Resenhas - Lolita

ritinha 10/06/2010

Fazia tempos que um livro não mexia tanto comigo.
O jogo de palavras, as partes revoltantes, o jogo psicológico, as frases cômicas que me fizeram rir bastante, um livro polêmico, um livro completo. É, com certeza,um grande escritor o Valdimir Nabokov.

Antonio Maluco 13/01/2016

Livro Sensual...Será
eu achava que ia ser que nem a minisérie global:Presença de Anita que ia ter sexo entre os protagonistas mas que nem alguns leitores do livro quando saiu em sua estréia ficaram decepcionado e entediado com o livro acima mas nos anos 50 era raro 1 homem se apaixonar por uma garota de menor idade a ele e hoje em dia infelizmente tá normal essa paixão e agora só me restar ler Presença de Anita e espero não decepcionar com o tal livro...

Renata 11/11/2021

Lolita não foi um livro fácil de ler, a leitura é densa e os capítulos são muito ricos em detalhes. Em relação a história, eu iniciei a leitura já sabendo do que o livro se tratava, afinal é um clássico! Mas confesso que nunca pensei que iria realmente achar ?difícil? de ler certas partes. Pode-se dizer que o autor foi bastante cauteloso em diversos fragmentos do livro ao descrever as cenas mais ilícitas, falando pouco e deixando as coisas mais implícitas, porém tudo fica muito bem sub-entendido, e por mais que não esteja escrito, é muito fácil de imaginar os acontecimentos. Não sabia o que esperar com o final do livro, mas confesso que me surpreendi. Durante a leitura nunca tinha parado para pensar na vida propriamente dita de ?Lolita? e no final, ao ver que Humbert foi responsável por estragar não somente a infância, mas também todo o resto da vida da personagem, foi algo que não me ocorreu durante a leitura (por mais óbvio que possa parecer) e que no final me surpreendeu e me causou diversas sensações, como por exemplo uma angústia sem fim. Não posso dizer que não gostei do livro, afinal, ele é muito bem escrito e cheio de detalhes, porém ele é difícil de ?digerir?.

Rafaela Tressino 04/01/2022

Perturbadoramente bom
O livro é escrito de maneira magnífica e por ser tão bom assim chega a ser doentio.
A obsessão de Humbert com a Dolores, tentando justificar o que sente como normal é pura agonia, e ao mesmo tempo não consigo ver isso como algo que não seja uma doença doentia.
É perturbador ler pela mente do personagem masculino pq ele sabe o que está fazendo, mas em sua visão era para ser dessa forma e não tem nada errado, já que era legalizado até tal data ou pq ela era uma "ninfeta" ou milhões de outros motivos.
O fato dele ainda ter virado meio que um pai dela torna isso muito édipo rei, acho que em meio a essa loucura de ter que cuidar dela, e de ser chamado de pai, e Lo de filha, os instintos sexuais dele aumentaram em um fetiche insano! Ademais, ele usou da fragilidade da morte da mãe para criar uma relação em que a Lolita se apegasse e dependesse dele de modo a concordar com aquele sentimento que fazia acreditar que os dois tinham.
No entanto, virou um dos favoritos porque é uma história diferente, problemática, intensa e muito vasta. A loucura e a obsessão é tudo que o Vladimir fez com que eu sentisse ao longo do livro foi terrivelmente bom e conflitante.

Adendo a LOLITA: amo q ela fugiu dele e ainda disse que mesmo anos depois não voltaria para o Humbert Humbert. Lo você é demais

