A cultura-mundo

A cultura-mundo Gilles Lipovetsky




Resenhas - A cultura-mundo


5 encontrados | exibindo 1 a 5


Rebeca 24/05/2022

Bom
Acabei lendo pra fortalecer meu conhecimento para o Enem e achei muito bom e essencial, coloquei em off pra reler snv dps
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M.N.Vulpin 28/07/2016

Podia se chamar "A cultura-Europa"...
...mas o livro aponta alguns fatores que ocorrem em vários países do mundo, apesar de analisar com mais frequência os países do continente europeu. Além de fazer uma crítica ao Estado, ao hipercapitalismo e ao hiperindividualismo, os autores também dão algumas sugestões do que pode ser feito. E ao meu ver, as partes onde falam sobre arte e museus encaixa-se muito bem à realidade brasileira.
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Joany 07/02/2022

Críticas e soluções em uma obra só. Curta, mas entrega bastante. Leitura um pouco arrastada de início. Me lembra algumas obras do Bauman.
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Andreia Santana 28/01/2017

Uma leitura para entender o mundo pós-moderno globalizado
"Cultura-mundo significa o fim da heterogeneidade tradicional da esfera cultural e a universalização da cultura mercantil, apoderando-se das esferas da vida social, dos modos de existência, da quase totalidade das atividades humanas. Com a cultura-mundo, dissemina-se em todo o globo a cultura da tecnociência, do mercado, do indivíduo, das mídias, do consumo; e, com ela, uma infinidade de novos problemas que põem em jogo questões não só globais (ecologia, imigração, crise econômica, miséria do terceiro mundo, terrorismo...) mas também existenciais (identidade, crenças, crise dos sentidos, distúrbios da personalidade...). A cultura globalitária não é apenas um fato; é, ao mesmo tempo, um questionamento tão intenso quanto inquieto de si mesma..."

O intertítulo de A cultura-mundo - resposta a uma sociedade desorientada - já entrega que essa é uma leitura para refletir sobre a condição humana na sociedade pós-moderna e hiperconectada. Os autores Gilles Lipovestsky (O império do efêmero) e Jean Serroy traçam um panorama social, político e cultural dos tempos atuais, em que "a cultura tornou-se um mundo cuja circunferência está em toda parte e o centro em parte alguma."

Na visão de Lipovetsky e Serroy, vivemos tempos em que as rupturas e reconstruções caminham lado a lado e em que o entendimento tradicional do que seja cultura cede espaço à construção de uma "cultura-mundo" que se expande para além do território da "cultura cultivada humanista". Trata-se de uma cultura 'globalitária' que reestrutura a relação da humanidade consigo mesma e com o planeta e que, ao mesmo tempo em que "reflete sobre o mundo, o constitui, engendra (gera), modela e faz evoluir".

Nessa cultura-mundo proposta pelos autores, as estruturas sociais que garantiam um certo sossego emocional às pessoas, mesmo que a custa de menos liberdades individuais, já não existem ou passam por transformações profundas e dinâmicas, o que leva a inquietações e frustrações já que as regras mudam muito mais depressa do que muitas vezes somos capazes de acompanhar e nos adaptarmos.

Nesse mundo globalizado, pós-moderno, hiperconectado e com as pessoas tendo acesso ilimitado a inúmeras informações e modos de vida; embora o outro esteja próximo, à distância de apenas um clique, torna-se ainda mais estranho e por isso, causa medo. Um medo que muitas vezes é estimulado para atender determinados interesses de mercado. Uma vez que a globalização facilita a homogeneização cultural, as nações buscam enfatizar suas identidades próprias, no que isso tem de bom (preservar tradições, modos de fazer e heranças culturais) e de ruim (xenofobia, caça ao terror).

