Para Sempre Ana

Para Sempre Ana Sergio Carmach




Resenhas - Para Sempre Ana


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Fernanda 17/10/2012

Resenha: Para sempre Ana - Sergio Carmach

Para Sempre Ana nos apresenta uma trama repleta de mistérios e muitos detalhes curiosos. É uma leitura dinâmica e surpreendente, pois a cada capítulo nos deparamos com algo imprevisível. No começo achei a trama um pouco confusa e meio perdida, pelo fato do autor intercalar passado e presente para nos apresentar três momentos distintos, três gerações de uma família, porém quando entrei no clima da leitura, entendi o quanto essas partes foram extremamente importantes para nosso entendimento e o desenrolar da história.
O livro se inicia no distrito denominado como Três Luzes, lugar envolto de crenças populares e misticismo. E é nesse ambiente que conhecemos a família Rigotti, protagonistas do enredo. Um dos integrantes da família, o jovem Caio, retorna a Três Luzes justamente para reencontrar sua mãe Ana, que se encontra desaparecida. E é por meio dessa sequência, que viajamos ao passado para saber todos os detalhes do desaparecimento e outros fatos a serem analisados. Mas com a apresentação da história, inevitavelmente começamos a nos questionar se isso realmente aconteceu, como que tal situação chegou a esse ponto. Ou seja é um enredo que nos deixa muito curiosos diante de tanto mistério e casos mal resolvidos.

“O jovem recém-chegado, de nome Caio Rigotti, pode ser considerado filho dessa terra. Ele nasceu na capital, mas viveu grande parte da infância em Três Luzes, antes de ser levado embora da cidade. Hoje, com apenas dezoito anos, possui um caráter responsável precocemente desenvolvido, talvez em virtude das severas atribulações pelas quais viu os pais passarem. Contudo, esse traço de sua personalidade não abrandou a alegria inata que tem diante da vida.” Pg.07

Veja a resenha completa aqui:

http://segredosemlivros.blogspot.com.br/2012/10/resenha-para-sempre-ana-sergio-carmach.html
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Vicky_v 13/10/2011

Resenha para o blog A Lua na Minha Janela
Terminei de ler Para Sempre Ana ontem. E posso te dizer uma coisa? São poucas as vezes em que gosto de personagens tão diferentes de mim. Não sei se conseguirei passar tudo o que quero com essa resenha, sempre que gosto muito de um livro acabo pensando que não consegui passar o que pretendia nessas linhas.
Adorei Ana. Entendi Carlos. Virei fã de Caio. Sorri muito com Claudia. Tentei entender Cris. Gostei de Gertrudes. Me diverti com padre Motta e delegado Irineu. Pensei muito com Márcia.Mais ainda, virei fã de Sergio Carmach, o escritor que foi simplesmente brilhante nesse romance.
O livro é dividido em três partes, na primeira - Impressões Turvas - nos é apresentada a história, que nos faz acompanhar ao mesmo tempo o presente e o passado; na segunda - A Alma de Uma Mulher -, alguns segredos são finalmente revelados, e o entendimento cai ao leitor como uma luva; e na terceira - À Sombra do Crisântemo - temos um desfecho incrível.
É um romance sensível, que deve ser lido ao poucos, degustado, entendido. Voltei algumas páginas sempre que precisei - todo mundo sabe que se preciso leio duas, três vezes antes de escrever sobre um livro -, e não me arrependi de ter pedido a oportunidade de lê-lo. Logo no primeiro capítulo percebi que iria gostar da história e que Carmach escreve muito bem. E realmente não sei como ele conseguiu passar por presente, passado e futuro com tanta maestria -pois eu vivo me perdendo em livros que fazem isso, coisa que não aconteceu aqui.

Continue lendo essa resenha em: http://aluanaminhajanela.blogspot.com/2011/10/resenha-para-sempre-ana-sergio-carmach.html
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Bruno Miranda 13/10/2011

Para Sempre Ana por Sérgio Carmach
Uma festa comemorativa de Natal, uma família aparentemente feliz e com uma boa reputação no pacato distrito de Três Luzes. Esse, sem dúvidas seria o cenário perfeito para um grande escândalo. E foi exatamente isso que aconteceu.

Ana chega na festa sem ser convidada e logo exige que Carlos, filho de Márcia e Nestor Rigotti, assuma a paternidade de seu filho. Apesar da revelação bombástica, que pegou de surpresa até mesmo Carlos, quem ficou mais horrorizada foi Cris, por quem Carlos estava completamente apaixonado e namorava há um tempo.

À partir daí o enredo se desdobra de uma forma incrível, e fica impossível relevar mais do mesmo sem soltar algum spoiler.

A escrita do autor é muito boa, a forma com que ele descreve cenários, gestos, a forma com que conduz as falas são o ponto alto da obra. Lendo outras resenhas, vi que outras pessoas pensaram o mesmo que eu, a obra de Sergio Carmach se assemelha muito a obras literárias clássicas do Brasil, seja pelo cenário tipicamente brasileiro ou até a escrita, que também ganhou um pouco mais de modernidade.

A narrativa conta superficialmente o que aconteceu até uma certa parte, onde o segredo central da trama é revelado. Depois o autor acaba voltando, propositalmente, e recontando mostrando o lado de outro personagem. Apesar de serem inseridos fatos inéditos, seria mais interessante se o autor prolongasse mais o suspense, contando apenas de uma vez tudo o que aconteceu. Mas creio eu que o livro encante mais pelas reviravoltas do que pelo suspense em si.

Essas reviravoltas acorrem principalmente acerca da personagem Ana, que a mim demonstrou várias personalidades diferentes, justamente por ser julgada por pessoas diferentes. O que demonstra que quando temos mágoas ou qualquer ressentimento, não conseguimos enxergar as pessoas como realmente são.
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Elis 03/09/2011

Três gerações da família Rigotti. Primeiro, um homem que não é correspondido e faz de sua vida uma grande cilada. Depois, um rapaz que pensa somente em si e comete erros que o farão sofrer por muito tempo. E, por fim, um garoto em busca da verdade, onde quer que ela esteja.

