O Historiador

O Historiador Elizabeth Kostova




Resenhas - O Historiador


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Mauryane 10/04/2024

Em 'O Historiador' de Elizabeth Kostova, uma jovem busca desvendar segredos do pai sobre Drácula, mergulhando numa jornada repleta de mistério e terror histórico.
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Regina 10/04/2024

Extenso, denso, um pouco cansativo
Apesar de ser professora de História e amar livros que tratam temáticas históricas, tive muita dificuldade com este livro. A diagramação não ajudou (letra muito pequena e trechos de cartas escritos com fonte que cansam a visão); a autora pesou muito nos detalhes, que muitas vezes não agregaram tanto à compreensão da história. O tema é interessante, mas a meu ver, a autora se perdeu ao tentar inserir tantas informações. Poderia ter sido mais objetivo. Em muitas partes tive vontade de desistir. Acho que foi um dos livros que mais demorei a ler até hoje (e olhe que gosto de calhamaços!), exatamente porque não conseguia ler muita coisa direto. Por vezes, lia 5 páginas e já me cansava...Foram 6 meses para finalizar. Para mim, uma "eternidade literária".
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Luana.Walery 30/03/2024

A você, leitor sagaz, confio minha história...
O Historiador é um livro com um enredo impecável. Super detalhado, e com muito contexto histórico como eu adoro. A história parece um pouco confusa no início, mas tudo acaba se encaixando conforme a leitura vai avançando. 5 estrelas!
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Jardim de histórias 15/12/2023

A você, leitor sagaz confio a minha história...
A ficção que coloca leitor, autora e personagens no lugar de um historiador.

Um romance histórico que se desenvolve em parte na forma epistolar, ou por meio de lembranças repleta de mistérios, suspense, lendas, aventuras, arqueologia, com uma pitada bem moderada de terror, assim descrevo a obra o historiador de Elizabeth Kostova.
Vamos viajar na história, ou oscilar no tempo, com os acontecimentos desta trama, que vai passear de forma brilhante no leste europeu a partir do século XV, conhecer a fundo o personagem histórico e, ao mesmo tempo, lendário: Vlad Tepes III, também conhecido como: Vlad o príncipe da Valáquia, Vlad o empalador, Drakul ou Vlad Drácula. Uma obra totalmente inspirada no famoso romance de Abraham "Bram" Stoker, o que, certamente, trará muitas referências e entusiasmo aos fãs do tema, mas com um foco totalmente direcionado para os fatos históricos que dão vida e ritmo a trama. Embora existam inúmeras variantes do tema, o incrível trabalho de pesquisa realizado para compor a obra, que também é retratado na obra, é sem dúvidas primoroso, fazendo a perfeita conexão entre a realidade histórica e a lenda, dando muito volume ao livro.

Caso o leitor esteja buscando um terror, devido às referências, possivelmente se decepcione, embora, não tenha como mencionar Drácula e os cruéis feitos históricos sem remeter ao sombrio. Mas, o draculesco servirá mais como pano de fundo, assim como o império otomano "muito bem explanado", do que propriamente para nos assustar, porém, em meio a buscas históricas atrás de respostas, surgirão entidades malignas, sensação de estar sendo observado, etc. Tornando-o de certa forma, um terror bem clichê. Porém, o ponto forte, é a riqueza de detalhes históricos que de forma proposital é retratado dando enredo, trazendo de maneira compartilhada o trabalho de pesquisa conectando autora e personagens. O ponto fraco, é que em certos momentos, o livro é enfadonho, com passagens e diálogos insossos, alguns personagens, desnecessários. Mas, ainda assim, como instrumento histórico/arqueológico, tem seus valores reconhecidos e muito bem fundamentados. A leitura é bem fluída e detalhada.
Confesso que o li com certo receio e temor, porque o tema em si, quando abordado de forma errada, pode tornar a história boba, mas ainda bem que o li, e, poder trazer esse aspecto positivo, de um historiador que sempre busca elementos possibilitando, me aprofundar nas leituras, ou seja, estou sempre estudando sobre às minhas aventuras literárias, porém, essa obra em especial não foi necessário, o livro já é uma ferramenta pronta, um combo completo.
Leiam, mas, caso não apreciem a obra, lembre-se, da subjetividade, no meu caso, a leitura funcionou bem.
Rogéria Martins 15/12/2023minha estante
Bela resenha, Leonardo!


Jardim de histórias 15/12/2023minha estante
Obrigado Rogéria, obrigado pelo retorno!




