Lendo Lolita em Teerã

Lendo Lolita em Teerã Azar Nafisi




Resenhas - Lendo Lolita em Teerã


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Claire Scorzi 28/02/2009

Literatura como Refúgio no Caos
A obra é um prazer para os fãs de 'livros sobre livros', como eu. Enquanto nos conta suas lembranças como professora de Literatura Estrangeira (mais anglo-americana) no Irã, Azar Nafisi reproduz boa parte das discussões que manteve com suas alunas (e um ou outro aluno) sobre a arte de Henry James, Nabokov, Jane Austen, Scott Fitzgerald... Montes de citações literárias em meio à realidade histórica de uma cultura hostil ao novo e ao não-muçulmano - denúncia, memórias, crítica literária, reportagem: o livro é tudo isso. Apenas nos capítulos finais, parece haver uma repetição de situações (freqüência de opressão contra mulheres, de violência contra civis, terrorismo, convivência com o injusto) que beira a monotonia, mas não chega a empanar o brilho ardoroso desse livro. Ficamos apaixonadas pelas aulas de Nafisi e por suas jovens alunas tão entusiastas da literatura, tão corajosas, tão vulneráveis. Maravilhoso.
Emanuelle Najjar 20/12/2014minha estante
Eu adorei esse livro. É um dos meus preferidos para a vida. E como eu o li primeiro, quando tive contato com o Grande Gatsby tive outra visão a respeito da leitura. Muito interessante mesmo.




Cintia295 15/09/2023

Finalizo esse livro com o sentimento de dever cumprido, depois de um ano lendo com o grupo (Clube Livros Sobre Livros) lemos bastante obras que são citadas, aqui foram algumas que li:

Parte I - Lolita
Madame Bovary
Lolita
Fala, memória

Parte II - Gatsby
O grande Gatsby
Paris é uma festa

As Aventuras de Huckleberry Finn
A mãe - Gorki

Parte III - James
Daisy Miller
Jane Eyre
A herdeira
O morro dos ventos uivantes

Parte IIII: Austen
Orgulho e preconceito
Mansfield Park
Agnes Grey

Foi muito aprendizado com pessoas incríveis, as meninas (Jamile e Carine) se dedicaram bastante.
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DIRCE 25/02/2011

