Macunaíma

Macunaíma Mário de Andrade
Angelo Abu




Resenhas - Macunaíma


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Ana Sá 11/05/2023

"Macunaíma" é um livro curto, mas não é mole não!
Vocês conhecem a história da leitura com as baleias?

Uma vez, eu estava tendo muita dificuldade com a leitura de um livro, então uma amiga me disse: "Ana, certas leituras são como observar baleias. A gente fica lá, sentada em frente a um oceano onde nada acontece. Até que, de repente, salta uma baleia! Com alguns livros é assim: apenas uma ou outra ideia se mostrará bem evidente, mas muitas vezes elas fazem valer toda a experiência".

Eu gosto dessa história porque ela mudou a minha relação com livros desafiadores, e é verdade que "Macunaíma" foi para mim um livro desafiador. Entretanto, não seria justo afirmar que ler "Macunaíma" foi como observar baleias. Não! Primeiro porque é mais coerente falarmos em boto-cor-de-rosa, nativo da Amazônia, do que em baleias. Segundo porque esses botos que vemos saltar do livro Mário de Andrade não são raros. Eles são muitos! Então é como se a gente estivesse lá, na expectativa de observar a calmaria do rio, quando, prontamente, muitos botos sequencialmente desordenados não parassem de surgir! E vocês já viram um boto? Ele é sedutor, brincalhão e engraçado? São como "Macunaíma"! Um livro recheado de um mar de botos que bagunçam tudo, mas que nem por isso deixam de nos arrancar o riso!

Leyla Perrone-Moisés falou e disse: em Mário de Andrade temos uma obra não sobre "identidade", mas sobre uma "entidade" nacional. É realmente impressionante o quanto cabe de Brasis nas poucas páginas de ?Macunaíma?.

Na minha opinião, "Macunaíma" quase que é um livro mais para ser estudado do que lido. São tantas as dúvidas que saltam a cada página. São variados os elementos linguísticos, culturais, históricos e geográficos que nos escapam durante a leitura. Outros tantos são os pontos que nos causam curiosidade de aprofundamento e de debate (por exemplo, que leitura podemos fazer hoje do capítulo da macumba?). Uma edição com notas explicativas pode ser interessante para quem quer sair do livro com mais respostas do que perguntas.

Mas também na minha opinião, justamente por causa de tudo que listei acima, paradoxalmente "Macunaíma" é um livro sobretudo para ser lido, dessa leitura livre e anárquica! Esta é sim a obra de "um intelectual para intelectuais", como alguns defendem, mas cabe lembrar que Mário de Andrade fala de um Brasil real desafiando qualquer fio de realidade. "Fantástico", "Nonsense", "Surrealismo", "Fantasia", "Mito", "Folclore"... misture um pouco de tudo que você já viu em narrativas nacionais, de heróis e em romances de aventura e aceite que um gigante ou que uma espécie de piscina de macarrão simplesmente podem fazer sentido em São Paulo!

É curioso...
Esta narrativa mítica, mística, satírica, sarcástica, caricata, irônica, nos exige demais, mas nos entrega a leveza de boas risadas e de ótimas estórias! É tudo tão deliciosamente dinâmico no livro que mais de uma vez eu tive a sensação de "Nossa, eu já não tô entendendo como o Macunaíma chegou aí, eu não sei o significado de umas dez palavras desta página, mas isso tá engraçado demais!". Se a leitora aceitar que, mesmo perdendo, haverá qualquer coisa a ganhar ao abraçar esse herói sem nenhum caráter, a diversão virá!

Há livros que não semeiam memórias em nós. Esses passam e não deixam frutos. Há outros que, ao contrário, tatuam os detalhes das personagens e/ou do enredo na nossa mente para sempre. A meu ver, "Macunaíma" não é nem um, nem outro. Emprestando de Leyla Perrone-Moisés um dos sentidos possíveis da palavra "entidade", vejo "Macunaíma" como uma experiência transcendental. Ele se apossa de nós já nas páginas iniciais e depois o que nos resta é uma espécie de memória onírica dessa viagem. Eu tive um pouco de dificuldade com a leitura, então não conseguiria, de pronto, recontá-la de forma linear e coesa (mesmo com tudo que eu já sabia previamente sobre a obra!). Por outro lado, tenho na ponta de língua o que vi-senti-imaginei-inventei em cada passagem do livro. Minhas lembranças parecem ter estacionado mais no plano da emoção do que da cognição. Depois de aprender a ler com a baleias, agora eu também sei ler junto ao ritmo frenético dos botos. Recomendo o passeio!
Flávia Menezes 11/05/2023minha estante
Excelente resenha, Ana!
Eu tenho muuuita dificuldade com esse tipo de literatura por não me identificar, mas acho muito gostoso ler uma opinião assim, porque motiva as pessoas a ler sobre um personagem que traz uma marca do nosso país. Então? mais uma vez?meus parabéns pela resenha incrível e tão cheia de associações que facilitam ao leitor compreender onde seu pensamento quer nos levar.