O mistério, o sobrenatural, as tristezas, as alegrias, as descobertas, o ciúme, o perdão e o medo. Esses ingredientes se unem para formar uma história que marcará para sempre a vida da personagem Ana e de todos ao seu redor. E ficam as perguntas que não calam: Será que conhecemos realmente as pessoas ao nosso redor? Sabemos até onde elas são capazes de ir por causa de uma vingança ou por amor?

“Para Sempre Ana” coloca o leitor frente a frente com seus personagens. Consegue-se imaginar boa parte de Três Luzes através dos diálogos travados entre eles, bem como dos fatos ocorridos na cidade. A trama é muito bem amarrada e tecida em torno de mistérios. Quando se pensa que a história está num rumo, no qual se pode prever um acontecimento, ocorre uma reviravolta ou surge um novo ponto, fazendo com que o leitor se surpreenda com os motivos mostrados.

Pontos de vista de um mesmo acontecimento são descritos por outros personagens, trazendo assim novas ideias e pistas para a resolução do mistério que cerca o desaparecimento de Ana. Não há como antecipar ou descobrir a verdade antes de se chegar ao capítulo final, pois o autor dá motivos para se desconfiar de vários integrantes dessa argilosa teia misteriosa.

O escritor conduz o leitor pelos capítulos como se este estivesse assistindo a cada cena. A curiosidade faz com que os olhos não levantem das páginas até o final de cada capítulo. As partes em que o livro é dividido são os momentos ideais para se dar uma necessária parada e absorver todos os acontecimentos.

As frases construídas de maneira inteligente, e de fácil entendimento, fazem o leitor voar pelos parágrafos e ser transportado para dentro da história. Além de o texto ser inteligente e bem construído, não peca em suas repetições, necessárias para acrescentar o ponto de vista de outros personagens. Essas repetições simplesmente se tornam uma reflexão do acontecimento.

A cada virada de página, o leitor se pergunta quem estará certo no final; a cada capítulo, não sabe em quem pode confiar. Em alguns, um segredo revelado ou um mistério anunciado. Tudo isso vai mudando a simpatia e a antipatia sentida por vários personagens. E, no fim, o leitor se surpreende com o desfecho.

A lição que se tira de todas essas palavras é que nem tudo sempre é o que parece. Uma pessoa pode se desviar totalmente do caminho ou voltar a ele, mas, para isso acontecer, precisa haver uma escolha que somente ela própria poderá fazer. E - por mais que os anos passem, os dias voem e o tempo não pare - uma mentira sempre é revelada.

Recomendo!!!!Nota 10!!!
Beijokas Elis!!!
- bia ! 12/01/2013minha estante
Confesso que o livro me atraiu por causa do nome, afinal, sou uma Ana! ;) Li a sinopse e me interessei vagamente. Mas, quando li sua resenha... Me deu vontade de roubar o livro se o vir na mão de alguém.
Parabéns !




RUDY 04/09/2011

RESENHA
CITAÇÃO: “Vivemos sob o princípio da incerteza. Aos nossos olhos, a essência de um ente próximo pode ser apenas vislumbrada. A capacidade de melhor focá-la depende da observação, do bom senso e da inteligência.” (pág. 40)

RESUMO SINÓPTICO: Incrustada em uma região serrana, está Três Luzes, distrito de Senador Mariano. Denominada “Vale das Três Luzes” por frequentadores e estudiosos que achavam ser ali um campo de pouso alienígena, sem nunca ter comprovação abalizada, tal fenômeno tornou-se apenas uma hipótese e alimento do inconsciente coletivo dos triluzianos.

Três Luzes, embora traga características interioranas fortemente arraigadas em seus moradores, tem também um elevado nível socioeconômico-cultural e mistérios infindáveis entre seus habitantes mais antigos e renomados.

A história se passa entre a segunda metade do século XX, por volta dos anos 60, e chega ao início da segunda década do século XXI, no final de 2011, onde cinquenta anos transcorrem carregados de mistérios, segredos e expectativas.

A trama traz Ana como o centro de três gerações masculinas da renomada família Rigotti. No decorrer dos anos, fica evidente o quanto as aparências enganam e o quanto os sentimentos são moldados conforme as situações. Mesmo os mais célebres indivíduos tornam-se hipócritas para sustentar a aparência de serem proeminentes e sem defeitos.

Ana vive em busca de suas origens, em busca de uma família de verdade, de sentimentos familiares jamais existentes em sua vida. Tem uma personalidade forte, é obstinada e vai em busca do que deseja e quer; embora haja o contraste na fragilidade de sentimentos e carência afetiva. Engravida e, após ter Caio, vai à procura do verdadeiro pai do menino.

Depara-se com Nestor, pediatra e patriarca da família Rigotti. Sua esposa, Márcia, abandonou no passado a carreira médica para cuidar do filho, Carlos, e da família. Ela mima Carlos demais, o que o torna um rapaz de temperamento volátil, indeciso e inseguro, sem determinação profissional e com tendência ao excesso de diversão com as jovens locais. O jovem nunca se firmou a alguém, até conhecer Cris, neta de dona Gertrudes, ex-professora de Carlos e conhecedora de seu frágil caráter e defeitos.

Entre as tramas paralelas vividas por muitos outros protagonistas e por moradores triluzianos, há uma busca incansável de Ana por seus ideais; e também por Ana, desaparecida após encontrar as respostas que procurava. Os segredos são desvendados, os mistérios revelados e as ‘máscaras’ caem uma a uma, tornando o enredo instigante, persuasivo e cheio de reviravoltas.

CITAÇÃO: “Como aprendizes da vida, todos nós temos a oportunidade de amadurecer pela experiência, de transformar as vivências amargas de outrora em tirocínio, o que nos torna, em geral, imunes às recidivas de velhos males.” (pág. 104)

ANÁLISE CRÍTICA E DO AUTOR: Dividido em 3 partes, 18 capítulos e 1 anexo, o livro tem início e final no futuro e é intermediado entre um ir e vir no tempo para situar o leitor nas diversas passagens e acontecimentos da história.