Khomeini: AI 5 Iraniano
Quando a Paulinha, sugeriu o livro "Lendo Lolita em Teerã" no Grupo A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata, pensei: ler ou não ler, eis a questão. Afinal, ler "Lolita", confortavelmente na minha casa, não foi nada fácil, como será ler Lolita em Teerã, sob o olhar inquisidor de do aiatolá Khomeini???? Por sorte, minha curiosidade "falou" mais alto que os meus receios, e depois do stop, logo no início da leitura ( interrompi para ler Chuva Dourada) acionei o play e segui adiante.
Achei o livro "Lendo Lolita em Teerã", muito interessante e esclarecedor. Ele não se limita a Lolita, há também capítulos destinados a Gastby, James e Austen e, todos os capítulos, me proporcionaram uma espécie de regozijo, pois a abordagem desses livros e autores, foi feita, no meu entendimento, não somente como uma declaração de amor aos livros, mas, principalmente, para denunciar e censurar a situação do povo iraniano - em especial a condição das mulheres iranianas - após a Revolução Islâmica ocorrida no Irã em 1979.
Irei me restringir ao capítulo destinado a Lolita para que minha resenha não fique quilométrica, porque Nafisi dedicou mais páginas a ele e, até, nele se inspirou para dar título ao seu livro, e porque tenho que me redimir do péssimo e injusto julgamento que fiz quando li o livro " Lolita": ele esta longe de ser uma apologia a pedofilia.
Mais uma vez me veio à mente a frase do Carlos Ruiz Zafon em "A Sombra do Vento": "Os livros são espelhos: só se vê neles o que a pessoa tem dentro(...)". "Lolita", e os demais livros abordados, espelham não só uma pessoa, mas toda uma Nação. A menina Lolita foi cerceada de sua liberdade, foi subjugada, sofreu abusos, perdeu suas referências, se tornou impossibilitada de articular sua própria história, situações vivenciadas pelos iranianos. Talvez não fosse para causar perplexidade mas causa: a leitura de " Lolita" feita em Teerã pelos censores é uma leitura um tanto quanto "estrábica": Lolita deixa de ser a vítima e passa a ser a reencarnação da serpente do paraíso, que seduz o "pobre" Humbert. Tadinho, ele tinha tudo para ser brilhante ...
Esse meu comentário é somente um rudimentar, mas bem rudimentar mesmo, esboço do que capítulo Lolita e os demais tratam : Nafisi discorre sobre as torturas, sobre as execuções, fatos, que me deixaram com a sensação de um Déjà vu: não foi isso que ocorreu no nosso "Patropi" com o AI 5? Claro que como não havia a interação da religião no Estado, ele se restringiu aos atos políticos e não chegou ao absurdo escandaloso de proibir e punir jovens tão somente por colocarem meias cor-de-rosa. Nafisi aborda outras questões como a escolha de usar ou não o véu. Defende que a mulher pode optar em usar o véu em decorrência da sua fé e, não, por exigência do Estado com o objetivo de anular a identidade da mulher. Fala sobre estar ou não apaixonada e sobre outros assuntos inerentes ao universo feminino.
Eu só não darei 5 estrelas porque Gina B. Nahai no livro "Chuva Dourada" , fala sobre a comunidade judia que vivia em Teerã antes da Revolução Islâmica, porém, Nafisi não faz qualquer referência a ela, deixando a impressão que somente iranianos mulçumanos viviam, ou vivem nessa cidade.
Iniciei a leitura desse livro, sabendo um pouco mais que nada sobre o Irã, termino a leitura da mesma forma: sabendo um pouco mais que nada, entretanto, sabendo o suficiente, para desejar, que na roda viva da história, os ditadores ( sem tantas mortes como as que estamos presenciando – é utopia, eu sei) sejam destronados e que a liberdade individual seja respeitada.
Gininha 07/11/2011minha estante
Outro que me despertou o interesse em ler. Parabéns. Estou adorando ler suas resenhas. (Vou almoçar; mais tarde continuo lhe 'resenhando'. São tantas!!!!!


Belle 15/01/2019minha estante
Dirce, olá! Tenho este livro faz anos, é a terceira vez que começo a lê-lo e desta vez foi. Porém fui pega de surpresa, quando terminei a página 112, a próxima é a 337!!! :'(
Não tenho as páginas 113 a 128, no lugar delas estão da 337 a 352, que estão lá na frente novamente, no lugar correto. Pode me ajudar?!




fsamanta (@sam_leitora) 22/04/2010

Um daqueles livros que você termina de ler e já está com saudade, pronta para começar a releitura. Excelente. Não sei se o deslumbramento resistirá a futuras reflexões (minha opinião amadurece e muda ao longo do tempo), mas isso é o que penso agora e (só) por isso já valeu mais a pena do que muitos outros livros que li.
Uma perfeita mescla da literatura com a vida. As análises da autora das obras que ela aborda - Lolita, O grande Gatsby, A herdeira, Orgulho e Preconceito, entre outras - enriqueceram e elucidaram meu entendimento sobre elas. O diálogo que a autora estabelece com a vida dela na Rep. Islâmica do Irã e as obras foge do lugar-comum.
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Samirr 07/02/2011