Pablo Paz 11/05/2023minha estante
Amo essa obra.


Pablo Paz 11/05/2023minha estante
Amo essa obra; se puderes assista ao filme também. Não dá para saber qual é melhor...


Paloma 12/05/2023minha estante
???? é esse tipo de resenha que me faz querer ler esse tipo de livro. Sobre como experiência certos tipos de leitura. ??????


Ana Sá 12/05/2023minha estante
Obrigada, Flávia e Paloma!??

Eu quis ressaltar o lado divertido da obra porque costumam frisar ou seu viés intelectual ou a dificuldade de leitura... E, sei lá, a meu ver, as risadas que damos com Macunaíma também merecem ser exaltadas ecreconhecidas!! rsrs


Ana Sá 12/05/2023minha estante
Oi, Pablo!! Eu assisti o filme há muitos anos, mas já estou pronta pra assistir de novo! Vou aproveitar muito mais agora... Foi curioso perceber que nem o filme, nem palestras etc me preparam pra Macunaíma. A experiência continuou sendo única! Eu sei que adaptações, fortuna crítica etc não substituem a leitura, mas fiquei surpresa em ver como tudo, até aquilo que eu esperava, pareceu totalmente inédito!

Aproveitando: tenho sentido falta das suas resenhas! rs


Stella F.. 12/05/2023minha estante
muito boa!


Pablo Paz 12/05/2023minha estante
E eu sentido falta do seu segundo livro, ahahah...


DIRCE 15/05/2023minha estante
Gostaria de compartilhar dessa sua sensação inebriante. Abandonei-o logo nas primeiras páginas e nem penso em revisitá-lo.


JurúMontalvao 18/05/2023minha estante
Tô lendo ainda...




rodrigo963 06/01/2022

O grande mau - Desafio de janeiro/2022
Macunaíma, livro de Mario de Andrade publicado em 1928. O livro é baseado no desenvolvimento do ?grande herói? nacional Macunaíma, sendo construído (livro) a partir de colagem sobre narrativas que contam o viver do protagonista.

Sendo um livro (talvez) de formação, vamos acompanhar Macunaíma ao nascimento, seu crescimento peculiar e suas aventuras pelo Brasil/Continente. Assim, nesse contexto, Macunaíma apresenta vários elementos da identidade nacional, ou seja, Brasil em formação. 

Com bastante humor, Mario utilizou-se das lendas, mitos indígenas e lugares para remontar um país em formação de identidade própria. Ao mesmo tempo, o livro é uma crítica sobre os defeitos do Brasil jovem.

O livro contém uma linguagem diferente, exibido características da oralidade que conta a história de Macunaíma, envolvendo elementos/palavras da cultura indígena, desviando do português formal.
Layla.Ribeiro 06/01/2022minha estante
Achou a linguagem difícil ?


rodrigo963 06/01/2022minha estante
Achei difícil, porém não impossível. O livro requer muita atenção no momento, devido às palavras indígenas...


Layla.Ribeiro 06/01/2022minha estante
To fora por enquanto ?


rodrigo963 06/01/2022minha estante
Q isso!! Uma edição panda do livro séria bom.


Layla.Ribeiro 06/01/2022minha estante
Quem sabe se eles publicassem ?


Daniel 06/01/2022minha estante
Li esse livro nos tempos do ensino médio. Lembro de ter sido uma leitura divertidíssima! Macunaíma é um verdadeiro fanfarrão.


rodrigo963 06/01/2022minha estante
O livro é engraçado mesmo. O autor soube utilizar bem o humor como elemento fundamental na construção do Macunaíma, sendo um personagem com ações boas e ruins.




Marcela115 03/01/2024

Macunaíma
Oi
Esse livro é meu pesadelo

Quer dizer, não é exatamente meu pesadelo.

Mas, sinceramente, que livro sinistro, né?
A mistura de alguns contos com a imaginação fértil, até demais, do autor fez com que cenas um tanto assustadoras se formassem.

Como eu já disse, é preferível ler um resumo que algum desconhecido postou na internet. Pelo bem da sua saúde mental.
Mas, assim, caso queiram arriscar, desejo-lhes boa sorte!