Essa ênfase numa identidade nacional peculiar, muitas vezes, não passa de artifício no jogo político, a velha estratégia do "dividir para conquistar". Quanto mais exótico é o outro, menos me sinto inclinado a entendê-lo e a buscar um ponto de intersecção que abra o diálogo. E aqui a situação vale tanto para nações quanto para grupos sociais que lutam por direitos, onde muitas vezes acontecem dissidências e discussões que sugam a força do movimento, porque seus membros se apegam às diferenças como barreira de isolamento.

A obra de Lipovetsky e Serroy conversa com a de diversos outros autores que também refletem sobre a condição humana e o 'mal do século', sobre globalização, advento de novas tecnologias, o poder de criar ou destruir consciências atribuído à mídia e sobre as imposições do capitalismo e do neoliberalismo que transformam a humanidade em uma grande massa de consumidores ávidos tanto por bens materiais quanto por um novo sentido para a vida.

Ao ler a obra, e a depender das outras leituras prévias que se tenha ou das experiências culturais vividas, é possível traçar inúmeros paralelos com situações bem reais do cotidiano. Embora situe os exemplos na França, e não deixe de trazer algumas premissas civilizatórias europeias em relação ao resto do mundo, as análises dos dois autores cabem na atual conjuntura sociopolítica do Brasil, na eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos e nas ondas de radicalismo e renascimento de ideologias totalitárias que varrem o globo.

Na introdução da obra, eles afirmam: "O mundo hipermoderno está desorientado, inseguro, desestabilizado no cotidiano de maneira estrutural e crônica." Mais adiante, no primeiro capítulo - A cultura como mundo e como mercado - os dois estabelecem quatro eixos nos quais o mundo hipermodeno estaria estruturado: hipercapitalismo, hipertecnicização, hiperindividualismo e hiperconsumo.

Com o hipercapitalismo puxando a fila, os autores refletem sobre o advento de uma "cultura global de mercado" e fazem uma crítica bastante pertinente às relações de trabalho atuais e alguns efeitos como a solidão e a frustração. Nos demais capítulos, eles avançam na demonstração dos efeitos de uma vida sob a tutela da mercantilização, em que tudo é descartável e consumível, de alimentos a objetos, de arte a sentimentos, de marcas a celebridades instantâneas.

No entanto, embora bastante realista na análise, a obra não se pretende pessimista e no capítulo final traz sugestões do que seriam formas mais sensatas de viver os dias de hoje. Um retorno à sociedade pré-globalização, segundo os autores, seria praticamente impossível, mas manter esse ritmo marcado pela superficialidade, o imediatismo e o consumo autofágico também é insustentável a longo prazo.

Para Lipovestsky e Serroy há caminhos que podem ser tomados que permitam uma melhor adaptação à "cultura-mundo", por meio de caminhos que "estimulem as múltiplas potencialidades do indivíduo" na construção de uma sociedade mais equilibrada, justa, empática e solidária.

site: https://mardehistorias.wordpress.com/
Marta Skoober 29/01/2017minha estante
Talvez não tenha nada a ver, mas dois nomes vieram à minha mente enquanto lia a resenha: Bauman e Milton ( o Santos).


Andreia Santana 30/01/2017minha estante
Pode apostar suas fichas em Bauman. Esse livro dialoga demais com Medo Líquido, por exemplo, entre outros livros do autor. E Milton Santos, com certeza!


Marta Skoober 31/01/2017minha estante
Do Bauman eu li Confiança e medo na cidade, Amor líquido e Vidas desperdiçadas. Mas já tem uns bons três ou quatro anos, talvez mais. O Vidas desperdiçadas foi que mais me cativou. Tenho o Vida para consumo e o Vida à crédito.




Marcilio Duarte 01/08/2023

Uma dose necessária de pessimismo
Li em 2013 e estou relendo agora. Gilles e Jean fundamentam o pessimismo dos nossos tempos. Vivemos tempos difíceis, desorientados pela hipermodernização do mundo e a cultura-mundo penetra as nossas consciências e todas as esferas de nossas vidas. Boa escrita, texto leve e argumentação brilhante.
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