Tenho agora este livro em minhas mãos e já sinto saudades do mundo contido em suas páginas.
"Lendo Lolita em Teerã" pode parecer no começo uma leitura meio arrastada, pois a autora as vezes repete as mesmas discussões e isto pode cansar alguns leitores, mas é necessário relevar isto e compreender que esta repetição pode ser do próprio fato da história e do mundo do qual a autora vivia, que a fazia sempre ter os mesmos pensamentos e dúvidas sobre a vida.
O livro é de grande qualidade e nos leva para dentro dos bastidores da Revolução Islâmica e do impacto que esta causou na população iraniana. A obra de Nafisi se mostra uma grande ferramenta para compreender toda a problemática do Oriente de um modo genuíno, pois quem conta a história é uma cidadã iraniana, fato este que irá evitar sensos comuns e interpretações falsas e viciadas a cerca do assunto.
E talvez o maior triunfo desta obra é mostrar o poder do romance, dos livros, mostrando que estes devem ter sempre um lugar de destaque dentro de uma sociedade, pois eles ajudaram Nafisi e suas alunas a fugirem e terem esperanças sobre as suas vidas. Outro ponto forte para também foi o respeito pela figura do professor, este que possibilitou uma fuga aos seus alunos da ditadura imposta em seu país.
Cenas como o julgamento do "Grande Gatsby", as aulas e todo o envolvimento de Nafisi e suas alunas serão cenas que ficarão na mente de quem se aventurar por esta obra.
jota 29/02/2012minha estante
Samir: terminei de ler e sai do livro com essas mesmas impressões. Muito bom, mesmo. Também dei 5 estrelas. Coisas que a autora relata ainda permanecem enraizadas na sociedade iraniana - e podem ser vistas no recente e ótimo filme A Separação, Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira. É isso.


suely.xavier.90 17/04/2016minha estante
Samir e Jota, acabei de me cadastrar no Skoob e estou com dificuldades para preencher alguns itens. Por exemplo, como faço para avaliar os livros que li? Vocês podem me ajudar?


Belle 15/01/2019minha estante
Samirr, olá! Tenho este livro faz anos, é a terceira vez que começo a lê-lo e desta vez foi. Porém fui pega de surpresa, quando terminei a página 112, a próxima é a 337!!! :'(
Não tenho as páginas 113 a 128, no lugar delas estão da 337 a 352, que estão lá na frente novamente, no lugar correto. Pode me ajudar?!




Paloma 31/03/2020

Uma mistura de autobiografia/relato histórico/crítica literária.
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Uma leitura extremamente prazerosa, com uma narrativa que nos transporta tanto para os horrores da Revolução Islâmica como para as maravilhas da literatura.
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Por muito tempo desejava um exemplar desse livro e por acaso encontrei um numa pequena feira cultural. Parecia que tinha encontrado um tesouro rsrsrs
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Valéria Cristina 18/08/2022

O Irã desvelado entre outras coisas
Azar Nafisi (Teerã, 1 de dezembro de 1948) é uma acadêmica e escritora best-seller iraniana que vive nos EUA desde 1997 quando emigrou do Irã.

O campo de atuação é a literatura inglesa. O livro de 2003 "Reading Lolita in Tehran: A Memoir in Books" foi traduzido para 32 idiomas e permaneceu por 117 semanas na lista de "Mais vendidos" do New York Times e conquistou inúmeros prêmios de literatura, incluindo o prêmio de não-ficção do "Book Sense Book of the Year Award" e o prêmio europeu "Persian Golden Lioness Award" para literatura.

A narrativa não é linear. A autora transita por diversas épocas de sua vida e da história recente do Irã. Em uma vertente, descreve sua volta para Teerã, depois de estudar nos EUA, e sua vida no país pós-revolução islâmica e durante a guerra contra o Iraque, que durou oito anos. Traça suas angústias, dúvidas, medos e sua percepção e vivência de todas as restrições impostas pelo regime.

Em outra, conhecemos suas alunas, as que compõem o grupo que dá título ao livro e que foi formado após Nafisi deixar a Universidade de Teerã. São moças muito diferentes entre si e que enfrentam a violência e as restrições impostas pelo governo dos aiatolás de formas diversas. Na sala de estar, na casa da autora, elas, além de discutem livros, abrem seu coração e expõem seus medos e anseios.