Bjs
Amanda 03/01/2024minha estante
tenho mt receio de ler esse livro, sério msm


zxsaturno 03/01/2024minha estante
Só por que eu queria tanto ler... ?


ephemelis 03/01/2024minha estante
amigo(a), eu li em leitura conjunta com Tati do Vá Ler Um Livro e gostei até


Marcela115 03/01/2024minha estante
Pse, eu msm achei umas cenas mto grotescas. O autor só teve o cuidado de colocar palavras pra suavizar, mas fica explícito o que a cena representa, o livro todo é assim, um eufemismo.


Marcela115 03/01/2024minha estante
Se vc gostou da sinopse, tenta ler uai. Eu não gostei, mas talvez você goste! Acho que comigo a questão que mais influenciou foi a maturidade, que eu não tinha, pra ler


Marcela115 03/01/2024minha estante
Sério? Que legal!! Vou procurar dps. Eu também lia com uma aba na internet aberta num site que a pessoa interpretava cada capítulo, me ajudava bastante




dani 29/12/2021

"Ai! que preguiça!..."
Cuidado! Este livro contém altíssimas doses de sarcasmo e humor ácido. Mário de Andrade não poupou esforços para criar um herói às avessas que esteja à altura do povo brasileiro.

O autor modernista revisita e reinventa lendas populares e passagens históricas. Não vou negar que fracassei em compreender a maioria das referências usadas. Em boa parte do livro, senti que perdi a piada.

Se um dia eu decidir revisitar esta obra, vou precisar de uma boa edição comentada para desvendar todas as referências. Mas só de pensar em reler esta obra, já me sinto como Macunaíma: "Ai! que preguiça!..."
Joao 29/12/2021minha estante
Essa foi uma das obras que me venceu hehehe. Mas ainda voltarei a ela.
Já "Amar, verbo intransitivo", eu adoro.


dani 29/12/2021minha estante
João, não sei se vou ter ânimo para uma releitura ?
Vou dar uma olhada nesse outro livro do Mário, quero conhecer mais a obra dele.


Ferferferfer 29/12/2021minha estante
Tenho essa mesma impressão. Ainda não o li, mas sinto que vou precisar de uma edição com referências.


dani 29/12/2021minha estante
Fernanda, me recomendaram a edição da Ubu. Além de ser bonita, parece bem completa mesmo.


Joao 30/12/2021minha estante
Dani, eu fraquejei com Macunaíma e foi ler esse outro meio que sem ânimo e me surpreendi bastante. Recomendo também os volumes de contos. Gostei dele como contista.


Nati 30/12/2021minha estante
Anos atrás prometi para mim que voltaria a tentar ler esse livro, mas ainda estou com preguiça.




Marciele Silva 24/06/2014

Totalmente nacional!
Não vou mentir, li o livro porque era para trabalho de escola. O livro é chato no começo, tem umas palavras que só mesmo quem escreveu para entender. Mas, depois que você pega o ritmo da historia, ele vai se encaixando e você vai entendendo, depois do meio do livro comecei a gostar e tive que voltar para entender melhor a historia.Ele é completamente brasileiro, e tem umas coisas muito FICTÍCIAS. Mas, gostei bastante de ler e recomendo, somente para quem quer entrar em um mundo totalmente fora do ritmo da realidade.

Bjus, Bella.
Mary 15/10/2014minha estante
"Totalmente nacional", "completamente brasileiro". Oi?
É um livro escrito por Mário de Andrade, que foi um escritor brasileiro. Não é de se espantar que ele escreva um livro que retrate o Brasil...


Marciele Silva 15/10/2014minha estante
Mary, há livros de escritores brasileiros que escrevem sobre países de fora ex: Paulo Coelho.
Você deveria ter informado melhor sobre isso antes de escrever isso. Okay? Bjus.


Mary 15/10/2014minha estante
Mário de Andrade morreu em 1945. Paulo Coelho é contemporâneo. Lembrando que o Paulo é mundialmente conhecido e os livros dele são traduzidos em vários idiomas.
Eu sei muito bem que existem escritores brasileiros que escrevem sobre outros países.
Mário de Andrade foi um escritor modernista, e o movimento modernista tinha como FOCO elementos da cultura brasileira.
Você deveria estudar melhor literatura antes de escrever isso, ok?


