Uma história da leitura

Uma história da leitura Alberto Manguel




Resenhas - Uma História da Leitura


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Valéria Cristina 07/01/2024

Imperdível!
Ler Alberto Manguel é sempre uma experiência ímpar! A erudição desse autor me arrebata.

Nesse livro espetacular, Manguel repassa a história da leitura de forma tão envolvente que não somos capazes de deixar o livro.

Em um amplo espectro histórico, vemos como a forma de ler mudou ao longo do tempo, percorremos bibliotecas, conhecemos personagens insuperáveis e histórias inusitadas.

A narrativa abrange temas como as formas dos livros ao longo dos séculos, a leitura silenciosa, a leitura ouvida, as metáforas da leitura, os furtos de livros, as leituras proibidas entre muitos outros.

Simplesmente indispensável!

Alberto Manguel (Buenos Aires, 13 de março de 1948) é um escritor, tradutor, ensaísta e editor argentino e atualmente cidadão canadense.
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Romeu Felix 24/02/2023

Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
O livro "Uma história da leitura" de Alberto Manguel apresenta uma abordagem histórica e cultural sobre a leitura e seus significados ao longo dos séculos. Com um olhar crítico e poético, o autor se debruça sobre as diversas maneiras como os seres humanos leram e interpretaram textos em diferentes épocas e lugares.

Na primeira parte do livro, intitulada "As primeiras leituras", Manguel aborda o surgimento da escrita e da leitura nas antigas civilizações da Mesopotâmia, Egito e Grécia, bem como a relação dessas culturas com o poder e a religião. Na segunda parte, "As leituras errantes", o autor discorre sobre a leitura em movimento, desde os manuscritos medievais e as bibliotecas monásticas até as viagens de Marco Polo e as expedições de conquista europeias.

A terceira parte, "As leituras verticais", trata da leitura na era moderna, da invenção da imprensa até a era digital. O autor explora a relação entre a leitura e a política, os ideais humanistas da Renascença, a censura e a luta pela liberdade de expressão. Na última parte, "As leituras profundas", Manguel reflete sobre a importância da leitura em nossas vidas, a relação entre a leitura e a memória, a literatura como fonte de conhecimento e prazer, e o papel dos leitores na construção de significados.

Ao longo do livro, o autor destaca a diversidade de formas e significados da leitura ao longo da história, assim como as transformações tecnológicas, políticas e culturais que influenciaram a sua prática. Manguel também apresenta uma visão crítica sobre os usos da leitura, alertando para a manipulação e a instrumentalização dos textos em diversos contextos.

Em resumo, "Uma história da leitura" é uma obra fascinante que apresenta um panorama amplo e erudito sobre a leitura e sua relação com a história e a cultura humanas, ao mesmo tempo que oferece reflexões profundas sobre o papel da leitura em nossas vidas e em nosso mundo contemporâneo.
Por: Romeu Felix Menin Junior.
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Lara Mélo 23/01/2023

