Resenhas - Noite na Taverna

ana júlia 15/06/2023

Noite na taverna
O livro trata-se de cinco amigos em uma taverna no século XIX, que por causa de um desafio, decidem que cada um deve contar uma narrativa estranha e uma verdadeira que tenha vivido.
O primeiro relato começa quando um jovem alcoólatra, em Roma, viu um vulto de uma mulher que o atraiu instantaneamente. Sem pensar nas consequências, começa a seguir o vulto, mesmo sem saber o destino.
No dia seguinte, o jovem acorda num cemitério, e percebe que tinha perdido suas memórias da noite anterior.
Intrigado com o que tinha acontecido, ele retoma a sua rotina. Mas sentia necessidade de encontrar a mulher do vulto, pois nenhum amor ou beijo cessava sua vontade.
Ele foi atormentado por essas lembrança durante um ano, quando num certo dia, após uma noite de bebedeira, ele foi parar no cemitério, diante de um caixão aberto.
Olhou para dentro do caixão e reconheceu ali jazia a mulher do vulto que o perseguia. Ele tomou-a nos braços e a fez amor com ela.
Levou a mulher para sua casa e descobriu que na verdade ela não estava morta, e que era uma mulher depressiva e que sofria de catalepsia. Depois que ela acordou, teve alguns delírios, após dois dias, veio a falecer.
O jovem fez em sua própria casa um túmulo para ela e ainda mandou que fizessem uma estátua de cera da mulher.

Bella :) 14/06/2023

Inusitado
Uma mistura de comédia, melancolia e ilegalidade
um clássico do romantismo traz histórias de tirar o folêgo enquanto suas personagens entornam o caneco em uma noite na taverna!

Roberta Jornalista 13/06/2023

Noite satânica (?) 🤔
'Habemus' meu primeiro contato com a escrita de Manoel Antônio Álvares de Azevedo, um grande escritor brasileiro, nascido em 1831 e falecido em 1852, com apenas 21 anos. Apesar da pouca idade, o famoso Álvares de Azevedo deixou um contributo importante para a nossa literatura nacional.

Esta edição específica apresenta texto integral com comentários e alguns verbetes com seu devido significado. É uma leitura rápida, onde ambas as estórias (Macário/Noite na taverna) se interconectam.

Tudo é muito misterioso, pois não se sabe se Macário -bêbado- realmente conversou com satã. O personagem principal abusa de devaneios, divagações e muita imaginação, confundindo o leitor quanto à veracidade dos fatos.
Presença permanente de dualidade, quer seja: real X virtual; verdadeiro X ilusório; mal X o pior. Também percebemos constantes críticas à sociedade civil e ao catolicismo. Algumas das reprimendas, ao meu sentir, julgo procedentes.

Adendo...
O seu livro "Poesias", publicado 'pós mortem' em 1853, advém da 2° geração do Romantismo no Brasil, sendo tal era marcada pelo ultra-Romantismo. Aborda temas que vão do profano ao sagrado e do delicado ao deboche.

Brilhante passatempo. Recomendo!

Jornalista Roberta 🗞️✍🏻👱🏻‍♀️
#13.06.23
#valei-meSantoAntônio!👊🏻

BrendahIsabelly 10/06/2023

Viva ao gótico nacional
Estou sem palavras, é incrível a forma de um livro fazermos refletir, e até mesmo ficarmos imersos na história.
Eu sinceramente gostei muito das histórias, um clássico nacional.
Porém, não sei se é algo positivo ou negativo, mas a leitura seria bem mais prazerosa se fosse revisada no português atual.
Mas enfim, são contos bem pesados, onde não é possível salvar nenhum personagem, além de muitas vezes o que é relatado é tão improvável, e que me fez questionar a "veracidade" dessas histórias.

Amanda.hpires 09/06/2023

De certo que o autor se destaca pela originalidade de sua escrita, eu nunca tinha lido um livro assim. A presença do gótico e do lúgubre é palpável durante toda a leitura.

Gostei pela reviravolta do final. Mas em um geral, não achei nada demais. É um bando de cara falando das merdas que fizeram em tom poético.