Ainda, temos o prazer de acompanhar a discussão de diversas obras literárias clássicas, entre elas, Lolita e O Grande Gatsby. Ao finalizar a leitura, tenho vontade de reler diversos deles, pois as análises e as discussões expostas dão-nos outra dimensão de tais livros. Destaco o julgamento de O Grande Gatsby realizado em uma das aulas de Nafisi.

Permeando todas essas histórias, a onipotência dos aiatolás. Os revolucionários estão nas ruas com milícias que guardam os costumes, nas universidades e em todos os locais. A violência, as execuções públicas, as prisões, os sequestros e desaparecimentos de “contrarrevolucionários” passam a fazer parte da vida dos iranianos. Os intelectuais das mais diversas áreas veem suas obras censuradas ou banidas e eles mesmos presos, torturas e mortos. Durante a guerra, essa situação foi agravada pelos bombardeios constantes, os alarmes e o medo de morte iminente.

A violência contra a mulher é brutal. O uso obrigatório do véu e do xador de cores escuras, a proibição de qualquer forma de embelezamento ou de diversão, a interdição de manifestações de afeto, de estar na companhia de homens que não fossem pais ou irmãos, a violência física permitida e institucionalizada, tudo isso faz com que elas percam a alegria, a espontaneidade e passem a viver como conchas, aterrorizadas e encurraladas dentro de seu próprio país.

Este é um livro que merece destaque em nossa estante.

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Caroline Vital 29/10/2023

Lido em 2018
O melhor livro sobre livros que existe! Incrível, fiquei apaixonada. Todos deveriam ler, pra ontem.
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jota 29/02/2012

Aiatolás para atolar
O Irã continua na ordem do dia, não somente por seus belos filmes premiados, caso do recente A Separação, Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira, ou então Procurando Elly, também ótimo.

Mas principalmente por conta das autoridades iranianas e seu eterno escamoteamento em diversos assuntos importantes, como por exemplo, na questão da energia nuclear para “uso pacífico” – é o que elas dizem. Figura das mais esdrúxulas e sanguinárias do regime é o presidente Amadhinejah com seu eterno ódio aos israelenses e a grande parte do mundo ocidental. Em muito se assemelha a Khomeini no modo de agir.

O Irã não é árabe, é persa e sua república islâmica já viveu melhores dias seculares sob o xá Reza Pahlevi, tido com corrupto e excessivamente pró-americano.

Por isso, (em 1979) foi derrubado pelos aitolás (especialmente Khomeini, diretamente de Paris, a cidade-luz, daí que muitos iranianos acreditam que depois de sua morte ele passou a ser visto na lua), que instauraram um regime de perseguição, supressão de liberdades individuais e assassinatos de opositores – o livro relata inúmeros casos de “desaparecimento” de escritores, intelectuais, professores, estudantes, etc.

Mesmo que trate de assuntos políticos, o grande enfoque do livro de Azar Nafisi é mesmo literatura - mas ela não pode ser dissociada da sociedade, certo?

São examinados aqui livros bastante conhecidos, personagens admirados, autores reverenciados e vidas femininas oprimidas – as das personagens desses livros mas também as de verdade, as das iranianas.

Lendo Lolita em Teerã, ainda que algumas vezes pareça repetitivo em alguns pontos ou questões, interessa a todos que apreciam tópicos candentes como esses que envolvem literatura e sociedade.

Lido entre 31.01 e 29.02.2012.
Belle 15/01/2019minha estante
Olá! Tenho este livro há anos, é a terceira vez que começo a lê-lo e desta vez foi. Porém fui pega de surpresa, quando terminei a página 112, a próxima é a 337!!! :'(
Não tenho as páginas 113 a 128, no lugar delas estão da 337 a 352, que estão lá na frente novamente, no lugar correto. Pode me ajudar?!




