Stephanie 20/04/2013
Academia Knightley é um livro que está sendo muito comparado a um Harry Potter sem magia. O livro parte da básica premissa de estudantes numa escola privada que, ao invés de dar aulas de matemática e química, ensina matérias como história da guerra, esgrima e primeiros socorros.
Apesar da comparação infeliz (a primeira impressão de todos de que é uma cópia barata, admito, foi a minha também), Academia Knightley tem seus próprios méritos que o torna tão especial quanto as aventuras do jovem bruxo. No meu caso, eu até gostei mais!
Não vou mentir: as comparações são bem fundadas. O personagem principal é um menino órfão moreno, que tem um amigo ruivo e uma amiga esperta, um rival rico e arrogante, e até mesmo um professor carrasco de ambiguidade moral. Impossível não pensar em Harry, Ronny, Hermione, Draco e Snape. Apesar de tudo, existe uma pequena diferença: o mundo de Henry Grim, personagem principal da série, não poderia ser mais distante de Hogwarts. Ele está mais perto de uma Inglaterra Vitoriana.
Henry é um órfão pobre, mas dedicado. Estudioso e sagaz, consegue prestar um exame para um colégio de elite que só admite meninos de família rica e nobre. E é aí que está o charme do livro. O mundo de Henry é cruel e preconceituoso, e ele não é “o escolhido”. Pelo contrário: sua fama (ou a infâmia) se dá pelos seus próprios méritos.
A entrada de um menino pobre no colégio abre as portas para um pouco de diversidade. Junto à Henry, dois outros rapazes são acolhidos na Academia Knightley: Adam Beckerman, um judeu, e Rohan Mehta, um menino indiano, os dois de famílias ricas, mas pouco convencionais na época. E para piorar, eles fazem amizade com a filha do diretor do colégio, Frankie, ótima esgrimista, cujos dotes são rejeitados por todos que descobrem que, por trás da máscara, é uma menina lutando.
É claro que o quarteto sofre diariamente com o preconceito dos outros estudantes, chegando ao cúmulo de receber ameaças. Eu achei isso fantástico: diferente do Harry Potter, que é amado por todos e só desprezado pelo seu rival, Henry e seus amigos realmente precisam lutar para serem aceitos, o que é uma mensagem bem interessante para se passar num livro voltado para o público infantil. Interessante, e inteligente. Nenhuma vez o livro soa feito doutrina, pelo contrário. Ele deixa cada um descobrir (especialmente as crianças), aos poucos, como é conviver com a diferença e como o respeito é necessário. Pode parecer bobo e clichê, mas essa não é uma mensagem que a gente encontra com frequencia nos livros, muito menos um livro dedicado aos mais novos. E quase nunca do ponto de vista dos principais!
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