Nath @biscoito.esperto 15/10/2014minha estante
Mary, você que estudou tanto assim o movimento modernista devia entender que, quando Bella diz que o livro é totalmente nacional, está mais que correta e que existem muitos livros de escritores brasileiros da mesma época de Mario de Andrade e até antes que tinham aspectos muito estrangeiros, transformando as histórias que se passavam no brasil em cópias de romances franceses e portugueses. O modernismo negava a influência estrangeira, por isso o livro é completamente voltado para os costumes e a natureza brasileira. Mesmo dentro do movimento modernista haviam autores que se inspiravam em obras estrangeiras, como Oswald de Andrade. O argumento da Bella é que, dentre tantos livros nacionais com influências estrangeiras, este se destaca especificamente por ser 100% brasileiro. Seu comentário é típico de gente pseudo cult que acha que sabe mais que todo mundo e querendo desmerecer a opinião alheia. Ninguém é obrigado a saber tudo sobre literatura brasileira.


Marciele Silva 16/10/2014minha estante
É isso ai Naty. Para um bom leitor meia explicação basta, eu não preciso ficar explicando coisas da nacionalidade porque tem tudo no Google. E Mary, sei muito bem da literatura brasileira e de cultura também.
Não preciso dos seus comentários nada cultos.Okay? Bjus.


Marciele Silva 06/05/2016minha estante
Quem ler esse livro vai entender porque eu falo "totalmente nacional".
Boa leitura pra quem ler.
Beijus! Bella.




Anica 31/01/2010

Macunaíma (Mário de Andrade)
Quando li Macunaíma pela primeira vez, acho que estava nas mesmas condições de temperatura e pressão (hehe) que muita gente que leu Macunaíma pela primeira (e única) vez. Estudante perto do vestibular, com literatura brasileira enfiada goela abaixo e portanto um leve preconceito sobre algo que não me permitiam conhecer sozinha, no meu tempo. Conclusão? Achei um saco. Só parei de torcer o nariz para o nome de Mario de Andrade depois de conhecer a brilhante coletânea de crônicas chamada Os Filhos da Candinha (fica a sugestão aí).

E então que eu resolvi dar uma segunda chance e que surpresa ahn. Adorei Macunaíma. Devorei o livro nas horas que tinha livre e depois ainda fiquei pensando nele, saboreando alguns momentos e pensando em como deveria ter sido legal conversar com o Mário de Andrade, há.

Macunaíma é livro para ler esquecendo da realidade. Você faz um pacto com o narrador quando passa os olhos na primeira página: não importa mais o que eu considero real, vou acreditar no que é dito aqui. É um acordo parecido com o que um fã de Tolkien faz ao abrir O Senhor dos Anéis: ele não vai ficar pensando “Pftt, elfos não existem!”, “Bah, anéis do poder, que bobagem!”. O que pode ser complicado para o leitor para romper com a a noção de realidade que ele tem é que Macunaíma é uma fantasia, mas ainda assim busca elementos reais combinando com o nonsense. Digamos que é quase o que Douglas Adams faz em O Guia do Mochileiro das Galáxias, mas sem o sci-fi.

E é óbvio que com o nonsense vem muito de humor também. Como a invenção do futebol, ou o plano para ir para a Europa (virar pianista e pedir pensão do Governo, hehe). O engraçado é que assim como acontece em Os Filhos da Candinha, a obra é de uma atualidade assombrosa, não só no enredo, mas nos recursos que Mário usa para escrever. A narrativa é predominantemente marcada com tons de oralidade, como se alguém estivesse contando sobre lendas indígenas para um grupo de pessoas. A única excessão é uma carta escrita por Macunaíma, que segue um tom de alguém que tenta soar formal.

Mas o legal mesmo é que ao romper com o real, Mário também quebra a noção de geografia do Brasil. Nós sempre vemos tudo em pedaços, como se nosso país fosse um monte de pequenos países, cada qual com suas características: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná… Macunaíma quebra essa imagem quando o herói segue de um lado para outro como quem atravessa uma rua. Tudo é Brasil. E o próprio autor explica como faz isso:

"Um dos meus interesses foi desrespeitar lendariamente a geografia e a fauna e flora geográficas. Assim desregionalizava o mais possível a criação ao mesmo tempo que conseguia o mérito de conceber um Brasil como entidade homogênea – um conceito étnico nacional e geográfico."¹

Não é por mero ufanismo que a obra merece ser lida. Mereceria mesmo que fosse algo relacionado com lendas australianas, japonesas ou mexicanas. O que vale a pena mesmo é atentar ao fato de como um escritor do início do século passado conseguiu dar conta de algo que muitos ditos “modernos” simplesmente não conseguem: inovar, manter-se atual mesmo com o passar dos tempos, e tudo isso sem perder o senso de humor.

