Maria Ferreira / @impressoesdemaria 20/12/2013Terrorismo ou justiça?
O livro começa narrando, como se fosse uma matéria de jornal, a morte de três políticos cariocas, em setembro e dezembro de 1994 e janeiro de 1995.
Cito e Gonzáles são amigos que se conheceram na faculdade de Jornalismo. São declaradamente de esquerda e após presenciarem a morte de uma vendedora ambulante em uma praia do Rio de Janeiro e descobrirem que a morte dela estava associada ao consumo de um remédio alterado que era fornecido pelo Estado, os dois amigos decidem que a situação não poderia ficar daquele jeito.
Assistindo uma partida de futebol no estádio do Maracanã, criam o Comando Terrorista Anti-Corrupção. Que consistia basicamente em fazer justiça com as próprias mãos. Queriam justiça pela morte de dona Angelina, a ambulante que havia morrido em seus braços, vítima da corrupção política.
Suas primeiras duas vítimas são mortas com uma bomba e a terceira vítima é morta por envenenamento com o auxílio de um elemento feminino que entrou para o Comando: Ana . E o quarto atentado volta ser com bomba também.
Depois do quarto atentado escrevem uma carta para a imprensa, assumindo seus atos terroristas e com isso exigem o fim da Lei de Impunidade Parlamentar que impede que os políticos sejam julgados como pessoas comuns.
O livro terminou de uma forma bem satisfatória, apesar do destino trágico de um dos membros do Comando.
Há erotismo, há sexo, drogas e rock'n roll e há o despertar para o questionamento de como está a situação política do Brasil. Apesar dos acontecimentos do livro serem datados no ano de 1994 e 1995, ter o espaço amostral no Rio de Janeiro, tudo é muito atual. De tal forma que você fecha o livro e se pergunta "será que isto aconteceu mesmo ?", mas na orelha do livro já adverte: "qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência".
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