Leila 10/01/2024A leitura do primeiro volume de Dom Quixote, do renomado autor Miguel de Cervantes, foi uma experiência incrível, repleta de risos e diversão. A jornada do Cavaleiro da Triste Figura e de seu fiel escudeiro Sancho Pança conquistou meu coração, proporcionando momentos de pura comicidade e leveza. No entanto, minha empolgação deu lugar à decepção ao mergulhar no segundo volume da obra.
Confesso que não sabia bem o que esperar desse segundo tomo, já que ter toda aquelas aventuras e desventuras continuamente seria cansativo, porém, o autor resolveu esgotar ainda essas peripécias e aqui de forma mais maldosa, a meu ver, me deixando sinceramente incomodada com todas as chacotas direcionadas aos nossos personagens.
Um dos enredos desse segundo volume gira em torno de uma série de artimanhas elaboradas por uns Duques, que transformam Dom Quixote e Sancho Pança em joguetes de suas maquinações sádicas. Ao invés de celebrar as loucuras dos protagonistas, as personagens ao redor zombam deles, tratando-os como verdadeiros tolos. Essa narrativa, embora destinada a proporcionar momentos cômicos, rapidamente se tornou desagradável e exagerada. Senti-me incomodada com a exploração da inocência de nossos heróis.
Em suma, acho que essa extensão foi desnecessária, se estendeu além do que era preciso. As situações, antes engraçadas, tornaram-se repetitivas e cansativas, perdendo o frescor que encantou no primeiro volume. O autor parece ter esgotado os subterfúgios que tornaram a primeira parte tão memorável, resultando em uma continuação que falha em manter o mesmo brilho.
Enfim, o segundo volume de Dom Quixote, embora possua momentos de brilhantismo de escrita, não conseguiu manter o encanto do primeiro. Se o primeiro livro mereceria uma classificação de 4,5/5, o segundo, infelizmente, fica com um 3,0/5, uma pontuação que reflete a frustração de ver um clássico consagrado perder seu brilho no desenrolar da trama. De qualquer forma, acho que valeu a leitura dessa obra icônica e que serve de inspiração para tantos outros livros que temos hoje em dia. Missão dada, missão cumprida! Uma pena só não ter se tornado um favorito, mas tá valendo...