Lendo Lolita em Teerã

Lendo Lolita em Teerã Azar Nafisi




Resenhas - Lendo Lolita em Teerã


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Larissa 06/01/2024

A verdadeira face
Neste livro a autora aborda o que verdadeiramente acontece em um país que se deixa ser dominado por um regime islâmico: uma terrível ditadura de opressão as mulheres.

Além das experiências vividas por ela enquanto era professora em Teerã Nafisi também disserta sobre algumas das principais obras da literatura e em como elas se assemelhavam com a sua realidade e de suas alunas.

Recomendo também a leitura de outros livros sobre a mesma temática: Infiel e A cidade do sol.
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Caroline Vital 29/10/2023

Lido em 2018
O melhor livro sobre livros que existe! Incrível, fiquei apaixonada. Todos deveriam ler, pra ontem.
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Cintia295 15/09/2023

Finalizo esse livro com o sentimento de dever cumprido, depois de um ano lendo com o grupo (Clube Livros Sobre Livros) lemos bastante obras que são citadas, aqui foram algumas que li:

Parte I - Lolita
Madame Bovary
Lolita
Fala, memória

Parte II - Gatsby
O grande Gatsby
Paris é uma festa

As Aventuras de Huckleberry Finn
A mãe - Gorki

Parte III - James
Daisy Miller
Jane Eyre
A herdeira
O morro dos ventos uivantes

Parte IIII: Austen
Orgulho e preconceito
Mansfield Park
Agnes Grey

Foi muito aprendizado com pessoas incríveis, as meninas (Jamile e Carine) se dedicaram bastante.
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Stellar1 12/07/2023

Lendo Lolita em Teerã é uma obra que busca trazer um panaroma de como a vida dos iranianos foi afetada após a revolução de 1979. Apesar de explorar mais as consequências geradas para o gênero feminino, a autora também traz situações em que podemos visualizar os impactos de um regime autoritário na sociedade como um todo. Após deixar de lecionar na uversidade, Azir Nafisi começa a se reunir em sua casa com algumas de suas alunas. Elas então passam a discutir os livros clássicos que foram censurados pelo regime e dividem também as angústias da vida sob um governo teocrático autoritário.

O livro é dividido em parte I: Lolita; parte II: Gatsby; parte III: James e parte IV: Austen. Os capítulos contém as discussões e análises das obras entremeadas à descrição da vida da autora, de suas alunas e reflexões dos sofrimentos enfrentados que foram causados por dois eventos importantes no país: a revolução iraniana e a guerra Irã-Iraque. Tais eventos mudaram drasticamente a vida dos iranianos e a autora traz duros relatos, como o relato de uma menina que foi falsamente acusada de conduta imoral simplesmente pela sua beleza; foi estuprada repetidas vezes antes de ser executada. Uma festa onde cerca de 20 crianças morreram em decorrência de um bombardeio e não era permitido expressar seu luto por tal fatalidade, deveria agradecer e dar lugar a soberania da guerra.

A leitura é pesada, mas ao mesmo tempo muito fluida e envolvente. Apesar de querer devorar o livro, não é possível fazê-lo sem tirar um tempo para processar o que foi lido e tentar responder alguns questionamentos que surgiram e estes, continuam sem uma resposta. Refleti sobre como esperamos sempre um progresso quando nos referimos ao ganho de direitos. Nesse contexto, temos duas populações diferentes: aquelas mulheres que vivenciaram a liberdade de um país progressista no Oriente Médio, ocuparam seus espaços e de repente, perdem seus direitos e são vistas como objetos; e aquelas que cresceram nesse contexto, que sentem inveja das histórias que escutam de suas mães e avós, que sonham com a liberdade de estudar, desenvolver seus potenciais e realizar atividades que para nós é algo corriqueiro, como pintar as unhas e se expressar por meio das suas roupas. Além da violência de gênero, nos deparamos com perseguição política e religiosa, tortura e morte de jornalistas, escritores e historiadores. E um questionamento que surge durante todo o livro: ficar e lutar pelo país que ama ou abandonar o que sempre conheceu como lar, para viver em um país diferente e se adaptar a outra cultura a fim de ter uma vida normal?

