Viagem a Portugal

Viagem a Portugal José Saramago




Resenhas - Viagem a Portugal


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Sleifer 26/11/2022

Viagem a Portugal: uma simples opinião.
Nesta obras o autor percorre Portugal de norte a sul esboçando sua opinião sobre monumentos e locais emblemáticos da história e cultura portuguesa.
Junto com Saramago ou o Viajante, como o autor se intitula, o leitor é levado a convencer a verdadeira face de uma Portugal interminável mas descrições do autor.
Com o Viajante somos apresentados a inúmeros locais emblemáticos como o Rio Douro, que faz fronteira entre Portugal e Espanha; o Vilarinho de Samardã; o Castelo de Monsanto; o Convento de Tomar com a sua Charola que segundo as palavras do autor "exótica forma octogonal, com uma expressão plástica perfeita do santuário...". Viajamos pela Igreja de São Quintino, pelo Litoral de Nazaré; O Convento de Mafra; Coimbra.
Neste livro em que a própria Portugal é o personagem principal Saramago, atravéz de sua narrativa diferenciada faz o leitor pensar, "se fosse visitar Portugal por onde eu começaria ?"
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Toni 28/08/2018

Um grande epílogo à obra de Saramago
Não teria sido possível haver um Saramago sem Portugal. Portugal, todavia, não merece o Saramago que teve. Já me explico: à exceção da Casa dos Bicos que virou a fundação que leva seu nome, a memória do escritor ainda não chegou às ruas, praças, ao coração do povo português. Não obstante, é muito difícil andar por Portugal e não reparar na dicção, no fraseado de sons e pausas, no barroquismo de uma linguagem que se desdobra em volutas sobre si mesma (como as ruas de Lisboa) e que se tornaram marca do estilo do autor. Irônica e teluricamente, a cultura e o espírito de Portugal estão entranhados em sua escrita e não há cara feia de carola que consiga arrancar isso dos ares portugueses.
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Viagem a Portugal é um relato de viagens (perdoem a obviedade). Foi lançado originalmente em 1990 numa versão com fotografias e reeditado, apenas texto, em 1995. Imbuído de um forte humanismo desmistificador, o Saramago viajante se esforça em não apenas ver, mas estar nos lugares, imaginar “que homens e que mulheres suportaram o peso das muralhas, que palavras foram gritadas de uma torre a outra torre, que outras murmuradas à boca da cisterna”. Para o escritor, “viajar é descobrir, o resto é simples encontrar”, diferença que distingue o viajante do turista, que via de regra visita aquilo que já conhece por fama ou fotografia. Viajar é, portanto, um exercício que exige consciência incômoda, imaginação e, sobretudo, entusiasmo para permitir que a experiência invada todos os sentidos, afinal, “é viagem o que está à vista e se esconde, é viagem o que se toca e o que se adivinha”.
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O mais curioso, no entanto, é encontrar a ternura e o respeito que invadem o viajante diante de cada rua, monte, rio ou monumento, sejam castelos, ruínas ou igrejas e, nestas últimas, seus altares, púlpitos, pinturas, entalhes, painéis de azulejos, claustros. Aqui, a cultura sacra não impressiona o viajante por sua carga religiosa (que nesses méritos o escritor ateu já deu suficientes mostras de desaprovação), mas pelo interesse naquilo que resiste de humano na pedra das colunas, no mármore dos santos, na pincelada das abóbadas. O suor de quem carregou pesados blocos de arenito, as angústias de quem modelou as faces de um Jesus crucificado, os calos nas mãos daqueles que deram o sangue por um retábulo cheio de querubins, a vontade de vencer a morte que se exprime nos arcos em ogiva das catedrais.
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Apesar de sua posição a meio caminho, Viagem a Portugal é o grande epílogo à obra de Saramago. Uma bela lição de humildade e admiração pela história e a história de seu povo, terno sem ser conivente, apaixonado sem deixar de ser crítico. Precisa ser lido e apreciado com vagar, seguindo aquele livro dos conselhos que epigrafa o Ensaio sobre a cegueira. É, ainda, uma bela lição sobre o olhar, que demonstra que para entender o mundo todos os sentidos são necessários, e talvez ainda assim não cheguem. Como diz o viajante a certa altura, há visões que requerem as palavras todas e, estando todas ditas, mostram como tudo ficou por dizer.
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Veri 29/06/2022

Viagem no tempo
Acompanhar Saramago no começo do livro foi puxado. Quase desisti. O texto é muito descritivo e eu tive dificuldade de prestar atenção em tantos nomes e tentar imaginar, muito esforço.

Então resolvi acompanhar o livro com o Google Maps. Primeiro era para saber onde ficava a cidade que ele visitava, mas aí vi que cada lugar também tinha fotos.

E foi como viajar com Saramago, no banco do passageiro. Maravilhoso!
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Julio 27/09/2013

Excelente (a versão ilustrada)
Li primeiro a versão sem fotos, da Cia. das Letras. Esta edição é uma boa leitura, mas nada que se compare à edição ilustrada.

Na edição ilustrada, as fotos dão outra dimensão à leitura. A viagem é feita não somente com a imaginação, mas com as imagens reais dos lugares por onde Saramago passou.

Não é uma edição fácil de encontrar mas, se conseguir, vale a pena tê-la.
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Julio 27/09/2013

Ótima leitura
É um bom livro, bem escrito como todos os de Saramago são.

Nesta versão sem fotos, a imaginação tem que ser companhia da leitura. O Google também ajuda ;-)

Se for possível, leia a versão ilustrada, que é simplesmente incrível.
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Otavio Contente 21/06/2019

Viajar é preciso
Após ler Viagem a Portugal, temos uma aula sobre viajar. Entendemos a grande diferença entre o turista e o viajante. No papel deste último Saramago nos faz refletir sobre história, filosofia, arte e geografia. O olhar e a percepção sobre os lugares mudam, por mais conhecidos que estes sejam.
Não é de forma alguma uma leitura fácil, para quem nunca teve contato com as obras de Saramago não é uma leitura indicada.
Se você se decidir por começar a ler, saiba que sua percepção irá mudar e tenha a certeza de que você deixará de ser um turista para ser um viajante.
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Brauns 06/07/2011

Um Saramago complicado
Esse livro é mais indicado para os fãs de Saramago. Se você quiser começar a ler o autor sugiro fortemente para que NÃO comece com este livro. Sinceramente, tem uns momentos que o excesso de idas a igrejas e restaurantes chega a irritar. O que salva o livro são algumas reflexões de Saramago sobre temas sortidos, mas no geral é uma obra maçante. É difícil escrever isso sobre um escritor que você admira, mas a verdade é que a ideia de Viagem a Portugal poderia ter sido desenvolvida de uma maneira mais dinâmica ou para falar o bom português, menos chata.

ig: rafamedeirosmartins 08/09/2016minha estante
Discordo. Por primeiro, não se trata de romance. Está numa outra catalogação, e ainda assim transita de forma admirável pelas mãos de qualquer tipo de leitor. Milhares viram o que ele viu, mas ninguém relataria da forma como foi posta no livro.
Um de meus favoritos, e resolve muito bem o que genuinamente é viajar.




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