Malu 06/06/2023

UFPR você me paga!!!! No que eu fui me meter hein?? Foi difícil de ler por várias razões; por ser em pdf, português de 1000 anos atrás, o quão absurdo muitas das histórias foram. E no final eu nem sabia o nome de todo mundo então ficou confuso pra caramba.

cecii 02/06/2023

Uma porcaria
Tem muita coisa que eu nao queria ter lido, incesto, traição, pedofilia, estupro etc, nao sei se foi isso mesmo que eu li pq pode ser coisa de interpretação mas eu tenho certeza q me arrependi de ler essa bosta, li so por causa do vestibular, esse cara ai que escreveu tem merda na cabeça so pode

Gabriel.Chiquito 01/06/2023

Essa leitura me surpreendeu muito, essa pegada de horror mórbido misturada com o romantismo, anti-herois arruinados por amor, vingança, impulsividade e morte, e tudo girando em torno da visão alva e pura das musas do romantismo cria uma atmosfera muito boa e que realmente te envolve na leitura, além do fato de os contos serem realmente muito bons. Amei.

Camila 31/05/2023

Peito, sexo e morte resumem bem esse livro
acho q esse autor usava algumas várias drogas pq só tem história maluca

lari.angelis 30/05/2023

Não é meu tipo de leitura
Foi bom estudar sobre ele e conhecer a morbidez da segunda fase do romantismo.

Resumo dos personagens:
SOLFIERI - se relaciona com uma pessoa morta
BERTRAM - se apaixona pela mulher do comandante do navio que está, no final comete antropofagia por fome
GENNARO - aprendiz de Godofredo (pintor), engravida Laura, filha de Godofredo, porém se nega a casar com ela por estar apaixonado por Nauza/Neuza, esposa de Godofredo
CLAUDIUS - apaixonado pela duquesa Eleonora, que é casada com duque Maffio, dá um narcótico para ela e a sequestra, fazendo com que ela escolha viver com ele
JOHAM - confronta Artur em um duelo e vence-o, levando consigo o anel e a carta que o derrotado carregava consigo, vai até o local descrito na carta e finge ser Artur e passa a noite a a mulher dele, no final descobre ser sua irmã, Giorgia.
ARNOLD - na verdade, era Artur.
No final, Giorgia, a prostituta, mata seu irmão, despede-se de Artur e morre. Artur suicida-se e a lâmpada se apaga.

skuser02844 26/05/2023

O HORROR ANTOLÓGICO DE NOITE NA TAVERNA
Álvares de Azevedo tornou-se um dos escritores mais conceituados da literatura brasileira, o ultrarromântico que faleceu de tuberculose aos vinte anos. Em sua curta passagem, seus livros obtiveram sucesso após sua morte, esse reconhecimento póstumo o consolidou como um dos maiores literatos do século XIX. Nesse texto, discorrerei acerca de sua epopeia fantasmagórica, "Noite Na Tarvena". O exemplar tomado como base para esse texto é a versão editada pela L&PM Pocket.

"Noite Na Tarvena" é uma reunião de contos sombrios ao fim de uma orgia numa taberna. Um grupo de jovens devassos expõe relatos tenebrosos sobre o passado, o primeiro capítulo acentua os seus arrependimentos e as desilusões relacionados à vida dos bêbados. No prólogo, Azevedo grafa o gótico em sua escrita, as discordâncias entre seus personagens e o fardo violento carregado por eles. O bando de embriagados é composto por Solfieri, Johann, Bertram, Claudius Hermann, Gennaro, Archibald e Arnold.

Nos próximos capítulos, ao aflorar da noite, as lembranças passadas surgem como a luz do amanhecer. Em Roma, Solfieri apaixona-se por uma "mulher fantasma", baldado no seu rosto pálido e choroso, se vê observando-a em plena necrópole, apagou-se e, no outro dia, avistou o vazio, a figura esbranquiçada já não estava mais lá. O personagem retorna as noitadas no centro da Itália, nesse conto de Solfieri, Azevedo desmistifica o romantismo clássico, o amor pelos pequenos detalhes, o carnal é o centro da paixão, uma ilusão de amor que vislumbra-se pelo choque dos corpos.

Uma outra característica pertinente em "Noite Na Tarvena" são as referências à literatura, sejam citações de "Hamlet", ou o poema "Don Juan", escrito por uma das inspirações de Azevedo, Lord Byron. O contexto do período, em que o "Mal do Século" atingia a maioria dos artistas, o tom depressivo dos trechos de Azevedo refletem-se na sua época. Voltando ao capítulo de Solfieri, a obsessão do personagem pela moça morta cresce, ao ponto do rapaz consumar relações com o cadáver, a necrofilia. Há atrocidades como essa em todos os relatos, no de Bertram (o ruivo dinamarquês), o moço apaixona-se por uma gaditana, Angela.

