No zênite

No zênite Duong Thu Huong




Resenhas - No Zênite


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San... 16/02/2014

O livro descortinou todo um universo desconhecido por mim, onde os costumes, as crenças e a rotina da vida são completamente diferentes dos meus. A descrição das regiões e dos costumes é bem pormenorizada e há uma incontestável veia poética na narrativa, que aprecio bastante. A época é conturbada no Vietnã e a história de um povo se mistura com a de seu presidente, Ho Chi Minh. Só não dei uma nota maior ao livro por conta das histórias que permaneceram inconclusivas, deixadas aos caprichos da imaginação do leitor.
Nalaura 29/01/2021minha estante
Apesar de o seu comentário ter sido feito sete anos atrás, você descreveu exatamente o que eu senti ao ler o livro! É uma obra fascinante, mas que deixa a desejar por deixar esses espaços "abertos" por assim dizer. Apesar disso, uma leitura muito enriquecedora.




Bruna 11/09/2015

No Zênite da escritora vietnamita Duong Thu Huong.
O livro conta a história de um presidente Ho Chi Minh e Xuân, uma jovem e bela moça humilde, mãe de seus filhos. Um romance proibido pelo sistema opressor e comunista de seu país, e por sues ministros , pessoas essas de sua confiança, escolhidas por ele para serem seus aliados, mas que fizeram tudo para impedir que um velho presidente pudesse viver junto ao amor de sua vida.
Infeliz com sua condição, separado dos seus filhos e de sua mulher, impedido de conviver com eles, vivendo angustiado e infeliz, se tornando um espectador de sua própria vida, um boneco de fantoche nas mãos do seu governo; porém o final dessa história proibida é trágica, e o presidente traído pelos seus ministros tem que pagar um alto preço.
O livro intercala outras histórias do vilarejo, retratando o cotidiano de pessoas vivendo entre guerra e repressão, conflitos familiares e subserviência, essas histórias ficam inconclusas deixado o final a cargo da nossa imaginação.
O livro tem partes maçantes que logo se perde, perante a profundidade da leitura que a autora coloca os leitores, indagações sobre a inutilidade da guerra por poder, o descaso sobre o ser humano, e a inconsistência de argumentos que a mantém.
Um bom livro.
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Vanessa 26/10/2015

No zênite, de Duong Thu Huong
Esse livro renderia facilmente um filme ou uma novela pela riqueza do conteúdo e dos personagens. A construção do enredo, a distribuição dos capítulos, tudo faz a história permanecer interessante. Em suas 550 páginas, não há momento em que a história arrefeça ou no qual a escritora se alongue demais. E ao mesmo tempo em que as coisas acontecem, recebemos ensinamentos morais e reflexões de uma grande sabedoria.
Há uma frase no livro que diz muito sobre toda essa narrativa: “há um tempo para sonhar, um tempo para amar, um tempo para odiar”. É o que lemos aqui. Através de todos os personagens vemos histórias de ambição, sonho, amor, amizade, traição, vingança, felicidade, abnegação, decepção, enfim, toda uma gama de sentimentos e toda a angústia do ser humano. E não são elementos esparsos, mas intimamente relacionados. Tudo está conectado. E tudo sempre gira em torno do amor, em qualquer de suas formas e qualquer que seja o seu destinatário (algo ou alguém).
Os personagens se dividem em núcleos que acabam se integrando no decorrer da narrativa. E o personagem principal é o Presidente. É sempre assim que o chamam, não há um nome para ele no livro, e essa despersonalização faz todo sentido.
O Presidente está em constante autojulgamento. Decepcionado com o resultado de sua criação, ao ver que o ideal sonhado tornou-se um troféu de guerra, e que por esse sonho fez escolhas martirizantes, ele não encontra paz no fim de sua jornada.
Frequentemente tem visões com quem debate suas angústias, culpas, medos e, especialmente, suas escolhas. Às vezes se trata dele mesmo em outro momento da vida, às vezes é o ditador chinês Man mostrando todos os “erros” cometidos, e outras vezes é seu grande amor, perdido para sempre.
E no decorrer da história do seu povo, da luta do movimento da Resistência e da própria vida do Presidente, vamos conhecendo outros personagens complexos, como o amigo leal Vu e sua esposa Vân (não tão leal), a interessantíssima família do lenhador Quang, a solitária Vui, o ambicioso e desmedido Sau, entre outros.
Todas as histórias são ricas e se conectam perfeitamente. É uma leitura longa, mas muito válida.
Por toda a narrativa sentimos que o Presidente busca uma forma de redenção antes de seu fim, uma forma de contornar as consequências e orientar seu povo, pois não se conforma com o fato de que seu sonho de democracia se transformou em uma nova ditadura.
Mas, como o próprio livro diz, “cuidado, a história não é escrita apenas uma vez, como um epitáfio gravado em um túmulo. ”

Aos que se aventurarem, desejo uma boa leitura.

Um abraço,
Vanessa Correia
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Fábio Valeta 27/10/2015

A primeira coisa que me atraiu a este livro, foi o fato de ser escrito por uma autora Vietnamita (nunca havia lido nenhum autor do Vietnã. Até onde me lembre, foi a primeira vez que vi um livro de um autor desse país), além de ter com um dos principais personagens a figura de Ho Chi Minh, embora este nome não seja usado uma única vez durante toda a obra.

Tratado apenas como “o Presidente”, Ho Chi Minh é retratado no final de sua vida. Doente e isolado em um templo nas montanhas. Constantemente vigiado pelo alto-escalão do governo revolucionário que ele mesmo ajudou a criar e despido de todo e qualquer poder que algum dia chegou a ter. O “Pai da Nação”, como também é conhecido passa seus dias praticamente em uma prisão da qual não pode sair por ordens médicas, sendo que o que mais houve dos soldados é que seus desejos podem lhe causar mal. Na monotonia de sua prisão, ele rememora sua vida, e principalmente seus arrependimentos, focados principalmente no amor de sua vida: uma mulher bem mais jovem e mãe de dois filhos, brutalmente assassinada anos antes pelos mesmos aliados que agora o mantém isolado de tudo e todos.

O livro traça a história de vários personagens que de uma forma ou de outra se relacionam com o Presidente em algum momento. Seja do lenhador que sofre um acidente que o desperta logo na primeira página do livro até seu melhor amigo e única pessoa em quem ele ainda confia. O tempo todo misturando passado e presente.

Apesar do papel central que Ho Chi Minh tem na obra, são justamente os capítulos centrados em outros personagens que são os melhores. Em especial, o capítulo 02, que descreve o cotidiano em uma pequena vila de lenhadores. De longe, a melhor parte do livro, que por si só poderia render um livro inteiro. Ao descrever o dia a dia, seus costumes, tradições e desejos, a autora traça um panorama de seu próprio povo. É a partir deste capítulo que nós conseguimos conhecer um pouco do verdadeiro Vietnã (pelo menos na visão de alguém que nasceu naquele país)

A autora deixa claro logo no prefácio que seu romance, por mais que se baseie em personagens reais, é antes de tudo um romance. Não há um interesse em se focar apenas em uma história real. Criando assim sua própria concepção de Ho Chi Minh e, de certa forma, fazendo dele um dos maiores críticos do próprio regime que criou, já que ele mesmo foi atingido pela violência e repressão deste regime.

A leitura da obra é densa e não é um daqueles livros que seja fácil ler rapidamente. Tem vários momentos cansativos, mas para aqueles, como eu, que desejam conhecer o Vietnã na perspectiva de uma vietnamita, eu recomendo a leitura.
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