Louise 16/08/2023

Que livro fascinante,a história é muito boa e a leitura é muito fluída.
Personagens perfeitos, adorei tudo nesse livro.
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Ronan 22/04/2022

“Como você sabe, a história humana está cheia de más ações, e talvez devêssemos pensar nelas com lágrimas, não fascinação.”

Que história incrível!!!
Eu estou impressionado com a forma que a Elizabeth Kostova conseguiu construir esse livro, é uma leitura completamente envolvente, com personagens extremamente carismáticos, eu já fui fisgado logo nas primeiras páginas, ela vai apresentando aos poucos a história, e o mistério e a busca me deixou muito instigado ao longo da leitura.
Foi uma leitura muito prazerosa, quero muito ler outras coisas dela.
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Lola 22/03/2022

Quase acreditei que era tudo verdade
Em primeiro lugar pra quem gosta de dark academia é um prato cheio. Demorei muito tempo para ler mas foi uma experiência bem legal, o livro é extremamente detalhado e para mim foi mais como fazer uma pesquisa do que solucionar um mistério, o que tinha sido a minha primeira impressão quando decidi ler. Ler esse livro foi como assistir um documentário e minha conclusão final é que ele é bem "ame ou odeie". Para mim não foi só a história em si (confesso que as vezes era bem parada) mas toda essa experiência que relatei, de descobrir algo.
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Julinho 24/01/2022

"Nós, historiadores, nos interessamos por aquilo que é um pouco um reflexo de nós próprios"

Em "O historiador" encontramos uma história de vampiros que procura aprofundar a mitologia do vampiro - resgatada na modernidade por Bram Stoker em "Drácula" durante a Era Vitoriana - percorrendo diversas localidades e culturas, principalmente o Leste Europeu. O livro utiliza a história local de países como a Bulgária, Istambul, Romênia e Ucrânia para desconstruir o esteriotipo do vampiro pós-stokereano construído pelo cinema e pela literatura a partir do século XIX , além de reconstruir um pouco da história da controvérsia figura do governante mais famoso da Valaquia, Vlad tepes.

É um romance que eu encaixaria na estética das redes chamada de Dark Academia, que engloba histórias "sombrias" em ambientes acadêmicos. Nesse sentido, em meio à "pesquisas", palestras, seminários e estudos em livros antigos em bibliotecas com séculos de idade, o livro vai empreender discussões em torno de qual a função do historiador (e qual a sua relação pessoal com a historiografia, com o seu objeto de trabalho), qual a importância do conhecimento adquirido durante o passar dos anos (e se esse conhecimento pode ser usado para o mal) e qual a relação da humanidade com o seu passado.

Em termos de enredo e estrutura, o livro segue um formato parecido com o do clássico livro de Stoker (fragmentado e constituído por vários documentos, narrados por narradores múltiplos), porém com uma narrativa lenta e mais "pesada". Assim como o romance de Bram, o personagem título não é uma figura que apareça na narrativa diretamente, mas acompanhamos as suas ações de forma indireta no enredo, ou seja Drakula (na gráfica romena) durante quase 90% permanece como uma figura indistinta, nas sombras. Mas acredito que Elizabeth Kostova não foi tão feliz ao utilizar esse recurso como Bram Stoker o fora: durante a leitura sempre me perguntava como o Nosferatu conseguia saber instantaneamente quando algum estudioso se aproximava de descobrir a localização da sua tumba, ele lia mentes? telecinese? clarividência? E só entendemos suas motivações no quarto final da leitura. Talvez se o romance tivesse cem páginas a menos, funcionasse melhor.
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Luiz Pereira Júnior 21/03/2021

