Lopes 17/11/2017
O livro pela literatura
Maurice Blanchot talvez seja um daqueles autores mais geniais quando o assunto é crítica literária, e em "O espaço literário" só tende a provar essa fama, já que o autor exige toda a beleza da linguagem em prol da literatura, é como se a beleza falasse da beleza, sem ser a mesma, mesmo assim sendo, é a linha tênue entre duas belezas, que se unificam. Blanchot não faz isso destacando a estrutura literária sob um horizonte belo, não, ele vai justamente causar pânico ao apontar a noite e a morte, por exemplo, como os destaques destes espaços literários, os mais verdadeiros. Quando Blanchot ressalta sobre a morte, claro que ele resgata sua visão mais potente, sua causa mais vindoura, esteticamente a mais perfeita possível, mas ainda sim é a temível morte. Já a noite é o cercear, o ápice da escrita para se chegar ao nulo, para saber olhar no escuro e achar as saídas. É justamente de saídas que o autor vai tratar, são as saídas deste caos que aguçam mais a falar dele e por ele para se chegar ao mais humano possível. São ensaios que cegam a beleza de nossos olhos, que deixa crua nossa sensibilidade, nos fazendo retornar ao sabor que sentimos quando descobrimos, junto com o autor, as novas possibilidades de entender e enxergar a literatura.