¹ANDRADE, Mario de Macunaíma: O herói sem nenhum caráter. Rio de Janeiro: Agir, 2008. pg. 220
Silsame 12/05/2012minha estante
preciso ler esse livro pra escola agora.
sua crítica me deu mais vontade de ler ainda.
obrigada


Gabriela 22/09/2012minha estante
Ótima resenha!


Saulo 21/10/2012minha estante
Adorei sua resenha!


Ane 08/10/2013minha estante
Adorei! Acabei de ler o livro e achei muito interessante ler sua observação. Também achei um saco na primeira vez que li haha ^^


helmalu 18/08/2014minha estante
Acabei de ler- pela 1ª vez- e sua resenha clareou bastante as minhas ideias.


Galadhrim 28/07/2018minha estante
Comecei a ler agora e estava achando estranho, mas sua resenha me fez ver com outros olhos. Obrigado!




Just Mike 21/04/2020

Livro Perturbador
Não curti não!! O livro extrai o pior lado da nossa cultura. Ele escancara de forma crua e direta o quão peçonhento é o nosso "jeitinho brasileiro". O protagonista é um típico brasileiro que faz as coisas só pensando em si, mesmo que inconscientemente. Você vê ali descrito um típico brasileiro que acha que o legal é "ser esperto" e "ser malandro" quando na verdade ele não enxerga que isso é apenas falta de caráter e falta de educação e consideração com o próximo. Por mais que eu já tenha percebido o quão tóxica é nossa cultura, não posso negar que ainda somos assim: um bando de índios selvagens por essência. Ah, e não me esquecendo o idioma do livro é em 'tupi-guarani aportuguesado', você que prima por um bom português coeso, vai sofrer com a desconstrução da língua a ponto de ler um parágrafo inteiro e entender só uma linha dali.
luan_choa 21/04/2020minha estante
fiquei com vontade de ler, só por causa da sua resenha. heheh


Just Mike 21/04/2020minha estante
Ah Luan.. não gostei não. Livro dificil de entender pq o autor montou um dialeto indígena pra levar o leitor até o ambiente. Aí meio que vc lê uma página inteira pra perceber que ele quis na verdade contar 1 frase.


Just Mike 21/04/2020minha estante
E tudo bem que o autor já explica que é "herói sem caráter", mas mesmo assim achei pesado para ser considerado um clássico da literatura. Mas não deixa de ser uma experiência. Esse livro está de graça na Amazon na versão online. Se decidir lê-lo, vai me contando o q tá achando, combinado? ;)


luan_choa 22/04/2020minha estante
aah, que legal saber que está de graça, vou encaixar ele nas minhas próximas leituras.
E para não me decepcionar e criar expectativas, já vou sabendo desses pontos que você levantou.
Mas caso eu goste, vamos ter que discutir heheh zoas =>


Just Mike 23/04/2020minha estante
Kkkk bora! Topo!




Simone Brito 16/10/2016

Carregado de regionalismo
Macunaíma foi lançado em 1928 e representou um dos mais importantes romances do modernismo brasileiro.
O livro valoriza a cultura nacional mostrando aspectos indígenas, lendas e mitos dos povos da região amazônica, sendo Macunaíma seu principal personagem.
Macunaíma é o estereótipo do malandro. Sem falar na preguiça que era sua principal característica. Em seu entorno, o autor segue descrevendo a vida dos índios amazônicos em uma atmosfera de ironia, sarcasmo, romance, história e muitas palavras regionalizadas.
Ao trazermos esse romance para os dias de hoje, torna-se um pouco cansativa a leitura, mas à luz da época em que foi escrito, realmente torna-se sensacional.
Dani.Ponto 20/01/2017minha estante
Concordo. Comecei a ler logo depois de reler Dom Casmurro e fiquei super empolgada pelo antagonismo das obras. Achei incrível a ruptura que propõe, mas, de fato, se torna cansativo, embora seja inegável a importância histórica. Faltam ainda umas 20 páginas, confesso que tenho esperança de um final surpreendente.


Dani.Ponto 20/01/2017minha estante
Concordo. Comecei a ler logo depois de reler Dom Casmurro e fiquei super empolgada pelo antagonismo das obras. Achei incrível a ruptura que propõe, mas, de fato, se torna cansativo, embora seja inegável a importância histórica. Faltam ainda umas 20 páginas, confesso que tenho esperança de um final surpreendente.