Recontada por um prisma diferenciado de vários personagens, a princípio parece ser maçante. Entretanto, na sequência, mostra-se necessária a visão de cada protagonista, como um caleidoscópio que traz à luz a verdadeira realidade de panoramas diversificados.

O enredo tem personagens bem construídos e não deixa pontas soltas, passíveis de questionamentos. Apenas um item ficou obscuro em toda a trama, nada que interfira no entendimento e na fluidez da história.

O autor usa de linguagem peculiar, até certo ponto rebuscada em determinados trechos, e um vocabulário farto de palavras que não são usadas cotidianamente, fazendo-se necessária a utilização de dicionário, o que favorece o enriquecimento do repertório de sinônimos e o aprendizado das expressões.

Utiliza, ainda, mecanismos com caráter psicológico, para mostrar quanto os traumas infantis determinam a personalidade adulta, quanto as aparências enganam, tanto nos fatos como nas pessoas, e como a hipocrisia não evidenciada é aceita como ‘normal’ na sociedade e utilizada sordidamente por ela. Ao tempo que o verdadeiro amor consegue superar as adversidades e dar novo significado à vida.

O livro é uma verdadeira viagem interior, na qual questiona as atitudes humanas e a sordidez do egoísmo. Permeado pelo romance de fundo, os sentimentos são colocados em dúvida e as atitudes avaliadas de forma psicológica, tornando a leitura fluente, cheia de significados ocultos por trás da personalidade de seus protagonistas e instigando a curiosidade através de todo um mistério, desvendado apenas nas últimas páginas. Prende a atenção do leitor e instiga a voracidade na leitura, faz refletir sobre o comportamento humano nas situações mais adversas que a vida apresenta.

Independentemente de como é escrito ou de qual enredo se tem em um livro, ele é avaliado pelo impacto que causa em seus leitores. As palavras que definem esse livro são: SURPREENDENTE e IMPACTANTE! Recomendadíssimo!
Michelle 01/04/2023minha estante
curti




TeLa 22/01/2012

Resenha do blog Penseira Literária - http://penseiraliteraria.blogspot.com/
Primeiramente não vou comentar nada da história, não vou fazer resumo ou sinopse, até porque acho que a que está exposta aí acima já está ótima. Sendo assim, vou basear minha resenha em alguns pontos críticos e sobre minha história para com este livro.

Bom, conheci Para Sempre Ana no blog da minha amiga Zilda, o Cachola Literária. Em uma caixinha de correio ela mostrou este livro e meu encantamento pela obra foi imediato, sabe aquele título que vale o livro, sabe aquele título que te toca lá dentro e na hora você pensa: "Esse deve ser ótimo". Passou o tempo e dias atrás firmei parceria com o Sergio, que logo me enviou o livro e eu comecei a lê-lo na mesma hora em que tirei do envelope do correio.

Durante minha leitura, desfrutei de muitos sentidos. Nenhum personagem é classificado com o vilão ou o mocinho da história. Para mim Ana foi inicialmente oportunista, depois passou a ser sincera, mas só por último é que virou heroína. Carlos, metido a conquistador me irritou com sua imensa vontade de quebrar a cara com Cris, a ex-namorada, cujo romance acabou com a chegada de Ana a cidade. Já Cris, que surpresa, uma personagem tão bem construída que inicialmente me conquistou, mas que o autor quase me fez duvidar da bondade da mulher durante o decorrer da história. Nestor, pai de Carlos, pra mim é um fraco, assim como o padre Motta. Irineu, o delegado, astuto e inteligente. Cláudia, irmã de Cris é a amiga sincera e afobada. Márcia nunca me enganou, e Caio cumpriu seu papel, sendo o elo de ligação de toda a história.

A narração da história não é linear, começamos em 2011, com Caio chegando a Três Luzes à procura da mãe Ana. Corta para a época em que Ana chega a cidade com Caio pequeno nos braços e surpreendendo Carlos com a notícia da Paternidade. A parte central do livro retorno aos anos 60, com a história de Nestor e Marília, mãe de Ana, época em que a mesma nasce. A terceira parte é uma espécie de reprodução da chegada de Ana a cidade. Os acontecimentos são os mesmo, mas sob o olhar dela, e não de Carlos. Por fim, retornamos ao ano de 2011, com Caio em busca da mãe que desapareceu há 12 anos. Meio confuso? Não, o autor coloca muito bem tais acontecimentos, e põe a data antes de qualquer fato novo. No final do livro, ainda coloca os personagens em uma lista com suas respectivas datas de nascimento.

O livro é narrado em terceira pessoa, e o autor muitas vezes coloca citações que remetem e podem ser comparados com o que se passa na vida dos personagens. A grafia é magnífica, não encontrei um só erro de digitação, ou concordância. A capa é linda, principalmente o verso. Ele tem um toque espiritual, com passagens em que Ana conversa com a mãe, Caio conversa com Ana e ... não vou dizer o final, claro. Os detalhes mais sórdidos e emocionantes são apresentados de forma gradual, por isso, o romance nunca se torna monótono, pois sempre algo novo é inserido e nos deixando curiosa.

Eu mergulhei na história e fui morar em Três Luzes, uma cidadezinha pacata no meio de campos. Nela ocorreu esta saga que vai ficar na minha cabeça durante muitos anos. E depois que os detalhes se perderem, eu lerei novamente e novamente... Se pudesse, daria nota 1.000000000. E mesmo encantada, só penso numa frase: "Que pena que terminou". Não que eu tenha me identificado com o livro, mas é que a trama é tão envolvente que você se sente uma triluziana, morando na cidade e acompanhando tudo que rola por lá.

Chego ao final desta resenha, esperando ter cumprido meu papel, e passado a vocês tudo que senti lendo esta obra. Eu RECOMENDO, em caixa alta, porque este é um dos melhores livros que já li nos últimos tempos.

