Flavio Assunção 31/03/2014Dean Koontz é meu escritor preferido. É capaz de criar tramas soberbas e emotivas, que ficam para sempre em nossa cabeça. Fazia isso até começar a escrever uma série chamada "Odd Thomas", que trouxe um personagem sem sal, bobo ao extremo e uma trama beirando o ridículo.
O primeiro Odd Thomas é até interessante. Longe de sua capacidade de escrita, conseguiu ainda sim manter certos aspectos sombrios que são sua característica principal. Nesse segundo livro, não teve como. Odd Thomas se torna só Odd e passa a ter pensamentos e atitudes bisonhos e de crianças do jardim de infância.
Para quem não sabe, o personagem vê os mortos e tenta, na medida do possível, ajudá-los. Também tem uma espécie de magnetismo psíquico, que o faz encontrar assassinos ou mesmos pessoas comuns. E esse magnetismo é o ponto de partida desse segundo volume. No caso, um dos melhores amigos de Odd foi sequestrado para que possa atraí-lo para uma emboscada. A pessoa em questão é uma tal de Datura, cuja malignitude é suprema e quer a todo o custo que Odd faça algo aquém de suas capacidades (que você descobrirá quando ler, se for fazer isso).
Além do personagem deveras bobo, a trama é simplória, o argumento da história é fraco e o fechamento indigno de alguém da capacidade de Koontz. É capaz de, por vários ocasiões, os leitores se sintam irritados com os modos do personagem principal, que pra mim foi o pior já criado pelo autor. No final das contas, o leitor se perguntará se lerá os outros três volumes da série ou se para por aqui. Eu vou ler porque sou fã, mas se você está iniciando por Koontz por favor corra atrás das principais obras, como "Velocidade", "Intrusos", "Intensidade", "Meia-Noite" e tantas outras. Tudo referente ao Odd Thomas é altamente descartável ou voltado ao público adolescente.