Um achado precioso na biblioteca da UFPE
Esse livro é um marco na minha história da leitura por ser o 1º livro que peguei emprestado em uma biblioteca da UFPE após um hiato de mais de 10 anos. O último livro do meu histórico de empréstimos era ?Neve?, de Orhan Pamuk, devolvido lá nos idos de 2011, quando concluí a graduação em Turismo e perdi meu acesso de estudante à biblioteca.
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Voltei à universidade em 2021, mas só fiz meu primeiro empréstimo na biblioteca em junho de 2022, dessa vez como servidora e novamente como estudante, agora na graduação de Design. E, exatamente por ter voltado às salas de aula, não pude me dedicar à leitura do livro de Manguel como gostaria, devido às demandas de atividades acadêmicas, profissionais e domésticas.
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Mas, assim que entrei de férias da faculdade, peguei o livro emprestado de novo. Sempre que sobrava um tempinho, buscava ler pelo menos um capítulo. E, mesmo com tantas citações de datas, lugares e personalidades históricas, minha leitura fluiu bem. Manguel tem um estilo de prosa que, mesmo sem ter os elementos clássicos de uma narrativa, como enredo e personagens, consegue conquistar a leitora e reter sua atenção.
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Das mudanças nos hábitos e suportes de leitura, do livro como instrumento de poder, dos mistérios das traduções até o protagonismo do leitor/da leitora, a experiência de leitura do meu primeiro livro de Alberto Manguel valeu muito a pena. Em nenhum momento tive a sensação de estar lendo um tratado pretensioso sobre a leitura ou um artigo científico pomposo, mesmo tendo em mãos um livro que é resultado de tantos anos de pesquisa sobre o tema.
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Agora que terminei, tenho a sensação de que não absorvi tanto quanto gostaria e, como me acontece muitas vezes, já quero ler o livro novamente ? em parte por causa da nova edição publicada em 2021, com introdução inédita. Mas sempre que penso em reler um livro fico com a sensação de estar cometendo uma injustiça com todos que estão na minha lista de ?Quero ler? e também com aqueles que ainda nem cruzaram meu caminho.
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Então, a estratégia vai ser a seguinte: se, daqui a alguns anos, eu reler os trechos destacados e sentir vontade de refazer o caminho através das seções ?A Última Página?, ?Atos de leitura?, ?Os poderes do leitor? e ?Páginas de guarda?, talvez seja o caso de comprar a nova edição da Companhia de Bolso e ter meu próprio exemplar de ?Uma História da leitura? na estante.
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Por hora, vou me contentar em reler os trechos destacados, que fui deixando registrados no histórico de leitura, e abrir espaço na estante ?Lendo? para o próximo livro? Quem sabe até do próprio Manguel! :D
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Elza.Fatima 05/12/2022

Amei esse livro, a escrita do Alberto Manguel é maravilhosa, Fluida e esse livro é muito interessante fala sobre os hábitos da leitura e a relação do homem com a leitura através do tempo.
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Wagner 10/09/2022

A ADOÇÃO DE ARISTOTELES PELOS ÁRABES
(?) A adoc?a?o de Aristo?teles pelos a?rabes comec?a com um sonho. Certa noite, do ini?cio do se?culo IX, o califa al-Ma'mun, filho do quase lenda?rio Harun al-Rashid, sonhou com uma conversa. O interlocutor do califa era um homem pa?lido, de olhos azuis, de testa larga e sobrancelhas franzidas, sentado como rei em um trono. O homem (o califa reconheceu-o com a certeza que todos temos nos sonhos) era Aristo?teles, e as palavras secretas trocadas entre eles inspiraram o califa a ordenar que os eruditos da Academia de Bagda? dedicassem seus esforc?os, a partir daquela noite, a? traduc?a?o do filo?sofo grego.

In: MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
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Renata.Tavares 07/04/2022

Muito bom
O livro nos leva a um apanhado de histórias sobre a leitura, nos mostra o quão importante é cultivamos esse hábito que causa medo nos políticos e pessoas da alta sociedade.
Quem sabe ler e se dedica a estudar consegui ir muito além.
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Thiago275 07/02/2022

Bastante interessante
Publicado pela primeira vez em 1996, Uma História da Leitura é uma declaração de amor a esse ato ao mesmo tempo mágico e modesto, que pode ser feito de maneira arrebatadora ou mecânica.

Mesclando reminiscências de sua vivência pessoal com histórias pitorescas, Alberto Manguel fala sobre vários aspectos do ato de ler, explicando os processos biológicos e psicológicos envolvidos e mostrando como os modos de leitura foram evoluindo ao longo do tempo.

Além disso, muitas coisas interessantes são discutidas durante o livro, como por exemplo: desde quando ler com os olhos passou de exceção à regra; o hábito de ler para os outros; a forma do livro; bibliotecas do mundo antigo e diferentes formas de classificação.

Ao longo do livro, vemos que Alexandre, o Grande, as mulheres japonesas do período Heian (século X) e um conde italiano que virou inspetor de bibliotecas na França (e roubava livros por onde passava) têm muito em comum conosco: todos nós amamos ler.

Se você é um leitor, provavelmente já foi alvo de olhares estranhos ou de franco preconceito. Afinal, onde já se viu viver com a cara enfiada em livros? A maior lição de Uma História da Leitura é que nós, leitores, não estamos virando as costas para o mundo; tampouco estamos escolhendo os livros em vez da vida lá fora. Ao contrário. Estamos lutando contra as adversidades; estamos exercendo o direito de nos questionar e questionar o mundo; estamos, enfim, em busca de compreensão.