Dani.Ponto 20/01/2017minha estante
Concordo. Comecei a ler logo depois de reler Dom Casmurro e fiquei super empolgada pelo antagonismo das obras. Achei incrível a ruptura que propõe, mas, de fato, se torna cansativo, embora seja inegável a importância histórica. Faltam ainda umas 20 páginas, confesso que tenho esperança de um final surpreendente.


Dani.Ponto 20/01/2017minha estante
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Aline Dias 31/08/2022

Fazia muito mais muitos anos que não lia uma HQ
Achei riquíssimo o design mais não consegui me concentrar na história, achei pouco envolvente, talvez pela falar de hábito de ler HQ, vou tentar o livro, quero realmente conhecer esse romance de Mário de Andrade.
Lana 31/08/2022minha estante
Fui inventar de ver o filme uma vez... kkkkkk


Aline Dias 31/08/2022minha estante
Sério, não sabia que tinha o filme, é bom ?


Lana 31/08/2022minha estante
Você encontra o filme no youtube... é engraçado, e parece até ser caseiro. Mas bom é uma palavra forte kkkkk


Aline Dias 02/09/2022minha estante
vou procurar, obrigada ?




13marcioricardo 26/11/2023

Ai... Que preguiça!
Ai... Que preguiça.

Que pretende o autor com esta obra ?

Macunaíma, o conjunto do povo brasileiro ? Sem comentários...

Criar uma nova língua ? Ah, o ego de ter uma língua chamada brasileira... Bom, eu já não ia muito à bola com palavras indígenas e agora, depois de ler isto, quase que ganhei aversão.

Criar um imaginário, uma cultura brasileira, uma identidade ? E não havia nada melhor pra criar ?

Valorizar os indígenas e os negros ? E isto é o melhor que consegue?

E por que raio têm tantos autores a mania de atrelar a cultura brasileira ao caipira ? A relação entre o homem e o boi tem milhares de anos, não é nada de muito sofisticado..

Tanto trabalho com tanta palavra estranha, folclores diferentes e tudo o mais e depois apresenta uma forma do texto digna de um adolescente.

A gente pega ranço de um livro quando está a leitura toda desejando que ele termine na próxima página.

Enfim, o Brasil precisa ter cuidado com aquilo a que se apega. Devia orientar sua atenção para coisas mais elevadas.
Carolina.Gomes 26/11/2023minha estante
Kkkkkkkk é ruim d+


Lala 02/12/2023minha estante
Vc pode não gostar, mas essa obra é inegavelmente revolucionária. Em um Brasil em que a norma era o parnasianismo com uma estética super erudita, o Modernismo vem pra quebrar tudo e dar liberdade formal pro escritor. Macunaíma foi fundamental pro desenvolvimento de toda a literatura que viria a seguir, ele abraça o popular (que antes era desprezado pela escola parnasiana), a oralidade e a linguagem coloquial real do brasileiro, ele quebra com a lógica de realidade e espaço. É a partir do Mario, do Oswald, e desses caras, que um Guimarães Rosa vai surgir na terceira geração.
A relação do homem com o boi parte de Bumba Meu Boi, uma tradição riquíssima que ocorre em todo o Brasil e justamente por isso foi escolhida pelo livro, que busca representar o Brasil como algo com múltiplas feições. Não gostar é uma coisa, mas dizer que ele é um texto de adolescente é outra...tem que entender o contexto das coisas


debora-leao 05/12/2023minha estante
Nossa, que resenha péssima! O que seriam "coisas mais elevadas"? São elevadas só pq vc diz?


13marcioricardo 05/12/2023minha estante
Essa obra é um cara trajado de havaianas, short, camisa, gravata e gorro... E assim é a escrita do autor tbm. Acho que atrelar um povo a um personagem rasteiro não é muito boa ideia para o ideal de um país, mas se calhar é difícil explicar isto a quem não compreende coisas mais elevadas. Ao menos não sou o único, a julgar pelas notas que estão dando ao livro. Nem tudo se perde. Querer fazer um folclore é uma coisa, entendo, querer representar todo um povo dessa maneira, já é mais complicado. Fora o resto.