Sangue aguado
“Mais uma história de vampiro”: esse foi um dos primeiros pensamentos que me veio à cabeça ao ler (na verdade ao comprar) o livro “O Historiador”, de Elizabeth Kostova.
Com a pretensa (melhor seria dizer “com a pretensão”) de localizar a tumba do verdadeiro Drácula, o romance nos leva num vai-e-volta por vezes meramente inútil entre países que acabam simplesmente por confundir o leitor (“Onde é que ela está mesmo?”), sem utilidade alguma para a narrativa. Assim, tanto faz se a ação se passa na Hungria, na Bulgária, na Turquia ou na Inglaterra: os cenários parecemos os mesmos (sim, isso vale até mesmo para a Inglaterra), as ações parecem as mesmas e os personagens em nada mudam seu comportamento.
Talvez seja isso uma das coisas que mais me decepcionaram no livro: vários personagens parecem ser uma cópia, um clone, uma versão de outros personagens. A linguagem não muda, de acordo com a faixa etária (todos parecem ter quarenta ou cinquenta anos), com a classe social (todos parecem ser da classe média alta inglesa – até mesmo os turcos e os húngaros), com a época (todos parecem falar como se estivessem em um filme dos anos 50).
Teria sido o tradutor? Pouco provável. O bom tradutor não tenta “melhorar” a linguagem traduzida – e esse parece ser o caso. Basta olhar (ler) as cartas trocadas entre os personagens. As cartas escritas por Bartolomeu Rossi à mãe de Helen têm o mesmo tom (beirando o pieguismo) das cartas de Helen à filha. Parecem ter sido escritas pela mesma personagem – ou melhor, foram visivelmente escritas pela mesma pessoa (a autora), que não conseguiu dar voz própria e diferenciada a seus personagens.
No mais, o livro parece mais um da lavra “O Código Da Vinci”: capítulos alternados em suas subtramas (bem pouco convincentes, diga-se de passagem), busca por países (locações – sim, o livro parece ter sido escrito tendo em mente de que “posso ganhar mais dinheiro com o filme”) exóticos aos olhos ingleses, informações pouco convincentes para o desenvolvimento da trama (mas com a intenção de dar – digamos – um “ar cultural” à narrativa), clichês que chegam a ser engraçados de tão óbvios (no primeiro parágrafo em que somos apresentados a Helen, é impossível não perceber que ela tem algo com o próprio Drácula e nem se aborreça comigo, pois isso nem pode ser considerado spoiler de tão óbvio que é).
Vale a pena ler? Sim, mas não espere novidades, nem espere pular da cadeira, nem reviravoltas na trama que te deixem boquiaberto (o máximo que me fizeram foi pensar um “... então tá...”), mas se a sua grana está curta e você não pode viver (como eu) sem um livro ao lado de sua cama, então invista seu dinheirinho suado nessa obra. São 900 páginas e, como será muito improvável você conseguir ler todo o livro de uma só vez, elas durarão por duas, três semanas, talvez mais, antes de você terminar o livro e ter dinheiro para comprar outro...
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Raquel 17/01/2021

Uma aventura sombria e eletrizante
Escrito em primeira pessoa por uma mulher de meados do século 20, o livro narra a história de uma menina e seu pai, um historiador, que, no começo da sua juventude se vê posto em uma aventura deveras macabra.

Numa noite na biblioteca, Paul (o pai) percebe que um livro um tanto diferente fora esquecido na sua mesa: um exemplar extremamente antigo cujas folhas estão todas em branco, exceto as duas que formam seu centro, onde é encontrado uma xilogravura de um dragão.

Como o livro não está catalogado pela biblioteca, Paul o deixa em cima da mesa e vai embora. No dia seguinte, o livro volta a aparecer para ele que, intrigado, indaga seu orientador acadêmico a respeito de sua origem. E neste ponto, ele cruza uma linha sem volta.

Seu orientador, Bartolomeu, assim como diversos outros historiadores ao redor do mundo, também havia recebido um livro similar. Bartolomeu viajou metade do mundo seguindo pistas vagas e referências antigas, quando descobre que o livro se trata da Ordem do Dragão, a quem aparentemente Vlad Tepes III, também conhecido como Drácula, era membro fundador. Bartolomeu passa por todo tipo de situação enquanto está envolvido nesta história: de ameaças a amigos sendo mortos. Temendo por sua vida, dá por terminada sua pesquisa sobre a Ordem do Dragão.

Mas, ao passar para Paul o material reunido em sua pesquisa, Bartolomeu misteriosamente desaparece!

Paul começa, então, uma busca por Bartolomeu, acreditando que este foi levado por Drácula ou um de sua trupe. Mas ele não vai sozinho. Como em todo bom suspense, ele vai acompanhado de uma bela moça que é, nada mais, nada menos, a filha que Bartolomeu desconhece, fruto de suas pesquisas na Romênia e, pasmem, perita na história de Drácula.

O que é interessante é que o livro é contado em 3 tempos distintos: a da menina, a do seu pai no seu tempo de juventude, e a de Bartolomeu, quando de suas pesquisas, o que revela o passado e o presente ao mesmo tempo.

