho, assassinado por um coronel que manda nas redondezas. A esposa dele morreu de desgosto por causa do ocorrido e ele não se perdoa por isso.

É um livro narrado de forma simples, direta, mas ao mesmo tempo possui um quê de poesia. As personagens têm uma sonoridade na fala. Altamente recomendada a leitura.
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Wagner 15/05/2016

A MÃE DE APARICIO

(...) - Sai de minha casa, assassino, ladrão, vai para a caatinga matar os inocentes de Deus. Tu não me pega, não. Tu não me arranca a madre infeliz que te pariu (...)

in: REGO, José Lins do. Cangaceiros Rio de Janeiro: José Olympio, 1956. pp118.
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