Quero agradecer e parabenizar o Sergio. Obrigada por me enviar o livro e Parabéns por esta magnífica obra, que ela possa chegar ao alcance de mais leitores. Você merece todo o sucesso, és um escritor e tanto. Nossa literatura cada vez me surpreende mais. Isso é muito bom.
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Carissinha 08/09/2011

Vilã? Mocinha? Misteriosa? Impetuosa? Sofredora? Amiga? Quem realmente é Ana? Quem é a mulher que modificou drasticamente a vida da família Rigotti? E quem é realmente essa família tão cheia de mistério? Essas são duas grandes perguntas que nos fazemos ao ler Para Sempre Ana, do escritor Sergio Carmach.
Três Luzes é um pequeno distrito elitista onde o misticismo reina. Um lugar que muitos juram ter sido palco de aparições extraterrestres. É neste pequeno distrito que Nestor Rigotti, pediatra conceituado, e sua esposa Márcia Rigotti, uma médica que largou tudo para ser dona de casa, resolveram construir sua vida. Um lugar pacato e bom para constituir família.
Carlos é o filho do casal. Um jovem ainda imaturo e um pouco irresponsável, que durante muito tempo só queria saber de diversão sem compromisso. Até conhecer a bela Cris, sua primeira namorada. Uma jovem respeitada por todos, muito séria e querida por toda a cidade e que o fez se apaixonar perdidamente.
Tudo estaria perfeito, até que Ana aparece, trazendo a discórdia para a família do jovem ao afirmar que Carlos é o pai do seu filho, mudando o rumo da história de cada integrante da família Rigotti e de Cris. À partir daí todos seguem em busca da verdade, de quem é Ana e o pai do seu filho. Um mistério que dura muitos anos e passa por várias reviravoltas, deixando o leitor ávido por descobrir qual a verdade.
Com uma narrativa fluida a história surpreende, fazendo com que o leitor se envolva e queira entender o mistério por trás de várias gerações da família Rigotti e, principalmente, de Ana. Quem realmente é ela? Qual o seu propósito e sua história de vida?
Nem sempre de maneira linear, Sergio Carmach consegue fazer com que o leitor mergulhe na história que criou e se prenda até o fim, desejando entender verdadeiramente quem é cada personagem, descobrindo um novo dado a cada capítulo; tudo isso com uma escrita clara e simples de entender, cheia de ensinamentos profundos e que nos fazem pensar.
A história é contada por diversos pontos de vistas e se passa em anos diferentes, com perspectivas diferentes. Ninguém é realmente o que parece e fica sempre um quê de dúvida no ar. Uma das grandes virtudes do romance: não existe certeza. Jamais. Nem maniqueísmo. Os personagens são humanos, reais, com falhas e acertos, como qualquer pessoa. Agem por amor, sem pensar nas consequências. São egoístas, falíveis. Assim são os seres humanos. Assim é a vida.
Com mistério, romance, suspense, Para Sempre Ana tem tudo o que é preciso para um livro ser bom, e ainda nos faz pensar na vida, nas escolhas, nos valores que temos e carregamos. Definitivamente um livro que merece ser lido.
Com personagens fortes e bem definidos, além de um enredo bem construído. Sergio Carmach conseguiu criar um romance primoroso e que todos deveriam ler, pois é sempre um prazer descobrir novos talentos na literatura brasileira.

Outras resenhas: http://artearoundtheworld.blogspot.com/
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Sa 04/09/2011

Quando se pega um livro para ler, várias são as coisas que chamam a atenção do leitor. A primeira delas é o título, seguido pela capa, sinopse e críticas. Exatamente nessa ordem. 'Para Sempre Ana' é um daqueles livros que “parece, mas não é”. Como assim? É simples, quando se olha para o livro, vê-se um título intrigante e uma capa belíssima, seguidos por uma sinopse que, nem se fosse escrita pelo escritor mais conciso do mundo, seria capaz de sintetizar toda a complexidade da história. E é aí que a editora acerta ao colocar uma crítica na orelha do livro. Nada melhor do que alguém que leu para expor sua opinião a respeito e convocar leitores a embarcar na aventura.

A história de Sergio Carmach se passa numa pequena cidade chamada Três Luzes. O vilarejo também é um personagem importante na história, e recebeu esse nome por ter sido um lugar onde foram avistadas luzes no céu, sendo, então, apreciada por ufólogos de várias regiões. Ali, a família de Nestor Rigotti, médico de grande prestígio local, em uma tradicional reunião com importantes moradores, recebe a visita inesperada de uma mulher chamada Ana e de seu filho Caio. Porém, essa jovem carrega consigo segredos profundos do patriarca dos Rigotti, capaz de afundar na lama o nome e a reputação deste e de outros. A história segue e, a cada capítulo que passa, o leitor se surpreende com os rumos que a vida naquela pacata cidade parece tomar. Conforme segredos vão sendo revelados e pessoas vão sendo transformadas, Ana se insere na dinâmica dos moradores daquele cenário, até que desaparece sem deixar vestígios.

Após a leitura, é possível constatar como o autor foi cuidadoso na colocação de três grandes temas que vão servir como um caminho que permeia toda a história: Amor, Esperança e Humanidade. Todos os personagens são extremamente humanos, possuindo defeitos – alguns considerados moralmente graves – e qualidades. Extremos levam a ações de condutas duvidáveis, e até mesmo a doações heróicas. Tudo isso, sendo parte de uma natureza humana e imperfeita, encontra força e razão na Esperança. Esperança de ser feliz, de viver, de encontrar ou reencontrar um grande Amor. Este último mostrado de várias formas: obsessivo, egoísta, puro ou fraterno. Através desses caracteres – da sua falta ou excesso – cada personalidade vai se formando perante o leitor na sua busca pela verdade, representada na literatura por um crisântemo. Mas nunca se esqueça que cada personagem tem um jeito, um segredo, uma atitude em meio à adversidade. Todos são potencialmente capazes de tudo, pelo simples fato de serem humanos e falhos. Porém, quem teria a esperança de persistir?