Mas, aos leitores que se interessaram: preparem-se! O livro é longo. E olha que eu não sou de reclamar de livro grande não. Mas esse, além das 541 páginas, ainda possui uma página maior que o usual, margens e fonte menores. Ou seja, é palavra pra caramba. Você lê durante 30 minutos e descobre que se passaram meras 4 páginas. Mas insista! Vale a pena.
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leituras.gio 13/12/2020

Fantástico!
Embora esse livro não seja tão famoso aqui no Brasil, traz uma narrativa de suspense e fantasia incrível! O comprei por acaso e me perdi completamente na história. Li sobre lugares em épocas que jamais havia imaginado como os impérios Turco-otomano, Austro-húngaro e todo leste Europeu? A história por trás da lenda de Vlad Drácula abordada de maneira surpreendente
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Giuliana 16/04/2020

Mistério e aventuras
História empolgante, com viagem por lugares envolventes e muita história. A autora fez uma ótima pesquisa, e isso te põe mais ainda na história ficcional. Alguns trechos ficam um pouco repetitivos, na minha opinião poderia ter sido um pouco mais enxuto. Mas a história te prende e não decepciona.
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JCarlos 26/07/2018

Uma incursão histórica ao mito de Drácula
Um livro denso, com incursões na história da Turquia, de Vlad Tepes, o Empalador, e da busca pela verdade sobre o mito do Dragão.
A história é contada principalmente na forma de cartas e documentos.
E é um recurso muito bem-vindo, remetendo ao próprio romance clássico de Bram Stoker, também contado na forma de cartas e diário.
Em O Historiador, Drácula pouco aparece, mas sua presença é sentida, insinuada. Somente próximo ao final sua verdade é revelada.
É uma grandiosa abordagem para a história de Drácula, da perspectiva dos historiadores, que correm para encontrar seu túmulo na esperança de salvar um dos seus amigos. Cada capítulo nos leva a uma nova descoberta, a cada vez mais perto da verdade.
Não espere o horror ou suspense de outras obras do tipo. Por outro lado é delicioso em sua pegada histórica, o que, por si só, pode ser um tanto quanto cansativo ao leitor que espera um thriller com ação se desenvolvendo.
Denso, eu falei. Para ler com calma. Não pra qualquer leitor, também disse. Mas possui uma narrativa forte, original e calibrada, distanciando-se de muitas obras do gênero. Leia com moderação.
Mérito para Elizabeth Kostova.

?Se apenas eu pudesse me entregar ao pó, como ele. Pressinto o crepúsculo se aproximando, em algum lugar do mundo lá fora onde luz e trevas ainda existem, e vou usar toda a minha energia declinante para me manter eu mesmo até o último momento. Se existe algum bem na vida, na História, em meu próprio passado, eu agora o invoco. Eu o invoco com toda a paixão com que vivi.? - p. 498
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regifreitas 31/01/2018

Que livro difícil de terminar! Fazia tempo que não lia algo tão amarrado e arrastado. Em uma história que até poderia render uma aventura interessante, a autora cria uma trama rocambolesca, repleta de detalhes desnecessários que não fazem a narrativa evoluir. O livro peca, e muito, em ritmo – as duzentas primeiras páginas são praticamente a pior coisa que já li dentro desse gênero; depois fica um pouco melhor, mas nunca deslancha realmente. A própria estrutura é confusa e maçante, com narrações e tempos paralelos que confundem muito mais do que explicam. A própria figura de Drácula é tratada pelos personagens como um perigo iminente, uma sombra que ronda todo o romance, sem que nunca esse perigo se torne algo realmente palpável e ameaçador fora daquele grupinho de personagens.

Não costumo não recomendar livros, acho que eles funcionam de forma diferente para cada leitor, e cada um deve ter a experiência por si mesmo. Mas não percam tempo com esse livro!
Márcia Naur 31/01/2018minha estante
Ainda bem que não perdi meu tempo. ;=)


Gláucia 31/01/2018minha estante
Caramba, tá na minha fila e a expectativa é altíssima. Vou baixar a bola aqui rss


regifreitas 01/02/2018minha estante
pode ser que funcione pra você, Gláucia. pra mim não rolou! mas as opiniões são bastante divididas sobre esse livro. é por tua conta e risco! rsrsrs


Andrea 27/02/2019minha estante
Eu "li" esse livro há muitos anos e digo que não foi uma experiência muito das agradáveis. Lembrei dele porque um amigo aqui do Skoob o marcou como "quero ler" e eu avisei que era cilada, bino! Hahaha.

Mas serio, achava que o problema tinha sido, mas agora acho que é o livro mesmo. :D




Galáxia de Ideias 16/01/2018

*Resenha postada originalmente e na íntegra no blog Galáxia de ideias

Mais uma vez, estou resenhando um livro que definitivamente não é para qualquer leitor.

Só para vocês terem uma ideia, eu li metade dele nada menos que duas vezes, porque as descrições extensas e detalhadas por vezes me cansavam, e podem cansar o leitor, e só na terceira finalizei a leitura como um todo.