P.S. O livro não é perfeito. Os primeiros capítulos são meio truncados, na minha opinião. Mas melhora muito da metade pro final.
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Stella F.. 28/01/2022

O leitor e sua história
Uma História da Leitura - Alberto Manguel - Companhia das Letras -2004

Cada leitor usufrui da leitura à sua maneira: alguns leem na cama, outros debaixo de uma árvore, outros sentados em uma mesa, outros em pé no ônibus, mas quase todos com o mesmo objetivo de saber onde a história vai dar, se vai haver emoção, intriga, lágrimas, traição, superação. Ficamos empolgados, zangados, com raiva, sentimos empatia e amamos ou detestamos alguns personagens. Mas esse é o prazer da leitura, nos envolvermos com cada personagem que surge, torcendo por ele ou o julgando.

Citando Aristóteles, Virgílio, são Domingos, Jorge Luís Borges, o autor vai nos apresentar a sua história da leitura, que começou aos quatro anos quando descobriu que podia ler. “Aprender a ler foi meu rito de passagem.” (posição 117)

E como o assunto é extenso, deu ênfase a alguns tópicos em detrimento de outros. Tópicos muito bem escolhidos e trabalhados, com embasamento teórico, histórico e curiosidades. Já na introdução sabemos da sua experiência com Borges, em que passou um tempo lendo para o autor, sendo “seus olhos” que já não enxergavam. E dá uma pincelada no que vamos ver ao longo do livro: leitura como privacidade, como viagem para outros mundos, como conhecimento e como essencial, além de assustadora em governos totalitários, e como inveja para alguns que pressupõem que a leitura pode nos tornar “superiores”.

Como se dá a leitura? Quais são os órgãos utilizados? E os sentimentos? Depois de muitos séculos de estudos e muitas descobertas, ainda assim temos dúvidas sobre todo o processo de leitura. “Misteriosamente, continuamos a ler sem uma definição satisfatória do que estamos fazendo.” (posição 593)

Vamos passear pela leitura em voz alta, depois pela leitura silenciosa, pelas grandes bibliotecas, e aos poucos a leitura torna-se privada, fazendo com que o leitor, principalmente as mulheres, possam escolher o que ler, como ler, onde ler. Mas se passam séculos e ocorrem muitas transformações antes. “Na verdade, ele [Santo Agostinho] estava vendo uma multidão de leitores silenciosos que ao longo dos séculos seguintes iria incluir Lutero, Calvino, Emerson e nós que o lemos hoje.” (posição 824)

Memória; aprendizado; leitura bíblica e suas transformações ao longo dos séculos; pinturas em paredes e depois transferidas para vitrais; impressão de imagens em livros, livros em atris da igreja para o povo iletrado entender o sentido da celebração; leitura ouvida como instituição em Cuba, tornando-se comum ao longo dos séculos, inclusive leituras públicas realizadas por escritores, que sentiam o termômetro de sua obra recém escrita; os diferentes formatos dos livros e seus materiais como pergaminho, argila, velino, até os dias atuais, e o surgimento da impressão, que modificou toda a maneira de produzir e ler livros. Surgimento de livreiros e o livro como posse, podendo ser deixado como herança, sendo um patrimônio para poucos por muito tempo, o que levou a um surgimento maior de bibliotecas nas casas de família. Leituras na intimidade e a intuição de que cada livro a ser lido pede um tipo de ambiente, e a cama terá uma função social, quanto mais bonita e adornada, mais será utilizada para leituras, podendo até ser partilhada com outros leitores ao mesmo tempo. Vai tratar também do livro como metáfora, onde nós leitores saboreamos um livro, ruminamos um texto, e há quase uma simbiose entre livro e leitor, um entrelaçamento. Vamos conhecer a evolução da escrita e o papel fundamental do escriba; sabemos um pouco da Biblioteca de Alexandria, e dos muitos modos de organização de bibliotecas; profecias e leitura única da Bíblia; produção de literatura intramuros, já que é proibido a mulheres lerem alguns livros, elas passam a produzi-los; livros confiscados e queimados pela Revolução Francesa e um importante bibliófilo que roubava livros; leituras públicas e traduções. Ao final vai falar dos óculos, sinônimo de intelectualidade e muitas vezes visto com preconceito como se quem os usasse fosse arrogante, e como aos poucos os óculos vão entrar nas imagens como símbolo de sabedoria.