Brito 24/01/2014

Um passeio pela república da imaginação
Azar Nafisi, escritora iraniana, em sua obra Lendo Lolita em Teerã, recorreu à leitura de obras proibidas da cultura ocidental, em companhia de sete de suas jovens alunas, para resistir à opressão do regime fundamentalista tão nocivo à liberdade das mulheres. Mulheres que repensaram suas vidas, reorganizaram seus sonhos, desejos e fantasias, preservaram suas identidades, alimentadas por uma “conversa desinteressada” sobre livros proibidos. Essa experiência de leitura, realizada num espaço privado – a sala de estar da casa de Nafisi – configura-se como um exílio interno para elas, como uma forma de manter sua integridade psicológica frente ao confisco brutal de suas identidades.

Na obra memorialística Lendo Lolita em Teerã, a leitura literária, para Azar Nafisi, preenche as insuficiências da vida, faz com que a vida seja algo mais tolerável. A leitura assume três funções essenciais para as protagonistas: de um espaço de liberdade; de formação e o resgate da memória individual e coletiva e de preservação de suas identidades em meio aos ditames da República Fundamentalista Islâmica.

Para saber mais acerca da obra veja a Dissertação de Mestrado LENDO LOLITA EM TEERÃ - UM PASSEIO PELA REPÚBLICA DA IMAGINAÇÃO.


site: http://www.ppgel.uneb.br/wp/wp-content/uploads/2013/06/brito_caio.pdf
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Leituras do Sam 21/06/2016

A liberdade nos livros
Ao mesmo tempo um livro de memórias e de ensaios sobre os livros: Lolita, Orgulho e preconceito, O grande Gatsby e Madame Bovary.
Azar Nafisi é uma professora universitária que decidiu parar de lecionar e então criou um grupo de estudos literários só com mulheres na cidade de Teerã.
Vivendo em um regime totalitário, em que a religião pauta a política e todas as outras esferas da vida social, essas mulheres passam a se encontrar quase que clandestinamente para ler obras literárias que são proibidas no seu país. De maneira muito sutil a autora remonta os dias pré-revolução e nos dá um panorama bem real do Irã pos-revolução, tudo isso com o olhar das mulheres que certamente são as que mais afetadas pelas leis religiosas.
Somos convidados logo no início a imaginar essas mulheres lendo essas obras e passamos quase que automaticamente a sentir a mesma liberdade que elas sentiam ao adentrarem a sala onde as aulas aconteciam e a sensação de aprisionamento quando elas saiam de lá para a "vida real"
Um ótimo livro, com um tema muito delicado e complexo e que certamente nos torna mais sensíveis a situação da mulher não só no Brasil como no mundo.
Belle 02/02/2017minha estante
Sam, olá! Tenho este livro faz anos, é a terceira vez que começo a lê-lo e desta vez foi. Porém fui pega de surpresa, quando terminei a página 112, a próxima é a 337!!! :'(
Não tenho as páginas 113 a 128, no lugar delas estão da 337 a 352, que estão lá na frente novamente, no lugar correto. Pode me ajudar?!




Solange 26/08/2016

Uma outra visão
Este livro, além de trazer uma visão diferente, uma visão de dentro do Islã, nos conta a importância de um objeto, que nós não damos muito valor, uma vez que não existe proibição ou censura com relação a leitura de livros.
Enquanto conta a perseguição e as mudanças ocorridas em Teerã, a personagem nos leva a uma viagem pelo mundo da leitura, sob um outra ótica, em função da proibição, costumes e cultura e desperta a curiosidade com relação a diversos títulos.
Uma leitura instigante e reveladora.
Belle 02/02/2017minha estante
Solange, olá! Tenho este livro faz anos, é a terceira vez que começo a lê-lo e desta vez foi. Porém fui pega de surpresa, quando terminei a página 112, a próxima é a 337!!! :'(
Não tenho as páginas 113 a 128, no lugar delas estão da 337 a 352, que estão lá na frente novamente, no lugar correto. Pode me ajudar?!