Certamente, Lendo Lolita em Teerã é um livro que nos tira da zona de conforto e traz histórias e questionamentos que nos causam mal estar. Contudo, uma leitura necessária, rica em conteúdo literário e mais importante, nos traz uma diferente perspectiva não só do contexto político do Irã, mas da vida.
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Valéria Cristina 18/08/2022

O Irã desvelado entre outras coisas
Azar Nafisi (Teerã, 1 de dezembro de 1948) é uma acadêmica e escritora best-seller iraniana que vive nos EUA desde 1997 quando emigrou do Irã.

O campo de atuação é a literatura inglesa. O livro de 2003 "Reading Lolita in Tehran: A Memoir in Books" foi traduzido para 32 idiomas e permaneceu por 117 semanas na lista de "Mais vendidos" do New York Times e conquistou inúmeros prêmios de literatura, incluindo o prêmio de não-ficção do "Book Sense Book of the Year Award" e o prêmio europeu "Persian Golden Lioness Award" para literatura.

A narrativa não é linear. A autora transita por diversas épocas de sua vida e da história recente do Irã. Em uma vertente, descreve sua volta para Teerã, depois de estudar nos EUA, e sua vida no país pós-revolução islâmica e durante a guerra contra o Iraque, que durou oito anos. Traça suas angústias, dúvidas, medos e sua percepção e vivência de todas as restrições impostas pelo regime.

Em outra, conhecemos suas alunas, as que compõem o grupo que dá título ao livro e que foi formado após Nafisi deixar a Universidade de Teerã. São moças muito diferentes entre si e que enfrentam a violência e as restrições impostas pelo governo dos aiatolás de formas diversas. Na sala de estar, na casa da autora, elas, além de discutem livros, abrem seu coração e expõem seus medos e anseios.

Ainda, temos o prazer de acompanhar a discussão de diversas obras literárias clássicas, entre elas, Lolita e O Grande Gatsby. Ao finalizar a leitura, tenho vontade de reler diversos deles, pois as análises e as discussões expostas dão-nos outra dimensão de tais livros. Destaco o julgamento de O Grande Gatsby realizado em uma das aulas de Nafisi.

Permeando todas essas histórias, a onipotência dos aiatolás. Os revolucionários estão nas ruas com milícias que guardam os costumes, nas universidades e em todos os locais. A violência, as execuções públicas, as prisões, os sequestros e desaparecimentos de “contrarrevolucionários” passam a fazer parte da vida dos iranianos. Os intelectuais das mais diversas áreas veem suas obras censuradas ou banidas e eles mesmos presos, torturas e mortos. Durante a guerra, essa situação foi agravada pelos bombardeios constantes, os alarmes e o medo de morte iminente.

A violência contra a mulher é brutal. O uso obrigatório do véu e do xador de cores escuras, a proibição de qualquer forma de embelezamento ou de diversão, a interdição de manifestações de afeto, de estar na companhia de homens que não fossem pais ou irmãos, a violência física permitida e institucionalizada, tudo isso faz com que elas percam a alegria, a espontaneidade e passem a viver como conchas, aterrorizadas e encurraladas dentro de seu próprio país.

Este é um livro que merece destaque em nossa estante.

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Paloma 31/03/2020

Uma mistura de autobiografia/relato histórico/crítica literária.
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Uma leitura extremamente prazerosa, com uma narrativa que nos transporta tanto para os horrores da Revolução Islâmica como para as maravilhas da literatura.
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Por muito tempo desejava um exemplar desse livro e por acaso encontrei um numa pequena feira cultural. Parecia que tinha encontrado um tesouro rsrsrs
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regifreitas 14/01/2019

Azar Nafisi viveu por quase vinte anos sob a ditadura religiosa da República Islâmica do Irã. Quando ela inicia a carreira como professora de literatura inglesa, na Universidade de Teerã, logo após seu retorno ao país depois de ter ido estudar nos EUA, o regime recém-iniciara. Nos anos seguintes, ela acompanha de perto a transformação do que era um dos países mais progressistas do Oriente Médio em uma nação extremamente conservadora e fundamentalista, marcada por perseguições, prisões, torturas e mortes daqueles que eram considerados apoiadores ou simpatizantes do “satã ocidental”. Com o recrudescimento do regime, ela decide abandonar a universidade, quando o uso do véu muçulmano (chador) se torna obrigatório.