O autor demonstra uma precisão em sua escrita que é fenomenal. Muitos escritores possuem o dom de criar ambientes e histórias fantásticas, mas poucos são aqueles que conseguem fazer o leitor pensar. E Carmach o faz, em meio a uma história linda e emocionante, com personagens muito reais, dando um belo desfecho a uma saga que só poderia ter sido escrita dessa forma. A presença de descrições detalhadas e o suspense se estendem até a última parte do livro, sem se tornarem enfadonhos. A ortografia e o português belíssimo e rico é o caminho pelo qual somos chamados a acompanhar Ana, que para sempre viverá dentro dos corações de quem pôde se emocionar com sua trajetória.
Toigo 01/05/2012minha estante
OOi,

Cara, achei muito boa a resenha, eu tenho que começar a ler esse livro, adoro livvros que tem um pouco de mistério huahuahu




Cármen 21/01/2012

Nem heroína nem vilã: simplesmente, Ana.
Ana, uma das pontas num triângulo amoroso cujas outras partes alternam-se. Seu passado e sua origem misteriosos mexem com as estruturas da bela cidade de Três Luzes, onde uma família tradicional e conservadora terá seus pilares seriamente abalados. Segredos do passado virão à tona, valores morais serão postos na balança, mas somente o tempo, e talvez nem ele, será capaz desvelar todo mistério em torno de uma mulher cujo único sonho era encontrar o grande amor, formar uma família e ser feliz para sempre.
Para sempre Ana: uma história complexa, construída sobre bases temáticas igualmente complexas e, por vezes, polêmicas, como por exemplo, infidelidade conjugal, aborto e diferentes crenças religiosas. A narrativa em 3ª pessoa desenrola-se de forma não cronológica e as variações temporais se, por um lado travam a ansiedade do leitor, por outro, ajudam-no a manter ligados os pontos da trama, relacionando ações, fatos ou gestos que, contextualizados mantêm a trama em perspectiva a cada reviravolta.
Ao iniciarmos a leitura de Para sempre Ana, a impressão que pode aflorar, a princípio, é a de que estaremos mergulhando em mais uma história de amor. Essa ideia não está errada. Trata-se, sim, de uma história de amor, na qual todos os elementos característicos coexistem: paixão, entrega, infidelidade, traição, vingança, egoísmo, e até mesmo insanidade. Sem esquecer que os fatos desenrolam-se em um clima de suspense e mistério que se apresenta desde as primeiras linhas, de maneira sutil, mas que cresce ao longo da narrativa, culminando em um final que deixará ao leitor uma sensação extraordinária de "quero mais". E realmente haverá mais, só que cada leitor completará a lacuna de acordo com pontos de vista, crenças, valores e ponderações muito particulares. Trata-se de um grande quebra-cabeça criado pelo autor. As peças vão encaixando-se no espaço e no tempo histórico e, principalmente, psicológico de cada um dos personagens centrais, mas, ao final, um espaço em branco ainda restará no tabuleiro.
O cenário de amores que ora se acham, ora se perdem, é a cidade de Três Luzes, uma aconchegante localidade interiorana, localizada em um vale de beleza excepcional onde, além do mais, paira uma aura mística em torno do possível pouso de naves alienígenas, num passado não muito distante. Um lugar verdadeiramente paradisíaco no qual a maioria dos moradores está bem colocada e privilegiada financeiramente, compondo uma sociedade tradicional, apegada a valores não menos tradicionais. Entretanto, a despeito de toda encanto geográfico da cidade, seus habitantes, quando observados em profundidade, são depositários de segredos, falhas morais e comportamentos egoístas pouco compatíveis com a moral cristã que transparece a olho nu. Esse aspecto constitui uma verdadeira antítese na construção da narrativa: a beleza do lugar confronta-se com uma série de dramas humanos envolvendo, a princípio, Irineu, Márcia, Carlos e Ana, cujas vidas têm seu rumo drasticamente mudado, a partir do momento em que Ana surge, trazendo consigo, não apenas Caio, mas todo o fio de uma trama que, tendo sua origem no passado de Nestor, irá tornar-se ainda mais intrincada.
Antagonismos são recorrentes na órbita dos personagens de Para sempre Ana: a)Padre Mota e o delegado Irineu, por exemplo, protagonizam embates nos quais espiritual/material, razão/emoção são postos em xeque sempre que se encontram; b) a suposta presença extraterrestre (ciência) no vale, e a postura adotada por Carlos ao final da narrativa, representam aspectos contrários e, ainda; c) a tibieza moral, e a acomodação de Carlos diante dos fatos que a vida lhe apresenta, confronta-se com a determinação, clareza de pensamento e inconformidade de Caio diante do desaparecimento de sua mãe.
Conduzidos de forma realista por Sérgio Carmach, os personagens vão, aos poucos, dando-se a conhecer sem falsos filtros morais, maniqueísmo ou julgamentos: seres humanos cometem erros; arrependem-se ou não; culpam-se, como Nestor, cometendo desatinos por isso. Outros, como Cris, atribuem a outrem a causa de seu sofrimento, e buscam, de forma quase cega, o ressarcimento pelas perdas de que se julgam vítimas. Em momento algum o autor, apesar de usar a voz dos personagens para compartilhar conosco algumas concepções filosóficas, apresenta a narrativa conduzindo-a como o julgamento de Ana (ou qualquer outro personagem) pelas “falhas” cometidas. Ela é humana, vive em busca de sua felicidade e, durante a caminhada, erra e acerta inúmeras vezes. Nem heroína, nem vilã.
Ao longo da narrativa, os personagens têm a oportunidade de mostrarem-se em toda sua humanidade e imperfeição. Desde Mota (sacerdote católico da cidade), passando pela respeitável Gertrudes (professora e mestra de várias gerações triluzianas) chegando a Márcia, a respeitável Sra. Rigotti, capaz de manipular aqueles que estão ao seu redor. Tanto aspectos positivos, quanto negativos do ser humano estão presentes em Para sempre Ana.
De maneira alguma essa narrativa pode ser analisada como se fosse uma história de amor qualquer, tampouco se esgotam nesta resenha as possibilidades de análise dessa narrativa rica e intricada. E nem poderia ser diferente, uma vez que a própria história de vida de Ana Rigotti não termina exatamente com o ponto final da última frase do romance.