Pedro 20/10/2014

A polêmica que envolve a pedofilia
Pedofilia é um assunto extremamente polêmico na sociedade contemporânea, de modo que qualquer praticante deste ato é instantaneamente condenado por todas as pessoas.
O autor, com sua linguagem formal e habilidade indiscutível em manusear as palavras, nos faz ter um olhar diferente a respeito do assunto. Mesmo escrito a vários anos atrás, este livro mostra a realidade de um pedófilo que pode ser aplicada na atualidade. Uma paixão que surge como qualquer outra, porém dentro de certas circunstâncias ilícitas perante a lei e ao senso comum. Mas a paixão do personagem por Lolita é incondicional. Da forma que o autor expõe esse amor infinito traz ao leitor um sentimento de pena para com o personagem pedófilo por ele não ser correspondido. Apesar das ações sexuais não permitidas o personagem tentar manter a integridade da criança e protege-la contra todos os perigos. Por outro lado, como tudo na vida há limites, e o personagem não respeitou o limite do seu amor, Lolita foi privada de sua infância, de seus amigos, de suas diversões, chegando a ser feita "refém". Mesmo que Humbert amasse Lolita incondicionalmente seus atos resultaram na perda de sua amada para sempre, além de acarretar nela traumas irreversíveis.
Ao final do livro o leitor encontra-se em um carnaval de sentimentos. Basta a cada um tirar suas próprias conclusões. Em minha opinião a pedofilia é um ato totalmente ilícito, porém acredito que há duas razões que podem levar uma pessoa praticar pedofilia. A primeira é decorrente de uma doença mental ou insanidade intelectual. A segunda, entretanto, resulta de um amor e atração sexual por crianças, da mesma forma como há atração por pessoas do sexo oposto, atração homossexual, e em casos extrememos atração por animais. As duas razões não explicam nem justificam o ato de praticar pedofilia, pois uma criança é apenas uma criança. Por isso aqueles que são atraídos sexualmente por crianças precisam procurar ajuda profissional.

/QMD/ 19/06/2013

Henrique quer a visão de Lolita sobre isso tudo.
Lolita conta a história de Humbert Humbert, um homem com quase 40 anos que tem atração sexual por ninfetas (garotas que amadurecem o corpo, mas não na idade; meninas púberes; entre 8 a 14 anos). Desde um trauma que teve com sua primeira namorada, aos 13 anos, ele se satisfaz com pensamentos maliciosos com garotas bem mais novas que ele. Pedofilia. E Humbert não se sente menor que outros por causa disso, expondo claramente essa sua "opção sexual" desde o início, de um modo bastante franco.

Dolores, a chamada Lolita, é uma garotinha de 12 anos que desperta a atenção de Humbert logo que a conhece, na casa de Charlotte. Seguindo dicas de revistas para adolescentes, a garota percebe o comportamento do homem e começa a se insinuar para o pedófilo, que resolve se casar com a mãe dela para que eles não se afastem, alimentando suas vontades doentias.

Vladimir Nabokov criou um livro único. Lolita é instigante, sincero, pesado, polêmico. Pra começar, Humbert não esconde seu desejo por trás de máscaras ou traumas. Apesar de narrar quando seu desejo por garotas púberes começou, ele aceita a condição de pedófilo e, ao início do livro, até procura tratamento psicológico. Tudo fica ainda mais intenso assim que conhece Dolores, transformando o livro em algo parecido como um diário, onde o protagonista narra cada pensamento maldoso e cenas de cunho sexual que imagina.

Sendo categorizado como livro adulto, Lolita acaba vagando por vários outros estilos. Temos literatura erótica, suspense, drama, romance, aventura, novela policial... O autor consegue passear por cada uma das formas de narrativa com maestria, nos presenteando com um texto muitíssimo bem escrito. Apesar de todo o conteúdo sensual, não temos palavras de baixo calão ou uma escrita pobre. Lolita enche nossos olhos com uma trama quase poética, nada vulgar.

As descrições também são um ponto forte do autor. Cada objeto que é passado de frente a Humbert é descrito com palavras tão bem usadas que é fácil se deixar levar pela imaginação do autor, cheio de recursos da poesia, já que o protagonista é professor especializado neste estilo literário.

Precisa ter estômago para acompanhar o diário de Humbert Humbert. O pedófilo nos mostra todos os seus lados, sejam eles bonitos ou feios, simpáticos ou antipáticos. Somente aguentei o cara pelo livro inteiro porque, como já conhecia o final e os bons conceitos que o livro recebe, virava as páginas, mesmo que minha mente quisesse parar, abandonar a história.

Como tudo é muito bem planejado, o livro é bastante denso. São referências a outros livros, palavras anagramatizadas, nomes de personagens que se referem a outras histórias (reais e ficcionais)... Tudo contribui para que o talento de Vladimir Nabokov se torne visível, mas acaba transformando o texto em algo que merece muita paciência. Fora que alguns acontecimentos (principalmente em relação à mãe de Lolita) são um pouco surreais e se deparar com frases em francês no meio da obra pode até parecer uma boa sacada a princípio, mas cansa depois de certa parte do livro. Pecou pelo excesso.

RESENHA COMPLETA: http://www.quermedar.com/2013/06/lolita.html