Maurício 09/05/2021

?Pouca saúde e muita saúva, os males do Brasil são?
Confesso que precisei buscar textos de apoios para acompanhar alguns termos para uma compreensão mais profunda do livro. Neste livro você terá um retrato do Brasil na década de 20, uma crítica muito forte ao desenvolvimento políticos, a população do geral, você irá encontrar nacionalismo também é descrito diversas faunas e floras brasileiras nosso personagem é um indígena (herói) sem escrúpulos ou caráter, você sentirá um ranço mas OK kkkk. Mas no final você irá se lamentar pois tudo aquilo que fora escrito no livro todo esse retrato vivemos até hoje! Lamentável mas é a "nossa" realidade. Recomendo fortemente a leitura deste livro, é difícil ? Sim mas você vai extrair muitas coisas e conhecimentos dele.
Noemi0 09/05/2021minha estante
Esse livro é incrível


Maurício 09/05/2021minha estante
Demais ! Vejo algumas críticas negativas mas quando você busca entender o porquê do livro ser clássico, quer entender em sua profundidade, você acabada descobrindo o valor da obra .


Noemi0 09/05/2021minha estante
Siiimm


Noemi0 09/05/2021minha estante
Eu fiz uma resenha dele aqui no Skoob. Se quiser dá uma olhada lá




caspaeletrica 14/08/2022

0/10: A verdade sobre Chatonaíma, o herói sem nenhuma coesão
Vou ser direto. As pessoas no geral têm medo desse livro por alegarem ter uma linguagem difícil, e isso acaba caindo sobre os leitores e não sobre o escritor. Isso acontece muito na leitura dos clássicos e muitas vezes a culpa é mesmo de quem lê e não está habituado a tal leitura, mas no caso de Macunaíma, a culpa é do escritor.

O problema não é a linguagem difícil, e sim Mario de Andrade. Ele simplesmente não sabia escrever bem, digo isso com a boca cheia. As ideias são super mal ordenadas e mal exercidas; mal escritas.

E se você botasse uma escrita mais clara no livro, não deixaria de ser um livro ruim. O enredo não tem nada de especial, a única cena interessante e realmente bem feita foi quando ele e os irmãos tomam banho no rio e saem de etnias diferentes. A história não tem nada de interessante, e quando algo se destaca é por ser ridículo. O final é a coisa mais escrota de todas, tudo é mal feito e mal apresentado.

A verdade é que ninguém gosta desse livro e por algum motivo desconhecido todos são coagidos a 240 páginas de pura tortura e chatice e no fim todo mundo finge que gosta.

Pelo menos Macunaíma estava certo ao ter como bordão "Ai que chatice!", pois foi o único momento do livro em que me identifiquei. Realmente falava está frase toda hora, junto com o personagem.
Stella 06/09/2022minha estante
Obrigada por falar isso; medo de ser a única do site que acho esse livro horroroso (isso que ainda nem terminei)


caspaeletrica 23/09/2022minha estante
@Stella ai amg coragem pra terminar, só terminei pra dps não falarem que não posso falar mal já que não li tudo. Tortura psicólogica este. Não vale a pena terminar não, digo pra você. Parece uma eterna alucinação


Stella 05/10/2022minha estante
eu desisti ?




Sabrina 07/05/2022

Decepção.
Como esperar que brasileiros apreciem um obra cuja narrativa se faz tão confusa? Cuja personificação da identidade nacional é feita por meio de um personagem tão desagradável? Para que tipo de leitor esse livro foi escrito? Tenho a impressão de que o autor, tido como polímata, escreveu esse livro muito mais para exibir seus conhecimentos para seus outros amigos intelectuais.

Diz-se que a escrita de Macunaíma é uma mistura do erudito com o popular. Porém, as menções às crenças e superstições locais, expressões do cotidiano, assim como o próprio bordão do herói, "ai!... que preguiça!...", não se sobressaem tanto quanto ao resto da narrativa, onde os termos empregados deixam diversas passagens nubladas, mesmo para um leitor mais instruído. Há muito verbos, por exemplo, que nem o dicionário deu conta de explicar!

Para completar, o autor conta a história apoiado, sobretudo, por lendas e mitos indígenas que apenas ele e os próprios índios da região Amazônica conhecem. São nomes, lugares e verbos que a gente lê e não faz ideia do que seja. Ao final de cada capítulo, precisei ler um resumo na internet para garantir que havia entendido o que havia se passado na história. Imagine o povo lendo Macunaíma em 1969...

Além disso, o herói é realmente sem caráter: preguiçoso, malandro, atrevido, nojento. Concordo que a identidade nacional ainda estava em construção e a ideia era expor todas as facetas do "brasileiro médio", porém me pergunto que imagem é essa que se cria ao representar o caráter de uma nação por meio de uma personagem como Macunaíma. Não se trata de exaltar o Brasil apaixonadamente, sem nenhum pingo de autocrítica; mas também não precisamos de um esculacho desses.