Cármen Machado
jan/12
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Carlos Aglio 25/01/2012minha estante
Olá Cármen, você caprichou nesta resenha, hein!
Para sempre Ana é muito bom, não é? Dá vontade mesmo de escrever sobre este livro. Eu também fiz uma resenha e por concidência no mesmo dia que você (não tão caprichada quanto a sua, eu diria que é uma opinião pessoal).
Parabéns a você e ao Sergio Carmach!


Cármen 25/01/2012minha estante
Oi, Carlos.
Realmente, "Para sempre Ana" tem um enredo muito especial e aborda questões sobre as quais fica difícil parar de pensar e,neste caso,escrever.
Fico feliz que tenha apreciado a resenha.
Obrigada pelo comentário.
Abç,
Cármen.




patyalgayer 04/09/2011

http://magicaliteraria.blogspot.com/2011/09/magica-de-resenha-para-sempre-ana.html

“Para Sempre Ana” é um romance emocionante e repleto de mistérios, escrito com primazia pelo autor nacional Sergio Carmach. A história do livro se passa em três intervalos de tempo diferentes: dos anos 60 aos 80, contando a história da infância da jovem Ana; nos anos 90, onde se passa a maior parte da história e onde vemos Ana, já adulta, e seu relacionamento conturbado com Nestor e Carlos Rigotti; e em 2011, onde temos a busca de Caio por sua mãe, desaparecida. No decorrer da obra, conhecemos a vida da intrépida Ana, sua existência sofrida e seu envolvimento com três gerações da família Rigotti, família esta que muda completamente por sua causa. É uma trama complexa e apaixonante, repleta de reviravoltas e segredos a serem revelados, que acabam por abalar a população do plácido distrito de Três Luzes, e, em especial, a vida de uma das famílias mais influentes do local.

Os personagens que compõem a obra “Para Sempre Ana” são muito bem descritos e perfeitamente ambientalizados, com uma história de vida verossímil e que se encaixa perfeitamente no contexto do livro. Não existem pontas soltas, tudo está perfeitamente interligado, fato este que dá ainda mais realismo à história de Ana. Todos os personagens são de grande importância em alguma parte da trama, desde os membros da família Rigotti até o pároco local, da ex-namorada ao delegado do distrito. Os eventos e os locais são igualmente bem descritos, situando o leitor na realidade dos personagens nos locais apresentados, tanto nos trechos passados em Senador Mariano quanto na pequena Três Luzes. De fato, tudo é tão bem detalhado que você se sente parte da história!

A ordem cronológica do texto não é constante, o que pode, por vezes, confundir o leitor. No entanto, após acostumar-se a esse tipo de narrativa, nota-se que a variação de tempo na história serve para dar um diferencial ao livro, além de aumentar, em alguns pontos, o mistério que permeia a trama. A história é narrada em terceira pessoa, de uma forma fluida e bem detalhada, mesclando acontecimentos felizes, misteriosos, tristes e engraçados de uma forma bastante satisfatória. A verdadeira essência dos personagens é revelada aos poucos, à medida que os fatos narrados vão se aclarando; sendo assim, não é incomum mudar completamente sua opinião sobre determinado personagem conforme alguns fatores vão sendo esclarecidos. A própria Ana é um bom exemplo. Em alguns momentos é retratada como uma pessoa egoísta e interesseira. Conforme vamos sendo introduzidos nos acontecimentos da história, começamos a desconfiar que a realidade pode ser bem diferente.

No todo, é um livro excelente. Não há nenhum erro gramatical ou ortográfico digno de ser retratado, nem qualquer discrepância nos fatos descritos. O texto é conciso e de fácil compreensão, e a história é interessante a ponto de manter o leitor ligado a ela até o fim. O único porém, como descrito acima, é a ordem cronológica, que pode confundir em alguns momentos, mas nada impossível de acostumar conforme se ambienta com o estilo do autor. A capa é linda, com um cenário belíssimo e com um significado que pode ser apreendido na leitura do texto. O livro é emocionante e repleto de ensinamentos para nossa vida, além de ser um excelente passatempo para quem ama a leitura! Vale a pena ler, com certeza!
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Aione 27/01/2012