Manguel vai nos falar de Santo Agostinho (Introdução), Borges (Introdução), Colette (Leitura na Intimidade), Kafka (A Primeira Página Ausente), Dickens (O autor como Leitor) e Rilke (O Tradutor como Leitor), entre outros. Histórias importantes ligadas a determinados assuntos tratados, principalmente a seus papéis como leitor.

Recomendo! Livro maravilhoso, em linguagem acessível e bastante didática.
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Cassionei 15/11/2021

Sobre a arte de ler
"Como conseguia transformar meras linhas em realidade viva, eu era todo-poderoso”, escreve Alberto Manguel, sobre o momento em que descobriu que sabia ler. O relato está em Uma história da leitura, que a Companhia das Letras relança agora pelo selo Companhia de Bolso, na tradução de Pedro Maia Soares.

O escritor e bibliófilo argentino, naturalizado canadense, entende muito da arte da leitura. Além de escrever várias obras sobre o ato de ler, ele tem no currículo a experiência de ter sido contratado para ser, digamos assim, os olhos de ninguém menos que Jorge Luis Borges, cumprindo, durante anos, o papel de ler para o grande escritor que estava ficando cego. “Jamais tive a sensação de apenas cumprir um dever durante minhas leituras para Borges; ao contrário, era como se fosse uma espécie de cativeiro feliz.”

A viagem histórica da leitura começa com a descoberta, na Síria, de duas placas de argila com entalhes representando animais e um número, datadas de quatro mil anos antes da nossa era, até chegar aos estudos de neurolinguística, que tentam explicar a complexidade da relação cérebro e linguagem. Como a percepção se torna leitura? “Como o ato de apreender letras relaciona-se com um processo que envolve não somente visão e percepção, mas inferência, julgamento, memória, reconhecimento, conhecimento, experiência, prática?”

No meio da viagem, mais precisamente na Idade Média, nos deparamos com o espanto de Agostinho – para quem “a palavra falada era uma parte intrincada do próprio texto” –, ao ver o bispo Ambrósio lendo silenciosamente e não em voz alta, como era de costume. “Olhos perscrutando a página, língua quieta: é exatamente assim que eu descreveria um leitor de hoje”, afirma Manguel. Mesmo com a necessidade que temos de compartilhar nossas leituras, seja através de saraus, contações de histórias ou debates, a melhor forma de ler é no silêncio e na solidão.

Nas demais estações da viagem, Manguel aborda as formas de aprender a ler, os lugares onde podemos apreciar uma leitura, os livros proibidos, a leitura de imagens, o roubo de livros, etc. Ficamos sabendo que Franz Kafka, autor de A metamorfose, era funcionário de um instituto de seguros e roubava “tempo do seu trabalho para se deixar absorver pelo livro que tivesse consigo”; também conhecemos a intimidade de alguns leitores-escritores, como Geoffrey Chaucer, que gostava de ler na cama; e, por fim, somos lembrados que Laurence Sterne e Julio Cortázar, ao escreverem seus romances, deram um enorme poder a quem lê, os “livros deixados abertos para a construção do leitor, como uma caixa de Legos”.

Podemos dizer que o leitor também é um criador, um artífice. Se o escritor utiliza a palavra como matéria-prima e a transforma em obra artística, o leitor, da mesma forma, cria, a partir das palavras disponíveis nas páginas dos livros, novos sentidos para o texto, muitas vezes bem diferentes dos sentidos pensados pelo autor. O texto, em princípio, é apenas silêncio e só se transforma em arte “quando rumoreja/o sopro da leitura”, como escreveu o poeta Ferreira Gullar. Por isso, leitor, abra os livros, como o de Manguel, leia-os e se metamorfoseie num artista da leitura, fazendo companhia a Borges, Agostinho, Kafka, Sterne, Cortázar…

site: https://cassionei.blogspot.com/2021/09/alberto-manguel-na-minha-coluna-do.html
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Anna intimista/yt 15/05/2021