Em determinado momento, Azar resolve reunir clandestinamente em seu apartamento um grupo de jovens mulheres, muitas das quais haviam sido alunas suas na universidade, para discutir obras e autores censurados ou tornados proibidos dentro do Irã. Em meio à realidade histórica daquele período e dos relatos pessoais da autora e dessas mulheres, entremeiam-se análises e discussões sobre as obras de Nabokov, Henry James, F. Scott Fitzgerald e Jane Austen.

Foi muito interessante acompanhar o ponto de vista de pessoas de uma cultura muitas vezes tão distante da nossa, sobre obras tão representativas da cultura ocidental. Também a forma como a autora equilibra relatos históricos, discussões sobre as obras literárias e suas próprias memórias, torna a narrativa muito agradável, mesmo nos momentos mais dramáticos.

O livro de Nafisi é um verdadeiro retrato de como a literatura pode ser um importante instrumento para tornar a vida mais suportável em tempos difíceis. Uma das melhores leituras do ano!
Khadija.Slemen 08/07/2019minha estante
Ola! Regi vc tem o livro fisico? deseja trocar? tenho a colecao completa...ta nova do Livro das mil e uma noites traduçao do arabe Mamede M. Jarouche. Um abraco


regifreitas 08/07/2019minha estante
bom dia, Khadija! desculpe, mas este livro não está para troca.




carolina.trigo. 08/06/2018

Lendo Lolita em Teerã
Mais um livro excelente lido!
A primeira vez que vi esse livro, foi ano passado no Skoob. Só pelo título, "Lendo Lolita no Teerã", da iraniana Azar Nafisi, Editora BestBolso e já fiquei interessadíssima!
Adoro livros que tratam da literatura e do seu poder para mudar um estilo de vida, uma sociedade, um país - de abrir os nossos olhos para o que está acontecendo dentro de casa e fora dela também (como o quote de abertura da resenha exemplifica).
E esse livro é tudo o que sempre estou procurando e é o resultado de uma resistência necessária, em um país que tirou praticamente todos os direitos das mulheres - mas sobretudo, de uma resistência literária.
Aqui, Azar vai trabalhar obras como "Lolita", "Orgulho e Preconceito", "Madame Bovary", e de autores como Henry James, Fitzgerald, entre outros. Ela, uma professora da Universidade do Teerã, trará aqui encontros secretos com oito mulheres (que tinham sido suas alunas), para estudar essas obras já citadas e outras, que depois da revolução islâmica liderada pelo aiatolá Khomeini, em 1979, foram censuradas e proibidas de serem lidas, podendo até ser preso quem carregasse um volume desses livros. Ela também irá nos mostrar como essa "revolução" (revolução entre aspas, porque não necessariamente significa algo bom e positivo) começou, e como os direitos das mulheres foram sendo retirados.
Esse é um livro forte, pois mostra como um exemplar pode ser símbolo de uma resistência, de um protesto silencioso, mas muito forte. De como a literatura é importante e que todos deveriam ter acesso à ela, pois com ela ficamos menos alienados. Mas também é uma leitura muito triste, pois vemos tudo o que essas, e muitas outras, passaram na mão de ditadores cruéis (tem como um ditador não ser cruel?) e conservadores. Um cacho de cabelo escapou do véu (que infelizmente não sei o nome correto utilizado no Irã)? É motivo para ser presa, e até torturada! As unhas estão um pouco compridas? Motivo para ser presa. Não importa idade nem cor. Deu "motivos"? É presa.
Este é um livro poderosíssimo e que deveria ser lido por todo mundo, não importa gênero, cor, idade ou crença religiosa. Ninguém deveria ter seus direitos retirados, e por isso obras como essa são tão importantes.
O meu livro está lotado de marcações, e infelizmente não poderei colocar todas, mas bem que queria. Mas acredito que essas duas que coloquei na resenha (sendo uma bem grande, reconheço) são maravilhosas e representam bem o que é esse livro. Portanto, se não forem cansar, não pulem elas. Só peço isso.
Infelizmente, li ele durante minhas idas e vindas da faculdade, e em algum dia, na hora de guardar na mochila, a capa amassou um pouco e fiquei bem triste com isso. Mas são coisas que acontecem.
Sobre a edição, ela é de bolso, bem simples, e em alguns momentos, principalmente no começo, achei a tradução um pouco ruim, mas depois não percebi tantos erros.
Acho que já perceberam como eu adorei esse livro, né? E por isso terminarei mais uma vez recomendando ele e realmente espero que vocês possam ler, pois "Lendo Lolita no Teerã " é daqueles livros para ficar para sempre na sua estante!