Devo dizer, foi o livro que me fez relembrar o quanto sou apaixonada por História, minha matéria, de longe, favorita do colégio e foi até mesmo minha primeira opção de faculdade quando estava na época de pensar nisso. A edição física, por sua vez, é nada menos que maravilhosa, apesar das folhas brancas. A fonte, porém, está de bom tamanho e a revisão é nada menos que impecável. Um excelente trabalho da Suma de Letras.

O Historiador, da autora americana Elizabeth Kostova, segundo a própria, foi baseado em pelo menos uma década de extensa pesquisa sobre as lendas cercando Vlad Tepes, o bloco comunista europeu, a vida monástica nos idos do século quinze, as invasões turco-otomanas na Europa (o Império Turco-Otomano teve fim com o advento da Primeira Guerra Mundial, assim como o Russo e o Austro-Húngaro) e pelo menos um bom número de guias turísticos, considerando a quantia de descrições envolvendo as viagens da protagonista.

Que mal pode ser considerada assim já que a maior parte do livro é narrada no passado e os reais protagonistas são na verdade Paul e Helen, os pais dela, que acabaram se conhecendo devido a uma pesquisa em comum: o tirano Vlad III, também conhecido como Vlad, o Empalador (não recomendo procurarem isso no Google ou terão pesadelos à noite). Que, caso não tenha ficado claro, foi, em parte, a inspiração para o mais famoso vampiro da literatura mundial, Drácula. Que por sua vez, inspirou a autora a escrever a maior parte do livro em forma de cartas, o que nos dá uma ideia do ponto de vista de vários personagens diferentes. Inclusive o casal se conhece quando ela está em posse do único exemplar da universidade e Paul está desesperadamente interessado no livro depois que as pistas do desaparecimento do professor Bartolomew (Bartolomeo) Rossi levam nosso mestrando (à beira de um ataque de nervos) a descobrir que seu orientador estava metido até o pescoço (figurativa ou literalmente?) em uma investigação sobre Vlad III.

Aparentemente, uma pesquisa histórica não deveria causar tantos problemas, mas apenas imagine que um dos piores tiranos da história ainda está vivo, mesmo morto, e espalhando sua pestilência pelo mundo. Imaginou? Bem, some isso ao fato de que Paul e Helen, na pista do desaparecido Rossi, tem de viajar DENTRO do bloco comunista europeu durante a década de cinquenta (União Soviética, sacam?) se valendo de todo o tipo de mentiras diplomáticas e universitárias (e um bocado de dinheiro). Isso sem contar o fato de que tem até a polícia secreta dos comunas na bagunça (mais precisamente na Hungria e Bulgária) e os dois são obrigados a tomar todos os cuidados se não quiserem “desaparecer” caso alguém descubra o que eles realmente querem. Sem mentira alguma, tinha vezes no livro que eu precisava segurar a respiração porque o negócio se provou realmente tenso. Ainda mais quando um dos “comunas” tem um passado com a Helen, coisa que ela agora repudia.

Claro que tudo isso se vale de descrições muito detalhadas, que como já falei, podem cansar quem está lendo. Porém, admiro a dedicação da Elizabeth Kostova na pesquisa, porque confesso que a maior parte das referências me era desconhecida, e mais ainda a preocupação dela em fazer a história ser crível, realista e coesa apesar de todo o elemento sobrenatural presente. Até mesmo a construção do romance de Paul e Helen, dentro do que era possível devido aos fatos, é coerente e bem realizada. Além de ser impossível não se comover com a história de origem da Helen, que só não ponho aqui por ser spoiler e também porque me dá vontade de chorar quando relembro. Especialmente pelo desdobramento do negócio. Só lendo mesmo é que vocês vão sentir o drama e lógico, passar aquela raiva quando descobrirem o real motivo. Creiam, em nada se parece com o que vocês já leram.

Outra coisa que não posso deixar de admirar é o modo como Kostova constrói a mitologia dentro do “universo” dela e a maneira como ela detalha o passo a passo da situação, quando ela acontece no livro, o que não são raras vezes. Além da GENIAL sacada do título, que, vou confessar, me pegou de surpresa, pois nem nos meus sonhos mais loucos imaginei aquilo. Sem contar o modo como Elizabeth encaixa todos os pontos da história sem deixar nada solto e deixa o leitor com aquela de cara de “eita!”. Isso tudo, porém, eu deixo com quem quiser ler, já que também é spoiler.

Ao fim e ao cabo, dei cinco estrelas ao livro porque, apesar de alguns pontos que soam negativos a alguns, ele é realmente muito bom. Mas, recomendo só a quem tiver realmente paciência, gostar muito de História e souber apreciar cada linha do livro com a olhada que ele merece.



site: http://www.galaxiadeideias.com/2017/10/mes-do-terror-resenha-o-historiador-por.html
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