Favorito??
Encare este livro como um passeio a uma biblioteca, onde você encontra outros apaixonados por conhecimento. Manguel, não te conhecia, mas já te considero pacas?. Leitores este é um livro obrigatório em sua estante?.
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Elias.Fernando 12/04/2021

A importância da leitura e sua história
História da leitura é um livro que não pretende ser um livro tipicamente de divulgação histórica, não possui uma escrita científica ou fala exaustivamente dos processos no decorrer da história em que a leitura era protagonista. Foi uma leitura artística, ao contrário do que imaginava. É um texto belíssimo que faz mais do que falar sobre como a leitura
se desenvolveu, cresceu e se difundiu no mundo. Fala apaixonadamente sobre o que é ler, fala sobre como outros escritores e leitores viam a leitura e o processo de escrita em suas épocas. O autor consegue passar a importância que a leitura tem para o desenvolvimento social, histórico e individual. Recomendo.
CleuzaFaustino 12/04/2021minha estante
Oi, Elias, vc tetia interesse em vender esse livro?


CleuzaFaustino 12/04/2021minha estante
*teria


Elias.Fernando 12/04/2021minha estante
Não tenho o livro físico, leio geralmente em e-book. Vc consegue baixar facilmente na internet, se não for contra essa modalidade kk. Se quiser posso enviar até o link


CleuzaFaustino 12/04/2021minha estante
Ah sim obrigada! Agradeço se vc mandar o link, mas mesmo assim vou continuar procurando o livro físico, gosto de papel rsrs



CleuzaFaustino 12/04/2021minha estante
Obrigada, Elias! :)





Locimar 23/08/2020

Espetáculo de passeio pela história da leitura. Completo!
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Manuela do Prado 03/08/2020

Um leitor nunca está sozinho.
Este livro me surpreendeu sobre tudo quanto eu estava esperando. Alberto Manguel simplesmente destrincha, de fato, a história da leitura: o tornar-se leitor, o ser leitor e quais as relações que o simples ato de ler implica na construção do sujeito e sociedade. O livro é divido em quatro "macro secções":
1) "A última página", onde Manguel explana de forma muito intima e particular o seu processo de tornar-se leitor e como o ato de ler modifica a estrutura de toda uma conjuntura social; aqui ele faz uma abordagem histórica bastante analítica da forma como uma civilização letrada lida com seu próprio passado e conjuntura moral, ou seja, como a comunicação e registro por pequenos símbolos altera as formas de leitura no e do mundo.
2) "Atos da leitura" - O aprender a ler como uma espécie de rito de passagem na vida do indivíduo: Existirá um "eu" antes de aprender a ler, e existira um "eu" diferente depois, mas no que isso implica? Alberto traceja esse processo expondo os primeiros estudos sobre o sentido da visão, albergando aqui o potencial neurolinguístico cerebral, e estendendo este tópico a importância da memória na vida do leitor, às diferentes formas de leitura, os diferentes modos de aprender a ler (transição do ator de ler: ação pragmática x pensante), bem como a existência de distintos objetos e potenciais de leitura que estes despertam: Uma imagem, um audiobook ou um livro lido por um terceiro.
3) "Os poderes do leitor": o que permeia a intimidade de quem lê com tanto afinco? O que há de irresistível, acolhedor e único no ato da leitura? o autor como leitor ou o tradutor como leitor tem esse ato desprovido de algum prazer dado o mister que seguem? O que pode haver de tão especial em leituras proibidas ao longo da história do humanidade? Tudo destrinchado com muita maestria pelo escritor- o sentimento é de acolhimento e representatividade, pois vamos nos encontrando em cada pedacinho de resposta a estes questionamentos durante a leitura.
4) "Páginas de guarda", essa ultima secção me passou a sensação de serem memórias, reflexões e desejos que mediaram o processo de escrita do livro. Simplesmente acabamos notando que não há um desfecho para "Uma história da leitura": é uma obra que funciona como livro de apoio para outras leituras, que funciona como uma espécie de "psicanálise de todo leitor", que sempre que relido nos ensinará algo novo!
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Colenci 30/09/2019

Um delicioso passeio pelas várias histórias da leitura!
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