A jornada de Bertram vai desde essa paixão proibida até uma luta em um bote em pleno mar aberto, onde desenrola-se a luta entre o protagonista e um almirante, quem vir a falhar na batalha vai servir de refeição para o vitorioso faminto. A passagem de Bertram revela por sua vez a falta de pudor do personagem e a sanguinolência referente a situação, há uma reflexão de Bertram em relação ao quanto todas as belezas do corpo humano e da trajetória de cada indivíduo pode ser ignorada pela fome. Obviamente, com os títulos mencionados, percebe-se que o nome dos narradores nomeiam os capítulos, na próxima narrativa, os acontecimentos da vida de Genaro vão ser ditados.

Nesse capítulo, o pintor Genaro, relembra os meses em que foi aprendiz de Godofredo Walsh. O rapaz acaba se apaixonando pela esposa de seu mestre, a bela Nauza. Esse breve trecho do livro tem um teor absurdista e uma conclusão abrupta como uma tragédia grega. As interrupções na fala dos narradores dão uma sensação de realidade para uma conversa numa mesa de bar. Na sequência, o assíduo apostador Claudius Hermann, contará para os amigos de orgia, a série de loucuras que fez com a esposa do duque Maffio, Eleonora. Hermann admirava secretamente Eleonora, quando consegue o acesso ao quarto da duquesa, observava a moça despir-se. Nesses trechos o autor coloca seu personagem como um voyeur.

O capítulo de Hermann é um dos mais longos do livro, os intervalos por discussões sobre o significado da poesia, põe metalinguagem na obra, a própria erudição dos personagens de Azevedo corrobora esse estilo. O término do relato tem a tragicidade aplicada aos desfechos de capítulos anteriores. Há um suicídio duplo e totalmente brutal, esses encerramentos pessimistas eram marca da corrente ultrarromantica. Vale destacar que "Noite Na Tarverna" não teve uma boa recepção na época que foi lançado, isso se justifica pelo peso de alguns momentos do livro. Entre esses, no antepenúltimo capítulo, contado por Johann, há requintes de crueldade do narrador.

Nesse trecho, Johann disputava uma partida de bilhar contra um rapaz loiro chamado Arthur. Em certo momento na partida, Johann erra uma tacada por conta de uma interrupção dele, depois disso o protagonista desafia o oponente para um duelo de armas. Com essa premissa, Azevedo choca o leitor da época com uma reviravolta que circula em torno de uma relação incestuosa, o horror do livro mostra-se atual até os dias de hoje, que dirá no século XIX.

O epílogo de "Noite Na Taverna" reúne atributos que lembram a peça "Romeu e Julieta" de William Shakespeare. A dramaticidade do romance entre Giorgia e Arnold conciliam-se com os dois personagens de Shakespeare, e o final é basicamente o mesmo. Nos sete capítulos aqui citados, observou-se o horror dos contos criados por Azevedo. O escritor foi um transgressor para seu tempo, com o gênero do terror, explorou temas chocantes e referentes à psique humana. Assim, "Noite Na Taverna" reuniu as mais diversas barbáries em uma obra atemporal, o suspiro empoeirado de um autor que partiu cedo.

sophia 23/05/2023

O livro mais louco que já li
Leitura de vestibular pelo menos pra mim é meio que inesperada, e meu deus esse livro conseguiu me deixar completamente chocada. Apesar de ter coisas que com toda certeza ferem os direitos humanos a leitura em si se torna divertida por ser um monte de homens bêbados em uma taverna contando de coisas péssimas que fizeram na vida, enfim não sei se leria por livre e espontânea vontade

RaAssa12 20/05/2023

Para mim, esse livro evidencia perfeitamente como os homens enxergam o sexo oposto e o conforto que eles sentem de expressar essa visão quando estão diante de outros homens.

Julia 19/05/2023

Me surpreendi
Achei que fosse ser uma leitura difícil e até meio chata mas foi justamente o contrário, muito bom o livro! Cada conto traz uma reflexão apesar de serem todos - um tanto - macabros.

Rafaela.Cruz 15/05/2023

Tragicômico.
Gennaro e Johann foram meus contos favoritos. Os textos são bizarros, engraçados, poéticos... Me surpreendeu positivamente.