Palomar

Palomar Italo Calvino




Resenhas - Palomar


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Alassë 24/04/2021

Um livro em intensa gradação
As descrições da primeira parte parecem modorrentas a princípio em suas observações dos elementos externos da natureza; a segunda parte começa a revelar-se um estudo antropológico da relação humana e dos animais. O grande ápice é a terceira parte, na qual Palomar inicia uma indagação existencial poética e lógica.

"Cada um é feito daquilo que viveu, e isso ninguém lhe pode arrancar. Quem viveu sofrendo, permanece feito de seu sofrimento; se pretende subtrair-se a ele, já não será mais o mesmo."
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João Marques 19/07/2009

território sagrado.
O Senhor Palomar, por entre suas escassas e riquíssimas páginas, extende-se num ofício amador de dissecar e analisar filosoficamente o ser humano e o mundo em que vivemos.

O mar, uma mulher de topless na praia, um gorila albino no zoológico, um casal de passarinhos em seu quintal, um momento na fila de um mercado...

Nada escapa de de seu prisma singelo, de sua percepção extremamente peculiar, de sua filosofia instinstiva, sutil, divertida, amadora e retalhadora de tudo e todos à sua volta. Palomar de fato beira aqui e ali à ingenuidade cômica e, quase sempre sem o perceber, tateia o sublime.

O sublime que se esconde em um pedaço de queijo, em um feixe de luz, em uma girafa correndo ou mesmo no acasalamento das tartarugas.

Palomar para mim é isso, um livro sublime. Ouro puro. Capaz de, tendo em mente um simples par de sandálias do mesmo pé (que lhe venderam errado), transcender as barreiras do tempo e do espaço que limitam a vida e todo o relacionamento humano - e o faz com meras 2 páginas despretensiosas, de uma forma simples e singela, como quem filosofa escovando os dentes ou lavando o rosto pela manhã.

Palomar é um senhor que sem saber brinca de esconde-esconde com Deus.

Na Bíblia, no livro de Êxodo capítulo 3, Deus adverte a Moisés: Desfaça-se de suas sandálias, pois a terra em que estás é sagrada.

O senhor Palomar, por sua vez, desastrosamente desenterra o sagrado de tudo aquilo que nossos olhos automaticamente banalizam...

Fica então a advertência:

- Prepare-se pra se desfazer eternamente de suas sandálias.
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Ggigold 07/08/2020

Comecei achando que ia ser incrível como um leitura de Lispector, porém a narrativa logo fica arrastada. Palomar é um homem que pensa muito sobre o mundo e sobre as situações das mais banais a observação de um camaleão e sua barriga.
O livro tem umas observações interessantes mas nada que te prende e te faz querer saber mais sobre o sr. Palomar e suas indagações.
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annikav.a 27/04/2024

O verdadeiro pessoas normais
Entendo a importância das observações e indagações existenciais presentes uniformemente ao longo do livro (as minhas favoritas estão no histórico), mas honestamente minha experiência foi bem morna. Sabe aquele post "homens vão anunciar como se fosse a coisa mais genial do mundo uma observação sua que uma menina de 11 anos teve numa tarde de domingo"? Então. Esquecendo um pouco a enunciação pretensiosa, o senhor Palomar é um sujeito absolutamente médio, o que faz sentido para os temas, mas por isso não deixa de me parecer estranho o foco obsessivo nos pensamentos abstratos e dedutivos. Dito isso, a escrita do Calvino é consistente e muito rica nas suas descrições (valeu a pena a leitura por isso). Pessoalmente, vou continuar lendo os trabalhos mais bem-humorados dele, desse tipo aqui eu tô fora ?
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Cibele 11/05/2020

Personagem chato
Um dos personagens mais chatos de Ítalo Calvino. Embora a percepção possa ser a de que o propósito do autor era exatamente esse, isso torna a leitura um tanto entediante e cansativa.
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Tamira 04/06/2020

Um livro essencial para se olhar de forma mais analítica para os espaços e objetos que compõem a nossa existência e a pesquisa literária.
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Wesley Santos 21/09/2022

Bom, mas nao gostei!
O libro tem vaeoas reflexões incriveis qie me deixaram pensando por muito tempo e volta e meia voltam na mente, porem o livro tem um ritmo arrastado, e. Muitas partes que forma extremamente desinteressantes pra mim, então eu gostei do livro! É bom! Mas nao gostei kkkkkkkkkkkk gostei mas nao gostei, e é isso. Leiam, vale a pena pelas partes boas :)
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Christian 14/06/2012

