Discurso sobre a dignidade do homem

Discurso sobre a dignidade do homem Giovanni Pico della Mirandola




Resenhas - Discurso sobre a dignidade do homem


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Thainan ~ 22/05/2012

Tentei vivenciar a época de grande redescobrimento em que passou Giovanni e os demais filósofos do renascimento, que experimentavam a substituição do teocentrismo para o antropocentrismo. É evidente o estado de deslumbramento vivido naquela época. Eles assimilaram que suas vidas não estavam pré-escritas pelo criador e para a possibilidade de se autodeterminarem. O homem ganhou uma posição central com essa revolução ideológica.
Mas, assim como na época de Giovanni, nos dias atuais o ser humano não pode ser detentor de total liberdade. Não somos apenas seres racionais, mas, também, animais passíveis de erros e algumas vezes movidos por extinto e impulsividade (e não pela racionalidade), o que nos faz necessitar de limitações. Atentei-me a esta passagem do livro:
Tu, pelo contrário, não constrangido por nenhuma limitação, determiná-las-ás para ti, segundo o teu arbítrio, a cujo poder te entreguei.
Vemos, então, a necessidade da limitação humana (seja ela qual for).
Mas, uma das maiores dúvidas é: o que é a liberdade? Temos duas vertentes: (I) a visão negativista, acredita que a palavra liberdade é relacionada à independência, ou seja, ausência de submissão e, por outro lado, (II) a visão positivista declara que liberdade está ligada a autonomia de vontade, ou seja, o poder de escolha (como defende Giovanni em seu livro).
Entretanto, na autonomia de vontade, que é um de nossos princípios constitucionais, não significa estarmos livres das consequências das nossas escolhas.
Por exemplo: a liberdade de expressão, apesar de garantida na constituição, não pode ser exercida desmedidamente. É possível sair por aí dizendo o que bem entendermos ou fazermos o que quisermos alegando que em nosso estado possuímos liberdade de expressão e autonomia de vontade, todavia estaremos sujeitos às consequências (legais) dessa atitude.
Por isso vale lembrar aquela velha máxima: O seu direito termina quando começa o do outro.
Por fim, há uma relação dúbia entre a liberdade: a norma nos dá liberdade para sermos o que quisermos, mas o nosso querer deve estar de acordo com os preceitos estipulados pelas leis (e, indiretamente, pela sociedade onde vivemos). Ou seja, o querer deve ser lícito, para que o perfeito andamento da sociedade não seja quebrado. Em suma, abrimos mão de nossa total liberdade para possibilitar a vida em conjunto.
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Marcos606 27/09/2023

Um dos representantes mais importantes da filosofia renascentista, a Oração sobre a Dignidade do Homem foi escrita para ser apresentada como um discurso público em 1486, porém nunca proferido, Pico morreu em 1494, dois anos antes da sua publicação inicial.

Em seu discurso, ele investiga a humanidade, descobrindo que a razão pura é o nível mais alto que o homem pode alcançar. Sozinho entre as criaturas, o homem tem liberdade, que o permite elevar-se ou rebaixar-se.

Considerado uma espécie de manifesto do novo espírito renascentista, principalmente graças à primeira seção. Nela Pico introduz uma ideia brilhante, tanto de base filosófica como retórica: como o homem foi criado por último, tudo já estava ocupado e dado a outros seres criados. Deus, que é descrito como um demiurgo e um arquiteto, resolveu este problema colocando o homem no centro do mundo para que ele pudesse ver melhor o que está lá e dando-lhe a capacidade de escolher o seu próprio lugar e, assim, determinar o seu próprio destino. O tema do debate público em Roma, cujo discurso abriria, seria novecentas teses e suas conclusões. O debate, no entanto, nunca aconteceu. A Oração não foi publicada durante a vida de Pico, tornando-se conhecida pelos leitores de toda a Europa, apenas depois de sua morte.
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TalesVR 04/06/2019

Ponto referencial
Geralmente esse discurso de Pico della Mirandola é referenciado como um dos marcos teóricos para a afirmação dos Direitos Humanos contemporâneos. Pois bem, é notória a ideia do renascentista de que os homens são livres tanto para descerem como bestas ou subirem como anjos baseados na virtude que escolherem, mas é isso e apenas isso. O discurso não ''serve'' mais no dias atuais, sendo um compilado de odes bíblicos vazios e frases de efeito. É o estilo da época e vale a pena como curiosidade, visto que não possui um conteúdo forte o suficiente para fazer a leitura render do jeito esperado. Tenho dó e respeito pela obra para dizer que não vale a pena, mas também não vou mentir que é preciso uma boa dose de coragem pra encarar a leitura.
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Simone 21/03/2023

Texto filosófico, escrito há mais de 500 anos. Bastante complexo e intrigante. Objeto de estudo do Clube do Livro do Pavinatto.
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