site: http://umolhardeestrangeiro.blogspot.com/2018/05/resenha-lendo-lolita-em-teera.html
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Antonio Maluco 29/05/2018

Leitura
o livro conta a histórias de pessoas árabes que se juntam para ler e estudar obras proibidas pelo governo árabe e poderia ser 1 filme tipo o filme clube de leitura jane austen
Belle 15/01/2019minha estante
Juninho, olá! Tenho este livro há anos, é a terceira vez que começo a lê-lo e desta vez foi. Porém fui pega de surpresa, quando terminei a página 112, a próxima é a 337!!! :'(
Não tenho as páginas 113 a 128, no lugar delas estão da 337 a 352, que estão lá na frente novamente, no lugar correto. Pode me ajudar?!




Solange 26/08/2016

Uma outra visão
Este livro, além de trazer uma visão diferente, uma visão de dentro do Islã, nos conta a importância de um objeto, que nós não damos muito valor, uma vez que não existe proibição ou censura com relação a leitura de livros.
Enquanto conta a perseguição e as mudanças ocorridas em Teerã, a personagem nos leva a uma viagem pelo mundo da leitura, sob um outra ótica, em função da proibição, costumes e cultura e desperta a curiosidade com relação a diversos títulos.
Uma leitura instigante e reveladora.
Belle 02/02/2017minha estante
Solange, olá! Tenho este livro faz anos, é a terceira vez que começo a lê-lo e desta vez foi. Porém fui pega de surpresa, quando terminei a página 112, a próxima é a 337!!! :'(
Não tenho as páginas 113 a 128, no lugar delas estão da 337 a 352, que estão lá na frente novamente, no lugar correto. Pode me ajudar?!




Leituras do Sam 21/06/2016

A liberdade nos livros
Ao mesmo tempo um livro de memórias e de ensaios sobre os livros: Lolita, Orgulho e preconceito, O grande Gatsby e Madame Bovary.
Azar Nafisi é uma professora universitária que decidiu parar de lecionar e então criou um grupo de estudos literários só com mulheres na cidade de Teerã.
Vivendo em um regime totalitário, em que a religião pauta a política e todas as outras esferas da vida social, essas mulheres passam a se encontrar quase que clandestinamente para ler obras literárias que são proibidas no seu país. De maneira muito sutil a autora remonta os dias pré-revolução e nos dá um panorama bem real do Irã pos-revolução, tudo isso com o olhar das mulheres que certamente são as que mais afetadas pelas leis religiosas.
Somos convidados logo no início a imaginar essas mulheres lendo essas obras e passamos quase que automaticamente a sentir a mesma liberdade que elas sentiam ao adentrarem a sala onde as aulas aconteciam e a sensação de aprisionamento quando elas saiam de lá para a "vida real"
Um ótimo livro, com um tema muito delicado e complexo e que certamente nos torna mais sensíveis a situação da mulher não só no Brasil como no mundo.
Belle 02/02/2017minha estante
Sam, olá! Tenho este livro faz anos, é a terceira vez que começo a lê-lo e desta vez foi. Porém fui pega de surpresa, quando terminei a página 112, a próxima é a 337!!! :'(
Não tenho as páginas 113 a 128, no lugar delas estão da 337 a 352, que estão lá na frente novamente, no lugar correto. Pode me ajudar?!




Brito 24/01/2014

Um passeio pela república da imaginação
Azar Nafisi, escritora iraniana, em sua obra Lendo Lolita em Teerã, recorreu à leitura de obras proibidas da cultura ocidental, em companhia de sete de suas jovens alunas, para resistir à opressão do regime fundamentalista tão nocivo à liberdade das mulheres. Mulheres que repensaram suas vidas, reorganizaram seus sonhos, desejos e fantasias, preservaram suas identidades, alimentadas por uma “conversa desinteressada” sobre livros proibidos. Essa experiência de leitura, realizada num espaço privado – a sala de estar da casa de Nafisi – configura-se como um exílio interno para elas, como uma forma de manter sua integridade psicológica frente ao confisco brutal de suas identidades.

