Bacil 06/08/2012http://umpoucodecafe.wordpress.com
Falando de Draccon, você já espera algo primordial. Espíritos de Gelo não foi diferente. Foi uma sorte ter esse livro em mãos – ou talvez bom gosto.
Primeiramente, você deve ser uma pessoa um pouco "cult" para ler o livro. Várias citações de nomes famosos (menos para mim) aparecem e, eu, em algumas partes fiquei perdido. Não vou citá-los para não causar constrangimento pessoal (hahaha), mas muitos são bem conhecidos: Kiss, Beatles, Irmãos Grimm, Matrix, Neil Gaiman e Sandman, Ren & Stimpy… O autor os usa como para dar exemplos à outras coisas e compara-los com personagens, enfim..
O livro é todo narrado em primeira pessoa em capítulos que saltam no tempo do personagem. Ora está no cativeiro, ora na ponte, ora no bar, ora motel, ora cativeiro novamente. Busca o saber do porque que o personagem acorda acorrentado em uma sala com um interrogador e dois bruta-montes sem dó nem piedade. Aliás, piedade é uma palavra inexistente nesse livro. Cenas de tortura aparecem do começo ao fim. Não só tortura, mas também sexo, MUITO sexo. Um pornô em páginas.
Algo peculiar e que nunca vi em livro algum, foi que Draccon não nomeou o personagem principal e isso não afetou a história. Soube nomear e caracterizar todas as pessoas envolvidas com o personagem, mas não quis dar um nome a ele.
Há uma parte que há a explicação porque eles estão fazendo isso com o personagem. Essa parte é genial! Não sei se isso é ou já foi usado realmente, nem com que diabos o autor descobriu isso – ou imaginou – mas, que Draccon não escreve apenas livros e sim, algo para você ter mesmo em casa para ler, ah escreve.
Foi o primeiro livro que também li com cenas "picantes". FODA é uma palavra normal nesse livro. Normal mesmo, que aparece toda a hora sem pudor algum. Draccon sabe muito bem descrever essas páginas que nem mesmo um diretor de filme pornô teria capacidade de pensar nas posições usadas ali para seus atores fazerem num set de gravação; da mesma maneira que nem o pior assassino teria capacidade de torturar suas vítimas da maneira vista em Espíritos de gelo.
O livro é MUITO bom, mesmo. Rápido e dinâmico. Único problema, que deixou a leitura “chata”, digamos, foram as POUCAS partes em que ele descreve as teorias indianas, budistas e sabe-se-lá que outras culturas em que um guru-do-sexo fala para seus iniciantes. É chato (pelo menos para mim foi) mas serve para compreender parte da história do livro e parte da cultura daquele certo povo.
A nota ideal seria 4,5. Mas como passou de 4 estrelas, dei nota máxima :)