“Para Sempre Ana” narra a história de Ana e de todos cujas vidas estiveram envolvidas com ela. Conta a busca pessoal dessa mulher e, ao mesmo tempo, a busca por ela, conforme mostra o primeiro capítulo. Assim se inicia o enredo: no ano de 2011, com Caio chegando à cidade de Três Luzes com o objetivo de encontrar Ana, sua mãe. Logo em seguida, regressamos ao ano de 2000, com uma curta cena e reflexão sobre o suicídio de um homem e, depois, regressamos ainda mais, até o ano de 1993, quando parte da história começa a se desenvolver. E assim a narrativa prossegue, com diversas viagens no tempo, sempre com o intuito de explicar a sucessão dos fatos.
Apesar de a escrita de Sérgio Carmach ser formal, em momento algum é cansativa ou faz dos diálogos artificiais. Muito habilmente, o autor inseriu detalhes por toda a história para criar o mistério que a rodeia e estes contribuem com todas as reviravoltas e surpresas ocorridas. Acredito só ter descoberto um dos mistérios do livro; de resto, todos me deixaram boquiaberta, pois jamais os esperei.
Há tempos não lia uma história tão bem criada e desenvolvida. O livro é pesado no sentido de conter muitos acontecimentos, uma das coisas que mais me encantou nele. Muitas coisas acontecem e acontecem o tempo todo. Além disso, as diversas viagens no tempo poderiam ter deixado o enredo confuso, mas, ao contrário, o enriqueceu ainda mais. Cada minúsculo detalhe é responsável por criar a trama e o mistério, tudo está interligado entre si, das maneiras mais impensáveis possível. Fiquei presa à trama desde o início, sempre ávida por descobrir todo o suspense. Conforme alguns pontos se esclarecem, outros surgem e assim seguem até o último momento.
Sobre as personagens, acho que nunca mudei tanto de opinião sobre elas durante uma mesma leitura. As que me cativaram no inicio, aos poucos se tornaram antipáticas, ao passo que, as que desprezei, acabaram por me conquistar. Ao mesmo tempo, as que antipatizei ao longo da leitura, até o fim, recobraram novamente minha consideração, enquanto as que haviam me conquistado voltaram a se mostrar desprezíveis ao final do livro. Complexo? Com certeza, mas nada nesse livro é simples. A conclusão que cheguei sobre as personagens é que são o maior exemplo do que significa ser humano. Cometem erros e acertos, têm defeitos e qualidades, deixam-se levar por suas emoções e impulsividade. Há aquelas que amadurecem mais e outras que se deixam levar por amarguras, mas, no geral, não são “Boas” ou “Más”. São todas humanas e ponto.
Outros dois fatores muito me agradaram. Um são as diversas reflexões contidas na história, tanto as diretamente feitas pelas personagens quanto as indiretas, demonstradas pelo próprio amadurecimento e experiência de vida delas. O outro foi o teor emocional do enredo. Chorei copiosamente ao final, tanto por me sentir tocada com belas cenas quanto pela tristeza de outras. O final foi um grande choque pra mim e só serviu para comprovar o quão inesperado é esse livro, ele me surpreendeu o tempo inteiro e, de quebra, ainda trouxe consigo uma belíssima história de amor por trás de todo suspense e mistério.
O único fator que me incomodou um pouco foram algumas poucas explicações sobre o final, uma vez que meu lado racional se recusava a aceitar como alguns pontos teriam sido possíveis. Entretanto, até mesmo isso acredito que tenha sido proposital: a situação em si é um mistério para os próprios treluzianos e sua impossibilidade é o que embasa a teoria formada.
Gostaria de fazer um comentário a respeito do nome da cidade de “Três Luzes”. Há toda uma lenda no livro que o explica. Porém, ler na sinopse que essa é uma história de “luzes e sombras” me fez pensar se não foi a intenção do autor, também, fazer uma alusão ao fato de Ana “ser iluminada” por três diferentes homens da família Rigotti.
Sem dúvida, o que mais me impressionou no livro foi a criação da história em si. Como disse, há muito tempo não me deparava com uma história tão bem elaborada. “Para Sempre Ana” entrou sem pensar duas vezes para a lista de meus livros favoritos e é leitura obrigatória aos apreciadores da boa literatura, especialmente por ser mais um exemplo de qualidade da nossa excelente literatura nacional.
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Cynthia França 27/01/2012

Belo, comovente e arrebatador
"Uma cidade, uma lenda; muitos sonhos, uma história: longo caminho de luzes e sombras".
Antes de falar sobre esse livro, preciso dizer que ele foi um dos responsáveis por romper o meu preconceito com a literatura nacional. Embora não admitisse abertamente, eu não tinha o costume de selecionar títulos brasileiros para leitura, optando, quase sempre, pelos estrangeiros. Li e me encantei com a nossa vasta literatura clássica, mas me recusava a ler autores atuais.
Felizmente, descobri a tempo o meu engano, e é com muita satisfação que venho me deliciando com livros nacionais, entre os quais tiro o chapéu para Para Sempre Ana, de Sergio Carmach.
Assim que terminei a leitura, a primeira coisa que pensei foi: "Que livro é esse?". Sim, porque não é um livro convencional. Ele é diferente, diria até especial. E, sem dúvida, arrebatador.
Não consegui comparar Sergio a nenhum outro escritor conhecido. Ele tem um estilo próprio e particular. Ninguém escreve como ele, e ele não escreve como ninguém. E isso é muito raro, uma característica apenas de grandes autores.
Sempre acreditei que o livro bom é aquele que me emociona, me encanta e me desperta para novas realidades. Some-se a isso aquela vontade de não interromper a leitura bem como (pode soar contraditório, mas não é) a torcida para que o livro não termine, e temos uma obra-prima. Pois Para Sempre Ana é assim: uma obra-prima, sem nenhum exagero. Senti cada uma das sensações descritas ao ler esse livro mágico.
Na minha opinião, é um romance sem restrições. Com isso, quero dizer que é direcionado ao público em geral, embora reconheça que nem todos serão capazes de compreendê-lo em sua totalidade. A despeito disso, todo mundo deveria ler. Eu o incluiria no rol de leituras obrigatórias se tivesse essa incumbência. Não espere uma história "água com açúcar" nem simples e leviana. A linguagem é densa, e a trama, complexa, com pinceladas de drama, violência, ódio, loucura e misticismo. Ingredientes que o autor maneja com maestria, transportando o leitor para o tempo e o espaço que cria. Apesar de datada, a trama pode ser considerada atemporal. Poderia ter acontecido na época escolhida pelo autor ou em outra.
Durante a narrativa, somos apresentados aos personagens, aos lugares e ao meio ambiente que serve de cenário para a história. E, em pouco tempo, mergulhamos nesse universo, compartilhando os dramas e as alegrias dos personagens, que são riquíssimos.
A cidade fictícia criada por Sergio, Três Luzes, me remeteu a uma cidade do interior de Goiás (Alto Paraíso), que conheci há anos atrás e, vez por outra, imaginava a trama acontecendo lá, com as adaptações necessárias.
Com relação aos personagens, não posso deixar de dizer que o autor foi muito habilidoso ao tratar da natureza humana. Foi uma surpresa me deparar com uma história que foge daqueles rótulos simplistas e do maniqueísmo artificial que passa longe da realidade. Os personagens do livro são reais, de carne e osso, muito diferentes entre si, e não ostentam apenas qualidades ou defeitos. Como qualquer ser humano, têm os dois, em maior ou menor medida, o que confere muita credibilidade ao texto. Sergio faz um trabalho fantástico de visualização da psicologia humana, a meu ver.
Mas a maior credibilidade do texto, no meu ponto de vista, vem do fato de Sergio ter um domínio completo da narrativa, o que me surpreendeu do início ao fim. Como escritora, pensei várias vezes "preciso aprender com ele". Não há lacunas, tudo se encaixa como em um quebra-cabeças bem montado. O ritmo não cai, como acontece com vários livros, e quando a gente imagina que já sacou tudo, que já entendeu a trama, ele nos faz uma surpresa. Não há quase nada previsível (eu só concluí, com razão, um determinado fato), não há clichês ou lugares-comuns. A originalidade do autor é surpreendente.
Guiada pelas mãos desse autor incrível, acompanhei a saga da família Rigotti, no seio da qual três gerações sofrem a influência de uma mesma mulher em suas vidas: Ana, que obviamente não é uma mulher comum nem possui uma trajetória linear. A trama é recheada de mistério, suspense e magia. Você ri, chora e se emociona com ela. E mais: é envolvido pela história sem perceber. Os dias passam, e a história permanece em você. Não é qualquer livro que provoca esse efeito em mim.
Achei impressionante também a forma como Sergio escancara a hipocrisia e o falso moralismo da sociedade provinciana, apresentando um retrato cru da realidade das cidades interioranas. Os temas e os personagens que povoam a obra derrubam algumas máscaras existentes e mostram o ser humano real por trás delas. E já que falei em temas, é bom dizer que vários pontuam a obra de Sergio, mas eu destacaria (por terem me tocado mais) a distinção entre amor e paixão, as reflexões sobre a vida e a morte e a ambivalência da família.
Para finalizar, o que tenho a dizer é: se você quer conhecer um pouco da boa literatura nacional, tem que ler Sergio Carmach. Não tenho dúvida de que ele será um dos grandes nomes de nossa literatura em breve. Com certeza, ainda ouviremos falar muito nele.
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M. Macidalia 17/06/2011

