Resenhas - Atos de Amor

Luciano Luíz 01/12/2016

Sabe aqueles romances de banca?! Costumeiramente chamados de mamão com açúcar?! Pois bem, eles já foram muito, mas muito muitíssimo melhores. Hoje você vai na banca e encontra pilhas desses livros de bolso sempre com aquelas mesmas capas de moças e rapazes com trajes que lembram diversas eras da história, e são estupidamente chamados também de romances de época... Vários deles ocorrem em pleno século 21 e são escritos em 99% dos casos por mulheres. E a verdade seja dita, são textos simplórios, como redações escolares, nada de extraordinário. E geralmente é sempre a mesma merda: mocinha xonada pelo cara másculo. Rola sexo e depois vem repetição e mais repetição. Não há algo realmente que faça a mente trabalhar num nível mais avançado.
Porém, assim mesmo esses livrinhos trazem a vantagem de popularizar a literatura e assim os leitores casuais (ou mesmo viciados nessas obras) podem acabar conhecendo outros autores e títulos completamente diferentes.
No entanto nas décadas de 1970, 80 e meados de 90 apareceram muitos romances de banca bem interessantes. Aliás, muitos deles eram livros famosos ou desconhecidos. Era facinho de achar Christine de Stephen King (com a melhor capa já publicada no Brasil, pois era uma das originais americanas), A Hora do Vampiro (hoje, Salem, do mesmo autor), O Iluminado e mais um monte de outros gêneros, mas citei estes três porque são realmente grandes obras.
Só que teve um com o pomposo título de ATOS DE AMOR, de ELIA KAZAN, um autor de cinema, teatro, e claro, romancista. É um daqueles livros que compensa ler na única (se não me engano) edição que saiu em Terra Brasilis em papel jornal. Um catatau com um enredo basicamente comum, mas com ótimas conversas e as cenas de sexo são da mais alta qualidade. Ali da pra sentir amor, ódio, paixão, desejo, tesão, as ações dos personagens são mesmo convincentes e os leitores mais apurados vão perceber isso logo no início que felizmente vai com essa qualidade até o final. É um livro que está muito além do que se vê em bancas nos dias presentes. Seria ótimo se fosse relançado.

Nota: 10

L. L. Santos

site: https://www.facebook.com/LLSantosTextos/

Bela.Ferrari 31/07/2023

As várias faces de uma mulher
Ethel era uma mulher de muitos amantes, nunca negou o fogo que habitava dentro de si mas sempre se sentia incompleta e buscava dentro de cada amante a oportunidade de se redimir e completar o que lhe faltava, pensou ter encontrado em Teddy a oportunidade de se tornar uma "mulher recatada", o que obviamente não aconteceu.
O que a fazia ser tão persuasiva era sua sensualidade e habilidade de conquista, até o próprio sogro caiu em seus encantos. O que ela não sabia é que tanta libertinagem também a levaria para a sua perdição.

Jéssica 18/04/2018

Machista e doente.
De cara podemos ver o patriarcado. A forma machista como a mãe é tratada, e como o filho se refere as mulheres. Mas no início pensei... esse livro é antigo, portanto retrata costumes antigos. Mesmo assim o início já é revoltante. Já nas primeiras páginas fiquei incomodada. Quando li frases como - vou ligar para ela, para dar as instruções do dia. Ou, moças americanas são para prazer, moças gregas para formar família. Quase infartei.
Ou quando o pai grego pergunta sobre a vida amorosa de sua nora antes de conhecer seu filho. E fica chocado que ela já teve alguém antes do filho. Quando ela responde que o noivo já foi noivo de outra e que teve várias namoradas, logo nenhum deles é puro, o sogro responde: - com homem é diferente. A coisa é diferente. Ele não pode conter-se. Se fizer isso adoece.
Parei de ler, e tive que lutar pra retomar leitura. Depois de retomar logo já passo raiva novamente, Com o pai dizendo que ia em um bar de matutos e fazia de suas mulheres de escravas sexuais.
Comentários sobre o graçom, que não gosta de garçom cabeludo, pq podem derrubar piolhos quando se curvam. ????? gostam de crioulo com cabelo raspado. Santa ignorância. Quanto preconceito em um livro só.
Mas o pior de tudo, não é a confusão psicológica que a personagem feminina vive, nem sua vida sexual confusa. Mas sim, a relação com seu pai e posteriormente com o sogro. No fim, o sogro mata sua nora, e toda a culpa é jogada nela. Como se ela tivesse de alguma forma obrigado ele a ter os sentimentos sexuais e o amor que ele nutriu por ela.
Tinha prometido o livro para uma colega. Mas pela primeira vez na vida, joguei um livro fora.

Wilton 16/03/2013

É a história de Ethel. Ela é uma moça inconformada por não ser filha legítima. Além disso, seus pais adotivos satisfazem todos os seus desejos materiais, são coniventes com todos os seus caprichos, suportam as suas agressões, mas não lhe dão o essencial numa família: calor humano. Procura este calor humano entregando-se a relacionamentos amorosos inconsequentes. Não conseguiu levar com seriedade o casamento com o jovem e equilibrado Teddy. Seu fim violento é o cororário de uma vida agitada e sem controle. Adotou como família os seus sogros porque eles se importavam, ao seu modo, com ela. Por isso, sempre procurava o sogro que estava sempre preocupado com o seu bem estar interior, estando disposto até a matar por ela.

Patricia 20/11/2012

Atos de Amor (Elia Kazan)
Elia Kazan é um autor denso, que mais uma vez traz um livro complexo, repleto de tramas e reviravoltas, mas com um final previsível.