É realmente uma pena. Há, de fato, uma infinidade de brasilidades e elementos mágicos na história que estimulam a criatividade. A narrativa é um passeio mágico por um Brasil de diversas culturas, mas que é ofuscada por termos indecifráveis e um estuprador que ganha tons de inocência, status de herói e ainda vira estrela no céu. Me poupe.
Tiago343 18/05/2022minha estante
Desculpe tanta discrepância em comentar isso mas, acho que é uma deficiência sua e dos outros leitores. O intuito da obra é a representatividade da nossa gente, representatividade não se dá somente através da valorização do que a de bom, e se a senhora/senhorita bem sabe, a nossa gente é culturalmente, reconhecidamente, indubitavelmente s*f*d@.
Peço que não me leve, assim como não te levo, por dizer o que digo. Dizem que mem o Mário gostou do que escreveu, mas não impede que outros gostem, acho que o que faltou, não somente pra você, foi cultura, uma cultura que realmente não é obrigação de ninguém saber mas é muito importante para compreender o livro, faltou para entender que é uma sátira, entender as expressões e verbos, entender a cultura de roraima e do norte, faltou interesse ou até mesmo poderia não saber sa existência do livro "Makunaima" que deu origem a "Macunaima", enfim, desculpa.
Mas uma coisa concordamos, ele queria se mostrar para os outros intelectuais da época, esse, como vários outros livros do modernismo, exigência um certo conhecimento sintético (adquirido através de estudos minuciosos) ou natural (adquirido através das coisas que se vê e ouve no mundo), quem entenderia melhor Clarice? Um acadêmico ou quem viveu o que ela retrata através do seu intimismo?


Tiago343 18/05/2022minha estante
Ps, meu português foi ridículo nesse comentário: há* ...leve a mal* nem* Roraima* da existência*.

Ps 2: "herói sem caráter" não se refere somente ao caráter no sentido que mais usamos, mas sim características, identidade.


Sabrina 28/05/2022minha estante
Eu sou nortista de Belém do Pará e NÃO entendi diversas passagens. Realmente, deve estar faltando algo para mim, pois todo mundo diz que esse livro é uma obra-prima. Mas eu não sou obrigada a gostar. Essa é minha opinião e eu a mantenho.




Natalie Lagedo 09/05/2016

Apesar de Macunaíma ser considerada uma das obras mais importantes da literatura nacional, Mário de Andrade não conseguiu me convencer com o experimentalismo de linguagem utilizado. A única obra dele que conhecia até então era Amar, Verbo Intransitivo - livro que gostei bastante, e acho que um dos motivos de eu ter me decepcionado tanto com a leitura foi a comparação que não pude deixar de fazer entre eles. Nem parece que foi a mesma pessoa que escreveu os dois.

Há quem adore a história e ache o protagonista um grande representante do brasileiro.Não concordo com isso e também não fiquei envolvida com a brincadeira que o próprio autor nos prefácios se propõe a fazer, pois deu a impressão de desleixo.

Porém, pelo valor histórico e revolucionário da escrita é interessante conhecer Macunaíma, o herói sem nenhum caráter; mas para aqueles que, como eu, tem dificuldade com textos escritos com a linguagem oral, é enfadonho.
Leonardo 09/05/2016minha estante
Bom comentário! Tenho interesse em ler =) Li alguns textos dele sobre música e já achei super chato hehe


Gabriel 13/04/2017minha estante
Ainda não concluí a leitura, mas estou um tanto adiantado e surpreso. Embora eu esteja plenamente de acordo com seus pontos críticos ? especialmente em relação ao reducionismo caricaturado que Macunaíma representa ? dei boas gargalhadas durante a narrativa. Tive certa resistência para iniciar a obra por conta das convicções (que julgo partilharmos) acerca do uso de linguagem coloquial em obras desta proporção, no entanto, ao que parece, a utilização desleixada ? para utilizar o mesmo termo que a senhorita ? da língua portuguesa caiu como uma luva para o objetivo de incitar certas reações no leitor.


Gabriel 13/04/2017minha estante
Ainda não concluí a leitura, mas estou um tanto adiantado e surpreso. Embora eu esteja plenamente de acordo com seus pontos críticos, especialmente em relação ao reducionismo caricaturado que Macunaíma representa do brasileiro, dei boas gargalhadas durante a narrativa. Tive certa resistência para iniciar a obra por conta das convicções (que julgo partilharmos) acerca do uso de linguagem coloquial em obras desta proporção. No entanto, ao que parece, a utilização desleixada (para utilizar o termo que a senhorita empregou) da língua portuguesa caiu como uma luva para incitar certas reações no leitor.




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