Para Sempre Ana
“Entenda: não importa quão grande é o caldeirão repleto de felicidade em que se vive. Basta uma gota de veneno para gorar todo o caldo.” (Pág. 267-268)


Hoje, especialmente, farei uma resenha totalmente livre de impessoalidade e serei categórica ao afirmar que “Para Sempre Ana” é simplesmente fascinante! É o tipo de enredo que nos faz repensar nossas convicções e valores. É daqueles livros que, quando chegamos à última página, deixam saudades de seus personagens, os quais, por algumas horas ou dias, arrebataram-nos e fizeram-nos, além de leitores, participantes de suas vidas.

O cenário é a pequena Três Luzes, um aconchegante distrito do município de Senador Mariano. Envolta em uma aura contemplativa e repleta de lendas, a região é apontada como palco de supostas aparições alienígenas por seus moradores. Entre estes, estão os membros da renomada família Rigotti, chefiada por Nestor, um distinto médico pediatra, cuja reputação parece inatingível até a chegada da misteriosa Ana.

A protagonista, Ana, é uma mulher audaciosa, cuja determinação consiste em descobrir sua verdadeira identidade e provar a paternidade de seu filho, o pequeno Caio. A aproximação com os Rigotti traz para sua vida Carlos, filho único de Nestor, por quem ela se apaixona. A aparição da forasteira é uma ameaça não só ao clã dos Rigotti, mas a todos os moradores do pequeno território, pois ela traz consigo segredos que irão desnudar e mudar a vida de algumas destas pessoas para sempre, como a doce Cris (namorada de Carlos), Márcia Rigotti (esposa de Nestor) e padre Motta.

Quando Ana parece finalmente ter encontrado as respostas sobre seu obscuro passado, ela desaparece misteriosamente, causando mais uma reviravolta na vida dos triluzianos, que, já afeiçoados à moça, iniciam uma busca frenética a fim de descobrir seu paradeiro. Este é o momento do clímax, onde a história fica ainda mais dinâmica e emocionante.

Sergio Carmach descreve com muita precisão cada um dos personagens e suas ações, conferindo à narração – que nem sempre acontece de forma cronologicamente linear - um realismo impressionante. A estruturação linguística utilizada em sua escrita faz de “Para Sempre Ana” um romance eloquente e esteticamente louvável, não deixando espaço para possíveis contradições.

O texto é apresentado com todos os elementos que compõem uma boa trama. O autor acerta na dosagem dos detalhes, apresentando apenas o que é relevante para a boa compreensão da narrativa. A montagem desses fatos é o que intensifica o mistério que cerca a história da protagonista. Assim, Carmach consegue transitar do clímax ao desenlace sem ser previsível.

Uma história surreal de amor, escolhas, fé, coragem e perdão. “Para Sempre Ana” irá conduzi-lo em uma viagem fantástica entre o real e o sobrenatural, onde a realidade nem sempre é o que parece ser.
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Sam 29/07/2011

Books and Other Things - Resenha: Para Sempre Ana
Recebi Para Sempre Ana do próprio autor, Sérgio Carmach, para resenha. Infelizmente, não poderei ficar com o livro, porque o escritor não tem exemplares suficientes para todos os blogueiros parceiros. De qualquer jeito, já valeu muito à pena só ter lido essa história maravilhosa.

O livro conta a história de Ana, uma mulher que já aparece bem no começo da história, com uma revelação bombante, que choca os habitantes de Três Luzes, principalmente a família Rigotti. Depois dessa revelação, a vida de Carlos, herdeiro da família, muda completamente, e pra pior. Ele, obviamente, culpa Ana por todo o seu sofrimento.

Leia o resto da resenha em: http://livroseetecetera.blogspot.com/2011/07/resenha-para-sempre-ana.html
Luzia Barbosa 02/08/2011minha estante
Muito bacana sua resenha, Samantha. Achei interessante o trecho meio filosófico que você destacou. Você teve um motivo especial para fazer essa escolha?




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