Na obra memorialística Lendo Lolita em Teerã, a leitura literária, para Azar Nafisi, preenche as insuficiências da vida, faz com que a vida seja algo mais tolerável. A leitura assume três funções essenciais para as protagonistas: de um espaço de liberdade; de formação e o resgate da memória individual e coletiva e de preservação de suas identidades em meio aos ditames da República Fundamentalista Islâmica.

Para saber mais acerca da obra veja a Dissertação de Mestrado LENDO LOLITA EM TEERÃ - UM PASSEIO PELA REPÚBLICA DA IMAGINAÇÃO.


site: http://www.ppgel.uneb.br/wp/wp-content/uploads/2013/06/brito_caio.pdf
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Coruja 09/09/2013

Alguns anos atrás, o pessoal da JASBRA/PE foi chamado para uma entrevista com o Jornal do Commercio e, na ocasião, o jornalista que nos encontrou citou esse livro como sua porta de entrada para o mundo de Austen.

Foi o que bastou para me deixar curiosa, e ele entrou na minha lista de futuras leituras que é algo assim como as histórias de Sherazade (que, aliás, é lembrada na narrativa), que nunca se acabam, mesmo após mil e uma noites...

Lendo Lolita em Teerã é o relato real de uma professora de literatura inglesa no Irã em plena Revolução, no início da década de 80 – uma época bastante perigosa para se ter idéias próprias e pior ainda para ser mulher no Irã.

O livro é dividido em quatro partes, cada qual debatendo um autor: Nabokov, Fitzgerald, Henry James e Jane Austen – e também as experiências de Nafisi como professora tanto na Universidade de Teerã como em aulas secretas e particulares com um pequeno grupo de alunas.

Lembre-me bastante, enquanto lia, de Conversas Sobre Jane Austen em Bagdá. A situação das autoras dos dois livros é muito parecida, ainda que Nafisi fale da década de 80 e da guerra entre Iraque e Irã, enquanto Witwit viva o cotidiano da invasão americana de 2003 ao Iraque.

Os diálogos (emails e cartas) de Witwit com sua correspondente londrina são bastante pessoais e nisso o título do livro é um tanto enganador; Nafisi, por outro lado, se concentra mais naquilo que representa o ‘ler Lolita em Teerã’: a leitura e debate das obras que são analisadas é um ato de revolta, de desafio ao regime autoritário que tenta de todas as formas sufocar qualquer tipo de pensamento independente.

Os debates que Nafisi propõem são excelentes e a reação dos alunos – mesmo aqueles que parecem condenar suas tentativas de ensinar não apenas literatura, mas também senso crítico – é magnífica: o julgamento que se faz de O Grande Gatsby é uma cena quase surreal e demonstra muito bem o poder da palavra, o impacto que grandes obras literárias podem ter; o debate que se segue entre um moralismo ultraconservador e um pensamento mais liberal e crítico demonstra muito bem aquilo que Nafisi quis dizer com essa obra.

Uma resistência literária em que um pequeno grupo se reúne para ler e debater obras proibidas pode parecer muito pouco diante da gravidade dos fatos que a autora apenas toca ao longo de Lendo Lolita em Teerã - se por sorte ou outras questões, o fato é que ela não se expôs tanto quanto algumas de suas alunas e colegas e as represálias que sofre são relativamente brandas em comparação com o que poderiam ter sido.

Contudo, não é pouco o que Nafisi fez. Ela deu aos seus alunos a possibilidade de se fazer ouvir, de conhecer, de criticar. Ela deu esperança e também um exemplo a que aspirar. Em tempos bastante sombrios, ela tentou fazer sua parte, ser um porto seguro, uma réstia de luz. E ao final das contas, para que possa haver revolução, é necessário começar por algum lugar, não?

Então, por que não começar pelos livros?

site: http://owlsroof.blogspot.com.br/2013/09/gazeta-de-longbourn-lendo-lolita-em.html
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Ladyce 31/03/2013

Ensinando a ler
Mais do que um livro sobre o Irã pós-revolução, este é um livro que nos ensina a ler. A ler qualquer literatura e faz^-la relevante para sua própria vida. É uma biografia. Biografia de uma professora de literatura que além de dividir conosco detalhes corriqueiros de sua vida, nos mostra como fez com que muitos livros que ensinava fossem relevantes para seus alunos.
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