Pluma que sustenta o peso do mundo
Uma primeira resenha para um primeira leitura, decerto não a última, pois um livro desta natureza muito tem para ser observado, pensado, analisado. Não sendo absoluta, não é resenha definitiva; aproxima-se mais de uma compilação de impressões, registradas na ordem em que faíscam na mente. Provavelmente seja obscura demais, de pouco sentido, coesão e coerência, limitada a arranhar apenas a camada mais exterior da obra.
Palomar nos introduz um personagem homônimo que se dedica a enxergar minúcias despercebidas ao olhar frenético e rápido da modernidade nas coisas aparentemente triviais ou não do mundo; ele sonda significados ocultos no universo, tentando ordenar a realidade fragmentada, tirar algum apoio sólido do abismo onde reina o caos. Se não é um alter ego, Palomar está muito próximo de ser o próprio Ítalo Calvino. Transparece a figura do escritor atormentado por perguntas que não consegue entender completamente; levanta muitas possibilidades.
O livro a princípio não é animador, devido ao enfadonho primeiro capítulo geométrico, de uma descrição lógica, repleta de termos técnicos retirados de ciências exatas que irrita. Conforme transcorrem as páginas, o livro vai adquirindo mais complexidade, vai aumentando a desordem até chegar no ponto comum a todos - a morte: Não importa se do próprio protagonista. Desprovido de qualquer ação, a obra se sustenta na inteligência de suas reflexões, de uma descrição pouco complexa mas bastante eficiente e visual - salvo algumas passagens -, ao contrário dos assuntos que trata. O estilo de Calvino permanece leve, como sempre, há até o seu característico humor a princípio, que vai desaparecendo. Como nunca o autor aparece na figura do escritor empertigado, curvado sobre si e de olhos atentos ao redor, que investiga a si, investiga a natureza, o universo, o gênero humano.
Foi o último livro de Calvino, e aponta suas reflexões em idade mais ou menos avançada, cuja única leveza é o estilo, o cuidado na escolha do vocabulário, pois a matéria sobre a qual discorre é pouco flutuaria se atirada da janela, como se a pluma errando pelo ar, carregasse o mundo e seu peso.
Talvez o modo meio abrupto em que o livro termina signifique o que surge em um de seus pequenos capítulos-contos: o território insondável que a linguagem esbarra, limite decorrido da incerteza perene sobre si, sobre os outros, sobre opiniões formadas ou não, conceitos.
Há, sem dúvida, questões dignas de atenção neste livro, cuja compreensão mais aprofundada requer mais que apenas uma rápida - de certo modo - primeira leitura.É como diz o próprio Calvino: apenas após ter captado a superfície é possível lançar-se ao profundo; todavia, a superfície é inexaurível.
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ElisaCazorla 29/01/2016

O Prazer está em Pensar
Palomar é um observador. Mas, não um observador qualquer. Ele consegue tecer frases belíssimas e estabelecer uma relação com grandes questões filosóficas sobre a vida enquanto observa as coisas que estão ao seu redor.
Particularmente, eu gostei muito do capítulo dos queijos, do gorila e os dois últimos capítulos.
O livro é belíssimo. Leve e intenso. Levanta questões interessantes e nos estimula a tentar enxergar o comum e rotineiro como algo incrível!
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Ana 08/01/2019

Palomar é uma meditação, uma contemplação do universo e de si mesmo, genialmente temperada com um humor meio clown. Como não criar carinho e querer abraçar o Sr. Palomar, tão concentrado, tão analítico nos seus pensamentos, mas tão estabanado no seu estar no mundo?
O livro foi pulicado em 1983, sendo um dos últimos do Calvino (que morreu em 1985). Pode-se imaginar o quanto a sua escrita está lindamente construída nessa altura, considerando o maravilhoso Cidades Invisíveis, escrito anos antes.
Palomar é dividido em vários capítulos curtos, cada um sobre um aspecto do mundo que o Sr. Palomar observa a partir de um ponto de vista sempre colocado, como o observatório astronômico que lhe dá nome. Apesar dos muitos capítulos, ele pode ser dividido em três partes principais: aquela em que Palomar observa o mundo físico, outra em que observa a sociedade, e a terceira, em que observa a si mesmo.
Miguel.Angelo 16/05/2019minha estante
porquê a sociedade no 2 capitulo??




Mia 17/08/2021

Mágico
Descrições lindas de um imaginário existente, como pequenos quadros ou fotogragias que podemos ler.
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