Ladyce 31/03/2013

Ensinando a ler
Mais do que um livro sobre o Irã pós-revolução, este é um livro que nos ensina a ler. A ler qualquer literatura e faz^-la relevante para sua própria vida. É uma biografia. Biografia de uma professora de literatura que além de dividir conosco detalhes corriqueiros de sua vida, nos mostra como fez com que muitos livros que ensinava fossem relevantes para seus alunos.
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Coruja 09/09/2013

Alguns anos atrás, o pessoal da JASBRA/PE foi chamado para uma entrevista com o Jornal do Commercio e, na ocasião, o jornalista que nos encontrou citou esse livro como sua porta de entrada para o mundo de Austen.

Foi o que bastou para me deixar curiosa, e ele entrou na minha lista de futuras leituras que é algo assim como as histórias de Sherazade (que, aliás, é lembrada na narrativa), que nunca se acabam, mesmo após mil e uma noites...

Lendo Lolita em Teerã é o relato real de uma professora de literatura inglesa no Irã em plena Revolução, no início da década de 80 – uma época bastante perigosa para se ter idéias próprias e pior ainda para ser mulher no Irã.

O livro é dividido em quatro partes, cada qual debatendo um autor: Nabokov, Fitzgerald, Henry James e Jane Austen – e também as experiências de Nafisi como professora tanto na Universidade de Teerã como em aulas secretas e particulares com um pequeno grupo de alunas.

Lembre-me bastante, enquanto lia, de Conversas Sobre Jane Austen em Bagdá. A situação das autoras dos dois livros é muito parecida, ainda que Nafisi fale da década de 80 e da guerra entre Iraque e Irã, enquanto Witwit viva o cotidiano da invasão americana de 2003 ao Iraque.

Os diálogos (emails e cartas) de Witwit com sua correspondente londrina são bastante pessoais e nisso o título do livro é um tanto enganador; Nafisi, por outro lado, se concentra mais naquilo que representa o ‘ler Lolita em Teerã’: a leitura e debate das obras que são analisadas é um ato de revolta, de desafio ao regime autoritário que tenta de todas as formas sufocar qualquer tipo de pensamento independente.

Os debates que Nafisi propõem são excelentes e a reação dos alunos – mesmo aqueles que parecem condenar suas tentativas de ensinar não apenas literatura, mas também senso crítico – é magnífica: o julgamento que se faz de O Grande Gatsby é uma cena quase surreal e demonstra muito bem o poder da palavra, o impacto que grandes obras literárias podem ter; o debate que se segue entre um moralismo ultraconservador e um pensamento mais liberal e crítico demonstra muito bem aquilo que Nafisi quis dizer com essa obra.

Uma resistência literária em que um pequeno grupo se reúne para ler e debater obras proibidas pode parecer muito pouco diante da gravidade dos fatos que a autora apenas toca ao longo de Lendo Lolita em Teerã - se por sorte ou outras questões, o fato é que ela não se expôs tanto quanto algumas de suas alunas e colegas e as represálias que sofre são relativamente brandas em comparação com o que poderiam ter sido.

Contudo, não é pouco o que Nafisi fez. Ela deu aos seus alunos a possibilidade de se fazer ouvir, de conhecer, de criticar. Ela deu esperança e também um exemplo a que aspirar. Em tempos bastante sombrios, ela tentou fazer sua parte, ser um porto seguro, uma réstia de luz. E ao final das contas, para que possa haver revolução, é necessário começar por algum lugar, não?

Então, por que não começar pelos livros?

site: http://owlsroof.blogspot.com.br/2013/09/gazeta-de-longbourn-lendo-lolita-em.html
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